Bem, que eu saiba minhas histórias sempre foram lineares, com inicio, meio e fim. Nunca fiz histórias dispersas. Creio que seja opinião pessoal do leitor que fez essa crítica, porquê eu continuo escrevendo da mesma forma que antes. E acho que esse tamanho já é grande. É maior do que eu tinha feito.
Cap.20
NARRADO POR ENZO
Mais alguns minutos depois, e eu cheguei em casa. Entrei, muito cansado. Tirei a minha roupa, tomei um bom banho e me deitei na minha cama, afim de relaxar durante toda aquela noite. Passava por entre os canais da minha TV em busca de algo legal para ver, quando de repente meu celular começa a tocar.
-Alô ?
-Alô, quem está falando ?
-Quem gostaria de saber ?
-É, eu sou um enfermeiro do SAMU...
-Enfermeiro do SAMU ?
-Sim. Encontrei esse telefone no bolso de um paciente. Ele acabou de sofrer um acidente e eu estou levando ele para o hospital. Liguei para você porquê estava escrito amor no nome do contato. – olhei para o telefone, era o número do Marcos.
-Me descreve ele ?
-Ah, ele tá bem vestido... Moreno, alto, cabelos pretos... - era a descrição dele.
-Pra qual hospital você tá levando ele ? - ele me passou o nome do hospital, e imediatamente eu sai em disparada pelo quarto. Não podia ser... Ele não podia ter sofrido um acidente ! Não agora...
TEMPO DEPOIS
Entrava na Emergência do Hospital, bem desesperado.
-Moça ? - perguntava, na recepção
-Pois não...
-Um homem moreno deu entrada aqui ? Alto, de cabelos pretos, havia sofrido um acidente... - de repente então senti uma mão no meu ombro.
-Você é o Enzo ? - era um médico. Pude ver pelo crachá
-Sim...
-Ah, que bom que chegou. O paciente foi direto para a UTI. Vai ficar em observação lá. Fiz alguns exames, não parece haver grandes problemas, apenas algumas fraturas. Mas ele está em coma.
-Em Coma ? Você tem uma foto dele ?- ele pareceu pensar.
-Ah... O enfermeiro me deixou isso aqui – falou, me entregando uma carteira e um celular – estavam com ele – tomei em minhas mãos, e nem demorou muito. Foi só desbloquear o celular, e eu ter certeza.
-É ele... - dizia a mim mesmo – é ele mesmo... - começava a chorar – não acredito nisso – dizia, com lágrimas descendo.
-Tenha calma, ok ? - ele falou – ele não corre riscos. Só está... Desacordado – aquilo me acalmava, mas ao mesmo tempo eu continuava preocupado. Mas durante alguns segundos pensei. Aquele era o momento de eu realmente mostrar o meu valor, o meu amor. O quanto queria ele bem. O quanto havia mudado.
DIAS DEPOIS
No dia seguinte, ele permanecia na UTI. Eu não podia visitá-lo. Durante este tempo foi extremamente torturante para mim, não conseguir vê-lo. Saber que ele não estava bem, e eu estava longe.
-O que foi que houve com ele ? - me perguntavam na empresa.
-Ele sofreu um acidente enquanto dirigia... Está em coma na UTI...
-E tem alguma sequela ?
-Os médicos me disseram que não, mas nunca se sabe...
Durante alguns dias eu mantive a agenda dele. Os outros diretores pediram para que eu ficasse na função dele durante o tempo em que ele não pudesse trabalhar, porquê estava familiarizado com tudo o que ele estava fazendo. Assim eu fiz. Porém continuei indo diariamente ao hospital, saber como ele estava. Diariamente ia a casa dele, cuidava do gato e então ia para a minha casa novamente. Eu estava cuidando da vida dele por ele. E dele também.
DIAS DEPOIS
E então ele foi transferido para o apartamento, pouco mais de 2 semanas depois do acontecido. Eu fiquei bem feliz, porquê poderia revê-lo novamente. Comprei flores na primeira floricultura que vi, e então parti para o apartamento para onde ele foi transferido. Tão nervoso quanto da primeira vez que o vi, entrei naquele apartamento. Uma enfermeira estava lá dentro.
-Ah, Enzo... - ela sorriu ao me ver – que bom que veio, assim vai poder arrumar este lugar da melhor forma – logo ela saiu, me deixou sozinho com ele. Coloquei as flores dentro de um vaso. Ajeitei alguns quadros melhor, e então me aproximei dele. Algumas marcas ainda tomavam aquele lindo rosto que eu havia me apaixonado. Deslizei minha mão pelo rosto dele, beijei sua testa.
-Eu não vou te abandonar, viu ? Eu vou provar para você que mudei... Que quero só o seu amor... - dei um leve selinho nele, antes de continuar a acaricia-lo.
DIAS DEPOIS
Os dias foram passando, logo ele completou um mês de internado. Eu me dividia em três. Cuidava das funções dele na empresa, cuidava da casa dele, do gato dele, e dele. Todo dia, de manhã eu estava no hospital, fazendo mais uma declaração de amor. E apesar de ele estar sempre rodeado de pessoas, nenhuma fez questão de o visitar. Diretor, funcionário, ninguém. Era apenas eu, todo dia naquele apartamento hospitalar, cuidando dele. Me sentei em uma poltrona ao lado da cama dele, e enquanto lia um livro, olhava para ele.
-Como eu queria que você acordasse... - dizia o olhando – e visse tudo o que eu estou fazendo. Não estou fazendo por obrigação, por boa ação. Estou fazendo porquê gosto de você. Porquê faria de tudo para te agradar. Para te mostrar que eu mudei. E que não vai ser agora, quando você mais precisa, que eu vou te abandonar. Queria que visse, todas as provas de amor que eu estou te dando !
Continua
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