Em meio àquela cena pitoresca, eu,nua, sentada na cama, Gustavo nu, em pé, próximo à janela aberta, muitos pensamentos tomaram conta de mim. Em segundos, recordei o primeiro contato, todos os diálogos que tivemos, algumas promessas que fizemos, muita expectativa... Eu estava, exatamente, onde queria estar com o homem que me atraia desde antes de conhecê-lo pessoalmente. Ele é muito mais do que um cara para me foder, ele faz parte do meu dia-a-dia, compartilhamos ideais e fantasias. Temos muita confiança mútua.
Como num estalo, eu despertei dos meus pensamentos e fui até ele. Abracei-o por trás, sentindo seu cheiro e isso foi o suficiente para me deixar excitada. Ele ainda fumava quando falei:
-Quero que me coma agora, aqui mesmo na janela.
Ele não entendeu nada quando sentei no parapeito, com as pernas abertas e o puxei para que se aproximasse de mim. Não queria preliminar, não queria ser "amaciada". Naquele momento, eu sentia desejo animalesco por ele, e só precisava de uma boa foda. Afastei ainda mais as coxas, traguei do seu cigarro e senti a estocada dentro de mim. Eu movimentava meu quadril pra frente e pra trás, enquanto ele me segurava pela cintura com o cigarro nos lábios. Eu queria gritar alto de prazer. Seu pau duro como uma rocha me preenchia completamente. A cada estocada, eu queria mais forte ainda. A excitação dali vinha da adrenalina de ser vista por quem olhasse para a janela e de saber só ele estava impedindo minha queda. Quanto mais pensava nisso, no medo de cair, mais eu queria ser comida. Parecíamos selvagens, intensos. Eu mordi seu lábio inferior e cravei as unhas nas suas costas, ele urrou de dor e prazer. Como gatos, nosso instinto primitivo não diferenciava um do outro, gozamos, praticamente juntos. O gozo escorreu pela minha bunda, enquanto entrelaçava minhas pernas em volta do seu quadril. O coração acelerado e descompassado estava voltando ao normal, enquanto eu o abraçada.
- Você quer me enlouquecer, garota. O que foi isso? - Gustavo perguntou, enquanto verificava se eu havia mordido seu lábio a ponto de sangrar.
-Não sei. Você mexe com os meus sentidos. Desperta em mim reações felinas... (Falei, observando o vermelhidão ocasionado pelas unhas cravadas nas costas e o lábio dele inchado)
-Vai acabar comigo desse jeito, olhos de lince*
Nós tomamos um banho rápido e pedimos serviço de quarto. Pouco tempo depois, o camareiro nos trouxe uma bandeja com várias comidinhas para comer com a mão, canapés, patês, morangos, cerejas, caldas variadas e o prato que realmente pedimos, um filé assado e fatiado com molho de mostarda. Por uns segundos, fiquei sem entender, mas o rapaz me entregou uma garrafa de vinho e um cartão que dizia: "Com os meus melhores cumprimentos. Volte logo para gente. Jörg." Ao ler o bilhete, foi quando me dei conta que, no outro dia, eu estaria embarcando de volta para casa e isso me deu um certo aperto no coração. Na pequena mesa do quarto, acomodamos a bandeja e abrimos a garrafa de vinho. Na playlist, tocava as músicas da Sade, o que tornava aquele momento muito especial. Enquanto bebíamos o vinho, eu comia os canapés, lambendo as pontas dos dedos e Gustavo devorava o filé com garfo e faca. O ato em si era sexy para ambos e nos olhávamos com o desejo o tempo todo. Entre risinhos, uma taça e outra, os beijos foram inevitáveis. Ele me serviu, uma garfada do filé e lambeu o molho que se acumulou no canto da minha boca. Eu molhei o dedo indicador no vinho e contornei sua boca para em seguida beijá-lo. Nós ficamos assim por tanto tempo que a garrafa secou e pedimos outra para continuar nossa orgia gastronômica. Das frutas e caldas, Gustavo não aprecia nada, mas topou um joguinho: Eu colocava um morango no bico do meu seio e ele tinha que tirar a fruta com a boca para pôr na minha. A calda, eu consumia enquanto chupava seu pau. As carícias evoluíam a medida que o teor alcoólico aumentava. Com as pernas abertas, eu pus um morango sobre o clitóris, ele pegou a fruta entre os dentes, esfregou-a na minha buceta, deixando-a lambuzada com minha excitação e pôs na minha boca. Eu comi o morango sentindo meu próprio gosto para a satisfação dele. Gustavo derramou um pouco de vinho na minha buceta e começou a chupá-la de forma a se vingar da mordida que dei em seu lábio. Ele sugava meu grelo com tanta força que eu me contorcia inteira, arqueando a coluna e puxando os bicos dos seios. Quanto mais eu me mexia, mais ele me "castigava". Entre gemidos e sussurros, gozei na boca do Gustavo. Ele ergueu minhas pernas e as colocou sobre seus ombros, de modo a penetrar-me mais intensamente. Nós estávamos num perfeito sincronismo de movimentos quando ele gozou, deixando minha buceta inundada com sua porra.
Ficamos mudos por um curto intervalo de tempo, enquanto fitávamos os olhos um do outro. Ele, finalmente, quebrou o silêncio:
-Sentirei saudades.
-Eu também. - Respondi, sorrindo. - Mas por enquanto, ainda estou aqui.
Ele se virou sobre mim, chupando meu seio e me masturbando com os dedos, enquanto eu tocava uma punheta nele. Novamente, excitados, eu deitei sobre ele, em posição de 69 para, talvez ter sido, o oral mais intenso que fizemos um no outro. Ele abriu minha buceta com as mãos e meteu a língua, alternando com lambidas longas que iam do clitóris ao cu e movimentos rápidos com a ponta da língua no grelo. Eu chupava-lhe o pau inteiramente, engolindo-o até o saco que eram massageadas com as mãos. Gustavo gozou na minha boca e continuou fazendo oral em mim até que eu gozasse também.
Nós estávamos exaustos de tanto foder, deitados lado a lado e, mesmo assim, continuávamos a nos provocar com carícias e toques. Eu falei que queria minha fantasia realizada, ele riu e perguntou o que ainda faltava fazermos.
-Eu quero apenas um inocente beijo invertido. Considerarei minha fantasia realizada. - Falei com alguma malícia.
Gustavo levantou-se da cama, a contornou, ficou pairando de ponta cabeça sobre mim, beijou minha testa, o contorno do meu nariz e a boca. Primeiro, seus lábios tocaram os meus suavemente, depois sua língua invadiu-me completamente, me consumindo como uma labareda de fogo.
Naquela noite, quase dia, dormimos abraçados. Ele acariciou o meu cabelo e eu senti um aperto no peito. Pela manhã, chovia uma chuva fina e insistente, tornando ainda mais difícil a despedida. Na recepção, abracei Jörg e falei que tentaria pagar minha dívida com ele. Sorrimos fraternalmente, o agradeci pela estadia e segui com Gustavo para o aeroporto. No caminho, pedi para parar no chafariz do Kaquende. Reza a lenda que quem bebe das águas desta fonte sempre retorna a Sabará. Muitos risos depois da parada, por causa da minha crendice, chegamos ao aeroporto.
-Volte minha gata ou eu vou te buscar. - Ele falou.
- Será difícil não lembrar desses dias aqui. Valeu por cada segundo - Falei, com uma lágrima insistente no canto do olho e um beijo.
Por fim, despedi-me. Embarquei de volta para casa com a sensação de que essa história ainda não acabou...
Beijos da P.
Nota: *olhos de lince: Uma referência ao felino por causa do formato dos meus olhos.