Cap.2
Me aproximei dele, e sei lá, alguma sensação boa tomou conta de mim quando eu o vi.
-Garoto ? - ele ergueu o olhar e me olhou. Seu olhar era de medo. Ele estava molhado – o que está fazendo aí ? - por algum motivo ele não falou uma palavra que seja. Eu estranhei. - está ai há muito tempo ? - ele, levemente balançou a cabeça, como se dissesse sim. Me aproximei dele, peguei em seu queixo, ergui o seu rosto. Parecia que eu já havia visto ele. Eu só não sabia aonde.
Eu nunca tinha reparado num homem, mas por algum motivo reparei nele. Parecia ter uns 17 anos, cheirava a leite. Bem branco, médio de altura, tinha um corpo ligeiramente malhado. Eu não me entendi naquele momento, mas senti como se ele me atraísse. Estranhei, ele era um homem, eu não posso me atrair por um homem.
-Tá perdido ? - ele novamente concordou com a cabeça. Um sorriso de canto se formou em meu rosto. Fiz um carinho no cabelo dele, ligeiramente molhado – eu não conheço você, mas sei lá, sinto que posso confiar em você – ele também sorriu, e de repente me abraçou fortemente. Tão forte que eu cai para trás – epa kkkkkk – pude sentir o quanto de medo ele estava sentindo. Com certeza ele estava muito longe de casa. Não fazia a mínima questão de onde estava – vem, vou te levar para a minha casa. Lá você pode tomar um banho quente, trocar essa roupa e comer alguma coisa.
Ajudei ele a ficar de pé, e trouxe ele para a minha casa.
TEMPO DEPOIS
Ajudei ele a entrar na minha casa. Quando ele viu a minha casa, sorriu.
-O que foi ? Gostou ? - ele novamente balançou a cabeça – foi minha antiga esposa que decorou... Antiga porquê... Ela me deixou a pouco tempo... - ele estava com muito frio. Percebi por que ele estava tremendo. - vem...
MINUTOS DEPOIS
Foi uma luta tentar trazê-lo para o banheiro. Por algum motivo ele não queria vir.
-Vem.. Você precisa tirar essa roupa, está com frio. É um banho quente, você vai gostar... - estranhei... Ele era tão limpinho, não parecia que não gostava de banho. Mas por algum motivo ele relutava para entrar no banheiro. Pouco a pouco eu convenci, e fiz ele entrar no banheiro. Fui até a banheira, enchi de água em uma temperatura bem legal para que ele não sentisse frio – tire a roupa e vá para o banho – eu esperei ele fazer aquilo por alguns segundos, mas quando ele não fez, começei eu mesmo a fazer. Tirei sua camisa e seu short rapidamente, e para a minha surpresa ele não demonstrou reação. Mas parecia envergonhado quando eu o vi daquela forma. Por algum motivo eu olhei o seu corpo de cima a baixo, foquei meu olhar no seu corpo definido, e aquilo me deixou envergonhado – tome banho assim. Já eu trago uma roupa para você trocar.
MINUTOS DEPOIS
Fui no meu armário, separei um moletom, uma cueca nova e um short e voltei para o banheiro.
-Tem algumas roupas aqui para você trocar e... - ri quando vi ele em meio a um monte de espuma que havia feito com o sabão. -Garoto ! O que você fez ? - sabe aquela cara de pessoa que acabou de aprontar ? Foi assim que ele me olhou naquele momento. Fui até ele e ri. Deixei um pouco da água ir embora, e com ela a espuma. Peguei nele, estava quente – passou o frio né ? Você não toma muito banhos quentes ? - mais uma vez não em respondeu – você é muito calado. Cheio de segredos... - ri quando ele passou um pouco daquela espuma na minha testa – você pare com isso ! - falei, passando nele novamente – vista essas roupas que eu trouxe. E saia...
MINUTOS DEPOIS
Arrumava algumas coisas no quarto, quando de repente ele saiu do banheiro, com o cabelo todo bagunçado e com a roupa que eu havia dado. Peguei o desodorante, dei a ele, e passei um pouco de perfume nele. Ajeitei o cabelo dele.
-Pronto, está bonitinho – quando parei e olhei para o rosto dele, me toquei que ele parecia um adolescente, quase um adulto e eu estava tratando ele como criança – não sei porquê estou te tratando assim... - falei, deixando o pente numa mesa – você está com fome ? - a barriga dele respondeu por mim – vou pedir uma pizza para comermos... - andei para a sala e ele me seguiu.
MINUTOS DEPOIS
-Sim, meia calabresa e meia portuguesa – falei, desligando em seguida o telefone. Liguei a TV, e depois de alguns segundos notei que ele ficou me olhando - o que foi ? Porquê está me olhando – ele apenas sorriu levemente – garoto, qual é o seu nome ? - ele permanecia em silêncio, apenas me olhou – porquê você não fala nada ein ? Será se é surdo ? - pensei durante alguns segundos – não pode ser surdo, você responde com a cabeça as minhas perguntas... Porquê você não fala... - não entendia o porquê. Ele apenas me olhava, sem dizer nada.
MINUTOS DEPOIS
Logo a pizza chegou. Peguei na porta, com o refrigerante. Coloquei sobre a mesa e o refrigerante também.
-Vou pegar os copos – falei, correndo até a cozinha. Peguei os copos no armário, e quando voltei percebi que ele já estava comendo – você começou a comer sem mim ? - ele apenas me olhou, novamente com aquela cara de quem aprontou. Foi só então que me lembrei de um dia que o Leo fez aquilo. E me toquei que não procurei mais ele. E que ele devia estar perdido por aí, sozinho. Mas, não podia mais procurar aquela hora. Avisei a minha vizinhança que se encontrasse, me avisasse. E no dia seguinte o procuraria. Agora, só queria saber, porquê esqueci dele tão rápido.
Continua
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