A leveza de amar - Cap. 9

Um conto erótico de Bo J.
Categoria: Homossexual
Contém 1678 palavras
Data: 13/04/2016 17:14:10

Tudo estava indo bem entre Marina e eu. A reforma no casarão começara e Marina tinha optado por transformar em um espaço de dança/residência e eu estava radiante, era um sinal de que ela queria ficar comigo. Enquanto a reformava andava, Marina aceitou ficar na minha casa e como quase nunca usava o carro, ele estava sempre a disposição de Marina. Estávamos juntas há 3 meses já.

Eu costumava trabalhar em casa mas não estava dando muito certo com Marina meio expediente em casa. Eu não conseguia resistir à dançarina e acabava grudando nela o máximo possível. Passei a ir pro escritório todos os dias e trabalhar até às 18:00hrs.

Em um desses dias demorei um pouco mais e quando estava saindo do prédio onde trabalhava Marina estava encostada no carro me esperando.

- Achei que você não iria pra casa hoje dona Olívia.

Se aproximou me dando um selinho.

- Desculpa, acabei me enrolando um pouco. Por que não entrou e foi até minha sala?

- Achei melhor esperar aqui. Vamos jantar?

- Claro.

Tinha percebido algo diferente em Marina, normalmente ela não hesitaria em subir até a minha sala.

Entramos no carro e vi Marina apertar o volante antes de ligar o carro.

- Você quer me contar alguma coisa?

- Vamos jantar primeiro.

Fomos jantar em um restaurante japonês, o meu favorito, sabia que ela tinha algo sério a me dizer. Ela não era muito fã de comida japonesa.

- Como foi seu dia no trabalho amor?

- Peguei um novo projeto para o próximo mês, estou animada. E o seu dia, alguma biscate dando em cima de você na academia novamente?

- Tão ciumenta! Foi interessante, a galera tá chegando num nível ótimo, estou adorando.

O que eu adorava era o sorriso e o brilho nos olhos de Marina ao falar de suas aulas e de suas danças e os espetáculos que ela queria fazer com os alunos.

- Marina, sei que você tem algo a me dizer e sei que é algo que você sabe que eu não vou gostar?

- Como sabe que é algo que não vai gostar?

- Você está nervosa e veio direto ao restaurante japonês sem nem discutir ou dizer que não gosta de carne crua além da minha.

- Certo. Mas antes promete que vai me ouvir até o fim?

- Prometo.

Agora eu estava nervosa e comecei a balançar as pernas freneticamente, por baixo da mesa Marina passou a mão em minha coxa suavemente e segurou em um leve aperto me olhando como quem pede pra que eu me acalme.

- A companhia conseguiu um novo espetáculo, mas o contratante só vai levar o contrato adiante se eu estiver presente nas apresentações.

Eu já estava prevendo a bad chegando e batendo na minha porta. Como quando Débora me deixou e foi para o Barcelona e depois pro Japão. A pausa de Marina já era um indício de que nem ela tinha coragem de terminar, então achei melhor dizer alguma coisa.

- Isso quer dizer que você terá que ir embora, certo?

Ela balançou a cabeça em sinal de afirmação.

- Não vou dizer que estou surpresa. Eu esperava que isso acontecesse em algum momento.

- Isso quer dizer que você não levava nosso relacionamento a sério?

- Não foi o que eu disse.

Percebi que nos exaltaríamos então respirei fundo.

- Vamos para casa, lá nós conversaremos melhor.

No caminho Marina sempre me olhava de canto de olho e tentava estudar minha expressão, eu olhava pra fora segurando as lágrimas.

Ela mal parou o carro na garagem e eu desci do carro correndo para o elevador.

- Espera Olívia!

Ela entrou apressada no elevador e ficou de frente para mim.

Tínhamos pouco tempo juntas mas, eu já a amava tanto...

- Eu não vou embora pra sempre, eu vou voltar Olívia.

- Já ouvi essa antes.

- Eu não sou a sua ex namorada.

- Eu sei que não é, mas você disse que não me deixaria e está indo embora.

- São só 60 dias.

O elevador parou e saímos. Entramos no apartamento, Marina entrou primeiro e eu logo em seguida. Me virei de costas pra fechar a porta e quando voltei o corpo para frente Marina estava colada em mim, me prendendo entre seu corpo e a porta.

- Eu não vou te deixar.

- Eu não quero que você vá, mas não vou te pedir pra ficar seria egoísta. Vá e encante a todos como você sempre faz.

- Você acredita que eu voltarei?

- Não.

Aquilo parece ter sido uma faca no peito de Marina, ela começou a chorar em meu ombro, eu a abracei pela cintura.

- Desculpa.

Ela me apertou e pediu que eu fosse até o quarto com ela. Até aquele momento Marina e eu não tínhamos um “título “ para o nosso relacionamento, pensei em várias vezes pedi-la em namoro, mas Marina dizia não gostar de rótulos então deixei como estava.

- Preciso te pedir uma coisa Olívia.

- O que você quiser minha linda.

Ela foi até o criado mudo, abriu a gaveta e tirou de dentro uma caixinha de madeira rústica.

- Você sabe que não gosto de rótulos e acho brega símbolos como este – ela abriu a caixinha e dentro havia um par de alianças – mas o amor é brega e eu te amo. Então namora comigo?

Eu estava em choque, tantas informações em um dia. Ela iria embora e estava ali na minha frente me pedindo em namoro entendi aquilo como um pedido para que eu a esperasse, para que eu confiasse um pouco mais nela.

- Quem é você e o que fez com minha Marina?

- Cala a boca sua ridícula e responde a minha pergunta.

- É pra calar a boca ou te responder?

Marina selou os lábios nos meus divertida.

- Responde sua boba, já to nervosa.

- Claro que aceito Marina.

Trocamos as alianças.

- Agora, quando você parte?

- No fim da próxima semana.

Tomamos banho, fizemos amorzinho gostoso e Marina dormiu grudada em mim. Eu não consegui dormir aquela noite.

O dia que antecedeu a viagem de Marina foi uma tortura, decidi não trabalhar e Marina também não foi para academia, ela havia conseguido uma professora para substituí-la até a sua volta.

Eu era só choro e Marina só desespero em me ver naquele estado. Ela decidiu que seria melhor chamar Cecília para ficar comigo. Cecília chegou já me dando bronca.

- Aí aí aí, vamos parar logo com esse choro. Você sabia que seria assim, então para agora!

- Saí daqui Cecília – joguei a almofada nela – você é uma insensível.

- Você é uma dramática e eu não vou sair. Marina já disse que voltará e sabe do que mais, eu deixei uma foda gostosa pra ficar te consolando o mínimo que você pode fazer por mim é parar de chorar.

Cecília pulou em cima de mim e me abraçou, Marina apareceu na porta sorrindo.

- Desse jeito vou ficar com ciúmes.

- Não se preocupe Marina, Olívia é a última pessoa com quem eu ficaria no mundo.

- Ta se achando né Cecília, até parece que eu ficaria contigo sua patricinha mimada.

- Cecília, cuide bem dessa menina – Marina sentou-se ao meu lado e apertou minha cara – quero encontrar do mesmo jeito que deixei hein!?

Deu o horário de Marina ir e eu não a levei ao aeroporto, não aguentaria a dor de vê-la partindo, preferi fingir que ela foi até a padaria e logo voltaria. Estava exausta então adormeci, Cecília acabou de indo embora e acordei sozinha.

Nunca vi um apartamento vazio parecer tão cheio. Tudo era muito cheio de Marina.

Decidi ir trabalhar e ficar o menos possível em casa. Marina me ligou dizendo que estava bem e com saudades. A voz dela parecia ser de pura alegria, acho que ela estava feliz de estar com sua trupe novamente. Desliguei o telefone e voltei a trabalhar.

Uma semana se passou, Marina me ligava três vezes ao dia e quando podia falávamos via skype, ela sempre tentava ser presente. Eu não saia do escritório, só ia em casa dormir. Nunca trabalhei tanto e tão bem.

Em um desses dias de muito trabalho recebi uma mensagem de número desconhecido no meio da tarde:

“Venha para casa minha Livi, estou com tanta saudade”.

Gelei! A única pessoa que me chamava de Livi já tinha partido há tempos, corri para casa.

Abri a porta e ouvi aquela voz tão conhecida, não nego que senti uma saudade e em automático meu corpo relaxou. Ela cantarolava uma de nossas músicas, eram muitas as nossas músicas. Meu coração acelerou e me aproximei devagar da cozinha.

- Como entrou aqui?

Débora deu um salto se assustando e deixando cair uma colher.

- Nossa Livi, quase me matou de susto.

- Estamos quites.

- Que saudade.

Abriu um sorriso vindo em minha direção e me abraçou, fiquei estática esperando que me soltasse.

- Achei que seria mais receptiva.

Sorri com desdém.

- Só pode ser brincadeira. Como você entrou, responde Débora!

- O porteiro abriu para mim. Ele me reconheceu como sua amiga. Só não entendo porque trocou a fechadura do nosso apartamento.

- NOSSO? – eu já não suportava mais aquele cinismo – Você me largou aqui sozinha, foi viver seus sonhos e depois mandou seu pai aqui com uma proposta para que eu comprasse sua parte desse apartamento. Esse apartamento é MEU!

- Não me lembro de você ser tão rancorosa.

- Diz logo o que você quer Débora.

- Eu quero você! Quero o seu perdão. Quero te sentir de novo e sentir aquele amor que você tinha por mim.

Eu não sabia o que dizer, eu queria bater na cara dela até ela criar vergonha, mas eu não tinha coragem.

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Ei meus amores! Quanto tempo certo? Peço desculpas pelo desaparecimento mas o trabalho tá tomando todo meu tempo.

BruH muito feliz de ter te agradado o suficiente pra me prestigiar com seu comentário recuperando sua senha. Fico muito grata!

Vocês são demais, cada comentário é uma enorme felicidade em meu peito. Sou velha aqui na CDC, antes era apenas leitora.

Acho que me lembro de você comentando algumas histórias que eu acompanhava BruH... Saudades enormes de algumas escritoras daqui como a Débora e a Beatriz, a Mari, a Maria Flor, Jasminy... Enfim, to numa enorme nostalgia hoje hahahahahaha

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Comentários

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E ela sumiu e nunca mais voltou para terminar essa ótima história 🥺 Triste isso

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Qe bom qe voltou mais ver se não domora ta rsrsrs con logo

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Ei sumida! Pare de fazer isso com suas leitoras. Já estou contando as horas para o próximo.

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Eu estou completamente apaiconada pelo seu conto!!!

Li todos em menos de 2 horas kkkk

Parabens, está incrível. Por favor, não demora a postar não.

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Concordo com a BruH, o seu conto é ótimo. Parabéns!

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Eu que fico feliz de poder prestigiar um conto tão bom como o seu!!! Pode ser acompanho a pagina já a algum tempo leio todoooos os contos com a temática lésbica, temos ótimas escritoras aqui e com toda certeza vc é uma delas... Parabéns e continuaaaaaa

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