Estava na cidade vizinha, fazendo hora na lanchonete de um conhecido, quando veio até mim uma loirinha sorridente, mais ou menos da minha idade. Estava usando um vestidinho florido e comportado, e na mão trazia um bocado de panfletos. Tratou logo de me entregar um.
- Boa tarde! – Cumprimentou. – Você teria alguns minutinhos para ouvir a palavra de Deus? – E já foi sentando-se numa das cadeiras da mesa que eu estava ocupando.
Dei uma rápida olhada no conteúdo do papelzinho. Alguns salmos e um texto reflexivo. Entendi logo do que se tratava.
Com nenhum pingo de vontade, mas tentando ser educado, acabei aceitando a proposta.
- Sério? – Ela pareceu genuinamente surpresa. – Posso mesmo? –
- Pode. – Confirmei, meio confuso com a reação.
- Você é o primeiro, hoje. – Ela esclareceu, meio envergonhada. – Ninguém está muito afim de parar para me ouvir. –
Na hora, me veio um repente.
- Duvido. – Respondi. – Bonita como você é, os marmanjos devem fazer até fila só para te escutar. –
Meu comentário arrancou uma risada e, a partir daí, tudo ficou mais fácil. O papo fluiu naturalmente. A menina me contou que chamava-se Kaline, tinha 20 anos (mesma idade que eu), fazia um curso técnico no instituto federal e era evangélica desde que se entendia por gente, embora nem perto de ser tão radical quanto os pais. Fazia parte das “Novas crentes”, brincou.
- “Novas crentes”? – Instiguei-a a contar mais.
- É uma brincadeira. Bobagem. – Ela riu. – Uma coisa que tenho com as minhas amigas. –
- Quer dizer que vocês não usam aquelas calçolas gigantes? – Resolvi ousar um pouco, aproveitando o tom de brincadeira.
- Não! – Ela apressou-se a esclarecer. – Estamos mais para o fio-dental. –
Opa!
Rapidamente visualizei uma perspectiva. Fiquei muito mais interessado no papo. Pedi um suco para ela e outro para mim, e fui cada vez mais puxando assunto. Conversamos até cansar.
No final, quando ela disse que precisava voltar para o grupo, pedi-lhe que me desse seu número.
- Não posso. – Ela falou, para a minha total surpresa. – Tenho namorado. –
- Namorado? – Repeti, incrédulo. As coisas estavam indo tão bem...
- É. Dois anos, no próximo mês. – A loirinha explicou, já se encaminhando para a saída. – Desculpa não ter falado antes. –
Namorado? Quem poderia imaginar, do jeito que ela estava se entregando à conversa? Fiquei assistindo-a ir embora, imaginando que aquela era uma preciosidade. Branquinha, mais ou menos da minha altura, sem muito busto, com pernas grossas, uma bundinha arrebitada fazendo-se notar por baixo do vestidinho, e um sorriso muito bonito. E provocativa, por trás da máscara de menina da igreja. Seria um desperdício deixa-la simplesmente...
Saí correndo, desembestado.
Alcancei-a ainda a poucos passos de onde estávamos e mais uma vez insisti para que me desse seu telefone. Como amigo, ao menos. Fui tão incisivo que acabei conseguindo.
- Mas não me liga, tá? – Ela insistiu. – Meu namorado não vai gostar. –
“Tá bom.”, foi o que eu disse. Liguei para ela no dia seguinte.
Falamos pouco. Ela explicou que não podia ser vista tendo contato com um desconhecido. Ainda mais um homem. Mas, mesmo assim, o tempo ainda foi suficiente para que eu arrancasse dela a confissão de que me achara “interessante”.
- Mesmo? – Perguntei, feliz da vida.
- Mesmo. – Ela confirmou. – Mas tenho namorado. –
- E daí? – Provoquei.
- E daí que ele é da igreja, os pais dele conhecem os meus, já estamos juntos a bastante tempo, e eu gosto muito dele. – Sua voz soou atormentada, do outro lado da linha.
- Se você gostasse dele tanto assim, não estaria conversando comigo. – Retruquei.
- Tem razão. – Ela anuiu. – Tchau! –
E desligou. Sem mais nem menos. Também não me atendeu mais naquele dia, e nem nos seguintes.
Só com muita insistência consegui falar com ela outra vez. Quase uma semana depois.
Novamente conversamos pouco. Mas, dessa vez, foi mais do que o suficiente. Kaline foi curta e grossa, dizendo que queria me encontrar. Marcamos um horário e um local.
Levei o carro e apanhei-a no ponto de encontro. Estava bonita, cheirosa e apressada. Pediu para que eu procurasse num local sossegado, para que pudéssemos conversar à vontade.
- Um motel? -Arrisquei.
- Não abuse. – Foi a resposta dela.
Tive que me contentar com uma ruazinha deserta.
- Nunca mais vou te ver. – Ela foi logo falando.
- Por que? – Perguntei, assustado com o ultimato.
Kaline começou a enumerar os motivos. Eram todos justos, infelizmente.
- Só pensei que... Bem... Toda aquela conversa legal que tivemos, e você dizendo que me achava “interessante”. – Tentei me explicar. – Achei que você estava afim também. –
- Mas eu estou, bebê. – Ela devolveu. – Só não posso. –
Não tive dúvidas. Quando ela fechou a boca, pulei em cima dela e arranquei-lhe um beijo. Depois outro. E outro. E outro. E outro...
Começamos uma pegação ali mesmo, dentro do carro. Ela entrelaçou os braços por trás da minha cabeça e eu mais do que depressa pus minhas mãos para a grata tarefa de explorá-la, enquanto nossas línguas se embolavam.
Fiquei até sem fôlego.
Estava maravilhoso! Sentir o cheio adocicado dela, a maciez de sua pele, o gosto da sua boquinha... Me subiu um tesão naquela hora que muitas vezes não sinto nem no meio de uma foda. Fui descendo a mão, primeiro por cima de suas pernas desprotegidas, depois adentro pela parte interna das coxas, aproveitando a abertura do vestidinho, até finalmente sentir o pano da calcinha.
- Não pode! – Ela desvencilhou-se, já dizendo.
- Só um pouquinho. – Praticamente implorei.
- Não! – Ela disse, com uma firmeza que não deixou muito espaço.
Fiquei puto! Justo quando estava sentido aquela quentura maravilhosa emanando tão perto do meu dedo, a um tecido de distância... Me senti uma criança que descobre que cancelaram o natal! Tão decepcionado e contrariado que estava prestes a desistir dos amassos.
Mas eis que veio a redenção.
- Quero te pedir uma coisa. – Ela disse baixinho, toda envergonhada de repente.
- O quê? – Respondi mais ríspido do que queria.
- Eu nunca vi um... – Ela estava praticamente cochichando, e tão vermelha que parecia um tomate. – Um pinto. –
Quase gozei, só com aquilo!
- Quer ver? – Ofereci imediatamente. Papai Noel voltou!
Ela confirmou com um aceno.
- Então vai. Abre a minha calça. – Ajeitei-me no banco do carro, na melhor posição que consegui encontrar para facilitar-lhe.
Toda tímida, Kaline obedeceu. Completamente sem prática, teve trabalho para abrir o cinto e ainda mais para livrar-se do botão e do zíper. As mãos tremiam. Quando finalmente baixou o jeans, e em seguida a cueca, meu mastro pulou para fora, rijo e pulsante.
Estava em ponto de bala. Doendo, de tão estimulado.
- É grande, né? – Ela comentou, sem ter muito o que dizer.
Confesso que me enchi de orgulho.
- Pega um pouquinho. – Ofereci.
- Não sei... – Ela ponderou um bocado, sem tirar os olhos do meu membro.
- Vai lá. – Incentivei, persistente. – Se você não aproveitar a oportunidade, vai se arrepender... E, além do mais, ninguém vai ficar sabendo. –
Kaline estava relutante, mas aos poucos foi cedendo. Sua mãozinha indecisa moveu-se devagarzinho por cima da minha perna, escorregando cada centímetro até finalmente chegar no objetivo. Nesse momento, envolveu-o com a maciez de sua palma e apropriou-se dele.
- É quente. – Comentou. – E duro. –
Passei a mão em seus cabelos.
- Sabe o que fazer? – Perguntei.
Ela confirmou.
- Vi nos filmes. –
- Então vai lá. – Dei-lhe o sinal positivo.
E ela foi. Começou a masturbar o meu falo com toda a delicadeza do mundo, me fazendo suspirar de tanto prazer. A todo momento perguntava “Estou fazendo direito?” “É assim?”, “Mais rápido?”... Ficou toda cheia de si quando lhe respondi que estava maravilhoso. Que ela nascera para aquilo.
- Agora falta só chupar... – Propus, quando já senti que estava perto.
- Eu? – Kaline perguntou, assustada.
- É. – Confirmei. – Só um pouquinho. –
- Não. Eu... –
Mais uma vez apelei para a insistência. E mais uma vez deu certo.
Ela foi toda tímida, da melhor maneira que consegui, e passou a língua na minha glande. Uma vez, relutante, e outra, logo em seguida, mais segura. Não demorou, e já estava mamando no meu caralho como se fosse um pirulito.
Foram poucos minutos, mas todos eles memoráveis. Saber que aquela loirinha safada nunca esqueceria do primeiro pau que colocara na boca fez com que eu me sentisse o macho alpha, e provocou um orgasmo poderoso.
Tão intenso e repentino que Kaline não conseguiu acompanhar a velocidade. Sua boquinha ficou cheia de porra e, acreditem se quiserem, a parte mais estimulante foi vê-la cuspir tudo com carinha de nojo e espanto. Mesmo que, depois, minha camisa tenha virado uma coisa nojenta, de tanta porra que foi limpa.
De imediato, até pedi desculpas pelo descontrole. Mas não eram sinceras. Desde o início, minha intenção era fazê-la experimentar do meu gosto. Queria dar-lhe mais essa lembrança. E foi isso que lhe disse quando a deixei no lugar que pediu.
Kaline já estava abrindo a porta do carro quando agarrei seu rostinho pelas bochechas e virei para mim. Olhei-a nos olhos e pedi:
- Quando estiver beijando o seu namoradinho hoje, lembre-se do gosto da minha pica na sua boca. –
E a putinha sorriu! Sorriu, meus amigos, de orelha a orelha.
Logo depois, retomou a compostura. Juntou o resto de dignidade que ainda lhe restava e me pediu para nunca mais procura-la. Disse que falava sério dessa vez, e agradecia se eu a respeitasse.
“Tá bom.”, foi novamente a minha resposta. Mas, dessa vez, ao contrário da outra, obedeci.
Nunca mais avistei a loirinha.