Vamos ao conto.
******
Parte 11
******
NARRADO POR LUCAS.
quando acordei pela manhã, estava com uma dor de cabeça tremenda, nunca tinha tido um porre daquele, tinha algo de errado com minha bebida, eu fiquei muito bêbado e foi muito rápido.
Meu celular estava jogado em cima da cama onde eu dormi, tinha umas fotos das quais não lembro, uma menina me chupando, eu estava inconsciente naquele momento e ela fez aquilo e se filmou, ou ela era burra o bastante ou fez de propósito para conseguir alguma coisa.
No primeiro andar da casa onde foi a festa tinha pessoas espalhadas jogadas pelo chão, estavam bêbadas, e meu amigo se levantou e disse que o George saiu mais cedo um pilha de nervos e que sua moto teria ficado lá na frente.
Eu me desesperei porque ja estava claro que ele viu o que aconteceu, fui para a saída e realmente vi a moto dele por lá, liguei para ele e só dava na caixa postal, peguei meu carro e fui para o apartamento dele, chegando lá abro a porta com minha cópia da chave e vejo uma muda de roupa jogadas pela casa, mas o interessante da história era que no meio das roupas tinham duas cuecas.
Não tinha ninguém em casa e tornei a ligar para ele, só dava na caixa postal, ja passava das 10 da manhã, onde ele estaria?
Resolvi procurar ele só na saida da faculdade, quando ja estava dando 17:40 ja estava no estacionamento, fiquei fora do carro para ser mais visível para ele, tentei ligar mas caía na caixa postal direto.
Foi a maior cagada na vida ter ficado naquele festa, séria a responsável em acabar com meu relacionamento com meu pequeno.
Eu estava distraído nos meus pensamentos que não vi o George sair, fui até sua sala e não tinha mais ninguém, os poucos dos colegas dele que estavam espalhados pelo campus falaram que ele já tinha saído.
Retornei a ligação e nada, eu sabia que ele não iria me atender mas mesmo assim eu insistia.
Ja estava tarde e eu não consegui falar com ele, estava sendo rejeitado e com razão, acabei com a confiança dele.
Minha vontade era de ir até o apartamento dele, agarrar aquele corpo e beijar até eu me cansar, resolvi que iria pela manhã, daria mais tempo a ele.
NARRADO POR GEORGE:
Pelo contrário da noite passada eu dormi foi bem, ter alguém para dividir as coisas é tão bom. Como eu já estava praticamente de férias eu iria partir rumo a fazenda da minha família, respirar novos ares, ir para a minha montanha pensar, um lugar onde eu refletia, pensava em tudo principalmente nas besteiras que eu faço.
Me arrumei botei tudo dentro do meu carro e sim tenho um carro também e para os curiosos eu não trabalho, meu pai é o homem que me banca rsrs.
Passei na faculdade para ver se estava tudo ok para eu pegar umas férias e como ja esperado, estava aprovado nas disciplinas que eu estudei no semestre.
Botei o pé na estrada e fui rumo ao interior, sentir o vento no rosto era uma maravilha, sensação de liberdade, logo logo estaria no colo da mamãe e recebendo o cafune do meu papai, cheirinho de casa e a família reunida.
***
A gente se conheceu há pouco tempo
Mas a gente já está falando em casamento
Tô correndo um risco sério De viver pra sempre com você
Entre um em um milhão nasce um Adão e Eva
Um Romeu e Julieta em meio a tantas guerras
Mas quando se vale a pena o amor supera
Não sou anjo da guarda Mas eu vou te proteger
Esse seu sorriso é o combustível Pra eu viver (yeah, yeah, yeah, yeah)
Se você me pedir pra ficar pra sempre com você
Nem vou pensar duas vezes pra te responder
Cê sabe que eu vou, vou, vou Pego minhas coisas e vou Ficar pra sempre, sempre com você
Se você me pedir pra ficar pra sempre com você
Nem vou te responder você sabe porquê
Eu simplesmente vou, vou, vou
Eu largo tudo e vou Ficar pra sempre, sempre com você ôô, ôô, ôô
Na estrada ouvindo essa música, eu já estava chorando kkkk( novidade né), essa música definia minha situação com meu leão, estava perdido nos meus pensamentos quando meu celular tocar e pela milésima vez era o Lucas, eu resolvi atender.
George: Alô.
Lucas: George você está aonde? To te procurando e te ligando a um bom tempo.
George: Eu sai, na verdade estou na estrada, vou passar o mês com meus pais.
Um silêncio constrangedor tomou conta naquele momento, a única coisa que eu ouvia era a respiração ofegante do Lucas, não durou muito tempo porque o mesmo começou a falar.
Lucas: Não, você não vai passar o mês inteiro ai, precisamos conversar, ou você volta daqui com uns dias ou eu vou me mandar para onde você está e não me pede para ir embora porque eu não vou.
George: Então te espero lá na fazenda Lucas.
Desliguei o celular e segui a viagem, em menos de 3 hrs eu cheguei no meu destino, estava tudo do mesmo jeito, uma grande fazenda, perdia de vista os seus limites, não faria muito tempo que eu estive ali.
Meu irmão mais velho estava ali, quando me viu, me arrancou do carro e me carregou para dentro da casa, ele era forte e grande parecido com o boy, mas seus músculos foram definidos pelo campo e não por academia, parecia um boneco em suas mãos. Era uma festa quando minha família soube que eu iria ficar as férias ali.
A única coisa que eu queria no momento era um chuveiro e uma cama, depois iria conversar com a mamãe e me encaminhar até meu cantinho na montanha.
Nada sai como nós planejamos, fui meio que obrigado a comer um sanduíche, o que eu queria era doçura e eu quase apanhei do papai por dizer isso kkkk.
Fui para meu quarto e tomei um banho, passei uns 10 minutos em baixo da água, lavei a alma, tentei retirar toda a tristeza, afinal Lucas ainda queria conversar e com certeza iriamos nos resolver.
Não deitei e me mandei para a montanha, chegando lá eu me joguei na grama, estava em um lugar de sublime paz, de tranquilidade, meu canto favorito na fazenda, onde eu estava eu via muita coisa, perdia a vista pelo horizonte.
Sou surpreendido por duas mãos me puxando para si, aquele corpo forte era do meu irmão, me lembrava muito do Lucas.
George : Oi mano, tu me assustou seu maluco.
Fernando: Vem cá meu maninho, deita aqui. Me colocou com a cabeça em seu colo, seus dedos faziam um carinho na minha cabeça, aquilo era bom demais.
Fernando: Geralmente tu vem pra cá oara essa montanha para pensar, clarear as idéias e liberar todo estresse, me conta i que houve porque você não está com a cara nada bem.
George: Eu acho que ainda não ta na hora de contar nada Fe.
Ele me olhou nos olhos e arqueou a sobrancelha com cara de curioso.
Fernando: Como tu sabe que não está na hora George, somos irmãos e temos que ter cumplicidade um com o outro.
George: Eu sei mas é algo íntimo.
Fernando: George me responda uma coisa, você é gay?
Tive uma surpresa muito grande com aquela pergunta eu saltei do seu colo e encarei ele, sua expressão não mudou nada, continuava com um lindo sorriso no rosto. Meu irmão era muito lindo, parecido com meu pai, um coroa enchuto, com os olhos verdes e cabelos grisalhos.
George: Mano eu, é eu, eu sou, é Fernando. Eu me enrolava para falar, eu ja estava ciente que ele tinha a resposta da própria pergunta e ele se aproximou de mim, fechei meus olhos esperando uam reação violenta da parte dele, e foi tudo ao contrário do que eu pensei.
Fernando me abraçou e me deu um beijo na cabeça.
Fernando: Essa resposta eu tive a muito tempo atrás George, tu é meu irmão e independente de quem você escolha para amar eu te apoio e ainda cuido de você.
Realmente eu não esperava, meu irmão mostrou ser uma pessoal compreensiva, eu não fazia ideia do homem que meu irmão se tornou.
Eu retribui o abraço e agradeci pela compreensão.
Fernando: E tem mais, se tu ta assim por causa de algum homem eu quero dar uns tapas nele, você não foi feito para ficar chorando meu irmão.
Eu estava encantado com meu irmão, passamos mais de uma hora conversando ali na montanha, contei tudo o que aconteceu e ele puxou minha orelha e me chamou de safado.
Eu ri
Fomos para casa e eu ainda teria que conversar com a mamãe e esclarecer tudo ai papai mas isso seria mais para frente.
DIAS DEPOIS.
Eu já estava amando acordar cedo, ver o nascer do sol, cavalgar pela fazenda e estar com a minha família.
Já estava com muita saudade do Lucas, eu sabia que ele viria e já estava aguardando ele, neste dia eu amanheci com uma sensação estranha, o dia estava estranho, eu estava com um péssimo pressentimento.
Lá pelas 10:00 da manhã se formou um alvoroço na fazenda, muita gente correndo para fora da propriedade e eu ouvi falarem que aconteceu um acidente mas pra frente, um dos netos da dona Maria José capotou com o carro na curva, eu ouvi aquilo e me lembrei que o Lucas era um dos netos.
Cheguei ao lugar desesperado acompanhado do Fernando, muita gente em volta e nada da ambulância, quando me aproximei vi um carro semelhante ao do Lucas, o carro estava destruido, quebrado e eu o encontrei no meio das ferragens, estava inconsciente e banhado de sangue.
Eu me desesperei, comecei a chorar e a gritar, as pessoas ao redor ligaram para a ambulância, Fernando me segurando para eu não tocar nele, alguns curiosos ficavam me olhando, e outros querendo mexer no Lucas, eu apenas gritava fazendo todos recuarem, em menos de 10 minutos os paramédicos chegaram, removeram ele de dentro do carro e encaminharam para o hospital aqui do interior.
Eu acompanhei a ambulância até o destino, vinha calado no carro, apenas chorava e orava para que ele se recuperasse.
Encaminharam ele para um cirurgia que seria necessária. Minha aflição só aumentava, se passaram horas e nada de notícias, Fernando ficou do meu lado até o médico aparecer.
Médico: Vocês estão esperando notícias do Lucas correto? Ele foi submetido a duas cirurgias, seu estado é complicado, vai ficar de observação esses dias.
George: Eu posso ver ele agora doutor?
Médico: Ele está dopado por conta dos medicamentos que ele foi submetido, mas como ele vai precisar de algum acompanhante até alguém da família chegar, você pode.
Me encaminhei até a sala de recuperação e ele estava todo cheio de aparelhos, seu rosto estava muito inchado, roxuras por todo o corpo, a perna esquerda toda enfaixada.
Meu coração se apertou ao vê-lo desses estado, as lágrimas caiam em cima do seu peito, seu cheiro ainda característico estava exalando sobre mim.
Eu não estava preparado para ser deixado pelo Lucas
George: Amor me perdoa, me perdoa.