GENTEEEEEEEE?>< ÇOCORR :s espero que eu ainda tenha leitores erhuerheurheurheurheurheu
Deixa eu dar aquela respondida básica :3
Gordinha Feliz - Err, esse Matheus é um problema :P Espero que você tenha parado de se identificar com ele rheurheurheu Obrigado por ter gostado fofa <3
marc01CL - Então né rsrsrs' Quem vê pensa que ia cair o mundo haha Olha, te garanto que você ainda vai amar e odiar esse casal u-u Obrigado por comentar :)
onixy - Agora sim né><
rodrigopaiva - brigadão :D
prireis822 - que isso haha muito obrigado mesmo ^^
Jhoy224 - Ai, ai, ai, viu.... estava tentando fugir dessa pergunta eruheruehruerhuer
moises vrolow - KKKKKKKKKKKKKKKKKKK Pq menino? erjierjeirjeirjie Deus me livre haha Espero que comecem a gostar de mim por aqui, já pensou? haha Obrigado por comentar :D
Então gente, é só isso mesmo. Tive que resolver umas tretas ;-; Bem tenso, mas stou vivah haha
Beijão <3
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O tempo foi passando e, junto com ele, as coisas foram se solidificando. Aos poucos as visitas de Guilherme à minha casa passaram a ser constantes. A casa que eles estavam morando era a mesma de onze anos atrás, aqui no bairro mesmo, duas ruas à frente da minha. Guilherme cursava cinema na faculdade e tinha uma rotina muito corrida. Isso, somado aos fatos de os pais estarem sempre ocupados com seus próprios negócios e a empregada ‘estranha’, em suas próprias palavras, o levava a sempre estar na minha casa, fosse para as refeições ou mesmo para passar um tempo. Ele fazia o exato perfil de bom moço que todos adorariam ter como filho: estudioso, maduro e sempre, sempre, prestativo. Isso ganhou meus pais rapidinho, é claro, e com poucas semanas ele já havia se tornado a pessoa de mais confiança no meu próprio lar. Inclusive, de minha confiança. Nós dois íamos muito bem, sempre conversávamos bastante, na verdade. Ele me contou várias coisas legais que eu não lembrava da minha infância; da nossa infância. O engraçado, todavia, é que eu sempre sentia como se faltasse algum pedaço naquele passado, algo que todos sabiam, exceto eu; se não fosse loucura eu teria perguntado a ele. Com a frequência de nossas conversas, fui percebendo nele um grande amigo, alguém em quem eu podia confiar. E assim foi nascendo uma grande amizade.
Ao passo contrário de Guilherme, porém, eu andava cada vez mais marginal a todo o conservadorismo esperado. Passava dias fora de casa, dormindo na casa de amigos ou meninas que eu pegava para uma noite obscena. Meu consumo de drogas foi às alturas, como nunca havia ido antes; eram raros os momentos em que eu me mantinha sóbrio. A escola, que eu levava aos tropeços e, mesmo assim, já havia repetido vários anos, se tornou mais difícil de aturar. Passei a faltar desmedidamente, como nunca havia faltados antes. A rua virou minha casa. Os becos eram meu quarto. Muitas vezes eu apenas me deixava perder a consciência o suficiente para dormir no concreto frio das vielas, no meio da sujeira mesmo. Quando eu chegava em casa, como sempre, meus pais nunca ligavam muito e a desculpa mais esfarrapada do mundo cabia em qualquer situação. Era até bom, ninguém ficava me rondando. Ninguém, exceto Guilherme. Ele sempre me perguntava aonde eu havia andando, com quem estava, o que estava fazendo, se estava bem... Era possível perceber fácil a personalidade paterna que ele tinha, e o quanto gostava de proteger todo mundo. Eu sempre arrumava alguma desculpa, mas, quanto mais o tempo passava, e quanto mais a gente se aproximava, mais eu me sentia culpado por mentir para ele. Logo ele, a primeira pessoa que parecia se importar de verdade comigo.
Ele não trabalhava devido às aulas da faculdade serem sempre em horários aleatórios e ele precisar correr para o estado de São Paulo várias vezes ao dia. Vez ou outra ele manifestava o desejo de ir morar por lá mesmo, mas nunca tomou a iniciativa. Durante o tempo em que voltava para a cidade sempre passava em casa para me ver. Ficávamos horas contando amenidades e matando tempo pela casa. Vez ou outra nos envolvíamos em algum projeto maluco tentando construir coisas no jardim; essas coisas nunca davam certo. Nos fins de semana e tardes de ócio brincávamos de aventureiros pela cidade; fazendo trilhas na serra, descobrindo cachoeiras, e acampando na rampa de asa delta. Eram momentos bons os que eu tinha com ele, sentia como se eu estivesse finalmente aproveitando uma infância que nunca tive. Além de um grande amigo, como não poderia deixar de ser, ele se tornou conselheiro, sempre me dando dicas e pegando no meu pé. Internamente eu sempre agradecia por ele existir. Pouco a pouco ele foi “botando juízo” na minha cabeça e eu percebi que todos à minha volta meio que agradeciam por isso. Com o tempo se tornou natural para mim a percepção de que eu adorava tê-lo por perto, até que a nossa relação mudou; pelo menos para mim.
Depois de longos meses de amizade, e centenas de momentos compartilhados, percebi que Guilherme nunca havia me falado de garotas. Por sermos homens seria natural que em algum momento, por mais breve que fosse, caíssemos nesse assunto; mas isso nunca aconteceu. Por outro lado, ele sempre me relatava sobre um amigo que ele parecia nutrir muito carinho. Aiden era o nome dele e ele não tinha vergonha alguma de declarar a saudade que sentia dele. Eram comuns os momentos em que ele era citado por Guilherme, que sempre exalava um ar melancólico ao mencionar o tal rapaz. Por esse singelo motivo comecei a desconfiar de que ele fosse gay. Eu não tinha problemas com isso, muito pelo contrário, tinha vários amigos gays e nunca nutri nenhuma forma de preconceito para com nenhum deles; para mim sempre foi natural. Portanto, o fato de Guilherme possivelmente ser gay em nada me alterava, era apenas mais um fato que eu pontuaria e usaria para compor a minha imagem dele. Nada mais. Porém, as coisas começaram a mudar depois de certo episódio.
Lembro de ter chamado Guilherme para uma festa que já estava sendo marcada havia muito tempo. O evento ia acontecer em uma clareira na serra, perto de um lago. Ia ser uma coisa completamente improvisada, cada um organizando alguma coisa que achava necessário. Ele aceitou e no meio da tarde passamos de carro em um supermercado para comprar bebidas e subimos em direção ao local marcado. A coisa toda era reservada e eu sabia que haveriam vários gays lá; o pensamento me incomodava. Não queria que Guilherme, caso curtisse mesmo, ficasse com nenhum cara lá. Eu não poderia explicar se me perguntassem, apenas não queria. Bem no fundo eu tinha ciúmes de um amigo meu se envolver com alguém e me esquecer, eu acho. Não comentei nada e subimos a serra comentando animadamente a noite que se seguiria. Fomos encontrando vários carros de amigos meus no caminho e tudo indicava que haveriam bastante pessoas por lá. Tivemos que sair da estrada e pegar uma trilha um tanto quanto fechada para chegar lá. Quando finalmente chegamos ao local eu me senti em casa. Haviam carros com som alto por toda a campina e, apesar de já ser quase noite, várias pessoas nadavam no lago. Levaram bolas de piscina e boias decorativas. Estenderam um plástico enorme no chão e escorregaram, de barriga, até o lago. Vários grupinhos se formavam e desformavam ao longo do lugar, que se transformara em uma bagunça total de gente alegre, com seus objetos estranhos, pouco se importando com tudo. Era incrível tudo aquilo. Comecei a beber e entrar no clima. Apesar de já ter bebido, fumado de tudo, e socializado com muita gente ali, não me sentia no desejo de ficar com ninguém, como sempre ocorria, e eu apenas fui me deixando levar noite a dentro.
Quando já estava perto de amanhecer e todo mundo estava cansado de tanto agito os sons foram sendo desligados e as pessoas foram se acalmando, esperando o sol nascer. Um violão e algumas vozes foram se tonando audíveis e eu aproveitei o momento para procurar o Guilherme, que eu havia perdido horas atrás. Fui passando cumprimentando todo mundo, de grupinho em grupinho atrás dele e quando o achei preferia ter ficado quieto no meu canto. Guilherme estava mais afastado perto do carro, já quase na floresta, na maior agarração com uma menina. Um nó muito grande se formou dentro do peito e eu simplesmente não sabia o motivo de ter ido atrás dele. Ele só me notou quando eu abri a porta do carro e mexi no porta-luvas. Ele e a menina pararam o que faziam para me olhar.
—Cigarros. – Eu disse levantando o maço que estava nas minhas mãos. Sabia que se me arriscasse a falar mais eu provavelmente falaria merda.
Voltei caladinho para o campo e fiquei sozinho fumando, esperando o sol nascer para eu ir embora e pensando em várias coisas. Quando já estava por volta do décimo cigarro Guilherme me aparece furtivamente sentando do meu lado, sem falar nada. Um pouco mais à esquerda a menina que estava com ele passou e foi procurar os próprios amigos. Vagabunda. Só quando vi que ela estava com a camiseta dele foi que percebi que ele estava nu da cintura para cima, com marcas vermelhas em todo o peito e pescoço. Cretino. Só o encarei sem falar nada e continuei a fumar um cigarro atrás do outro. Algumas pessoas se juntaram à gente e começaram a falar sem parar, mas eu nem queria ouvir.
—Você tá bem? Tá meio estranho... – Ele comentou baixinho para mim, enquanto todos ainda conversavam. Apenas balancei a cabeça. Não queria falar com ele. Ele não me pareceu se importar comigo daquela vez e voltou sua atenção para o grupinho de antes, me abandonando sozinho olhando para o horizonte.
Foi o nascer de sol mais amargo de toda a minha vida.