Apenas as palavras sangram.

Um conto erótico de Cristian
Categoria: Homossexual
Contém 839 palavras
Data: 22/05/2016 22:45:04

Olá,leitor.

De todas as formas de dar Adeus, aquela em que carregamos uma imensurável culpa é a que mais nos atormenta. Sair de um relacionamento, é muitas vezes desvanecer-se te tudo o que foi bom, e foi mal, caótico, que te machucou, que te fez querer se jogar, uma vez que você ja está em queda livre, e você não sabe que tipo de corda vai te livrar. Pior do que isto, é quando você sai do relacionamento sabendo que não disse todas as coisas que queria,porque não achou nenhuma maneira de expressar todas as coisas que seu coração sentia. Então, quero deixar registrado aqui isso, em um lugar que todos possam ler, e talvez, ele também leia. E se assim o fizer, não tenho como propósito sua pena, isso aqui são apenas as coisas que segurei ao deixar você ir embora cedo demais.

- Você não me ama mais? Perguntei já não querendo ouvir a resposta.

- Olha Cristian, claro que sinto um carinho por ti, mas, você ja não tem mais aquele poder que eu disse que você tinha sobre mim.

- Porque eu te machuquei muito, não?

- É, digamos que foi um pouco disso também.

- Então a gente não ficará mais juntos?

- Olha, é meio impossível dar certo, porque tudo é questão de convivência, e a nossa convivência não deu muito certo, e como te falei, vou embora para Curitiba este ano, não posso me apegar em ninguém aqui.

-Mas eu estou disposto a mudar, em tudo, ser uma nova pessoa, começar do zero, largar tdo e todos para ter você.

- Olha Cristian, você diz isso agora, mas na patrica sabemos que não é verdade. Não posso dizer pra você que vamos ter uma vidinha de amor e carinho que éramos pra ter, porque aconteceram coisas e não irá ser palavras que farão com quem estás coisas não tornem a acontecer, e agora tbm não daria certo por culpa minha.

-Isso machuca. Falei cerrando os lábios e segurando as mãos

- Sempre machuca, posso estar machucando agora, mas melhor do que machucar depois.

- Posso pelo menos te pedir uma última coisa? Fechei meus olhos e esperei pelo não, pois isso era tudo o que eu conhecia.

-Claro, diz ai.

Bom, até hoje não sei ao certo se está foi a melhor decisão a se tomar, porque por computador tudo é mais fácil, a maneira com que nos expressamos soa mais exata, e, com tudo, não olhar nos olhos tira um enorme peso de nossas costas, mesmo assim, eu precisava disso, como uma mulher de bandido precisa apanhar para estar saciada, como um doente em estado terminal implora por mais e mais morfina, eu precisava daquilo mesmo que me custasse a minha sanidade, minha saúde. Eu precisava vê-lo, precisava sentir ele, para saber que eu ainda estava vivo, e meu estado não estava perdido.

- Posso te ver pessoalmente? Tipo, sairmos, conversarmos e tals?

Era um tiro no escuro, pois ele já havia dito que entre nós não havia mais nada a se falar, nada a se implorar.

- Claro que podemos, mas tem que ser essa semana, porque semana que vem estou indo pra Curitiba.

-Tudo bem, vou ver um dia que fiquei bom pra mim e pra vc, e ai vamos em algum lugar.

Era uma quarta, quando ele me ligou dizendo que havia saído de um jantar e iria passar em casa, tomar um banho e viria aqui em casa. Bom, eu estava em transe, faziam alguns meses que não nos víamos pessoalmente, pra ser exato, 7 meses! Mesmo morando na mesma cidade, depois que terminamos, nos afastamos.

*já estou aqui na frente de sua casa*

Era a hora, depois de sete meses eu o veria de novo, estaria ao lado dele, sentiria o perfume dele entrando por minhas narinas e fazendo-me relembrar o porque eu amava ele. Sai do portão, minhas mãos soavam, e logo ali a uns 50 metros de mim eu já via o carro dele parado.

Enquanto eu andava aqueles 50 metros muitas coisas se passaram pela minha cabeça. A maneira com que ele me conheceu, a primeira vez que saímos juntos e ele me beijou no canto esquerdo a boca, timidamente. Flashbacksde memórias me vinham na cabeça, de ele me beijando quando eu estava dizendo algo, ou quando eu pedia pra ele chegar em tal horário e não se atrasar nenhum minuto, e ele chegava dez ou quinze minutos mais cedo e ficava no carro esperando dar a hora certa em que combinamos. Nesses 50 metros, que mais se pareciam com uma eternidade, eu vi todos os erros que cometi, eu senti o peso deles nas minha costas,um fardo pesado que agora fazia parte de quem eu era e de quem eu seria. Me aproximava a cada vez mais do carro dele, É cada passo dado era como se ele estivesse pintando quadros com meus erros, para que eu os visse, a cada passo dado eu me sentia mais distanciado dele. Parei em frente á janela do motorista, ele abaixou o vidro.

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