[GLUE] 23
Ana estava pasma após eu ter terminado de contar a ela tudo o que houve ela se levantou do Puff que estava sobre o canto da parede e deus duas voltas sobre o espaço do quarto – Se isso fosse uma novela você teria a maior audiência de todas. – Okay, essa eu não esperava essa reação respondi. Ela sentou no Puff novamente e ficou me olhando – Como você se sente agora? Nesse momento, nesse exato momento. Eu continuava sentado na cama, olhei pela janela o sol começava a se por – Melhor, falar com ela me deixou melhor foi como anos atrás quando meu pai morreu ela me fez se sentir melhor mas o único problema que ela não me faz esquecer. Ana se levantou caminhou em minha direção e sentou do meu lado – Podemos matar os 3 e fugir para bem longe, podemos ir morar em Londres e usar nomes diferentes. Eu comecei a rir – Não parece uma má ideia respondi. Nos dois caímos na risada e nos deitamos na cama olhando aquele gira-gira no teto. – E agora vai voltar para a escola ou vai passar o resto do ano trancado aqui a perguntou. – Tenho que voltar, não posso ficar parando cada vez que acontece algo ruim comigo. – Isso mesmo garoto é assim que se fala foi dizendo Ana saltando da cama. – Ai meu Deus, Ai meu Deus foi dizendo ela toda animada repetidas vezes. – O que foi agora perguntei. – Que mês estamos? Fala que mês estamos? A disse. – Maio. Respondi. – Mês que vem? a perguntou de novo. – Junho respondi meio desconfiado.
– Exato, e o que tem em junho. – Dias... respondi. – Não Júlio, tem seu aniversário daqui um mês você será de maior poderá beber, fazer sexo, fumar maconha usar drogas, dirigir a disse toda animada rodando pelo quarto. – Como você é ridícula respondi dando risada. – E a melhor parte foi que sua mãe disse que só te daria uma festa quando você completasse dezoito anos lembra. Parei por um momento fiquei pensativo, talvez era isso que eu precisasse agora uma festa. – Imagina Júlio bebida, musica, nos dançando muitos garotos maravilhosos. – Meu Deus como você é doida respondi rindo. – Vamos falar com sua mãe agora a disse segurando na minha mão e me arrastando quarto a fora.
Chegamos na sala minha mãe estava assistindo a Ana se pôs em sua frente tapando sua visão. – Sai da minha frente Ana. – Olhe para mim disse Ana a ela, sabe que eu a amo muito não sabe. – Misericórdia respondeu minha mãe, o que você quer. –Lembra que anos atrás a senhora disse ao Júlio que daria a ele uma única festa e seria aos dezoito anos. Ana sentou ao seu lado enquanto eu as encarava com ar de riso. – lembro de nada não respondeu minha mãe. Ana encostou a cabeça em seu ombro. – Você é maravilhosa sabia. Minha mãe reviro os olhos. – Não se preocupe Dona Ana, eu sei o que prometi, e pode ter certeza que irei cumprir. Ana saltou do sofá como uma bala – Isso, vamos ter uma festa, uma festa. Ela segurou na minha mão e começou a pular. – Mas sem bebidas alcoólicas. Nesse momento Ana parou de se exaltar e olhou para ela com um olhar fuzilador. – Eu disse que daria uma festa, mas nunca disse que seria com bebidas alcoólicas, agora vou me fazer um chá disse minha mãe passando pela Ana e dando um sorriso a ela. Eu comecei a rir novamente. – Pelo menos vamos ter a festa não é? Eu disse a ela.
– Sim a respondeu toda excitada vamos ter uma festa.
No outro dia acordei pensativo caminhei até o banheiro escovei meus dentes e coloquei a roupa do colégio, me sentia estranho tinha me acostumado com a companhia dele, balancei minha cabeça para tirar esses pensamentos, peguei minha mochila e fui direto a cozinha, minha mãe estava fazendo torradas – Coma disse ela colocando o prato de torradas sobre a mesa. Peguei uma torrada girei ela sobre minhas mão e coloquei sobre o prato de novo. – o que foi? Perguntou ela. – Nada, só não estou com fome. Ela suspirou – Quer ir vê-la de novo a disse. – Não, não eu estou bem olha, peguei o copo de leite que estava sobre a mesa dei duas goladas e um sorriso. Ela soltou um riso e me deu um beijo na testa – Pessoas da sua idade não deveria ter tantas preocupações a disse. Acenei com a cabeça e sai porta a fora.
Cheguei ao colégio o sinal ainda estava por bater não vi sinal da Ana, dei uma olhada em volta com medo de dar de cara com o Marcelo soltei um suspiro de alivio passei pela entrada e comecei a caminhar em direção a sala de aula até ouvir alguém me chamando voltei para o corredor e vi a professora de ciências vindo em minha direção. – Bom dia Júlio como está? A disse num tom amigável. – Estou bem respondi. – Podemos ir a minha sala tenho algo para falar com você. Chegamos em sua sala, na verdade era a sala de todos os professores nos sentamos numa mesa no canto enquanto os outros professores estavam se preparando para ir a suas salas de aula. – Então Júlio preciso falar com você... – Professora se isso é por causa das minhas faltas, minha mãe já trouxe os atestados médicos para a justificava e ... – Não Júlio não a nada com se preocupar de acordo a isso foi dizendo ela. – O negócio é o seguinte haverá uma competição no final do mês que vem sobre projetos de ciência voltado para a sustentabilidade e gostaria que você fizesse parte do projeto. Me encostei na cadeira pensando que talvez isso seria demais para eu - Professora eu acho que não vai dar, tem acontecido muito coisas ultimamente e não sei se posso fazer isso. Sua cara de desapontamento foi evidente. – Júlio foi ela dizendo, essa é uma grande oportunidade e esse projeto pode contar para sua entrada na faculdade ano que vem, não deixe certas coisas tirar seu foco das coisas que são importantes.
Fiquei pensativo por uns momento e não podia negar que ela estava certa. – A proposito Júlio você não fara o projeto sozinho, tem outro aluno de outra sala que vai fazer com você que a proposito está um pouco atrasado. Ela olhou em direção a porta até que soltou um som de alivio. – Ai esta você. Quando olhei em direção a porta havia um garoto que eu nunca havia visto pelo colégio. O garoto adentrou a sala – Que bom que você veio Gabriel, este aqui é Júlio seu parceiro no projeto. – E ai como vai disse ele estendendo a mão com um sinal de comprimento. – Eu vou bem disse eu.
Ele puxou uma cadeira e se sentou ao meu lado, a professora começava a falar animadamente sobre o projeto, - Parece bom para mim Professora foi dizendo ele. – O que você acha Júlio o disse se virando para mim. – Para mim está bom respondi. Ele era bem atraente fisicamente, seu cabelo preto tinha um corte de cabelo em formato punk, mais raspado nas laterais, seu olhos castanhos e suas sobrancelhas grossas, sua boca era rosada, ele não parecia do tipo atlético, mas era tudo uma simetria perfeita. – Bom foi dizendo a professora, amanhã enviarei a vocês o escopo do projeto e espero que vocês comecem o quanto antes Ok. – Ok professora respondi. Nos despedimos e saímos da sala, no corredor alunos transitavam com pressa – Então vamos trabalhar juntos o disse.
– Sim, acho que sim respondi. – Você não estudava aqui não é perguntei a ele. – Não, vim da escola particular de onde fui expulso, ai meu pai fico furioso e me colocou aqui. – Expulso porquê? Perguntei. – Estava bebendo na sala de aula, levei uma dúzia de cervejas na mochila, sentei no fundo e quando estava terminando a quarta fui pego. – Bebendo? Como assim perguntei. – Bebendo horas, estava com vontade de beber e fui beber nada mais que isso. Soltei uma risada – Meu Deus que tipo de aluno essa escola anda aceitando. Ele olhou para mim e sorriu. – E você perguntou ele. – Eu o que? – Bem a professora escolheu você sinal de que suas notas devem ser muito boas, você é aqueles tipos de nerd que mete a cara nos livros e não quer saber de nada da vida. Soltei outra gargalhada, - Não exatamente, apenas tento me manter na media respondi. – Sua média deve ser boa o disse.
– A propósito você está no projeto então isso quer dizer que suas medias também são boas. – Bem, sim o respondeu. - Acho que deveríamos ir para a sala já estamos atrasados disse a ele. – Estamos não, qualquer coisa nos fala que a professora estava falando sobre o projeto por isso nos atrasamos. – Agora você sabe também porque te expulsarem respondi. Ele deu um sorrisos bobo. Estávamos quase chegando ao fim do corredor – Júlio ouvi uma voz ao longe chamando. Quando me voltei vi Marcelo vindo em minha direção. Minha garganta ficou seca, minhas pernas tremeram. – O que foi Júlio disse Gabriel. – Nós precisamos conversar o disse Marcelo. Fiquei sem palavras. – Júlio eu te amo você não sabe o quanto, pelo amor de Deus não faz isso. O sinal finalmente estalou no corredor. – Não Marcelo, não temos nada para conversar. Fui entrar na sala ele me puxou pelo braço. – Você tem que me dar uma chance para explicar Júlio o que aconteceu. Nesse momentos as pessoas já estavam nos olhando – Explicar o que respondi, que você fudeu aquela vagabunda, que aquela desgraça arruinou nossa vida. Ele ficou em estática – Você não entende Júlio, eu não sabia o que fazer. Ele começou a chorar – Se você não sabia Marcelo agora você sabe, só fica longe de mim. Passei por ele segui corredor a fora, ele ficou lá parado. Cheguei no pátio, eu já estava chorando até que senti alguém pegando no meu braço. Quando olhei achando que era o Marcelo de novo, vi que era o Gabriel, - Você está bem Júlio? O perguntou. – Meu Deus como sou idiota, claro que não está. Ele parecia sem saber o que fazer. Até que ele me abraçou. – Isso que estou fazendo é uma tradição bem antiga de manter um corpo junto a outro chamada de abraço. – Eu dei uma risada em meio do choro.