Antes mesmo de estar de olhos abertos, eu já sabia do que me esperava e já tinha consciencia do que acontecia entre uma respiração sonolenta e outra.
Senti minha pele nua e meus pelos se arrepiando a cada toque minimo e delicado sobre a minha coluna. Reconheci o calor dos dedos e da palma da mão que me tocava, que pertenciam a um corpo que era tão meu quanto o meu próprio.
Rio baixinho mas ainda assim não abro os olhos, ansiando por manter o contato concentrado naqueles toques tão sutis quanto significativos, mas devo confessar que não foi nada desanimador quando as pontas dos dedos que corriam pela minha pele foram substituidos por labios quentes e pelo roçar de dentes entre meus ombros.
Suspirei e abri os olhos, vendo nada além de luzes douradas que atravessavam a janela e refletiam nas minhas mãos, que nesse estágio já seguravam o lençol com força. Não foi surpresa sentir as mãos acariciarem a parte interna das minhas coxas e muito menos quando foram separadas devagar. Se antes ela tentava ser sutil com meu corpo ainda sonolento, agora o meu e o dela compartilham do mesmo desejo e da mesma energia correndo pela nossa pele como uma corrente elétrica.
Desisto de me concentrar em me manter quieta e me viro, com olhos cor de ambar me acompanhando. Seguro sua nuca e a puxo pros meus lábios, enrolando seu cabelo entre meus dedos pra que ela tenha certeza de onde quero que chegue.
Chupo seu lábio inferior e o seguro entre os meus, rindo baixo e surpirando ao sentir as mãos firmes na minha cintura, me puxando pra baixo com autoridade e em seguida beijando meu pescoço de um jeito que só fazia a eletricidade pela minha pele aumentar.
Os beijos então encontraram minha clavícula e seios. Ela realmente parecia se divertir nesses ultimos. Sua boca alternava entre força e suavidade, passando só os lábios de leve e depois chupando e mordendo os mamilos. Gemi, deixando meu corpo se soltar mais e meus quadris responderem por mim. Os beijos desceram pra minha cintura e ouvi seu riso debochado. Ela com certeza tinha ouvido meus gemidos, que agora só se intensificavam.
Sua mão abriu minhas coxas e ela parecia se deliciar com o que encontrou.
Como eu podia estar tão molhada?
Seu riso se transformou em um gemido sua boca já estava mordiscando meu quadril quando ela olhou nos meus olhos e segurou minhas duas mãos juntas. Senti o calor entre minhas coxas se espalhar ainda mais, depois desse sinal claro do que estava pra acontecer.
Inclinei minhas costas quando ela passou a lingua pela minha virilha e mordeu a parte interna da minha coxa. Gemi mais e consegui libertar uma das minhas maos pra segurar seu cabelo quando senti seus olhos de novo em mim, me provocando enquanto encostava a ponta da lingua no meu clitoris.
Senti minha cabeça girar deliciosamente quando as estocadas continuaram cadas vez mais firmes onde tinha começado, e automaticamente minha cintura começou a tremer.
As estocadas diminuiram até quase parar, o que me fez soltar uma reclamação que saiu de algum ponto entre minha respiração ofegante e meu morder de lábios.
Ouço de novo seu riso e antes mesmo de conseguir me apoiar pra olha-la sua boca volta pra mim, primeiro devagar e depois firme num ritmo constante.
Meu corpo parece esticar e quebrar e estar em chamas, e ouço gemidos que nem consigo mais identificar se são os meus. Meu corpo treme e meus dedos puxam seu cabelo com toda a força que consigo reproduzir.
E então tudo que consigo sentir é ela. Seus lábios, seu calor. Os dedos segurando minha cintura.
Gozo na sua boca. Várias vezes. Ela parece tão capaz de parar quanto eu.
Meu corpo não consegue mais se manter tremendo e já mal sinto minhas coxas quando enfim ele amolece e sinto meu nome sair dos lábios dela como um gemido de aprovação.
Deitada em meu quadril, a luz faz com que ela pareça irreal.
Acaricio seu rosto e respiro fundo, abrindo um sorriso sem forças.
Ela sobe e beija meus lábios.
Nada se compara.