Pedro - eu gosto de tu cara... Infelizmente eu gosto de tu.
Junior - então aproveita enquanto eu tou por aqui. Por que eu não vou mudar de ideia.
Pedro - e como eu posso aproveitar?
Junior - fica dormindo aqui comigo.
Olhei para os lados, e vi um confortável sofá.
Junior - voce ta tendo varias ideias neh!? - Safado... se eu não estivesse nesse estado, voce iria ver só o que ia te acontecer.
Eu sorri.
Junior - por que ta me olhando assim?
Pedro - por nada pô.
Junior sorriu.
- Voce quer alguma coisa? (disse ele ainda sorrindo).
Pedro - claro que não.
Junior - Voce quer. Sua cara não mente.
Pedro - ah véi. Eu vou embora. Voce ta querendo tirar onda com minha cara.
Junior segurou pelo meu braço. - Fica aqui comigo.
Pedro - Eu não posso. Tenho que ver meu pai, e resolver umas paradas ainda.
Junior - então fazemos assim. Voce ver seu pai, resolve essas paradas, e a noite tu volta.
Pedro - Vou pensar cara, mas não garanto nada.
Junior - Voce não vai pensar nada. Voce vai vir.
- Poxa. Não aguento mais ficar sozinho, voce não sabe o quanto isso é ruim. (disse ele reclamando).
Pedro -e por que tua família não pode vim te ver?
Junior - Porra, mas uma vez essa historia? Caralho cara olha o meu estado. (diz ele irritado).
Pedro - Calma pô. Não quer falar eu não vou insistir.
Junior - É que essa conversa me tira do serio.
Pedro - não ta mais aqui quem tocou nesse assunto.
Junior - tu já vai? (perguntou vendo eu me retirando da sala).
Pedro - claro. Tou fazendo maior esforço por ti, e só levo paulada.
Junior - Cara... Tu é muito frouxo. Fica com raiva por pouca coisa.
Pedro - pouca coisa pra ti. Eu não curto ser tratado assim.
Junior - Ta bem princesinha, me desculpa. Prefere assim? (perguntou ele com ironia).
Junior - ah. Va tomar no cú.
Deixei ele falando sozinho. Saí da sala, mas antes de fechar a porta ainda conseguir ouvir ele gargalhando.
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Antonio, e eu fomos ate a uti, onde estava meu pai.
Vê-lo naquele estado era de partir o coração.
- Agora é questão de tempo para ele se recuperar. Aqui vai ser bem melhor pra ele. (diz Antonio por trás de mim).
Eu nada respondo.
- Conversei com o medico. (disse Antonio).
- E aí. O que ele disse? (perguntei rapidamente).
Antonio - nada diferente do que ja sabemos. Temos que aguardar pelos estímulos dele.
Pedro - mas ele nao falou se tem uma previsão?
- infelizmente não. (disse Antonio com uma expressão triste no rosto).
Eu derramei uma lágrima.
Antonio me abraça por trás, tentando me consolar.
Antonio - fé patrãozinho. Tenha fé.
Terminamos a visita a meu pai, e resolvemos sair para comer alguma coisa.
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Pedro - Antonio. Eu andei pensando. (disse assim que fizemos nossos pedidos)
Antonio - o que patrãozinho?
Pedro - mês que vem eu faço dezoito anos.
Antonio - verdade. Com essa correria toda eu nem estava lembrando.
Pedro - Nem eu. A Naná que me fez lembrar.
- Eu pretendo tirar minha habilitação. Creio que não vou mais precisar de segurança. O perigo ja passou.
Antonio - o perigo nunca passa. Sempre existirão pessoas querendo fazer o mal.
Pedro - mas agora nao tem mais um perigo diretamente
Antonio - voce fala com tanta propriedade. Como voce sabe disso?
Eu fico sem reação. Perco as palavras.
Pedro - eu suponho que vão pegar os agressores do meu pai. Por isso estou falando que não vou mais precisar de motorista e também por que eu ja vou estar de maior.
Antonio - E o que tem haver Pedrinho? - eu não me importo. Posso o acompanhar ate na velhice.
Eu ri.
Pedro - Acontece que o tempo passa Antonio, e chega uma idade que a pessoa quer ser mais independente.
Antonio - Mas voce pode ser independente. A unica diferença é que terá um motorista particular. Olha só a idade do seu pai, e ele ainda tem motorista particular. Qual é o problema nisso?
Pedro - Não é problema Antonio. Isso varia de pessoa pra pessoa.
Antonio - e voce não me quer mais? (Antonio falava serio).
Pedro - Também não é assim Antonio. Voce vai continuar trabalhando conosco, só que não mais sendo meu motorista.
Antonio - tudo bem Pedrinho. Como voce preferir.
Nossos pratos chegaram e ficou um silencio estranho. Antonio e eu sempre fomos de conversar bastante.
Fizemos nossa refeição e quando ja estava quase acabando eu resolvi puxar assunto.
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- Antonio. O que tu acha de levar teu filho e tua esposa ao parque ,hoje a noite?
Antonio - Não seria uma má ideia, mas hoje estou de serviço na sua casa. (disse Antonio limpando a boca).
Pedro - eu te dou folga.
Antonio - nem pensar. E quem vai ficar contigo?
Pedro - eu sei me virar Antonio, e no mais la em casa tem muitos seguranças.
Antonio -não confio.
Pedro - Porra Antonio. Tu tem que se divertir cara. Tem que pensar na tua família também.
Antonio - Mas eu penso, por isso mesmo trabalho igual um louco.
Pedro - Meu pai também, e olha aonde ele esta agora?
- Na cama de um hospital.
Eu fiz a pergunta e eu mesmo respondi.
Antonio me olhou serio.
O Garçom passou e eu solicitei a conta.
Antonio e eu saímos do restaurante em silencio, entramos no carro e fomos para casa.
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- Voce tem razão Pedrinho. (disse Antonio quando ja estávamos chegando em casa).
Pedro - em que?
Antonio - eu devo me dedicar mais a minha família, devo me divertir mais. Eu sou um cara muito ausente.
Pedro - eu também acho. Porra, o senho é novo, e já e careca de tanto trabalhar.
Falei passando a mão na cabeça de Antonio e sorrindo.
Antonio também sorriu.
Antonio - faz novamente. (disse ele me encarando).
Pedro - o que?
Antonio - passa a mão na minha careca.
Pedro - tu quer? (eu perguntei rindo).
Passei a mão pela cabeça do Antonio, e depois dei um mela.
Antonio - Ai. (Ele gemeu). - Assim não patrãozinho. Com carinho.
(disse ele gemendo).
Eu apenas sorri.
Chegamos a minha casa. Deu apenas tempo de tomar um banho, e tive que sair novamente.
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- Aonde tu já vai, menino? (perguntou a Naná).
Pedro - Vou ter que resolver uma parada.
Naná - É droga é?
Pedro - que droga Naná? - De onde tu tirou isso?
Naná- Pra mim, parada ou é ponto de ônibus publico ou é droga.
Antonio e eu começamos a rir.
Antonio - Não é nada disso, Naná. Parada (disse ele fazendo aspas com os dedos). - É uma expressão usada para dizer que vai resolver um problema.
Naná - é cada coisa que a gente ver. E por que não diz logo que vai resolver um problema?
Eu ri mais ainda.
Pedro - Vou resolver um problema Naná. Melhorou agora?
Naná - logicamente ne Pedrinho!? - Fica ate mais civilizado.
Pedro - também achei Naná. (falei entre risos). - Agora tou saindo, vou resolver um problema, e volto a noite.
Naná - Pedrinho, eu vou visitar seu pai.
Pedro - faz isso mesmo Naná. A noite eu vou ver ele.
Antonio - A noite voce vai ver ele? (Antonio se intrometeu na conversa).
Pedro - sim. (respondi e ja tentei mudar de assunto). - Pede pra alguém te levar e ficar te aguardando lá. (falei me referindo a Naná).
Naná - Vou pedir pra o Vitor fazer isso.
Pedro - isso. Pode ser o Vitor. Agora tenho que ir Naná. Ta ficando tarde.
Naná - ta bom. Qualquer coisa me liga.
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- Voce nao me falou que iria ver o seu pai. (disse Antonio quando estávamos colocando o cinto de segurança).
Pedro - decidi de ultima hora. ( Menti).
Antonio - então o parque esta cancelado?
Pedro - Não Antonio. Tu pode ir. O Vitor me leva e depois me trás.
Antonio - hum. (foi só o que o Antonio falou. Tipico de quando ele estava chateado com alguma coisa).
Pedro - faz essa cara não Antonio. Poxa cara. Você é o primeiro funcionario que eu vejo recusando folga.
Antonio continuou serio.
- Vou dar uma melada na careca do senhor. (falei tentando quebrar o gelo).
Antonio riu. - mela nao, mas carinho pode fazer. O ruim é eu dormir e bater o carro.
Pedro - então é melhor eu nem fazer.
Antonio - Faz. Tou precisando relaxar.
Fiquei com vergonha.
Levantei minha mão e passeei com ela pela cabeça do Antonio.
Antonio parecia relaxar.
Antonio - Voce nem falou pra onde estamos indo.
Pedro - rodoviária.
Antonio - fazer o que na rodoviária?
Pedro - Vou falar com um amigo que esta chegando de viagem.
Antonio - vamos busca-lo?
Pedro - Não. Apenas conversar com ele.
Antonio achou estranho, mas não fez mais perguntas.
Chegamos ate a rodoviária, e eu pedi para Antonio me esperar no carro.
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- Por que no carro? (questionou ele).
Pedro - eu não vou demorar.
Antonio - mas eu posso acompanhar voce. Não faz sentido ficar aqui dentro do carro, a não ser que tu esteja me escondendo alguma coisa.
Pedro - claro que não Antonio.
Antonio - então nao vejo problema nenhum em dar uma circulada.
Pedro - ta bem Antonio. Só não fica muito em cima pro cara não achar estranho.
Antonio - Pode deixar Pedrinho. Eu fico de longe.
E assim foi combinado.
Antonio, e eu saímos do carro.
De imediato passei uma mensagem para o Kevin, indicando que eu ja havia chegado. O cara ainda demorou uns vinte minutos, e depois apareceu usando uma capa de frio com capuz.
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- E aí. trouxe a grana? (disse ele olhando para todos os lados. Parecia neurótico).
Pedro - não tão rápido. Primeiro quero saber toda a historia.
Kevin - não sei muita coisa.
Pedro - quero saber o que tu sabe.
Kevin - me procuraram. Me fizeram uma proposta pra armar uma cilada pra ti cair, mas eu não topei, juro que não topei.
Pedro - continua.
Kevin - eles me ofereceram uma grana. Grana alta. Eu vi que a coisa parecia seria.
Pedro - e aí voce topou?
Kevin - não. Só que eles começaram a me ameaçar. Falaram que iriam matar meus pais.
Pedro - quero nomes. Quem procurou por voce?
Kevin - eu não sei, não lembro. Eu tava assustado.
Pedro - então não tem grana.
Kevin - Eu não posso falar, amor.
Pedro - que mané amor pô? Ta louco?
Kevin - foi mal, é o costume.
Pedro - Eu vou embora Kevin. Queria te ajudar, mas tu ta dificultando as coisas demais. Infelismente vou ter que chamar a policia e dizer tudo o que aconteceu.
Kevin - Eu tou com medo Pedrinho. Eu não tenho segurança nenhuma.
Pedro - então me fala a verdade pô. Eu te ajudo.
Kevin - não sei.
Pedro - quer saber Kevin, não vou perder tempo com voce.
Virei as costas, e Kevin me chamou.
- espera. Eu vou falar o que eu sei.
Retornei e sentei ao lado do Kevin.
Kevin - quem me procurou foi um tal de Raulino, mas tem outros na jogada.
Pedro - Tu lembra de algum Junior?
Kevin - nunca o vi. Mas sempre eu ouvia os caras falando com ele por telefone. Ele e a Madalena são os chefões.
Pedro - chefões?
Kevin - sim. Eles que davam as ordens. Eles que passavam a grana.
Pedro - e qual a ligação deles dois, digo Junior e Madalena?
Kevin - isso eu não sei.
Pedro - aonde essa Madalena mora?
Kevin - também não sei.
Pedro - porra Kevin, tu não sabe de nada cara. Que merda. (falei irritado).
Kevin - desculpa Pedrinho, os caras são muito espertos.
Pedro - Tu ainda tem contato com eles?
Kevin - eles me ligam todo dia, mas eu não atendo, eles estão querendo me apagar.
Pedro - quem te liga?
Kevin - O Raulino.
Pedro - da próxima vez que ele ligar voce vai atender.
Kevin - não posso.
Pedro - pode sim. Ve só o que tu vai fazer. Eu vou te dar toda a cobertura.
Comecei a explicar para Kevin o que eu queria que ele fizesse.
Kevin não concordou muito, mas eu ofereci uma grana e proteção, e ele aceitou.
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Retornei para casa com Antonio, e lhe entreguei três cortesias para o parque.
Antonio - tem certeza que vai ficar bem se eu for?
Pedro- sim Antonio. Pode ficar tranquilo.
Antonio - que horas voce vai ver seu pai?
Pedro - Depois do jantar.
Antonio - vou ficar com o celular. Qualquer coisa voce me liga.
Pedro - ligo sim.
Antonio foi embora, a contragosto, mas foi.
Eu iria passar a noite com meu pai.
Tomei um banho, jantei, e depois pedi que Vitor me levasse ate o hospital.
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- Não sabia que seu pai estava aqui. (Disse Vitor assim que estacionamos o carro).
Pedro - pois é. Nós o transferimos pra cá.
Vitor - ah sim. Entendi.
Eu saí do carro, e Vitor me acompanhou.
Pedro - Vitor, vou passar a noite por aqui, se voce quiser ir dar uma volta.
Vitor - Não. Vou passar a noite aqui com voce.
Vitor ficou na sala de espera.
Após ver meu pai, eu me dirigi ao quarto do Junior.
Entrei sem fazer barulho, e ele estava assistindo.
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Pedro - pensei que estava dormindo.
Junior - me deram um remédio, que me fez dormir a tarde toda.
Pedro - agora ta sem sono?
Junior - exatamente.
Pedro - advinha o que eu trouxe?
Junior - roupa! (exclamou o Junior).
Pedro - Não. Tu ta precisando de roupa é?
Junior - Sim, não tenho roupa nenhuma.
Levantei um pouco o lençol, e vi que Junior usava aqueles vestidos de hospital.
Eu comecei a a rir.
Junior ficou serio, como se não tivesse gostado da brincadeira.
Junior - ja que não é roupa o que foi que tu trouxe então?
Pedro - sorvete. (falei dando enfase na parte final do sorvete).
Junior - serve. (respondeu ele rindo).
Dessa vez eu quem fiquei serio.
Pedro - pega. (falei oferecendo o pote de sorvete ao Junior).
Junior me olhou ironicamente. Eu entendi que ele queria ser servido.
Peguei uma colher de plastico, e comecei a dar o sorvete na boca de Junior.
Naquele momento não trocávamos uma palavra, apenas nossos olhos se encontravam.
Junior acabou com o sorvete, em seguida uma enfermeira veio lhe aplicar uma medicação com o que fez com que ele dormisse.
Assisti um pouco de tv, e depois peguei no sono também.
Em algum momento da madrugada, ouvi barulhos e acordei de imediato.
Junior tentava levantar.
Pedro - eu te ajudo. (falei levantando do sofá onde estava deitado).
Junior - não precisa.
Pedro - mas voce não pode fazer força. (falei chegando perto de Junior).
Junior - ja disse que não precisa porra. (Junior tirou o soro que estava preso a seu corpo, e depois trancou a porta).
Junior se aproximou de mim, e começou a tirar o vestido que trajava.
Pedro - que tu ta fazendo, Junior?
Junior- tu ainda quer me ajudar?
Pedro - se tu quiser.
Junior caiu por cima de mim no sofá.
Junior - então me ajuda a dar uma aliviada. Tou quase pirando aqui nesse hospital, já.
Eu fiquei parado.
- Me ajuda Pedrinho? (disse ele todo manhoso).
Pedro - ajudo. (respondi quase gemendo com aquele cara me encochando).
Junior parou com sua boca na minha, e eu senti sua respiração quente, e ofegante.
Pedro - me beija.
Junior - claro, mas primeiro pede com jeitinho.
Pedro - me beija Junior.
Junior - Voce quer que eu te beije? (Junior estava mais manhoso que gato).
Pedro - ahan.
Junior não perdeu mais tempo, e me deu um beijo me fazendo se contorcer naquele sofá.
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Acordei pela manhã me espreguiçando, e senti a ausência de Junior no sofá. Olhei para cama, e la ele também não estava. Levantei-me e percebi que eu estava apenas de cueca.
Procurei minha roupa por todos os lados, mas não a encontrei, o ultimo lugar que resolvi procurar foi o banheiro. Ao abrir a porta, tinha um papel com uma escrita de caneta.
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Não conseguiria ficar preso. Nasci para ser livre. Estou indo embora, mas antes vou resolver tudo. Te dou minha palavra que todo mundo que fez mal a sua família ira pagar. Eu vou embora pra não ser enjaulado, mas um dia eu volto.
... Ah, e a roupa eu peguei emprestada. (risos)
Bjão princesinha.
Junior.
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Eu sorri lembrando da noite anterior.
Continua...