Na terça-feira na escola, só pensava no que aconteceria naquela casa.
Estávamos no recreio.
- O que foi - perguntou Guilherme.
- Nada, nada...por que?
- Você ta parecendo meio distante hoje.
- Estou preocupado, já não bastava você ter que trabalhar com meu Tio, aí ainda por cima vai ser na minha casa.
- Para de pensar nisso Iago, eu já conversei com seu tio, nós nos demos bem, não vai dar nada errado, esquece, vai dar tudo certo - ele falou com tom de voz suave tentando me acalmar - e eu sou um homem, eu sei me cuidar, tenho dezoito anos lembra.
- Isso não significa nada Guilherme, já viu o tamanho do meu Tio - eu disse arregalando os olhos - Já viu o tamanho dos braços dele? Se ele quiser te bater vai ser um estrago, não quero ver você apanhar.
- Eu não vou apanhar, a gente só precisa ser discreto e não se falar muito na sua casa.
- Ta bom.
- Agora vamos ali no banheiro!
- Pra quê? - eu disse rindo.
- Fiquei o fim de semana todo sem um beijo seu - ele respondeu com cara de safado - to com saudade dessa boca.
Fomos ao banheiro, nos beijamos por um tempo, em uma das cabines reservadas, pra não chamar atenção.
O sinal tocou, e voltamos pra sala.
Quando a aula acabou cheguei em casa, passei pela sala, deixei minha mochila jogada no pé da escada.
Atravessei a cozinha e fui para o quintal de trás.
Meu tio estava lá, sem camisa(tentação), de calça e botina, bem sujo de cimento, com uma enxada na mão, todo suado.
Roberto estava sentado em uma cadeira na sombra, conversando com ele.
- Cheguei - falei quando atravessei a porta de trás.
Um sorriso se estampou no rosto de Eduardo assim que me viu.
Ele parecia contente.
- Como foi a aula - perguntou Roberto.
- Foi boa.
- O almoço está pronto, eu e Eduardo já almoçamos.
- Poxa, não sabia que você cozinhava! - falei rindo - achei que tivesse pessoas que faziam isso pra você.
- Não - ele riu também - sempre gostei de fazer as coisas na minha casa, e também gosto de limpeza.
Todos rimos.
- entendi, então...vou lá almoçar.
Entrei novamente, arrumei um prato, fui pra sala e liguei a TV.
Alguns minutos depois de ter começado a almocar a porta se abriu.
Guilherme entrou, fazendo o estilo pedreiro sexy e estiloso.
Estava com uma calça meio colada no corpo, uma camiseta, e uma botina.
Ele veio atrás do sofá e beijou minha nuca.
- Guilherme, por favor - falei o repreendendo - meu padrasto, e pior meu Tio estão a alguns passos da gente.
- Eu sei, só queria te dar um beijinho - ele disse saindo de perto.
- E o combinado de não dar bandeira Guilherme.
- Ta bom, ta bom, não faço mais - disse ele levantando as mãos em sinal rendição.
- Ótimo.
- Então...vou lá - ele disse apontando pra parte de trás da minha casa - agora sou um trabalhador.
Rimos, e ele foi.
Terminei de almoçar.
Me levantei e estava indo levar o prato até a cozinha quando estava perto da escada, exatamente onde larguei a mochila, percebi Roberto andando em minha direção.
- Mas o que é isso?
- Isso o que? - perguntei confuso.
- No chão!
- Ah..minha mochila.
Ele chegou o rosto a um palmo do meu.
- E o que eu falei sobre gostar de limpeza.
Ele colocou uma mão em minha cintura, se abaixou lentamente e pegou minha mochila no chão.
Ele se levantou me entregou a mochila.
Eu comecei a andar novamente e quando ele ficou atrás de mim, ele deu um tapa bem forte na minha bunda.
- AI - me virei e ri.
Ele deu um sorriso bem safado que me desmontou.
- Não esquece - ele me apontou o dedo e piscou pra mim - limpeza sempre.
Voltei a andar, cheguei na cozinha.
Enquanto lavava meu prato mil coisas passavam pela minha mente.
Que porra foi aquela? Meu padrasto estava dando em cima de mim?
Continua...