-Atrapalho?
Rafael perguntou passando seu olhar de mim para o Lipe que, pelo susto, se afastou um pouco. Rapidamente desci do muro e tentei disfarçar o que estava na cara e prestes a acontecer.
-Não... eu e o Felipe estávamos aqui conversando.
Falei como se devesse alguma explicação, na hora nem pensei direito, simplesmente saiu. Nesse instante o Felipe também desceu do muro e se aproximou mais da gente, aquele clima poderia ser só coisa da minha cabeça, mas eu queria sair dali o mais rápido possível.
-Eai?
-Beleza?
Eles se cumprimentaram de forma indiferente, trocaram um aperto de mão e permaneceram em silêncio outra vez. Estava na hora de dar um fim naquela situação:
-Rafa, você não disse que precisava falar comigo!? Vem, vamos entrar.
Disse puxando ele pela mão e o encaminhando até em casa sem dar tempo para que ele pudesse falar nada, não olhei pro Felipe, mas acredito que ele ainda tenha ficado ali parado por alguns instantes. Já dentro de casa, fitei Rafael que permanecia estranhamente calado, senti falta daqueles sorrisos bobos que ele sempre dava. Sentei no balcão da cozinha, comecei a comer distraidamente um pão que estava ali e esperei até que saísse alguma coisa dele. Ele se sentou e não demorou muito até soltar algo como quem não quer nada.
-É impressão minha ou estava rolando um clima entre vocês dois quando eu cheguei?
-Han? O que? Não, eh... Ãh... – Tentei pensar numa resposta pra pergunta que eu torcia pra não acontecer.
-Hey, vem cá, não precisa ficar assim. Não precisa ficar nervoso, nosso lance é sem cobranças, lembra? Você não me deve satisfações, eu só achei estranho mesmo, por isso a pergunta.
-Tem certeza? – Perguntei indo até onde ele se sentava.
-Claro.
Ele respondeu dando um sorriso, mas que não chegava nem de longe aqueles abertos e cheios de vida que eu estava acostumado. Passei os braços pelos seus ombros, enquanto ele puxava meu quadril para mais perto. Fiquei mais tranqüilo depois disso, não que eu quisesse esconder algo dele, mas não precisar dar satisfação do que nem eu entendia, era bem melhor. Agora que essa questão já estava resolvida, me lembrei que ele tinha vindo por um motivo e a curiosidade tomou conta:
-O que você tinha pra falar comigo mesmo?
Seus dedos começaram a fazer círculos na minha costela e ele tomou uma postura diferente.
-Eu sei que a gente não tem nada sério ainda, mas eu achei meio que na obrigação de avisar que vou viajar por alguns dias. Minha avó tá bem doente e todos os filhos e netos planejaram ir vê-la, pode ser a ultima vez... – Ele concluiu com o olhar vago.
-Oh! Que triste. Sinto muito pela sua avó.
-Tudo bem, ela já está bem velhinha e eu não quero vê-la sofrer por mais tempo. Mas agora... eu quero me despedir de você com tudo que tenho direito. Já que o Senhor vai ficar aqui e aprontar todas, acho que antes eu mereço uma despedida bem gostosa, né?
-Nem tem o que aprontar. – Respondi rindo.
-Olha que tem, hein... se você quiser aposto que tem.
Ele disse com ar de deboche, com certeza estava se referindo ao Lipe e aquela cena lá fora, achei melhor deixar pra lá. Logo senti suas mãos entrando pelo meu short e se deslizando até apertarem minha bunda, ele também estava disposto a mudar de assunto. Fui pressionado com força junto ao seu corpo e recebi um beijo cheio de vontade, ele enfiava a língua na minha boca tentando alcançar a minha língua, enquanto controlava meus movimentos com a mão na minha nuca. Mordia meus lábios e outras vezes os chupava com força, eu já estava começando a ficar sem fôlego com aquilo. Ganhei tempo pra respirar quando ele desceu para mordiscar meu pescoço, ficaria marcado com toda a certeza, mas sua boca naquela região era tão gostoso que me deixei levar.
Eu já começava a ficar mole com aqueles beijos quando ele parou, olhou para os meus olhos quase fechados perdidos no prazer daquilo, me fez ajoelhar, abriu o zíper da sua calça e me colocou pra chupar. Ali, em meio a cozinha, de joelhos, eu peguei seu pau e coloquei o que deu na boca. Levou uns instantes para que ficasse completamente duro e começasse a doer meu maxilar, e pelo esforço da circunferência eu não consegui mais mantê-lo todo na boca, então comecei a fazer o caminho da base até a cabeça com a língua. Ele gemeu e eu continuei com meu serviço iniciando uma punheta leve olhando seu rosto se contorcer em caras e bocas.
-Caralho! Vem aqui.
Ele disse me levantando gentilmente pelos braços e fazendo com que eu parasse, levantei e logo minhas roupas começaram a ser tiradas por ele que sustentava uma cara de tarado. Sua calça também foi parar no chão junto com a cueca e ele me fez sentar no seu colo de frente pra ele, voltou a beijar minha boca e, aos poucos, foi encaixando seu pau na minha bunda. Ajudei-o me erguendo um pouco e esperando que ele encontrasse meu buraco que piscava incessantemente, minha saliva fez com que a entrada do seu pau fosse mais fácil, mas isso não diminuiu a sensação de estar sendo rasgado. Mordi seu ombro pra agüentar firme e continuei descendo fazendo com que tudo finalmente entrasse em mim, só parei quando senti suas bolas na minha bunda.
Comecei a fazer o sobe desce sendo ajudado por ele que segurava minhas pernas e estocava de baixo pra cima, a cadeira rangia e balançava com nossos movimentos intensos e desesperados por prazer. Num segundo, enquanto eu descia mais uma vez, engolindo seu pau, a cadeira quebrou e nós fomos parar no chão.
-Tá tudo bem?Machucou? – Ele perguntou ofegante
-Não, continua.
Foi só o que ele precisou ouvir pra reiniciar suas estocadas firmes em mim sem nem ligar por termos caído. O chão gelado fazia pressão e doíam minhas costas, mas de forma alguma eu queria parar. Agarrei em seu corpo e gritei por mais quando seu pau acertou fundo, seus gemidos roucos e cheios de tesão no meu ouvido só me faziam ficar ainda mais enlouquecido.
Gozei sem nem me dar conta quando senti um liquido pegajoso se escorrer dentro de mim, foi aí que caiu a ficha que tínhamos transado sem camisinha. Ficamos respirando com dificuldade ali no chão mesmo até que nossa respiração voltasse ao normal e seu pau saísse naturalmente de mim.
-Isso foi intenso! – Ele disse me dando um beijo e me ajudando a levantar do chão. – Não dá nem vontade de te deixar aqui, acho que vou te levar bem encolhidinho na minha mala... Magrinho do jeito que é, cabe tranqüilo.
Completou com tom de deboche a minha magreza, não pude deixar de pensar que por trás daquela brincadeira havia uma insegurança em me deixar ali livre pra quem quisesse. Observei por um instante ele se vestir calmamente e logo comecei a fazer o mesmo procurando minhas roupas pelo chão da cozinha, seu olhar sob meu corpo nu me deixava um pouco desconfortável, por isso, o fiz com mais agilidade.
Já devidamente vestido, preparei um lanche igual ao que eu estava comendo pra ele e ficamos conversando sentados no balcão como se nada tivesse acontecido, eu particularmente achava muito estranho aquele clima, ouvia-o contar uma história qualquer de como tinha sido seu dia e na minha cabeça só vinha imagens do que tínhamos acabado de fazer ali no chão.
-O que você acha de termos uma conversa mais séria quando eu voltar?
Ele perguntou enquanto me mantinha preso entre suas pernas e segurava minha cintura, á todo momento ele parecia estar tentando me tocar, me cheirar ou me beijar, percebi isso. Pensei nessa conversa mais séria que ele estava sugerindo, não me pareceu uma boa idéia e, pra falar a verdade, eu não sabia se queria tê-la. Não sabia exatamente o que viria, mas tinha um leve palpite de que as coisas entre nós dois tendiam a ficar mais sérias depois isso, talvez ele tivesse querendo oficializar algo, tipo um namoro. Eu não estava pronto.
-Tudo bem.
Respondi sem estar nada bem e com mil coisas na cabeça, o que eu iria fazer? Não sabia ao certo se deveria aceitar e começar a tentar uma história mesmo sentindo apenas carinho por ele. Porque eu não conseguia me libertar da droga de sentimento que ainda sentia pelo Felipe e me concentrava em aprender a gostar do que já tinha? E eu sabia que quando essa conversa chegasse teria que ser o mais sincero possível, a única coisa que eu não queria era magoar alguém, ainda mais por algo não correspondido, pois eu sabia o quanto doía.
Depois que o Rafael foi embora eu tentei me distrair com qualquer outra coisa que não fosse aquele assunto, de nada adiantaria ficar sofrendo por antecedência, tinha que deixar as coisas rolarem. Aproveitei esse tempo livre e tentei ligar pra Lorena, fazia tempo que não a via e ela sim conseguiria arrancar da minha cabeça todas aquelas paranóias. Mas depois do quarto toque caiu na caixa de mensagens e eu desisti, ela deveria estar ocupada demais com o problema dos pais, pensei.
Resolvi me desligar do mundo de outra forma, olhando minhas redes sociais, me deparei com a galera confirmando presença num evento que estava pra acontecer mais tarde, parecia que todos que eu conhecia e não conhecia estaria presentes, inclusive o Lipe. Aparentemente então toda aquela depressão de mais cedo já era coisa do passado, acho que o único bobo da história era eu por ter me comovido com tudo aquilo. Confirmei presença no evento também e fui procurar algo legal no guarda roupa pra vestir, em outra época eu ficaria em casa me lamentando por ser tão idiota, mas naquele momento não. Pensei se deveria ou não avisar o Rafael que iria sair, mas como ele mesmo disse que não devíamos satisfações um para o outro, achei melhor não falar nada, além do que, eu tinha a sensação de não estar fazendo uma coisa certa.
Fui pro banho com uma estranha animação em ir para aquela festa, normalmente eu não era assim, me perguntei se isso tinha algo a ver com o fato do Lipe também estar lá, mas surpreendentemente não. Eu apenas queria me divertir, claro, se ele soubesse que eu estava me divertindo e não sofrendo em casa por causa dele, seria melhor ainda. Vesti uma calça apertada que valorizava o pouco das curvas que tinha, um tênis simples e uma camisa clara que contrastava com o vermelho do meu cabelo. Olhei-me no espelho e, pela primeira vez, gostei do que vi e não precisei trocar nada.
Peguei as chaves, confirmei se estava tudo ok e saí apressado quando escutei o conhecido barulho de um portão se abrindo, sorri pela idéia que me surgiu. Ao sair pelo portão dei de cara com o Lipe tirando o carro da garagem, provavelmente também já estaria indo pra festa.
-Hey, me dá uma carona?
Gritei para que ele pudesse me ouvir, deu certo, ele ouviu, parou o carro encostado a onde eu estava e desceu. Sempre o achei muito bonito, mas dessa vez ele estava simplesmente perfeito! Vestia uma calça clara marcando totalmente o volume, camiseta e sapatos azuis escuro e os cabelos estavam impecavelmente alinhados. O cheiro do seu perfume exalava mesmo com alguns metros de distancia. Seus olhos percorreram dos meus pés a cabeça antes de me dar uma resposta.
-Pra onde você vai?
-Ué, pra festa! – Respondi como se fosse obvio.
-Assim?
Mais uma vez seus olhos desceram pelo meu corpo, aquilo poderia ser uma critica ao modo como me vestia, mas ao julgar pelo seu olhar fixo nas minhas pernas e cintura, eu sabia muito bem que era outra coisa.
-Qual o problema? – Perguntei e ele disfarçou.
-Não, nem pensar. Eu não posso levar você assim desse jeito pra uma festa, onde vai ter um monte de caras que vão ficar maluquinhos p... não, de jeito nenhum.
Disse chacoalhando a cabeça.
-Lipe, eu vou nessa festa você me dando carona ou não, então...
-Tá, entra nesse carro.
Ele disse sabendo que de nada adiantaria discutir ali no meio da rua comigo. Deve ter pensado que, talvez, me levar seria melhor que me deixar ir sozinho. Entrei no banco do carona, passei o cinto e esperei que ele desce partida. Logo já estávamos em movimento e a janela aberta fazia com que meus cabelos balançassem ao vento.
-Seu namoradinho não vai gostar nada disso.
Ele disse ao trocar de uma marcha pra outra e olhando pra mim rapidamente, sorri e não me importei em corrigi-lo sobre o Rafael não ser meu namorado, o deixei pensar isso.
-Do que? Da festa? Ele sabe. – Menti.
-Não. Estou falando da carona... vi como ele me olhou hoje mais cedo.
-É só uma carona, Lipe, e também ele confia em mim.
Disse ignorando a cara feia que ele fez pra mim. Era nítido seu semblante carrancudo enquanto dirigia, a cada minuto ele descontava mais e mais toda sua raiva pisando com força no acelerador. Eu só me divertia vendo aquilo sem entender o porquê de toda aquela fúria.
Em nenhum momento ele tentou iniciar uma conversa e eu também permaneci calado, foi assim que atravessamos a cidade inteira e chegamos a tal festa. Mesmo do lado de fora, eu pude ver que aquela festa não era nada parecida com as quais eu estava acostumado, aquilo nem de longe era pra mim. Logo eu que evitava mutirões, me vi prestes a entrar num lugar que transbordava gente. Respirei apreensivo dentro do carro.
-Arrependido? Eu posso te levar de volta. – Lipe disse vendo meu desconforto, eu, claro, não iria dar esse gostinho a ele.
-Não, eu vou entrar.
Disse confiante ao sair, bater a porta e caminhar em direção ao aglomerado de pessoas, mas no fundo minhas mãos estavam frias. Escutava o Lipe caminhar atrás de mim e cumprimentar algumas pessoas que conhecia no meio do caminho. Acelerei os passos pra me distanciar mais dele, afinal, o objetivo não era ficar grudado ou sendo vigiado por ele a festa inteira.
Já lá dentro, tentei me desviar o máximo possível das pessoas que entravam em meu caminho no ritmo da musica, o lugar estava incrivelmente mais lotado que lá fora. Procurei o bar mais próximo e pedi um dos drinques que eu gostava. A música que tocava era ensurdecedora, e depois do quarto ou quinto drinques eu já não conseguia mais ficar parado. Fui pra pista de dança e me soltei como eu jamais havia me soltado antes, me senti liberto e, claro, a bebida estava ajudando na parte da timidez.
Senti alguém encostar-se a mim, mas em meio à multidão, nem pensei em reclamar, poderia muito bem não ser de propósito. Percebi que esse toque era cheio de segundas intenções quando fui agarrado por trás e recebi uma fungada em meu cangote. Antes que eu pudesse tomar uma atitude, me afastar ou até mesmo decidir se deixaria aquilo continuar, eu vi o Lipe vindo pelo lado oposto, cortando a multidão com pressa, sem um mínimo de delicadeza e parando pra me encarar.
-Vem cá, vem cá, vem cá.
Ele disse me segurando firme pelo braço e me puxando pra sair daquele meio. Fui levado á força e com certa brutalidade á um canto mais afastado da boate, ali praticamente ninguém conseguia nos ver. Seus olhos estavam enfurecidos.
-Que isso? Então foi pra isso que você veio? Pra ficar se esfregando com todo mundo... aquele cara só faltou tirar sua roupa e vocês começarem a fazer sexo explicito ali na pista. – Ele gritou comigo.
-Oi? O que você tá falando? Tá ficando louco? Me solta, que eu vou voltar pra lá.
No momento em que eu tentei sair, ele me puxou de volta, me empurrou com toda a força contra a parede e me prendeu ali. Minhas costas começaram a doer e eu olhei pra ele assustado, nunca tinha visto tal descontrole vindo dele.
-Você vai ficar aqui, porra, não terminei. Quem você pensa que é pra fazer isso comigo? Você não acha que está passando de todos os limites não, hein, seu viadinho!?
-Que surto é esse Felipe? Não estou te entendendo, você sempre me chutou e agora dá esse showzinho de ciúmes por uma coisa que não tem nada a ver... O que você quer, hein?
Ele passou alguns minutos olhando pra mim e eu nada entendi, devagar, seu rosto foi se suavizando e ele já não tinha mais aquela cara raivosa de antes. Delicadamente ele segurou com as duas mãos no meu pescoço antes de me responder:
-Eu quero beijar sua boca. – Em seus olhos eu via uma pessoa aflita, perturbada, mas em algum lugar eu conseguia ver o desejo que ele já não escondia mais.
-Então beija!
Respondi sem nem hesitar
-Porra! O que você tá fazendo comigo, seu viadinho?
Ele gritou dando um soco na parede e se afastando de mim como se eu fosse lhe fazer algum mal, logo eu, pequeno e frágil, seria cômico se não fosse trágico. Perguntei a mim mesmo que estava acontecendo ali, aquela sua montanha russa de emoções começava a me deixar confuso, cheguei à conclusão de que ele só podia estar ficando louco.
-Peraí, onde você vai? – Perguntei quando o vi se recompor e dar as costas pra mim se afastando cada vez mais.
-Eu vou embora, pra mim já deu... procura um desses machos que tem aí pra te levar embora, tenho certeza que vai achar.
Disse calmamente, porem firme e saiu pela porta onde entramos. Era isso, ele tinha se estressado por uma coisa boba, ficado louco sem motivo e tido uma atitude sem noção e típica de um moleque. Da próxima vez se apaixone por alguém menos problemático Rick, pensei.
Aquela festa já tinha acabado pra mim, não conseguia mais ficar ali e não conseguiria mais me divertir depois de tudo que tinha acontecido, então, era hora de ir embora. Procurei uma das saídas mais próximas de mim e, como eu estava sem carona pra voltar, sai á procura de um ponto de ônibus ou talvez um taxi.
Caminhei cerca de vinte minutos, cada vez me afastando mais dos locais movimentados, e nada de achar algo com que eu pudesse ir embora. Tudo estava bem escuro e deserto, eu senti frio e me deu um pouco de medo, queria poder sair logo dali.
-Ei gracinha, tá perdido? Nós podemos te ajudar.
Ouvi isso uma voz não tão distante me mim e logo em seguida uns risos, merda! Correr não iria adiantar, pensei, minhas pernas logo me trairiam e eu faria papel de estúpido. Eles se aproximaram, eram três, pareciam mais uns armários de tão grandes, todos eles portavam latinhas de cerveja não mão.
-Olha só que gracinha! Ainda por cima é ruivo, vemos poucos desses por aí. Tá tremendo porque nenenzinho?
-Me solta.
Eu disse amedrontado quando um deles tentou pegar no meu rosto, tentei me afastar mais uma vez, mas já era tarde demais, os três formaram um circulo a minha volta e já não tinha mais como escapar. Percebi isso quando fui tirar a mão de um deles do meu rosto e recebi um soco como resposta, na hora o gosto amargo de sangue tomou conta da minha boca.
Depois tudo aconteceu muito de repente, recebi uma rasteira de um deles e fui parar diretamente no chão, eles deram mais risada ainda por verem que eu seria uma vitima fácil. O primeiro chute veio certeiro no estomago e eu me encolhi todo numa tentava débil de me proteger. Eles continuavam me batendo proferindo palavras de ódio contra mim e contra quem eu era, porque? Eu queria chorar, mas a dor que eu sentia era tão grande que minimizava todos os outros sentimentos. Escutei o barulho de algo se quebrando, algo duro pelo barulho agonizante que se fez, me perdi no meio da dor que veio logo a seguir.
O asfalto gelado me acalentava como minha mãe fazia todas as noites antes de dormir quando eu era criança e nessa hora eu me lembrei dela. Naquele momento eu só podia torcer para que aquilo acabasse logo. Ou que eles acabassem logo comigo, sei lá, tanto faz, já não importava mais. Quando tudo se tornou insuportável demais, eu apaguei desejando acabar pra sempre todo esse sofrimento, desejando não viver mais.
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AVISO: A continuação dessa história foi postada lá no WATTPAD. O WATTPAD é um aplicativo de leitura totalmente GRATUITO e lá você pode encontrar varias outras histórias alem da minha, é só baixar o aplicativo pelo celular e criar um perfil, da pra entrar pelo computador também em: www.wattpad.com. Meu perfil lá é esse aqui: AllanaCPrado
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