O Novo Funcionário - Parte 1

Um conto erótico de Diego
Categoria: Homossexual
Contém 944 palavras
Data: 16/05/2016 14:55:27

(O conto abaixo trata-se de uma história fictícia, porém baseada em certas nuances da minha própria vida. Qualquer semelhança com fatos que você conheça são pura coincidência).

Eu sou de uma família bem “tradicional” aqui da minha cidade. Aliás, a minha cidade é daquele tipo em que todo mundo conhece todo mundo, entende? Pois é... E a minha família é daquelas que todos conhecem. Isso é ótimo por um lado e péssimo por outro. Minha mãe tem 54 anos e já é aposentada pelo estado, passa o dia praticamente inteiro ajudando o meu pai no negócio da nossa família. Ele tem 60 anos muito bem vividos e extremamente bem conservados. Ele é dono já há algumas décadas da lanchonete mais famosa daqui da nossa cidade. E é a mais famosa porque na época em que ela inaugurou era a única da cidade. E a tradição se manteve. Nasci e me criei numa família católica praticante, de princípios e valores cristãos muito bem definidos o que, como você já deve imaginar, me obriga a, até hoje, esconder a minha homossexualidade. Meus pais são extremamente conservadores, principalmente o meu pai. Ele jamais aceitaria um filho homossexual. Além de mim, meus pais tiveram mais um filho, o meu irmão mais velho. Ele é a melhor pessoa que eu conheço, um ser humano exemplo para as demais pessoas. Diferentemente dos nossos pais, ele tem a cabeça aberta e entende a homossexualidade como ela realmente é. Tudo isso vem alimentando uma certa vontade em mim de me abrir para ele e contar a verdade sobre mim. Talvez isso aconteça em pouco tempo e, se eu estiver certo, ele vai me apoiar. Durante muito tempo, me recusei a me abrir aos meus amigos e a me relacionar afetivamente. Não é à toa que, durante toda a minha vida, eu vivi um único relacionamento que aconteceu somente no ano passado, relacionamento esse que durou apenas alguns poucos meses. Um relacionamento rápido, mas que me ensinou muitas coisas. Mas enfim...

Como você já sabe, tenho 19 anos. Estou no terceiro período da faculdade de fisioterapia que fica aqui mesmo na minha cidade. A faculdade é integral, passo manhã e tarde estudando. Vale à pena pois estou estudando o que realmente gosto e nasci para fazer. Porém, é bastante puxado e cansativo, principalmente porque quando chego às 17h00 em casa, vou para a lanchonete da nossa família, onde trabalho como caixa no terceiro expediente. Nossa microempresa é um negócio familiar, onde trabalham meus pais, eu e mais quatro funcionários que se revezam entre os turnos da manhã, tarde e noite. O meu irmão também nos ajudava, mas ele casou há três anos e se mudou para a cidade vizinha com minha cunhada e minha sobrinha de 1 ano. Eles vêm nos visitar pelo menos duas vezes por mês. É sempre aquela festa quando eles chegam.

Você já deve ter percebido o quanto a minha rotina é intensa. Eu realmente paro muito pouco em casa. Tenho apenas o final de semana para descansar um pouco e para colocar os conteúdos da faculdade em dia, já que de segunda a sexta é impossível. É uma correria, mas eu gosto. Detesto ficar parado sem fazer nada.

Mas voltando à nossa lanchonete... No início do ano passado, nós infelizmente perdemos o nosso melhor funcionário que trabalhava nos turnos da tarde e da noite. Era um funcionário antigo, já estava conosco há 14 anos, mas decidiu retornar para o nordeste, sua terra natal, e, por isso, pediu demissão. Meus pais e eu fizemos o que pudemos para tentar reverter a sua decisão, propomos horários mais flexíveis e folgas com mais frequência, mas ele realmente estava decidido. O que ele mais queria agora era voltar aos braços da sua família que não via há tanto tempo. Uma decisão difícil, mas completamente compreensível. Ele então foi embora e desfalcou o nosso quadro de funcionários. Foi aí que meu pai e eu começamos uma intensa busca pela nosso novo funcionário. Minha mãe cuidava mais da questão dos fornecedores e das compras, enquanto meu pai e eu cuidávamos dos recursos humanos e demais setores da empresa.

Foram quase dois meses anunciando a necessidade da nossa contratação. Divulgamos a vaga em todos os meios de comunicação existentes na nossa cidade, mas parece que estava difícil aparecer alguém interessado. Em alguns momentos, pensamos que não apareceria ninguém e que teríamos que nos virar para dar conta do recado. Mas foi quando estávamos já sem esperanças que, em uma bela noite, ligou para o telefone da lanchonete a pessoa que em três dias estaria fazendo parte do nosso corpo de funcionários. Fui eu quem atendi o telefone que ficava no caixa quando ele ligou:

- Lanchonete, boa noite! – disse eu, ao atender o telefone, a frase que já havia falado inúmeras vezes.

- Oi, boa noite! É aí que estão contratando um novo funcionário? – perguntou um rapaz de voz grossa, mostrando interesse pelo assunto.

Fiquei surpreso e feliz, pois finalmente parecia que a nossa sorte estava mudando e que finalmente estávamos encontrando o funcionário de que precisávamos. A partir daí conversamos por dois minutos ao telefone, enquanto eu passava as informações sobre a vaga para ele. Na oportunidade, marcamos uma entrevista informal para depois de dois dias. Era uma terça-feira, ou seja, na quinta-feira ele iria até o nosso estabelecimento para conversamos melhor, ele, meu pai e eu. Como falei, a voz dele mostrava bastante interesse pela vaga do emprego. O que eu não sabia ainda era o quanto o dono daquela voz mexeria comigo.

(Gostou da primeira parte do conto? Seria um prazer ler a sua opinião em um comentário. ;) Um abraço e até a próxima!)

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Comentários

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Muito bom, so não deixa entrar na mesmice ou perder o foco,

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