Sejam todos bem-vindos novamente, gostaria de agradecer aos comentários positivos e aqueles que ainda não leram as partes 01, 02,03,04,05, 06.01, 06.02 e 07 dessa história, peço que o façam para uma melhor compreensão, se você leu comente, de ideias, ajude a melhorar o enredo desenvolvido. A história vai avançando se contornando mais complexa e vocês podem opinar nos destinos dela. Agradeço novamente aqueles que sugeririam rumos para a história, todas as opiniões são muito bem vindas. Aproveitem!
Gostaria também de pedir desculpas pela demora de continuidade, mas infelizmente não consegui postar antes, digo desde já que tentarei evitar ao máximo que isso torne a se repetir.
Minha mãe não estava na cama, ao me aproximar desta vi algo completamente diferente do que eu imaginava e que me levou ao desespero, minha estava caída no chão de bruços, parecia estar desmaiada, e tinha um ferimento na testa que sangrava bastante, caindo em lagrimas eu gritava por ela e ela não respondia, parecia completamente apagada, liguei rapidamente para a emergência e para os bombeiros e enquanto o socorro vinha a vesti com seu moletom preto e também fui me vestir, graças a Deus os socorristas não demoraram a chegar, eles usaram um desfibrilador nela e fizeram massagem cardíaca, disseram que provavelmente ele teria sofrido algo relacionado ao coração e que precisaria ser removida para o hospital, colocaram ela na maca e enquanto ela era removida eu tentava raciocinar e não entrar em parafuso, liguei para meus tios que moravam em uma cidade vizinha a nossa, minha tia Luana era irmã mais velha da minha mãe, estava com 38 anos e era casada com o Zeca que eu também considerava como se fosse meu tio de sangue, resolvi ligar para os dois pois minha tia era o familiar mais próximo que a minha mãe tinha, e porque eu precisava de algum adulto para me auxiliar naquele momento tão difícil, combinei com eles que nos encontraríamos no hospital para onde mamãe estava sendo levada, fui na ambulância acompanhando-a, eu só conseguia chorar e me culpar, me culpava por tê-la desejado, por ter olhado com olhos que não de um filho para uma mãe, por não ter passado mais tempo com ela, eu tremia de medo de que ela não resistisse, chegamos ao hospital e mamãe rapidamente foi remida pelos paramédicos para dentro do setor de emergência eu fiquei na recepção esperando, desesperado eu sequer conseguia raciocinar direito, só tremia e chorava, felizmente meus tios chegaram, nos abraçamos e enquanto meu tio foi resolver as questões burocráticas minha tia ficou comigo e eu tentava explicar para ela o que tinha ocorrido, e ela me perguntou:
-Mas ela simplesmente caiu Pedro? Você não percebeu nada de estranho antes dela passar mal?
Eu respondi que não, não conseguia raciocinar direito, só pensava que poderia estar perdendo a única pessoa que eu tinha no mundo, o que seria de mim? O que iria acontecer? Porque ela havia cortado a testa daquele jeito? Minha cabeça estava a mil, abracei minha tia e ela ficou me consolando, após algumas angustiantes horas apareceu o médico que havia atendido mamãe, após perguntarmos se éramos parentes da Lorena Anchieta ele disse:
-Bom aparentemente a Sra. Lorena teve uma parada cardiorrespiratória, ela parou de respirar e o coração parou de bater, por ter ficado muito tempo sem oxigênio ela está na UTI respirando por aparelhos e o estado de saúde dela inspira cuidados, ainda estamos investigando as causas e temos que observar as possíveis lesões cerebrais que ela possa vir a ter, estamos fazendo alguns exames e analisando também se o corte que ela possui na testa foi em decorrência da queda após a parada, os resultados devem sair amanhã pela manhã, qualquer notícia eu informo vocês com licença.
Antes dele se despedir minha tia perguntou:
-Doutor, mas qual foi a causa dessa ocorrência tão grave?
O médico respondeu:
-Olha Dona Luana, só poderemos responder essa pergunta com precisão amanhã, com o resultado dos exames, mas devido ao quadro dela que não parece ter uma doença pré-existente, as principais suspeitas são fatores externos, daqui a pouco a enfermeira vai vir fazer o histórico para nos ajudar a formar o diagnóstico, perdão, mas agora eu preciso ver outro paciente, assim que tiver o resultado dos exames eu repasso a vocês, licença.
Após o relato do médico eu estava ainda mais temeroso, minha mãe realmente corria risco de morte, corria risco de ter sua vida transformada para sempre, eu chorava ainda mais, minha tia me abraçou e meu tio parecia tentar raciocinar em cima do que o médico havia dito, ficamos ali na recepção, eu pensava em Deus, pedia piedade, não sabia rezar direito, mas eu tinha que fazer algo para tentar salvar a vida da minha mãe, não queria que ela morresse, tinha repulsa pela ideia dela ter alguma sequela, logo ela uma mulher tão cheia de vida, com tanto vigor, não merecia terminar seus dias em cima de uma cama sem noção nenhuma do que acontecia a sua volta, minha tia me consolava, aos poucos fui me acalmando, até porque já tinha chorado tanto que as lágrimas pareciam ter acabado, meu tio nos trouxe uma água e eu fiquei um pouco mais calmo, após algum tempo veio a enfermeira e nos fez uma série de perguntas, para fazer o tal histórico que o médico havia falado, entre as perguntas ela perguntou se minha mãe havia apresentado alguma mudança de comportamento brusca nos últimos meses, me esforçando para raciocinar respondi que sim, não brusca, mas que ela estava mais calma, mais tranquila, mas somente isso, ela perguntou também se minha mãe tomava algum remédio, se bebia, se fumava, se tinha alguma doença, alergia a algum medicamento, etc...Após isso a angustia só aumentava a ausência de qualquer notícia era simplesmente torturante, me deitei no colo de minha tia e acabei adormecendo, estava exausto, acordei com a minha tia me chamando pois o médico que estava atendendo minha mãe estava vindo falar conosco, ele foi chegando e dizendo:
-Pois bem acabamos de receber os resultados dos exames e foram encontrados quantidade consideráveis das substâncias Daforin e Seroxat, além de uma considerável quantidade de álcool, ou seja, tudo leva a crer que a parada cardiorrespiratória foi causada pela associação de um remédio controlado com ingestão de bebida alcoólica, o quadro de saúde dela ainda inspira cuidados, mas o quadro é estável, se quiserem vocês podem entrar um por vez durante cinco minutos para vista-la.
Eu fui primeiro, o médico me acompanhou até o interior do hospital até chegarmos a uma sala com um grande vidro na parede, eu só podia ir até ali, ao me aproximar do vidro avistei minha mãe, e comecei a chorar novamente, ela estava irreconhecível, toda entubada, tinha milhares de fios ligados e um curativo na testa, o médico me explicou que o curativo seria retirado depois que os pontos que ela havia levado na testa fossem tirados, eu não acreditava no que via, como minha mãe tinha se entupido de remédios sem que eu percebesse? Como eu não consegui evitar aquilo? Meu tempo terminou e eu voltei para onde estávamos e minha tia for ver a irmã, assim que ela saiu meu tio me perguntou:
-Pedrinho você não quer avisar mais ninguém, sua namorada, algum amigo?
Liguei para a Julia, expliquei o que havia acontecido e ela e os pais rapidamente vieram para ficar conosco no hospital, eu abracei eles e minha tia foi explicar para os pais da Ju o que havia acontecido, eu me lancei nos braços dela e desabei a chorar, estava novamente com muito medo, sentia a morte bater a minha porta, Julia me acalentando e acariciando meus cabelos disse:
-Poxa meu bem não fica assim não, a tia Lorena é forte, e além do mais o pior já passou os médicos já sabem o que ela tem e ela já está recebendo tratamento, fica calmo, ela precisa de você bem agora.
Julia tinha o incrível dom de acalmar as pessoas e sobretudo eu com as palavras, eu parei de chorar, precisava raciocinar, caralho já era domingo, segunda começava minha semana de provas e eu não tinha estudado nem teria a menor condição de fazê-lo, tinha que resolver aquilo, também queria descobrir o que a minha mãe estava tomando, será que ela estava deprimida, triste, será que a culpa era minha? Porque ela estava tomando tarja preta sem contar para mim que era a pessoa mais próxima dela? Minha cabeça estava um turbilhão de emoções, de pensamentos, de dúvidas, o que aconteceu com a minha mãe só serviu para deixar tudo aquilo que eu vivia mais difícil de decifrar, o cenário era completamente nebuloso, quanto mais eu pensava menos eu entendia. Julia e eu nos aproximamos da minha tia e da mãe dela, aproveitei para falar que precisava resolver a questão das minhas provas e ficou acertado que na segunda feira minha tia e a mãe da Juh que eu também considerava como tia iriam até a escola resolver, pois eu não tinha a menor cabeça para fazer provas com a minha mãe naquele estado numa UTI. Já Passava das 13 horas e o médico que cuidava de mamãe veio e nos disse:
-Sei que essa é uma questão pessoal, mas me permitam uma opinião, a Dona Lorena apresenta um quadro estável apesar de ainda inspirar cuidados, vocês provavelmente devem estar cansados, não dormiram e estão aqui numa tensão muito grande, e além disso hoje é domingo e nesse dia não há visitas na UTI, então eu sugiro que vocês vão para a casa e descansem e retornem amanhã para visitarem a Dona Lorena, pois permanecer aqui hoje não terá efeito prático nenhum, mas repito é uma questão pessoal.
Eu detestei a ideia, apesar de estar visivelmente exausto, não queria arredar o pé dali nem por um minuto, eu não queria me afastar da minha mãe, queria ter a certeza que ela estaria sendo bem cuidada, e que ficaria bem o mais rapidamente possível, porém minha tia e a Júlia acabaram me convencendo que nada mais poderia ser feito, ela estava num excelente hospital, medicada, dormindo e nossa presença ali só serviria para nos preocuparmos e nos cansarmos ainda mais, assim mesmo a contragosto acabei aceitando ir embora, em função do adiantado da hora fomos todos almoçar, Meus Tios, a Julia e seus pais e claro eu, acabei nem comendo direito, não tinha fome, não tinha vontade, só queria que minha mãe melhorasse, não sabia ao certo o porquê, mas eu tinha uma certa culpa, um certo remorso que me doía o peito, eu não conseguia compreender o motivo mas achava que tudo aquilo era culpa minha, que de algum modo eu havia sido decisivo para que a minha mãe fosse acometida por aquela terrível doença que poderia ter consequências irreversíveis na vida dela, Júlia evidentemente percebeu minha tristeza, com a ternura e a compreensão de sempre ela me disse:
-Peh não fica assim, você não é onipotente, você não tem interferência sobre tudo, você é uma pessoa maravilhosa e sempre foi muito carinhoso com a sua mãe, desfaz essa cara, o que aconteceu não foi culpa sua.
E me abraçando ela parecia me devolver ao mundo, me devolver a calma, e assim eu acabei até comendo mesmo que sem muita vontade, após o almoço atentamos para o seguinte fato, eu morava com a minha mãe, sem ela eu estaria sozinho numa casa enorme e que demandava uma série de cuidados, o que seria uma imensa responsabilidade para um adolescente, percebendo esse detalhe minha tia disse:
-Pedro querido porque você não fica lá em casa pelo menos nessa noite, e depois vemos como você vai ficar até sua mãe sair do hospital, até para que você não se sinta sozinho, que você acha.
Concordei com ela, não queria mesmo ficar sozinho, sentia medo de ficar sozinho, sentia medo de perder a pessoa que sempre havia estado lá quando eu precisei, me sentia como se faltasse algum pedaço, como se fosse um quebra cabeças faltando. E assim fizemos, fui para a casa da minha tia, era relativamente longe da minha e era bem menor, não tinha piscina, por exemplo, mas eu gostava muito de lá, me sentia em família, quando chegamos fui tomar um banho e aproveitei para trocar de roupa, colocando um pijama velho que eu gostava muito mas que tinha parado de usar pois só andava em trajes mínimos em casa, resolvi relaxar um pouco, deitei na cama do quarto de hospedes onde eu iria dormir e fiquei mexendo no celular, o Marquin tinha me mandado inúmeras mensagens, bem como a Jéssica, acabei comentando a situação de minha mãe com os dois que trataram imediatamente de me tranquilizar, Jéssica estava bem mais carinhosa que safada, embora não deixasse seu jeito único de ser, já o Marcos me dizia que eu não deveria me preocupar, que a única coisa que eu podia fazer e fiz bem era prestar socorro rapidamente e que em breve eu estaria em casa com a minha mãe de novo. Jéssica insistia em querer me ver, eu desviava dizendo que não tinha cabeça para nada naquele momento, e não tinha mesmo, mas também estava evitando ela, sabia que se estivesse pessoalmente dificilmente resistiria aos encantos daquela sedutora patricinha, mas minha consciência doía, eu ainda não tinha me perdoado por ter traído a Julia, as atitudes da minha namorada eram tão nobres comigo, ela me fazia tão bem que eu me sentia um crápula por engana-la, aquilo me fazia mal, eu me sentia acuado, mas ao mesmo tempo não tinha vontade alguma de contar a verdade, eu não suportaria a dor que eu causaria em alguém que só havia me feito bem durante todo aquele período, fiquei conversando amenidades por algum tempo no celular e acabei dormindo, porém não foi uma noite tranquila, eu sonhava o tempo todo que minha mãe precisava de mim, sonhava que a Julia descobria que eu havia mentido para ela, enfim eu tinha fantasmas de mais, precisava colocar tudo aquilo para fora, mas com quem? Eu precisava de alguém que eu pudesse desabafar, precisava vomitar todas aquelas tormentas, mas não tinha com quem, eu não confiava com 100% de certeza em nenhum daqueles que me rodeavam e também isso me afligia de mais, resolvi ir beber uma água, diferentemente da minha casa não haviam dois andares, o quarto onde eu estava ficava ao lado da cozinha e do banheiro, saindo do meu quarto, ia chegando no banheiro e me deparei com uma cena que por um instante me fez esquecer de todos os meus problemas, minha tia parecia que tinha acabado de entrar no banheiro e parecia distraída pois nem mesmo fechou a porta, ela estava apenas com uma calcinha preta fio dental que sumia em seu bundão branco, minha tia era menos bunduda que a minha mãe, mas nem por isso sua bunda era pequena, ainda de costas para a porta, ela desceu a calcinha como se empinasse aquela delicia de bunda e se sentou no vaso, só nesse momento percebi que ela estava sem sutiã, nesse momento já com o pau latejando dentro do pijama constatei que apesar de ter a bunda consideravelmente menor, titia tinha os seios bem maiores que os da minha mãe que eu já achava um espetáculo de tamanho e beleza, enquanto ela fazia suas necessidades eu admirava aquela versão mais experiente mas nem por isso menos bonita da minha mãe, até o jeito que ela se posicionava no vaso era sensual, empinando seu bundão, poucos minutos depois ela se levantou ainda com a calcinha arriada e enquanto ela limpava sua bucetinha com papel higiênico percebi que titia não tinha marquinha de sol igual a mamãe e que a sua xoxota era bem menor que a da minha progenitora, enquanto ela subia a calcinha e dava descarga aproveitei para me esconder atrás da pilastra podendo ainda ver titia sair rebolando aquele bundão e entrando no seu quarto e fechando a porta, fiquei em êxtase com aquela cena, que mesmo singela serviu para acordar meu tesão adormecido, corri pro banheiro e o cheiro da minha tia ainda estava lá, mais que depressa fechei a porta, tirei meu pijama e minha cueca para não me sujar e comecei uma voraz e deliciosa punheta, pensava naquela visão esplendida que eu havia tido sentia saudades e vontade de dar uma boa trepada e claro eu me lembrava da Jéssica, e desejava comer ela, minha tia, minha mãe todo mundo, acabei gozando logo e muito tive que limpar bem o banheiro para apagar os vestígios.
Fui na cozinha tomei minha água e me acalmei, mas uma coisa eu tinha certeza, eu estava viciado em sexo, já não conseguia mais ficar sem, e por isso acabei me recordando daquela célebre frase que minha mãe havia me dito naquela inesquecível discussão que tivemos: “não consigo aguentar, sexo pra mim é como oxigênio, como me alimentar”, e não é que ela tinha mesmo razão? Eu jamais imaginava, mas finalmente havia conseguido entender o que ela tinha querido dizer com aquelas palavras, e realmente sexo era bem melhor que o oxigênio, e outra coisa me veio à cabeça, eu fantasiava com a Jéssica, com a Joyce, com a minha tia e até com a minha mãe, menos com a Júlia, eu sentia tesão por ela, mas era algo diferente, algo terno, era como se a minha mãe fosse a Julia, e a minha mãe fosse minha namorada, não conseguia explicar, mas era assim que eu me sentia. Voltei ao quarto e me deitei, devido ao imenso cansaço acabei dormindo de novo, dessa vez sem mais surpresas nos sonhos.
Acordei no dia seguinte por volta das 10h30 da manhã, vesti minha roupa pois para variar tinha dormido pelado e fui tomar meu café e assistir um pouco de televisão, cerca de uns quarenta minutos depois minha tia e a mãe da Julia chegaram da minha escola, elas me contaram que haviam se reunido com a coordenadora do meu colégio e que em função da internação da minha mãe, ela e a direção da escola haviam permitido que eu fizesse as provas finais na semana de provas de recuperação, ou seja dali a 20 dias, fiquei feliz, era um problema há menos, apesar de eu não estar com as notas em situação crítica, eu não tinha a menor condição psicológica de pensar em provas ou algo relacionado a isso. Depois de conversarmos fui tomar meu banho para sairmos para almoçar, iriamos pegar a Julia e depois de comermos iriamos ao hospital visitar mamãe, e assim fizemos, comemos e nos dirigimos para onde mamãe estava internada, o horário de visitas era de 13 as 16 horas e ao chegarmos lá ainda faltavam alguns minutos para o horário se iniciar, pouco depois de nos sentarmos na recepção o médico que estava cuidando de mamãe apareceu já de bolsa e deixando o hospital aparentemente, era o final do turno dele, ao perguntarmos como minha mãe estava a resposta foi bastante animadora:
-Olhem a Dona Lorena apresentou uma melhora significativa no quadro de ontem até hoje, se o quadro continuar evoluindo positivamente assim, amanhã ou na quarta poderemos retirar o respirador artificial e posteriormente poderemos avaliar se vai haver sequelas, mas dado o estado em que ela chegou aqui pode-se afirmar que ela teve uma evolução de quadro bastante considerável.
E assim ele se foi, e eu senti sair um mundo das minhas costas, minha mãe estava melhorando, e a minha vida poderia ser retomada, eu me senti aliviado, porém o fato dela ter se entupido de antidepressivos ainda me incomodava e eu continuava precisando entender o porquê daquilo. Minha tia entrou primeiro, ficou lá dentro por alguns minutos e voltou bastante contente, dizendo que minha mãe parecia bem melhor de aspecto, e que era pra eu entrar, e assim eu fiz, e para minha alegria, minha tia realmente tinha razão, apesar de ainda estar com muitos fios e toda entubada minha mãe tinha melhorado até sua coloração, seu tom de pele havia voltado ao normal, ela não parecia mais que estava morta e sim apenas dormindo, fiquei ali por alguns instantes conversando com ela mentalmente, tentando entender o porquê daqueles remédios e recordando alguns momentos alegres que passamos juntos, acabei com os olhos cheios de lágrimas, mas feliz por ver com meus próprios olhos que ela estava de fato se recuperando.
E assim os dias foram passando, eu continuava morando provisoriamente com meus tios, espiando minha tia sempre que possível, porém eu estava com uma saudade danada da minha casa, do meu quarto, das minhas coisas e até de andar a vontade, minha mãe continuava melhorando e ela acabou sendo transferida para o quarto, pois sua saúde já não necessitava mais dos cuidados de uma UTI, conforme o tempo se avançava mais ela melhorava, porém em função do tempo em que seu cérebro havia ficado sem oxigênio o médico nos alertou quando fomos visita-la pela primeira vez fora da terapia intensiva:
-Em função do tempo em que ficou sem oxigênio, a Dona Lorena irá apresentar nesses primeiros dias um quadro de amnésia e confusão de moderada a leve, entretanto apesar de não ser algo positivo é transitório e vocês devem ser compreensivos com ela, não forçando muito para que ela se lembre, mas também não deixando de lhe explicar as coisas.
Após a breve explicação entramos, minha tia, Julia e eu no quarto em que ela foi transferida, mamãe estava acordada, porém seu olhar parecia perdido, distante, me acheguei junto dela e alisei seus cabelos e disse:
-Oi Mãe seja bem-vinda de volta, que saudade que a gente estava de você.
Ela me olhou de um jeito carinhoso, sorriu e tentou dizer algo, sua fala estava arrastada, demorada, confusa, mas mesmo assim ela conseguiu falar:
-Eu também, meu filho, que saudades de você, de vocês todos, eu amo vocês.
Ela perguntou onde estava, seus olhos pareciam estar marejados, e suas ideias realmente estavam confusas, ela esqueceu o nome da própria irmã e da Julia, e falava com sérias dificuldades, porém eu não me importava, o que importava era que ela estava ali, viva, tinha escapado e em breve voltaria a ser a minha mãe como eu sempre conheci, ficamos ali algumas horas com ela, como estava no quarto não havia restrições severas as visitas como havia na UTI, porém não nos era permitido dormir lá em função das regras do hospital. Eu saí de lá bastante alegre nesse dia, tudo parecia que tinha voltado ao seu lugar, logicamente na medida do possível.
Mais alguns dias se passaram e assim era minha rotina, eu morava com a minha tia, estudava para as minhas provas que se aproximavam e visitava minha mãe no período da tarde, porém eu já estava cansado de ficar longe da minha casa, das minhas coisas, e assim resolvi com a minha tia que eu voltaria a morar na minha casa, pois minha mãe em breve voltaria e eu não poderia ficar morando com ela para sempre também. Recolhi minhas coisas, coloquei na mochila e fomos visitar minha mãe, que graças a Deus melhorava a cada dia, embora ainda continuasse um pouco confusa. Ao entrar em casa era como se eu estivesse ficado fora dali por um longo tempo, a casa estava bastante empoeirada, e as coisas ainda estavam do jeito que eu havia deixado no dia em que havia corrido com a minha mãe para o hospital, deixei minha mochila em meu quarto e fui encarar a faxina, tomei um banho e comecei a arrumação, aquela casa parecia tão grande e tão vazia, mas eu me sentia tão bem ali que preferia ficar sozinho nela do que morando com os meus tios como eu estava, após arrumar meu quarto e passar pano na sala e tirar a poeira fui organizar o quarto da minha mãe, enquanto arrumava as coisas por lá, acabei encontrando dois vidros brancos com uma faixa preta e a inscrição “escitalopram”, nestes dois ainda haviam algumas capsulas já no outro que se encontrava vazio havia a inscrição “fluoxetina”, quando percebi esses três vidros tive quase que certeza de que se tratavam dos antidepressivos que mamãe andava tomando, porém resolvi guarda-los para mostrar o médico que estava cuidando dela, voltei a ficar angustiado, pois, eu precisava entender o porquê ela estava não só tomando aquilo como estava escondendo de mim aquilo. Terminei a arrumação, fui para o meu quarto peguei um roupão e fui para a piscina, resolvi nadar pelado mesmo, afinal estava sozinho e eu adorava ficar sozinho e pelado, após relaxar na piscina me deitei na espreguiçadeira e fui responder minhas mensagens, falei com a Julia, ela ficou super feliz com a melhora de minha mãe, nós estávamos a uns dias sem nos vermos, pois, os pais dela estavam passando por uma pequena crise no casamento e ela estava ocupada com os problemas da casa dela, tentei dar a ela o mesmo suporte que ela me dava e combinamos de nos ver na manhã seguinte pois ela queria conversar pessoalmente comigo. Após desligar o telefone e me despedir da Julia, fui conversar com a Jéssica, acabei sendo fraco e disse que também estava com saudades dela, trocamos nudes e ela disse que tínhamos que meter o mais rápido possível, eu no ápice do tesão e sem transar desde que a minha mãe tinha adoecido evidentemente concordei, pensando com a cabeça de baixo que já estava latejando querendo sentir aquela ruiva safada de novo. Deixei a Jéssica um pouco de lado pois o Marcos estava me ligando, atendi e ele disse:
-E ai mano, como estão as coisas? Sua mãe já está melhor?
Eu respondi:
-Sim cara, desculpa ter sumido esses dias, mas as coisas andaram bastante complicadas, mas ainda bem que tudo está se solucionando, mamãe já está no quarto e fora uma leve confusão mental que ela está tendo em breve ela volta aqui para casa.
Ele completou:
-Nossa cara que bom que as coisas estão se acertando, mas então você está morando sozinho?
Respondi assertivamente e ele emendou:
-Cara o momento pode não ser o melhor, sei que você ainda está triste pela situação da sua mãe, mas você está tendo uma oportunidade de ouro.
Sem entender a que ele se referia perguntei que oportunidade de ouro era essa e que ele fosse mais claro, para minha surpresa não completa pois é claro que ele só podia estar pensando em sacanagem:
-Mano você tem uma casa sensacional, dinheiro, esse período sozinho pode servir para você fazer as putarias que você quiser, ter experiências inesquecíveis, uma chance dessas não aparece muitas vezes na vida não.
Pensando no que ele dizia respondi que....
Bom pessoal esse foi a parte 08, a história vai ganhando novos contornos se desenvolvendo e os personagens vão mostrando suas reais características cada vez mais, espero que gostem, deixem seus comentários, criticas, enfim, vamos escrever juntos essa deliciosa história, agradeço aqueles que estão comentando o desenvolvimento da história e dando dicas, estou lendo todas e tentando reunir todas elas e em breve postarei a parte 09. A parte seguinte será inesquecível para o nosso protagonista.
Abraços.