Eu não podia acreditar no que estava vendo.
Fiquei imóvel enquanto avistava ambos subindo para o palco. Eu sou sacudido por Eric e Leonor, me perguntando o que estava acontecendo. Mas eu não podia falar nada, eu não sabia o que estava acontecendo. Mas tudo pareceu piorar no momento em que o apresentador fala:
- E os representantes da Amazon, Sr. Amorim e Sr. Felipe subam ao palco para dar as boas-vindas a Artnow-Brasil, que a nossa empresa que vem trazer maiores investimentos ao nosso país. - Finalizou o apresentador.
- Fui empurrado aos poucos para cima do palco onde meu tio já estava. Ele estava tão surpreso quanto eu, mas ele estava com o sangue frio, eu observei pegando o microfone das mãos do apresentador, e dizendo:
- É uma honra para nós, nos juntar a uma empresa que é líder no mercado internacional. Olhando para William, e engolindo o seco - Então sejam bem-vindos. - Passando o microfone para mim e descendo do palco.
- Bem, eu tenho muito o que dizer, já foi dito tudo. Parabéns. - Falei descendo do palco.
Fiquei na parte de baixo, e todos estavam me bombardeando de perguntas, eu só respondia que eu não sabia. Leonor queria respostas e eu não sabia o que dizer, então disse a ela:
- Leonor, vou pedir para você ir para casa, vou ficar por aqui mais um tempo e pedir uma explicação. -
Depois de um pouco de insistência ela acabou concordando em ir fiquei ali observando o "Sr. Smith" próximo ao palco conversando com sua "mulherzinha" e com os americanos, mas logo se aproxima uma moça com roupa simples e fala alguma no ouvido de Susan, ela tenta sair de lá, mas ele a segura pelo braço, fala algo para ela sai.
Eu sigo ele, ao subir as escadas. Para poder tirar toda essa história a limpo, por que ele me enganou? Será que ele fez tudo isso para se afastar de mim e viver a vida dele? Essas eram perguntas que eu iria descobrir agora as respostas.
Ao chegar ao fim do corredor ele dobra, quando chego só o vejo ele fechando a porta. Fiquei pensando em como entrar, voltei pelo mesmo caminho que vim, até encontrar alguém que pudesse me ajudar. Tinha uma senhora entrando e saindo de uma pequena sala, então falei:
- A senhora me conhece? -
- Quem não conhece o senhor aqui? Você é o bonitão que é dono de tudo isso. - Terminou ela.
- Obrigado! Sou o dono sim, mas nesse momento preciso de um favor, preciso que você abra um quarto para mim pode ser? -
- Claro, espere. - Falou ela entrando e vindo com um cartão. -
Fomos até o quarto novamente, quando chegamos, ela disse:
- Senhor, mas esse quarto tem uma família. Inclusive o ele me disse que era um dos Donos do hotel. -
- É meu marido, pode abrir. - Finalizei.
Quando a porta está se abrindo meu coração começa a palpitar forte, como se eu fosse ter o enfarte. Eu estava muito nervoso, depois que entro fecho devagar a porta e vou andando para o quarto. O ouço falando sozinho aparentemente, a última coisa que ouvir ele falando foi:
- Agora está cheirosinho, o bebê do papai. -
Ao ver o que estava acontecendo eu tenho um grande susto. Me deparo com ele em pé, e uma criança na cama que aparentemente tinha sido trocado as fraudas, acho que tinha uns cinco meses. Então falo:
- Então foi por isso que você forjou sua morte, não foi? Você queria uma família, fala! -Exaltado- Precisava mesmo ter feito tudo isso, me trair. - Finalizei.
- Você é o Felipe, não é? Eu sabia que ia me procurar, só não sabia que ia invadir meu quarto. - Falou ele, logo depois que se virou para mim um pouco surpreso.
- Não haja como não me conhecesse, você é pior do que o Gustavo havia dito. - Falei com a voz alta, até que ouço o choro da criança na cama e o outro no berço.
- Olha o que você provocou, sai do quarto Felipe, por favor. Amanhã terá uma reunião as 8:00 da manhã com nossos advogados, aí resolvemos isso. - Falou ele.
Mas não conseguir me controlar, fui até o berço que tinha outra criança. Eu olhei as suas feições, era a cara dele e daquela vagabunda. Olhei para ele e disse:
- Você tem outra família, é isso? -
Nesse momento a mulher que foi chama-los lá em baixo entra no quarto e vai até o berço e tenta acalentar a criança. Eu estava com muito ódio de todos que me fizeram de panaca. Eu estava quase saindo quarto, quando ele vira para mim e diz:
- Ei! Quero o Gustavo fora da minha casa. Amanhã volto a tomar posse de tudo que é meu. -
- Direito a quê. Você perdeu qualquer direito no momento em que me largou. - Falei
- Fecha a porta quando sair. - Foi só o que ele disse, o que me fez aumentar minha raiva.
Desci para o salão e todo anda estavam por lá. Quando Diana me viu foi até mim e disse:
- Ei, eu estava te procurando, você está bem? -
- Não, eu estou péssimo. Está vendo essa cara aqui. - Falei dando tapas em minha face. - Pois é, é a face da trouxa que eu sou.- Falei.
- Para com isso, vamos sair daqui. Todos só estavam esperando você para ir embora. - Falou ela.
- Como assim, todos? -
- Quando falo todos, estou falando da Lúcia, Ludmila e Arthur. O Eric estava também, mas saiu correndo quando viu Osvaldo. Então não sei dele. - Terminou ela.
- Osvaldo também está vivo? - Falei surpreso- Claro, só podia. Todos me enganaram, vejo que todos estavam certo, ele me traiu com Osvaldo e depois casou com a Susan. - Falei já próximo do local onde eles estavam estacionados.
Ludmila pede para mim entrar no carro, é o que faço. A princípio eles evitaram fazer perguntas, mas claro que chegou em um momento que a Lúcia acabou perguntando:
- E aí, você falou com ele? -
- Não só falei. Mas também conheci os filhos dele. - Disse.
Todos ficaram espantados e se perguntando que filho era, mas eu disse que não queria falar nada no momento que só queria repousar até chegar em casa.
No caminho que ainda restava até chegar em casa fomos calados, quando chegamos o Eric estava esperando na entrada. Nos acomodamos na sala, já que Leonor estava esperando, com certeza estava esperando por respostas. Então logo que sentei ela disse:
- Falou com ele? -
- Sim. Mas ele agiu estranho. Como se soubesse quem eu era, mas não lembrasse. Creio que seja mais uma farsa, como tantas outras. - Eu disse.
- Você acredita que seja realmente uma farsa? - Falou Leonor, com a cara de quem havia chorado entes de eu chegar.
- Você não? - Finalizei.
Mas antes de se levantar e ir em direção a escada, ela diz:
- Eu não sei dizer o que aconteceu. Mas conheço o filho que tenho, e por mais que tudo pareça estar contra ele, eu continuarei acreditando nele. E acho que você podia fazer o mesmo.
Fiquei chateado por ela dizer isso, mas também sei que uma mãe sempre fica do lado filho. Mas não me controlei e falei;
- Parabéns Leonor, você é vovó. Só que os seus netos não são meus filhos. - Ela ficou me olhando fixamente por alguns segundos, como se não estivesse acreditando que eu havia dito, logo depois subiu para seu quarto.
E nós ficamos lá em baixo na sala. Depois que passou a tensão com Leonor, Arthur logo pergunta:
- E aí Eric, conseguiu falar com Osvaldo? -
- Não. O cretino fugiu de carro, ainda tentei ir atrás dele de táxi, mas o motorista não quis correr. Então pedir para ele me deixar aqui, já que vocês só estavam esperando o príncipe.
- Como foi lá, quando falou com ele? - Perguntou Diana.
- Eu o seguir quando ele subiu as escadas e entrou até no quarto em que estava hospedado. Depois que entrei vi ele de costa falando com a criança, pelo que percebi ele estava trocando a fraudas da criança, estava chamando de filho.- Falei apoiando os braços no joelho e olhando para baixo.- Quando percebeu minha presença, agiu estranho, ele falou mais ou menos assim "você deve ser o Felipe, sabia que vinha me procurar, só não pensei que iria invadi meu quarto", depois disso eu me exaltei um pouco e a outra criança que estava num berço, que eu nem havia percebido que tinha, começou a chorar. Eu fui até o lá, quando olhei a cara da criança, tinha a feição do William, com alguns traços daquela vagabunda. Aquelas crianças são filhos dele, tenho certeza. A cena que não me sai da cabeça é dele segurando o filho no colo, logo depois que eu me exaltei a criança voltou a chorar, então ele o pôs no colo, nesse momento que fui para o berço ver a outra criança, mas logo uma mulher que suponho ser a babá chega e tenho que sair porque ele me expulsou do quarto. Mas antes de eu sair ele ainda falou que quer o Gustavo fora da casa dele e que amanhã as 8 da manhã teremos uma reunião no escritório da empresa. - Disse eu.
- Mas e aí, como vai ser? - Questionou Eric.
- Vai ser que quero vocês todos amanhã comigo, na sala de reuniões. Por que todos nós de uma maneira ou de outra, fomos atingidos por essa mentira, seja direta ou indiretamente. - Falei eu.
Depois dessa conversa todos concordaram com o que eu havia dito, ficamos somente mais um pouco lá, falando mais sobre o assunto. Todos me questionaram se eu ia tirar o Gustavo de casa ou não, mas isso é algo que tenho que pensar bem, porque não posso ser injusto com ele. Logo depois, todos decidiram ir embora para se preparar para amanhã, somente Eric que decidiu ficar nos quartos de hospedes.
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Essa noite está sendo longa, confesso que não consigo dormir, minha cabeça está a mil, preciso pensar em como resolver isso, o que vou fazer com Gustavo? Não posso tirar ele daqui com uma mão na frente e outra atrás. Mas também não devo aceitar que Felipe volte assim, como se nada tivesse acontecido. Então tive que ligar para o advogado, apesar de ser madrugada, não me aguentei, peguei o celular e liguei, ao atender ele disse.
- Que foi Felipe? Para você ligar a essa hora só pode ter acontecido algo sério. Só e diz, você não está preso, não é? - Terminou ele.
- Não. Não é nada disso. -
- Ah, sim. Porque quando alguém me liga a essa hora, quase sempre está detido. - Falou ele.
- A verdade é que William voltou, ele não estava morto. E quer tudo que ele diz que pertence a ele. E eu não vou entregar nada, principalmente se ele me enganou todo esse tempo. Então amanhã vai ter uma reunião as 8:00 da manhã, quero que você esteja lá. - Finalizei.
- Eu já estava sabendo da reunião, adiei alguns compromissos para estar lá, mas só poderei chegar as 9:00 da manhã, então enrole lá até eu chegar. Pode ser?
- Claro, farei isso. Mas por favor, não deixe que eu perca meus bens. Só o que peço. -
- Fica calmo, meu pai cuidou dos bens da tua mãe por muito tempo, e ele é muito agradecido a ela por muita coisa. Eu dou valor a isso, e pode ficar tranquilo, que apesar do resultado da reunião de amanhã, tudo que eu fizer vai ser para o seu bem. - Terminou ele.
Eu agradeci a ele, e tentei dormir, todos devem imaginar o quanto foi difícil dormir, mas lá pelas quatro da madrugada, acho que conseguir.
_____
6:30 da manhã o despertador me acorda, acho que essa foi a primeira vez na vida que não tive preguiça de levantar. Fui acordar Eric e em seguida tomar meu banho, assim que abrir os olhos.
Fui tomar café, Judith já tinha preparado tudo porque Leonor havia pedido, Eric já estava tomando estava lá, até perguntei se ele realmente havia tomado banho, porque ele acordou depois de mim e já estava na mesa, Leonor pediu para mim ser maldoso, ele só falou que eu que demoro muito no banho. Possivelmente a mesa já estava arrumada porque Leonor sabia que eu não ia dormir até tarde depois da noite de ontem, tomei um café reforçado para aguentar o dia, não demora muito para mim ver Gustavo entrando em casa batendo a porta.
Me levanto rapidamente da cadeira, assim como Leonor e Eric. Vejo ele vindo em minha direção, dizendo:
- Porque você fez isso comigo? Me deixou esperando naquele hotel como se eu não fosse nada, nem ninguém para você. - falou ele me dando um soco no rosto.
Não doeu, mas feriu minha boca por dentro, que senti gosto de sangue.
Leonor logo se põe a frente, e fala para ele sair da casa dela. Mas ele grita com ela e diz que ele não vai sair, que a casa é tão dela quanto é de Felipe.
-Essa casa é do meu filho, William. - Falou ela.
- Se for isso, eu lamento. Mas teu filho está morto. - Falou ele em um tom alto e empurrando Leonor no sofá da sala.
Leonor foi logo amparada por Eric.
Nesse momento eu não aguentei, ele nunca tinha feito isso com ela, nem ao menos ele tinha gritado. Então, logo depois que vi ela no sofá, fui para cima dele e dei um soco em seu peito. E disse:
- Nunca mais faça isso com ela. E você tem que sair dessa casa, William não está morto e ele te quer fora da casa, por que hoje ele estará voltando para cá. - Finalizei.
Gustavo ficou sem chão. E falou:
- Não, ele não está vivo. Isso deve ser um engano, eu falei com aquele rapaz que trabalha na enfermaria da Universidade, ele estava no Hospital na noite que tudo aconteceu, ele me falou que os exames tinham dado afirmativo nas análises das arcadas dentárias. - Finalizou ele de uma maneira que parecia estar em choque, ainda no chão em consequência do soco que eu havia dado.
- Não. Não tem engano nessa história. Falei com ele, vou me encontrar agora com ele na empresa. Vai ter uma reunião. - Disse.
Meu telefone toca, era uma mensagem do meu advogado, estava escrito:
"Falei com o William, a reunião foi adiada para as 10:00, por que não poderei chegar entes.
PS. Ele quer que você leve a mãe dele".
Então eu falei para os três e enviei mensagens para Diana, Arthur, Lucia e Ludmila. Leonor disse que Iria se arrumar, Gustavo falou que iria para quarto ficar um tempinho só.
Uma hora se passou desde que os dois subiram, fico sentado no sofá conversando com Eric, até que Gustavo vem descendo as escadas, todo arrumado e diz:
- Eu vou com você também. Porque eu sou casado com você a três anos, tenho meus direitos e se ele passou todos esses anos fora, ele perdeu o direito dele, por abandono de lar. -
- Isso quem vai resolver são os meus advogados, eles estarão lá me representando. - Disse.
- Ainda bem que ele vai estar lá, ele não vai deixar que ninguém roube o que é seu, nem o William. - Falou ele.
Fiquei calado, eu já estava entalado até o pescoço com o que ele aconteceu quando ele chegou. Uma coisa eu já havia decidido, se o meu casamento com William for anulado por ele está fora todo esse tempo, eu não ficarei com Gustavo, ainda bem que não cheguei a dormir com ele, cheguei a decisão que prefiro ficar só.
Fui até o quarto de Leonor à pegar para irmos pra empresa. Quando chegamos lá, no último andar, onde fica a sala de reuniões, por incrível que pareça eles já estavam sentados nas cadeiras, foi tipo aquele filme de Máfia, mas ainda faltava meia hora para começar. Então eu disse:
- Estavam esperando minha chegada. -
- Sim, estávamos. Mas também esperamos o seu advogado. - Falou Susan, com um ar de superioridade que eu odiei.
Logo entram na sala, os demais, incluindo nosso Arthur e o pessoal. Eu não os tinha visto quando entrei, atrás deles entra Gustavo.
A partir do momento em que ele entra na sala, um enorme silêncio se instala, a tensão foi generalizada.
Mas eu fiquei tenso no momento em que William se levanta. Ele caminha até nós, pega Leonor e sai da sala. Então todos nós nos sentamos nos lugares da mesa, a situação estava tão tensa que eu não tinha percebido que Osvaldo estava sentado na minha frente, aquilo para mim foi o fim da picada, me deu vontade de voar em cima dele, ele deve ter se divertido muito na cama de William, era só isso que eu conseguia pensar nos minutos que antecederam a chegada de meus advogados. Só estávamos esperando a volta de William e Leonor, com 15 minutos de pois dá chagada do advogado entraram na sala.
- Então podemos começar. - Eu disse.
- Claro, então eu dou a palavra a meu advogado. - Falou William.
Nesse momento meu advogado começo a falar, eu o interrompi e disse:
- Você é meu advogado e não dele. -
- Calma Felipe, deixa eu falar, por favor. - Falou ele.
Só o que fiz foi concordar. Então ele prossegue dizendo:
- Bem, a três meses atrás tive a surpresa de receber a ligação de William. A minha surpresa foi tão grande, que fiquei coma mesma cara que a de todos vocês nesse momento. Ele me explicou tudo o que tinha acontecido, me entregou documentos que comprovavam que depois do acidente ele não teve como se comunicar. Esses documentos foram entregues no ministério público, por mim, e a três semanas atrás eles confirmaram que tudo que William passou foi verídico, então a partir dessa confirmação, ele passou a ser um cidadão com direitos legais. Se tivesse passado 10 anos, William não teria direitos legais sobre os bens que foram construídos agora, depois do segundo casamento de Felipe, mas teria direito a metade do que Felipe herdou dos pais, sendo que o Felipe deve lembrar que passou metade de sua fortuna para William, já em vida, quando assinou o contrato de casamento. Lembra disso Felipe? - Falou o advogado.
Eu não queria dizer que sim, mas eu fiz isso e não tinha como negar. Então falo:
- Sim, eu lembro. -
- Como você fez uma idiotice dessas, Felipe. Seu idiota- Falou Gustavo.
O Advogado o interrompeu e pediu silêncio, para prosseguir.
- Com eu estava dizendo, se William estivesse morrido mesmo. Metade desse dinheiro iria para Leonor, já que William deixou um testamento e estava estabelecido isso por ele, a outra metade ficaria com seu marido, no caso Felipe. Mas como não se passaram os 10 anos, foram apenas 5, tudo que foi construído nesses 5 anos, também é de William, já que por lei ele ainda é casado com William.
Nesse momento Gustavo se levanta e chuta a cadeira, eu peço calma a ele, ele diz:
- Como vou ter calma nessa porra. Se esse zé mané vai levar tudo que é meu, e você não vai fazer nada para impedir isso?
- Calma - disse - Tem alguma maneira de Gustavo ter direito a tudo que construímos durante esses 3 anos de casado? - Perguntei olhando para o advogado.
- Não. Porque legalmente, quem é casado com o Felipe é William, seu casamento perdeu o valor senhor Gustavo.
- Claro que não. Eu vou recorrer, pedir para meus advogados- Falou Gustavo.
Então William fala:
- Se você fizer isso, provavelmente você vai perder. Mas antes de pensar em fazer isso leia esses papeis. - Falou ele empurrando uns papéis para na mesa, até chegar nas mãos de Guga. -
A sala estava um completo silêncio enquanto Gustavo Lia o documento. Depois de um tempo William perguntou se ele ainda iria recorrer. Sá o que Gustavo fez foi sair da sala, olhar para mim e dizer:
- Irei tirar minhas coisas da sua casa temporariamente, e ir para a casa de meu pai.
Meu advogado finalizou dizendo:
- Mas ele teve filhos com a SENHORA Susan, então ele me traiu, posso me separar dele por isso, não posso? - Disse.
- Você pode se separar dele a hora que quiser e por qualquer motivo que quiser. Isso é algo que quem vai decidir é você. Mas não me separaria sem saber os reais motivos de tudo que aconteceu nesses últimos anos. Eu não deveria falar isso para você, porque William me pediu, mas ele não se recorda muito bem das coisas, ele teve uma série de problemas, e uma delas foi que ele ficou com amnesia depois do acidente, o que ele lembra deve-se ao pouco que Osvaldo e Susan falaram para ele, mas ele não consegue distinguir ainda o que realmente ele lembra, do que a cabeça dele inventa por conta do que foi dito a ele. - Finalizou ele, ao sair da sala.
Confesso que fiquei sem saber o que pensar depois disso. Eu estava quase me rendendo a ele naquele momento, mas minha cabeça dizia "Não acredita nele, ele não merece que você o ame ainda, ele te enganou". Eu fiquei muito em dúvida, mas logo William diz:
- Eu preciso de dizer algo a todos que estão aqui. - Olhando para todos e depois fixando os olhos em mim - Eu não me lembro de tudo ainda, mas me lembro de algumas coisas. Sei que você todos que estão aqui gostavam muito de mim, por isso devo uma explicação a todos vocês, não agora, porque antes de tudo, devo uma explicação para Felipe. Só o que posso dizer aqui, é que não tive como voltar antes e nada do que fiz, foi proposital. Obrigado por me ouvirem, vocês poderiam me dar licença para mim falar com Felipe. - Finalizou William.
Eu fiquei sem chão, ele queria ficar frente a frente comigo. Eu não estava preparado para isso. Então eu disse:
- Eu não quero falar com você. Não agora. -
- Você não pode fugir disso. Mas cedo ou mais tarde teremos que ter uma conversa franca. -
-Tudo bem. Mas não quero que seja agora. Pode respeitar minha decisão. - Eu disse.
- Tudo bem. Mas pelo menos me leve para casa com você. -
- Como assim, para que casa? - Falei espantado e não querendo dar o braço a torcer.
Eu me conhecia, por mais raiva que eu estivesse, olhar ele mais lindo do que eu jamais poderia imaginar, me balançava muito. Eu não vou dar o braço a torcer.
- Você pode vir por que aquela casa é da tua mãe, mas você vai dormir em outro quarto, não mais comigo, pelo menos até a nossa separação. - Falei vendo sua cara despreocupada.
Parece que ele nem se afetou pelo que eu disse, talvez ele não goste mais de mim mesmo. Provavelmente uma separação seja melhor. Mas eu não sabia que pensar em uma separação me doeria tanto como está doendo agora. Vou evitar falar para não chorar enquanto vou para meu carro.
No meio do caminho para o estacionamento ele pede para mim esperar, ficou cerca de três minutos ausente. Quando veio me deu maior susto, veio com uma um bebê no colo e outro num bebê-carona.
Para mim foi o fim da picada, até me arrependi de ter deixado ele vir comigo. Só fiz olhar para ele e dizer:
- Não, você só vai comigo se deixar esse bebê, Senhor Smith. -
Eu sentir raiva de saber que ele tem filhos, e principalmente, esse filho não é comigo. Se eu olhar para essas crianças, vou ter raiva.
- Não posso deixá-los, porque eles são meus filhos. - Disse ele.
- Seu com aquela vagabunda, não é? - Falei com raiva.
- Não chame ela assim, a dona Sarah não te educou dessa maneira. Então cala essa boca e pega meu filho aqui - Me dando o bebê-carona e botando na minha mão. - Agora entra no carro. - Finalizou ele.
Preferi ficar calado para não continuar com aquela discussão no estacionamento.
O pior de tudo isso, é que ele dirigiu muito devagar por causa das crianças que estavam comigo. Eu não podia me apegar, mas ao ver o que estava no meu colo dormindo como um anjo, sentir um enorme amor que não conseguir descrever.
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Gostaria de agradecer a todos que estão lendo meu livro, e também por aquelas pessoas que comentaram bastante esse ultimo capitulo.
OBRIGADO!
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