Meu chefe, meu príncipe - Adeus!

Um conto erótico de LuCley
Categoria: Homossexual
Contém 2683 palavras
Data: 19/04/2016 01:03:42

E aí??? Tudo certin, bunitin? Obrigadin por tudin...Parei! hahaha... espero que curtam essa parte... bjs :)

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Aproveitei pra dar uma corrida na orla no sábado de manhã. Deixei meus amores dormindo e fui encarar o calçadão depois de quase dois meses sem correr. Depois da corrida, fui ao clube nadar. Meu Deos, como eu estava "enferrujado". Lembrei dos velhos tempos e comecei a rir. Saber que foi em uma saída básica da piscina que fez meu coração disparar quando vi o Edu me estendendo uma toalha... me deu até forças para continuar nadando. Tomei uma ducha rápida e fui pra casa. Quando cheguei, peguei a Maria chorando no sofá da sala. Fiquei em pânico.

— pelo amor de Deus, o que aconteceu?

— Ahh meu filho, senta aí. A tua cunhada acabou de ligar. Teu sogro faleceu de madrugada, dormindo.

Me afundei no sofá e me senti mal com meu egoísmo ao saber que o Edu não estava mal. Ele ia ficar arrasado, ainda dormia com a Bruna em nossa cama. Fiquei sem saber o que fazer quando a campainha tocou. Era o Vitinho com o Daniel a tira colo. Abri a porta e o moleque se jogou pra cima de mim; chorando e perguntou do tio.

— ainda não contei. Nem sei como vou fazer isso. Acabei de chegar da rua e eles ainda estão dormindo.

— coitado do tio... quer que eu distraia a Bruna pra você falar com ele?

— quero e preciso que vocês façam isso.

Lavei meu rosto no lavabo e fui até meu quarto. A Bruna estava levantando quietinha pra não acordar o papi. Dei um beijo nela e disse que o Vitinho estava em casa com o namorado. Ela adora os dois e saiu toda serelepe. Respirei fundo e me deitei ao lado do Edu. Ele acordou e fiquei sem chão..

— bom dia meu amor...que sono. Acabei de sonhar com o papai. — eu me segurei pra não chorar...

— bom dia. Amor, a gente precisa conversar sobre ele... — aí não teve jeito.

Meus olhos se encheram de água e ele começou a chorar sem eu nem ao menos dizer nada.

— não... não...não... Deus...não.

Trouxe ele para meus braços. O sufoquei em meu peito e dei colo pro meu amor. Ele chorou, soluçou e me apertava forte.

— chore...desabafe. Eu estou aqui, sempre estarei. Você não está só...mas chore...

— quando foi?

— de madrugada. Ele tava dormindo.

— nem em sonho ele deixa de brigar comigo. Disse que me amava, mas que eu tinha que aprender a não ser como ele. Que eu tinha que ser mais flexível. Mas ele me abraçou, me deu um beijo na testa como sempre fez...isso eu herdei dele. Já contou pra Bruna? Onde ela está?

— na sala com os meninos. Ainda não contei. Venha, vou te dar um banho. Suas irmãs estão correndo atrás de tudo. Quer tomar café?

— só um banho. Não fique chateado se eu quiser ficar sozinho um pouco?

— claro que não, meu amor. Te espero na sala.

— não, me espere aqui.

— tudo bem.

Ele ficou uns vinte minutos no banho e me pediu um abraço.

— te dou meu abraço, minha vida, meu amor... meu coração já é teu...isso você já sabe.

— e o meu é teu. Eu preciso ajudar minhas irmãs a preparar o funeral de papai. Outra coisa, ele sempre disse que queria todo mundo de branco quando ele morresse. Coisas do seu Gracindo, mas nós prometemos que seria assim. Ele não queria ninguém de luto porque ele fez tudo para que fôssemos uma família feliz, e fez mesmo. Meu pai não era prefeito, tinha suas chatisses, assim como eu, mas ele amava a família com toda a sua diversidade. Nunca negou apoio a ninguém, sempre justo e solidário... ele era assim, meio torto, mas correto.

— eu sei disso tudo. Você já me contou cada história... Agora vamos, você acha que está bem?

— eu estou bem. Meu pai morreu com a família toda em paz, ele sempre tinha medo de conflitos e dizia que se todos estivessem em paz, ele morreria tranquilo. Então, assim ele se foi, tranquilo.

Fomos pra sala e a Bruna já estava sabendo. Veio nos abraçar e dizer que o vô tinha ido pro céu.

Pedi aos meninos que ficassem com Bruna e fomos ao IML.

*

*

*

Fizemos como havia pedido o meu sogro. Todos de branco. Foi emocionante, ele foi homenageado por toda a cidade. Seus feitos pela Engenharia nunca passaram em branco, mas nesse dia, todos se superaram em dizer que ele era Brilhante.

— vai custar mais caro? Vai! Mas também não vai despencar na cabeça de ninguém com o passar dos anos. Pode comprar!

Era o quê ele dizia quando um orçamento passava do valor previsto.

Seu corpo repousou ao lado de sua amada.

*

*

*

— amor...amoooooor.... — ele abriu os olhos e meu coração se acalmou.

— ain, credo... pra quê me acordar assim?

— ain? hahaha, viadão...adorei. Porque você pediu. Lembra que vamos gastar seu dinheiro no shopping?

— hahaha, verdade. Vai comprar o quê?

— sei lá, quando chegarmos eu vejo. Vou acordar a Bruna...ela vai amar. — antes de eu me levantar, ele me puxou pelo braço.

— aaain...me machucou

— aaaaaaainnnm, peguei isso de você. Vai lá, acorda aquela espoleta.

Antes de eu abrir a porta do nosso quarto, ouvi ela matraquiando com a Maria na sala.

— posso saber o porquê dessa falação?

— bom dia pai. A Maria não quer me deixar comer aqui.

— eu já disse a ela pra comer na sala de jantar. Depois enche de formiga esse tapete e quem vai limpar tudo? — Maria e suas razões.

— pra sala de jantar e peça desculpas...

— desculpa... vou comer na cozinha então. — ué, porquê? — fiquei confuso.

— porque eu a Maria ficamos conversando...

— hahaha, ai meu Deus. Estavam agora pouco discutindo.

— quem estava discutindo? — a Maria interviu.

— ninguém estava discutindo pai. Você é doido.

— eu doido? Ahhh, quer saber? Vocês que se entendam... eu heim?

Desisti das duas e abri a porta pra pegar o jornal pro Edu. Deixei sobre a poltrona favorita dele e fui pra cozinha tomar café. Pedi a Bruna que se arrumasse pra irmos ao shopping e dei folga pra Maria.

— folga, hoje?

— sim...vai me dizer que prefere ficar aqui lavando louça?

— já estou indo... volto amanhã bem cedo.

— pode ser, vai pra casa da sua mãe? Quer uma carona?

— vou e quero. Já vou me arrumar. Dois minutos.

Esperei as duas se arrumarem e o Edu veio vestido de camisa gola V, uma bermuda cargo e chinelos. Quase morri...

— deos, me acuda! Cade meu marido?

— não gostou? Vou me trocar.

— ei, volta aqui, meu lindo. Adorei. Não acredito que saiu do social...

— ficou bom?

— ficou ótimo. Te rejuveneceu uns dez anos. Amei!

— obrigado. Porquê estão comendo na cozinha?

— também não sei, senta ai e toma café comigo. Adorei você assim. Está parecendo eu.

— kkkkk. Jura? Estou com cara de garotão então?

— meu garotão. Amo você. Vou pegar seu jornal.

Ele me segurou e me beijou. Disse que leria o jornal quando voltassemos. Achei meio estranho. Ele sempre lia o jornal tomando café, eu adorava, achava sexy e me excitava vê-lo tão sério.

— adoro a sua boca...— ele disse.

— e eu adoro esse cabelo. Quero fazer amor com seu cabelo.

— hahaha, que fetiche pelo meu cabelo.

— mas é lindo...você é lindo. Adoro seus olhos... ainda mais me olhando assim.

— vou passar meu cabelo no seu olho...

— isso...vai...passa ..delicia...

— eu heim...kkkkk.

— me senti com dezessete anos, me masturbando vendo fotos de homens mais velhos e pelados...

— hahaha. Agora eu entendo todo esse amor...é uma tara antiga.

— sim, eu casei contigo só pra esperar seu cabelo ficar cinza... agora quero o divórcio. AiAi...vamos voltar ao normal.

— quer mesmo?

— o quê?

— o divórcio...

— claro que não, eu amo essa cobertura...

— hahaha, bobo.

— eu amo você Carlos Eduardo.

— eu tenho absoluta certeza disso. Porque você acorda todos os dias de pau duro por mim...

— hahaha, claro...eu me esfrego em você a noite toda.

— irrita tem horas, heim? Você não me deixa dormir.

— hum... mas adoro o cheiro do teu corpo. Não resisto ao meu Véio.

— eu sei, bobo. Pode se esfregar, eu adoro. Posso te fazer um pedido?

— deve!

— seja sempre esse cara moleque que você é. De implicante já basta eu. Eu adoro esse nosso equilíbrio. E ao contrário do que pensa, eu sei sim que você ama...sei sim o quanto sou importante pra você. Você era jovem quando nos casamos, eu admirei a grandeza do seu amor por mim naquela época. Eu nunca traria alguém pro meu coração se não fosse verdadeiro.

— eu serei, prometo. Não sei ser de outra maneira. E você só é implicante as vezes.

— falando em ser implicante, onde estão aquelas duas?

Deixei o Edu tomando café. Fui chamar a Bruna e ela.estava escolhendo um sapato. Disse para calçar tênis. Expliquei que fosse o mais confortável possível para que não se cansasse. Ela pensou por alguns segundos e calçou os tênis All Star de "caveirinha".

— acho que alguém aqui precisa de um tênis novo...

— não, é estiloso andar com os tênis surrados, não sabia?

— rsrs, se você gosta...quem sou eu pra discordar? Seu papi já está pronto. Ah, ele está meio diferente do habitual...cuidado pra não espantar ele. Sabe como ele é, não sabe?

— acho que sei...estou pronta. Posso comprar umas camisetas novas? Àquelas do Legião Urbana...

— desde quando você ouve Legião Urbana?

— desde o dia que eu despretenciosamente mexi nas suas coisas antigas e achei uns CDs...

— quando quiser alguma coisa, me pede...OK?

— desculpa, pai. Entendi. Posso ficar com aqueles CDs?

— rsrs, pode. Vamos? Antes que o Edu desista...

A Maria nos esperava com o Edu na cozinha. Deixamos a Maria na casa da mãe dela e fomos para o shopping. Combinei com a Bruna de nos encontrarmos na praça de alimentação em uma hora. Seria tempo sufiente para que ela pudesse comprar o que quisesse e não ser vista com dois pais à tira colo. Antes ela adorava nos exibir, mas aos dez anos as coisas estavam meio que mudando. E não era pelo fato se sermos gays, mas por simplesmente sermos pais.

O Edu e eu ficamos perambulando por algumas lojas. Eu me enfiei no meio de uns jeans. Provei vários com a supervisão do meu marido.

— muito folgado. — ele disse.

— mas é assim mesmo. Não gosto de nada apertando meu saco.

— não gosta? — sorriu sacana.

— só quando você aperta. Nossa, que safado!!

— hahaha, leva esses três e mais essa aqui de bônus. Ficou lindo nesse jeans apertado.

— tudo bem...gostei de todos. Ah, não quer provar nenhum?

— pode ser. Vai que me encanto por um jeans...do mesmo modo que me encantei por você? Aí não deixo mais de "usar"...

— hahaha, cachorro! Vai lá provar, eu te espero.

Eu estava começando a gostar do novo estilo do Edu...embora o antigo me excitasse. Os ternos e gravatas Italianos, as camisas, as calças sociais que me deixavam excitado quando marcava sua bunda. Eu adorava. Ele, com seus 58 anos muito vem vividos, desbancava qualquer um. Sempre bem arrumado, unhas feitas e um corte de cabelo impecável. Ele era um coroa enxuto e lindo, em todos os sentidos.

Ele separou os que mais gostou e veio rindo, perguntei o quê era e disse que até parecia que nunca havia usado um jeans na vida. Fui até ele e o abracei, ali mesmo, no meio da loja...

— claro que você usava, muito raramente, mas usava. Sabe, preciso falar algo...não quero que assute e tão pouco reprima sua filha.

— humm, o que está acontecendo?

— bom, ela andou mexendo em umas caixas antigas minha, e acabou encontrando aqueles Cds do Legião Urbana. E digamos que ela vai começar a andar pra cima e pra baixo com a cara do Renato estampada no corpo. Inclusive, ela está justamente fazendo isso agora: comprando camisetas do Legião.

— até esses dias ela brincava de bonecas..

— ela está com dez anos...ela é esperta, independente e decidida, tem uma personalidade fortíssima. Entende o que eu quero dizer?

— que vamos começar a ouvir música alta e acordes de guitarras pela casa e temos que saber lidar com isso?

— exatamente! Bom, também...Converse com ela, temos vizinhos chatérrimos e com certeza vamos acabar nos incomodando. Mas seja flexível, você sempre soube dizer o que ela gosta de ouvir, mas ao modo que ela faça o que você quer.

— temos uma filha roqueira...AiAi meu coração...

— hahaha, aguenta aí coração... você queria uma filha...

— que ouvisse Mozart... okay, estou exagerando. Eu adorava o Renato...

— e quem não adorava?

Olhei meu relógio e fomos encontrar a Bruna. Ela já nos esperava e ainda de quebra ganhamos uma bronca.

— estão atrasados.

— dois minutos, apenas. — disse rindo e nos sentamos.

— papi, você está tão bonito...

— muito obrigado. Você também está linda... com esses tênis sujos e essa camiseta preta do...Legião Urbana...Onde está a roupa que você veio?

— aqui, na sacola. Não via a hora de vestir essa camiseta. Gostaram? Ah, comprei esses CDs do U2, Guns N'Roses e de outras bandas...nossa tem tanta coisa naquela loja... querem ver?

Um sim, foi dito por nós dois e ela despejou tudo sobre a mesa. Tinha de tudo, até uma camiseta com CDs do Metálica. Eu perguntei a ela onde e quando ela aprendera a gostar de rock e heavy metal e sei lá mais o quê.

— com o Vitinho...ele adora essas bandas. Aí ele colocou pra eu ouvir e adorei. Tudo bem pra vocês?

— sim filha, tudo bem. Mas sabe que tem um certo volume permitido no prédio, não sabe?

— claro que sei. Olha esses fones que eu comprei...

Graças a Deus ela tinha comprado fones de ouvido pra ouvir tudo aquilo. Pedi que guardasse tudo e fizemos o pedido. Ela estava feliz, radiante e o Edu me olhava querendo que eu a resgatasse de seu novo estilo.. Ela terminou de comer e foi ao banheiro.

— ela estava usando uma pulseira de couro? Lauro, meu amor...chega de Vitinho lá em casa...

— hahaha, pare...não é o fim do mundo. Pensa pelo lado positivo: ela nos confia sua intimidade, sempre foi assim. Ela sempre nos manteve informado de tudo que faz. Precisamos conservar isso, sempre atentos, mas respeitando suas vontades e impondo de um modo justo seus limites. Seus cabelos já estão brancos mesmo... não vai te acontecer mais nada.

— hahaha, sacana. Ela está vindo. Eu quero ir pra casa comer comida de verdade.

Chegamos e a Bruna disse que ia ficar no quarto ouvindo música. O Edu foi pra cozinha arrumar alguma coisa pra comer e fui guardar as sacolas no quarto. Fui até a cozinha e ele estava comendo. Puxei uma banqueta e me sentei ao seu lado e começamos a conversar.

— pode começar a falar... — ele me encarou entre uma garfada e outra.

— como assim?

— você acha que eu nasci ontem? Fazendo as refeições na cozinha, não se chateado com as coisas daqui de casa, se vestindo de modo diferente do habitual, voltando cedo pra casa; ou pensa que não notei? Eu te conheço meu amor...te conheço o suficiente pra saber que depois que seu pai faleceu, você vem mudando seu estilo de vida. Pra melhor, isso é ótimo. Você tem se cansado menos, está com uma aparência otima e menos irritante...

— pensei que passaria despercebido...

— por qualquer um, menos por mim.

— acha que estou exagerando? Eu passava tempo demais sendo igual ao meu pai em partes e menos tempo com a minha família. O papai sempre teve esse equilíbrio, mas eu não. Não posso e nem quero ser um mal pai pra Bruna e um mal marido pra você. Isso eu não admito.

— você é um ótimo pai e um excelente companheiro. Temos nossos altos e baixos as vezes, mas amor, nunca nos faltou respeito. Agora venha ler seu jornal. Adoro você vasculhando o caderno de imóveis... é tão sexy...

— adoro você me olhando tomar banho...vem me olhar tomando banho...vem!

— hahaha, ei...espera aí. Não vou só olhar não... — ele saiu andando.

— vem logooo...

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Comentários

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Nossa é exatamente o que eu sonho pra mim...

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Já falei e repito, tenho inveja do lauro.

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Mais um capítulo maravilhoso e emocionante! Nota mil!

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Quando eu penso que não, teu conto melhora. Tô in love. ♥♥♥♥♥♥

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Pensei que o "Adeus", do titulo fosse o Eduardo, ainda bem que não foi! PS: Se estiver pensando em fazer um capítulo com a morte de um dos dois, esqueça, por favor, esqueça!

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