(Há 14 anos em Fortaleza – Reencontro com Suelen e Solange)
Foi em agosto de 2001 e nem sabia direito o que estava fazendo, tudo começou com um inesperado telefonema na madrugada de uma terça-feira.
— Alô? – não atenderam de imediato, ouviu apenas soluços e choros – Alô? Alô?
— Dinho... Vem me buscar Dinho, pelo amor de deus, vem me buscar... – novos choros, novos soluços.
— Onde tu estais? – reconheceu a voz de Suelen – O que aconteceu?
— Estou em Fortaleza... Na casa de uma amiga...
— E teu marido?
— Quero que esse desgraçado se foda, quero que ele morra... Ai!... Olha, não sei o que fazer... Só lembrei de ti... Tu pode vir?
— Vou, claro que vou... Como te encontro... Não, é melhor tu me encontrares... Vou ficar no Luzeiros, em Meireles...
— Tu vem mesmo?
— Claro que vou... Faz o seguinte, te hospeda lá e... E me espera... Vou... Que horas é essa? – olhou o relógio na cabeceira e para Valéria que dormia o sono os inocentes – Acho que dá para estar aí antes das onze, almoçaremos juntos.
Tentou reconciliar o sono, não conseguiu. Levantou e foi para a cozinha, poucos instantes depois Valéria parou à porta.
— Que tu tem tio... Tá sem sono?
— E você, o que faz acordada? – sorveu o restante do café preto – Suelen acabou de ligar...
— Ah! Era ela? – sorriu – Tava com saudades do antigo namoradinho, é?
— Deixa de ciuminho menina, a coisa parece ser séria... – levantou e colocou a sobrinha nos braços como no tempo de criança, ela sorriu e se aconchegou – Acho que andou brigando com o Humberto...
Sentou no sofá ainda com a sobrinha nos braços.
— Porque ela ligou pra ti?
— Está meio atarantada e sem rumo, vou lá trazê-las...
— Como é que é?
— Isso o que você ouviu... – levantou a camiseta da sobrinha e beijou o ventre, Valéria ficou arrepiada – Vou pela manhã e talvez volte ainda hoje...
— Então vou contigo...
— Não filha, você não vai perder aula e... Sei lá como está o clima por lá...
— Porra, Dinho... Tá! – respirou designada – Eu fico onde?
— Onde você quiser, aqui ou com tua mãe...
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Conseguiu voo na Azul e chegou no Castelo Branco antes das dez, naquela hora tudo parecia ainda lerdo em Fortaleza. Resolveu ligar para saber se estava tudo bem.
— Ei! Conseguiu dormir?
— Dinho... Tu não vem? – a voz quase sussurrante – Estou no Luzeiros com tua menina...
— Qual apartamento?
— Mil duzentos e cinco... Quando tu chega?
— Estou aqui no aeroporto...
— Em São Luís?
— Não, estou em Fortaleza...
— Tu veio mesmo?! – a voz com mais animo e certa alegria – Olha, na portaria já sabem que você chegará, não precisa nada, já fiz tudo... Estou louca pra ti abraçar...
— Vou pegar o taxi, chego já... Beijo.
Fazia quase cinco meses que não encontrava a amiga, nem por telefone se falaram nesse tempo, o mesmo não acontecia com Solange. Conversavam quase todos os dias ora por telefone, ora pelo Skype.
Demorou quase nada, o transito milagrosamente fluía normal e os atalhos, que o taxista usou, dava impressão de encurtar mais as distâncias (talvez somente em Fortaleza aconteça isso, motoristas de taxis são honestos e não exploram o turista), no hotel já me aguardavam.
— Bom dia Dr. Claudio... – era Esmeralda, recepcionista, a quem já conhecia – Apartamento 1205, sua bagagem...
— Olá menina... – osculei sua mão, ela sorriu – Hoje nada, volto no final do dia... – também cumprimentei o boy que sorriu.
Precisou apenas uma batida leve para Suelen abrir a porta.
— Dinho, Dinho... – nos abraçamos e, dos olhos sempre vivos, algumas gotas de lágrima – Desculpa Dinho, não pensei em ninguém além de ti...
— Fez o certo, tu sabes que te amo... – beijei seus lábios – Agora vamos parar esse choro, acabou, estou aqui... – o quarto com cortinas cerradas, a cama desalinhada e Solange dormindo deitada de bruços – E essa mocinha?
— Me apoiou... Foi quem mais sofreu nesses últimos dias... Humberto... – soluços.
— Para com isso Su, já estava mesmo na hora... E...E o Chico?
— Quero que esse filho da puta vá tomar no cu... – enxugou os olhos – Ele é, em parte, culpado disso tudo...
Sentei na beirada da cama, puxei seu braço, ela sentou em meu colo.
— E Valéria? – acarinhou meu rosto...
— Deixei com Dolores...
— Vocês...
— É... Ela mora comigo... Vocês também vão... – Solange se mexeu, olhei para ela, o lençol caiu de lado, dormia nua – Tua garota...
Suelen olhou para a filha, e depois me beijou.
— Tu nunca desconfiou de nada, né Dinho?
— Desconfiar de que?
— Nada, esquece... Como vamos fazer?
— Antes quero tomar um banho... Vamos?
Não permiti que ela respondesse, carreguei-a no colo e entramos no banheiro.
— Não seria melhor alugar um cantinho?... – falou enquanto tirava minha roupa – Valéria pode não gostar...
— Conversamos sobre isso e tendo a doidinha tudo vai dar certo... – olhei para ela, não era mais aquela menina de corpo perfeito, a idade e os maus tratos dos últimos anos deixou sequelas – Dolores vai ajudar, Solange deve ficar no DRACEMA, onde Valéria estuda...
— O que Dolores acha de vocês dois?
— O que é que tem? – nos abraçamos, os seios já um tanto caídos ainda eram bonitos – Está com ciúmes?
— Não, seu sacana... – nos beijamos – Então... Estais casado?
— Casado, não... É minha sobrinha, lembra?
— Mas tu comeu ela...
— Isso foi há muito tempo e...
— Tenho nada com isso, Solange...
— Tio? – a garota sorriu e correu para meus braços – Tu chegou quando Dinho?
Segurei sua bundinha e ela me abraçou com as pernas, não tinha mudado nada daquela pivete que soube querer.
— Fui em quem pediu pra mamãe te chamar... – a boca macia, os lábios vermelhos colaram em minha boca e nos beijamos sem nos importar com Suelen parada, encostada na parede e nua – Tu vai levar a gente?
— Vou... Vocês vão ficar conosco... – olhei para Suelen, ela sorriu – Isso se vocês quiserem...
— Claro que quero... Claro que queremos, né mãe? – olhou para a mãe que balançou a cabeça – Tava morta de saudades de meu tio gostoso... – novamente nos beijamos.
Não era mais a menininha de antigamente, era uma moça bem encorpada e muito pesada para um homem já não tão novo e sentei no vaso.
— Puxa! Como o tempo passa sem nos darmos em conta... – brinquei – Toma banho conosco?
— Contigo faço tudo... – olhou para a mãe que franziu o cenho – Mamãe tá com ciúmes...
— Tô não filha... – farfalhos os cabelos da filha – Sei que você é louquinha por esse teu... Tio...
— Sou mesmo mãe, sou mesmo...
Não tinha como ser diferente e nem como reter a ereção tendo uma pequena deusa nua em meu colo e uma rainha nos velando.
— Não demorem, teu tio quer tomar banho... – aproximou, beijou meu rosto e entrou no banheiro.
— Sabe Dinho, a mãe... – suspirou sentindo meu cacete estrebuchar debaixo dela – Porra cara, esse pau não fica mole nunca?
— Pare com essa brincadeira filha, tua mãe... – ela olhou moleca, levantou e colocou o pau no lugar certo – Não Solange, tua mãe...
Não consegui terminar, Solange sentou e o pau escorregou para dentro...
— Ai! Dinho... Nunca... Nunca me acostumo... Ui! Merda! Espera...
Não vi Suelen sair do banheiro, mas senti sua mão carinhosa acarinhando meus ombros, Solange olhou para a mãe e sorriu.
— Filha... Ele é teu pai...