CAMA KING SIZE - O REENCONTRO

Um conto erótico de Augusto Treppi
Categoria: Homossexual
Contém 785 palavras
Data: 05/05/2016 15:17:32
Última revisão: 18/02/2017 16:54:38

Matheus levou um leve susto ao estacionar o carro na frente da academia. Acabando de sair e virando a rua, ele viu um sujeito que lembrava demais Felipe. Os mesmo cabelos loiros revoltos, as pernas branquinhas e praticamente lisas... Mas não, não podia ser. O que o bombado estaria fazendo em uma academia ali? Só podia ser alguém muito parecido.

Durante toda a malhação, a imagem não lhe saiu da cabeça. Precisava tirar isso a limpo. Na hora de ir embora, passou pela recepção e perguntou sobre o tal aluno. Não deu outra, era mesmo o deus viking. Mas como assim, era sessão avulsa? Não, o cara estava matriculado e frequentando há mais de um mês.

Putz, e essa agora? Sem entender porque, o moreno sentiu seu coração apertar. Algum tipo de intuição o estava colocando em sinal de alerta. Ainda assim, preferiu pensar no lado bom de ter novamente o parceirão das antigas por perto. Em casa, não chegou a comentar com ninguém. No íntimo, preferia que o marido não soubesse da proximidade do outro. Seu instinto novamente lhe apertava o coração.

Com o tempo, preferiu deixar pra lá, e como não viu mais o loirão na academia, acabou relaxando e mesmo meio que esquecendo o fato.

Algumas semanas depois, no vestiário, preparando-se para o banho, Matheus deu um pulo para a frente, assustado. A encoxada tinha sido firme em sua bunda nua. Olhou para trás com ódio, mas ao dar de cara com os olhos azuis tão conhecidos sentiu o sangue gelar.

– Velho, há quanto tempo heim? O sorriso do parceiro era ao mesmo tempo franco, mas com uma ponta de cinismo.

– Felipe? Você aqui...?

– Por que a surpresa? Você já perguntou por mim na recepção...

O sorriso agora era literalmente cínico, de canto de boca, com ar sacana.

– Ah... É... Foi sim... Vi uma pessoa saindo daqui e pensei que era você... Mas depois achei que era só coincidência...

Aquele despiste não convenceria ninguém, muito menos o branquelo sacana que parecia se divertir muito com a situação e o constrangimento do amigo.

– Pois é velho, muito tempo sem notícias né? Mas agora vai ficar bom de novo, voltei a morar aqui.

– É...?

A falta de graça do moreno chegava a ser cômica. Ele não sabia nem para onde olhar, esquecido até mesmo de que estava pelado diante do seu interlocutor.

– Ahn... Vai ser bom isso né... Depois a gente marca alguma coisa...

Dirigindo a mão em direção ao rosto de Matheus, Felipe faz um carinho, ao mesmo tempo em que segura com uma certa força:

– Isso, vamos marcar na sua nova casa, que tal? Ouvi dizer que ficou linda depois da reforma, e tenho ótimas lembranças de lá...

A expressão do seu rosto era ambígua. Difícil dizer se ele estava falando das velhas orgias ou de um dia em especial, justamente o dia que o morenão tentava esquecer.

– Ah tá, pode ser... Mas eu tava pensando em algo aqui na cidade mesmo...

O desconforto era tanto que Matheus nem mesmo se moveu para sair da mão do colega. Felipe aproveitou, entreabriu os lábios e puxou aquele rosto para si, pretendendo um beijo. Só então o bombado acordou do transe e saiu desajeitadamente da posição.

– Porra mano, não faz isso... Você é louco?

– Louco com essa bunda, gostosão!

A resposta veio com um sonoro tapa no traseiro firme do cada vez mais assustado amigo, que instintivamente recuou ficando prensado contra a parede. O frio na barriga podia ser refletido no semblante medroso.

Sem perder tempo, o deus viking novamente se aproximou, com os olhos apertados meio ameaçadores e o sorriso irônico.

Os tapinhas na cara precederam sua fala:

– Matheuzinho, Matheuzinho, você sabe que ainda te pego...

Quebrando o gelo com uma gargalhada, abraçou o homem atordoado diante de si, dizendo:

– Bom demais te ver. A gente tromba por aí.

Sem mais palavras, Felipe saiu porta afora, assobiando uma canção que Matheus lembrou ser a mesma de quando o subjugou no velho sítio. Lavando o rosto com as mãos trêmulas, olhando o rosto ainda meio assustado pelo espelho, o morenão gente boa percebeu que não era tão fácil assim deixar o passado passar. [...]

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