MESA PRA TRÊS 3ª PARTE CAP 4 - YAKISSOBA

Um conto erótico de Cookie
Categoria: Homossexual
Contém 3381 palavras
Data: 28/06/2016 15:46:20

CAPÍTULO 4

YAKISSOBA

- Olá – Disse Helena de terno azul decotado exibindo seu grande porte.

Ela estava encostada no carro, em pé e com as pernas cruzadas, Jorge sabia que aquele rosto parecia familiar, mas não lembraria de onde conhecia aquela moça.

- Olá! – Disse Jorge nervoso – Oferecendo um aperto de mão enquanto ela oferecia o rosto para ser beijado

- Opa! – Repetiu ele nervoso.

- Haha... - Riu ela parecendo meiga – Atrapalhado e charmoso, como sempre.

- Como sempre? - Perguntou Jorge confuso - Desculpa, nós nos conhecemos?

- Sim, entra aí que no caminho eu te explico.

Meia hora se passou até os dois chegarem no restaurante que Helena havia reservado lugares, normalmente a rota levaria menos de quinze minutos, mas Helena fez questão de ir pelas ruas mais demoradas, porque a conversa estava boa e o foco era ela.

- Então, você me via e nunca falava comigo... Por isso eu não lembrava de você! - Concluiu Jorge.

- Você nunca me olhava, só teve olhos para minha rival... – Ria ela.

- Sim, a Elaine! Bom, você há de entender...

- Ah, desculpa, nossa, como sou indelicada. - Disse se sentindo mal.

- Tudo bem, já faz muito tempo... - Consolou Jorge.

- Mas sabe, eu estava pronta par tomar uma atitude, mas infelizmente minha família teve que se mudar, eu consegui esse emprego, me identifiquei e consegui crescer na indústria, hoje.... Não me vejo fazendo qualquer coisa que não seja isso. Mas quem sabe? Num universo paralelo, talvez sejamos casados e tenhamos vários filhos!

Jorge riu se surpreendendo com a ousadia de Helena e como, realmente, ela era bonita.

- Mas chega de mim. – Disse ela olhando entre as velas da mesa, apoiando seu rosto sobre as costas dos dedos – Agora me fala de você!

E eis que esse era o momento que Jorge temia. Independentemente do que Débora, Aurélio e Alice o tinham sugerido, ele sabia que queria se fosse honesto consigo mesmo, não levaria aquele encontro para lugar algum, seria sincero e ela saberia que a verdade, apesar de ser complicada, deveria ser dita. Mas havia algo no ar, confortável e novo para Jorge, ele gostava daquilo, encontros, restaurante e conhecer pessoas. Nos últimos anos ele só sabia de Mike, há poucos dias estava numa luta psicológica de sentimentos entre amor e conformação e tudo o que cabia dentro. Era bom sair da arena para variar.

- Estou viúvo... E só! – Respondeu ele. – Sorrindo.

As horas se passaram, a sobremesa veio, os dois conversaram sobre política, religião, violência, música, como o tempo era antigamente e como se sentiam velhos, mesmo em situações que não deveriam se sentir, a noite foi se passando e as horas também. A vela da mesa tinha se desfeito por completo. E continuavam conversando até Helena sentir algo vibrando na sua bolsa que apoiava sobre a cadeira:

- Só um minuto, desculpa. - Disse se retirando.

- Claro.

Enquanto Helena se retirava da mesa e ia atender o celular a fora, Jorge constantemente se perguntava o que estava fazendo, porque a conversa ia incrivelmente bem e o motivo de se sentir atraído por ela. Achava injusta a situação para com Helena e em segundos de coragem insana, tinha decidido contar a verdade quando ela retornasse à mesa, o que aconteceu instantes depois.

- Helena, eu queria lhe... – Começou Jorge.

- Olha, mil desculpas Jorge, surgiu uma emergência, eu preciso ir, tudo bem se você pegar um taxi?

Jorge estava realmente surpreso com a abordagem.

- Claro, não se preocupe, eu espero que esteja tudo bem...

- Nada que eu não... Enfim, eu consigo resolver. Continuamos semana que vem pode ser?

- Hã? - Perguntou Jorge perdido.

- Dia... Semana que vem... Em breve, mesmo horário, tá livre? Eu te pego em casa! Beijos! - Helena saiu apressada.

- Acho que sim, disse para ele mesmo.

- Tchau! Gritou da porta do restaurante.

- Tchau...

Jorge chegou em casa e foi imediatamente abordado por Mike e Gabriel.

- E aí garanhão, como foi a noite? – Perguntou Mike.

- Alice nos explicou tudo, a gente sabe que você não queria ir, mas foi por causa da Débora e Aurélio. Espero que não tenha sido tão ruim.

Jorge ficou mudo, poderia falar que iria vê-la semana que vem, que adorou a conversa e que Helena era linda, mas ficou calado, fingiu um bocejo, disse que estava com sono, tomou banho e dormiuOLÁ!

Sou eu Helena,

Espero que não se incomode.

Pedi pra Débora me passar o número de seu celular.

Me diz uma coisinha rápida,

O que significa LOL ?

É algum código pra alguma coisa?

Jorge riu ao receber aquela mensagem, mas não tinha ideia do que ela estava falando.

- Mike? – Perguntou abandonando a colher do sorvete que consumia para olha para Mike que conversava com Alice enquanto Gabriel brincava com Aaron numa sorveteria no centro da cidade.

- Diga! – Respondeu Mike curioso.

- O que significa LOL?

- Tipo assim? – E Mike levantou os braços imitando a figura,

Jorge virou o rosto contrariado.

- Acho que sim!

- Significa Laughing out loud, Jorge – Disse Gabriel – Rindo alto em inglês! - Traduziu enquanto Aaron o distraia.

- Ah! – Disse Jorge digitando em respostaBom dia!

Ouve só essa música aqui e vê se reconhece!

*aúdio*

Se demorar para ouvir, saiba que é esse botão embaixo no canto inferior da tela que tem eu pressionar.

Não se sinta mal.

Aprendi a enviar áudio ontem

Jorge apertou o botão e ouvia Bee GeesJorge tinha acabado de ter uma transa com Mike e Gabriel ao mesmo tempo, pelas acrobacias feitas, tinha razão de ser o mais cansado dos três. Levantou para pegar água e levou o celular junto.

Boa noite!

Não sei se já está dormindo,

Mas você consegue me dizer o que significa isso aqui?

<3

Claro,

Peraê

Ah

Isso é um coração invertido

Mas pra mim parece uma bunda

Heheh

Nossa eu ia dizer a mesma coisa

HAhahhaha

Enfim,

Não quero te incomodar

Boa noite<3

<3

Entenda como quiserSobre esse sábado

Tá em pé?

Sim

Tudo certo?

Meio cansada,

Tô no Spa

Helena lhe enviou uma imagem

Jorge visualizou a imagem de Helena deitada de bruços com toalha cobrindo o cabelo e parte de suas pernas.

Preciso relaxar

<Não é possível fazer reservas naquele restaurante

Está tudo lotado

Eu tava pensando em aparecer na sua casa com uma garrafa de vinho deliciosa que eu tenho aqui

Que tal?Jorge?

- Algum de vocês sabem me dizer porque meu celular de repente parou de ligar? - Perguntou Jorge.

Perguntou Jorge brigando com o celular.

- Já tentou carregar? – Perguntou Gabriel, mexendo no seu próprio celular.

- Aham – Respondeu calmamente.

- Vai ver você derrubou ou caiu – Concluiu Mike.

- Tá esperando ligação de alguém? - Perguntou Gabriel, curioso.

- Talvez – Respondeu Jorge baixinho sem olhar pra Gabriel.

- Enfim, me dá isso aqui que eu arrumo – Mike pegou o celular da mão de Jorge – Só não esquece que você prometeu pra Alice que você ia na consulta com ela.... Ela já tá quase pronta e você nem se arrumou ainda. - Disse enquanto ia para fora.

- Tá bom – Respondeu Jorge contrariado se levantando – Trago alguma coisa? Um carregador ou uma nova bateria? – Perguntou em voz alta antes de ir para o quarto.

- Não! Relaxa, eu cuido disso... - Respondeu Mike do lado de fora da casa.

- Tem certeza?

- Vai de uma vez. - Respondeu Mike grosseiramente.

- Tá!

Jorge saiu com Alice, ambos foram a clínica no centro da cidade, inicialmente a cabeça de Jorge o fez estar em mais de um local ao mesmo tempo, porém as coisas com Alice eram tão mágicas, que ele logo se distraiu das coisas que o transportavam para outro lugar.

- O que você acha? Menino ou menina? - Perguntou Alice para Jorge.

- Sinceramente, acho que é menina – Respondeu Jorge.

- Sério? – Riu Alice dentro do táxi – Sinto que é um menino... Deveríamos fazer uma aposta. - Comentou. Jorge achou graça.

Sério? - Perguntou Jorge desacreditando dela.

Sim! - Elaine mostrou que possuía um sorriso parecido com o de Mike.

- Você consegue imaginar como ela... Ou ele vai ser, quero dizer, como vai se parecer, que profissão terá, o que não vai gostar de comer... - Perguntou Jorge olhando para a barriga enorme de Alice.

Alice passou a mão sobre a barriga, riu e deixou uma lágrima escorrer.

- Desculpa, eu não sabia que... Eu só – Se retratou Jorge.

- Não, tudo bem... Eu acho que ele vai gostar de azeitonas, talvez queira ser bombeiro e não vá gostar de futebol.... – Disse Alice com dificuldade

- Você tem certeza que quer abrir mão de ser mãe?

Alice suspirou

- Essa criança merece uma mãe que o merece e essa não sou eu.

Jorge olhou pela janela e percebeu que estavam chegando.

- Sabe, às vezes você é incrivelmente parecida com o Mike.

O resto daquela manhã e aquela tarde toda, foram encantáveis. Jorge se relacionou muito com Alice, os dois discordavam em muitas coisas, mas Jorge não deixaria ela saber. Não era óbvio, mas havia gestos e detalhes que Alice era idêntica à Mike, quando ele ainda era Mickey, Jorge sentia saudades da simplicidade desses tempos pois mais curtos que haviam sido.

Jorge só sentiu o tempo quando percebeu o escuro das nuvens cobrir metade do céu e passar a mão no bolso para conferir o horário e num susto lembrou de Helena.

- Vamos!? – Perguntou apressadamente, deixando a impressão que era mais uma afirmação do que pergunta.

- Claro... Adorei o dia! Obrigada por tudo Jorge, não só por hoje.... Mas por tudo, pela estadia, paciência, acolhimento, tudo! – Alice corou enquanto dizia tais coisas tentando manter contato visual e falhando.

Já havia anoitecido, Jorge chegou em casa quase que pisando na porta.

Mike estava sentado no sofá com a cabeça apoiada na perna esquerda de Gabriel.

- Hey! Como foram lá? – Perguntou Gabriel se levantando!

- Supimpa! – Disse Jorge com pressa. – Mike, você...

- Arrumei, tá em cima da sua cama! Foi bem fácil, eu só-

-Tá! – Disse Jorge se dirigindo ao quarto ensaiando uma maratona.

- De nada, viu!? - Gritou Mike, deixando sua voz ecoar pelo corredor.

Jorge tirou o celular da cama e sentou nela, viu suas últimas mensagens, checou o horário e percebeu eu Helena deveria ter chegado há 2 minutos!

- PUTA QUE PARIU! – Gritou Jorge de seu quarto. – Fazendo com que Alice, Mike e Gabriel corressem para o seu quarto afim de saber o porquê da gritaria;

No final de sua exclamação ouviu alguém tocar a campainha.

- CARALHO! – Continuou com seu palavreado.

- Que foi Jorge? – Perguntou Gabriel atônito.

- Algo errado com o celular? – Perguntou Mike olhando para a sua mão.

- Lembram da Helena?

- A moça da semana passada? – Perguntou Alice.

- Aham! – Concordou Jorge, enquanto ouvia o segundo tocar da campainha – Ela tá aqui!

- É ela na porta? – Perguntou Gabriel.

- O que ela tá fazendo aqui? – Questionou Mike.

- É o nosso segundo encontro!

- O quê? – Perguntou Alice

- O quê? – Indagou Mike!

- O QUÊ? – Se indignou Gabriel.

- Exatamente – Respondeu Jorge despreocupado. – Semana passada a gente saiu e ficamos de sair hoje também. Somo amigos.... Eu vou resolver essa situação.... E vocês fiquem aqui enquanto eu vou atendê-la.

- Sério? – Perguntou Gabriel com raiva e assustado ao mesmo tempo.

- Escuta aqui Jorge – Mike apontou o dedo para ele – Se você meter o pau naquela vagina, eu nunca mais te chupo heim!

- Eu vou fingir que não ouvi isso! – Disse Alice.

- Ah, falou a virgem. – Exclamou Gabriel enquanto Jorge saía do recinto.

- Fiquem aqui em silêncio. Não saiam daqui!

Jorge abandonou o caos em seu quarto e partiu em direção à porta para lidar com seu caos interior.

- Desculpa a demora, eu.... – Disse Abrindo a porta e ficando sem palavras ao encarar a bela mulher que estava a sua frente.

Helena usava um vestido de decote extremamente generoso que revelava seus dotes, seu cabelo estava preso para trás com um rabo e cavalo bem estruturado, não usava nenhum tipo de joia, brincos, anéis, pingente, nada, pouca maquiagem o que a favorecia, pois era naturalmente linda e Jorge podia notar isso e ela percebeu que Jorge podia notar isso.

Segundos flutuavam no ar em silêncio enquanto Jorge pairava na porta.

- É... Então.. Eu posso entrar? – Perguntou segurando um sorriso.

- Hã? Sim! Claro... Quero dizer... Não repara a bagunça, entre.

- Obrigada! – Disse se esquivando do braço direito de Jorge que apoiava no vão da porta.

- Você trouxe vinho... Eu achei que a gente fosse sair....

Helena olhou para Jorge decepcionada.

- Você não recebeu a mensagens? Eu liguei mais...

- Meu telefone teve um problema, quero dizer...

- Ai, eu não deveria ter vindo, eu... Eu devo ir embora, certo?

- Não,... Espera, relaxa... – Riu nervosamente – Vem cá.... Eu adoro esse vinho, a gente falou dele semana passada.

- Sim – Disse Helena sorrindo, parecendo mais relaxada. – Não tem problema para você se a gente beber aqui? Sua casa parece – Olhou ao redor – Aconchegante.

Jorge ainda se sentia desestabilizado pela beleza de Helena, e de certa forma não o fazia pensar claramente, ignorou por um minuto a existência de Mike, Gabriel e Alice no quarto ao lado e somente algumas palavras roucas saíram de sua boca.

- Tem... Yakissoba na geladeira.

A alguns metros de distância Mike, Gabriel e Alice tinham outro tipo de conversa.

- Você pode me lembrar novamente porque eu não tô lá? Quebrando a porra toda? – Perguntou Gabriel andando e círculos enquanto Alice e Mike se encontravam sentados na cama.

- Eu tô com fome, vocês não? Acho que eles falaram Yakissoba. – Perguntou Mike.

- Acho que sim! – Respondeu Alice e agora se virando para Gabriel – Gabe, isso é coisa dele.... Você não pode se meter.

- Ai, nem me fala e meter... E se os dois... E se dois? - Começou Gabriel.

- Transarem? – Perguntou Alice.

- Foderem? – Perguntou Mike ao mesmo tempo.

Gabriel encarou os dois transtornado com a calma deles

- Exatamente... Isso não preocupa vocês? - Perguntou fazendo gestos com a mão.

- Porque me preocuparia? – Perguntou Helena com as mãos na barriga.

- Ué, eu comi um monte de gente enquanto tava casado com ele, ele te comeu enquanto tava casado comigo. Você me comeu enquanto eu tava casado com ele...

- Muita informação gente... Muita informação – Disse Alice se mexendo na cama, inconfortável com aquela conversa.

- Não dá pra acreditar em vocês... – Gabriel se zangava ainda mais.

Na cozinha Helena e Jorge conversavam.

- Fazia anos que eu não usava um micro-ondas – Dizia Helena pousando o garfo no prato e preenchendo sua taça de vinho.

- Eu uso mais o microondas que o fogão... Sou muito ruim na cozinha. – Riu baixinho

- O que você come então? - Perguntou Helena curiosa.

Jorge pensou em Mike.

- Delicioso esse vinho... Inclusive acho que estou ficando tonto.

- Com duas tacinhas só? – Perguntou Helena sendo sarcástica. – Que esponjinha.

- Espo o quê?

- Esponjinha! HAhaha É como se chamam a pessoa que se embebedam com pouca quantidade de álcool na minha cidade.

- Esponjinha? Eu? Olha isso! – Jorge preencheu a taça e virou a garganta abaixo em três segundos.

- Eu não acredito que você fez isso!

- Quem é a esponjinha agora? - Perguntou Jorge num tom desafiador.

- Você viu o teor alcoólico dessa bebida? - Retrucou Helena impressionada,

- Tá com medo?

- Isso é um desafio? – Perguntou Helena erguendo a sobrancelha esquerda.

- Vai amarelar? Porque na minha cidade essa é a cor dos que se acovardam. - Completou Jorge.

- Ah você não disse isso! – Disse Helena tirando os sapatos de salto por debaixo da mesa e se levantando.

A quantidade que restava na garrafa foi o suficiente para preencher novamente as duas taças completamente.

- Trancinha? – Perguntou Helena se aproximando de Jorge.

- O que é isso? – Indagou Jorge se esforçando para se manter e pé.

- Haha – Helena riu graciosamente andando na ponta dos pés até se aproximar de Jorge e parar em sua frente. – é quando nossos braços se entrelaçam assim para beber alguma coisa – Disse Helena demonstrando.

- Ah sim – Se assustou Jorge e gostando da situação.

Os dois antes nunca estiveram tão próximos.

- Eu estou aprendendo muito com você hoje. – Disse baixinho.

- No três?

- No três!

1

Jorge lembrou-se de Tom.

- 2

Jorge pensou em Gabriel.

- 3!

Os dois viraram a bebidas com gigantescos goles e com os braços entrelaçados.

Jorge sentia sua garganta queimar e segurava a lágrima de seu olho esquerdo para que não rolasse. Helena bebeu com certa dominância mas sentia calor a cada gole que dava.

Ambos terminaram de beber ao mesmo tempo, a sensação era de que agora a taça vazia estava mais pesada, deixaram as taças caírem no chão e antes mesmo de perceberem o som de vidros se partindo no assoalho, tinham seus corpos conectados pela boca.

Ainda a metros de distância.

- Que silêncio...Você acha que eles tão se beijando? – Perguntou Gabriel com a cabeça encostada na parede.

- Ah, sei lá! – Disse Mike no chão jogando dominó com Alice.

- Vontade de dar na cara dessa baranga.

- Exagerado! – Disse Alice movendo uma peça de lugar.

- Quer saber, eu vou lá!

- Não, espera! – Mike se levantou e pegou na mão de Gabriel antes que esse abrisse a porta.

Gabriel podia continuar, mas decidiu parar, sabia que pedir qualquer coisa não era um dos esportes de Mike, então quando ele pedia qualquer coisa, isso deveria no mínimo ser escutado.

- Por que não? – Perguntou Gabriel sem olhar pra Mike.

- Por que sim? – Respondeu com outra pergunta.

Gabriel sentiu que não estavam mais falando sobre aquela situação, mas sim sobre diversas outras.

O que a gente tá fazendo Mike? - Perguntou Gabriel com cansaço na voz.

Eu sei o que eu quero, eu tô segurando a mão do que eu quero.... O que você quer Gabriel?

Não se sabia se era o álcool ou o calor, Helena que estava descalça, não teria problemas, pois Jorge a erguia no ar e ela o fechava com as pernas por sobre suas costas. Com uma mão só Jorge jogou tudo o que estava na mesa e apoiou Helena ali, a beijando no pescoço, queixo e boca novamente.

Com as duas mãos Helena desabotoava a calça de Jorge e se mantinha de queixo erguido, demonstrando aprovação nas investidas, sentia o volume por sobre sua cueca e ouvia seu vestido rasgar com força bruta. Helena gemeu ao sentir barba de Jorge passar pelo seu pescoço, ao ouvir o som dela, Jorge apertou ainda mais forte as nádegas que o deixou curioso a dias atrás, seu nariz estava entre seus fartos seios enquanto Helena impulsionava sua cabeça com uma das mãos.

- Ok, ok, ok... Por favor para, eu não posso fazer isso. - Disse Helena.

- Tudo bem? – Perguntou Jorge se afastando.

- Sim, quero dizer... Eu... - Helena se sentava sobre a mesa sem tocar os pés no chão.

- Eu sou casada! – Disse Helena sem olhar para Jorge.

- O quê? – Disse Jorge achando que havia entendido errado.

- Com uma mulher!

- O quê? – Repetiu Jorge achando que havia entendido errado.

- Mas a gente tá... Como eu vou explicar? - Helena se sentia confusa e envergonhada ao mesmo tempo – A gente tá... Tentando um relacionamento aberto e eu acabei me envolvendo com outra mulher, então eu ... bom, eu tenho uma mulher e uma amante... E agora tô aqui sendo ridícula tendo um caso com o antigo marido da minha melhor amiga... - Disse percebendo quão ridícula era a situação conforma ouvia sua própria voz. - Eu sou patética! - Comentou cobrindo o rosto com as mãos.

- Olha... Eu... - Começou Jorge tentando absorver tudo o que tinha ouvido e tentando consolá-la.

- Surpreso? Desapontado? - Tentou Helena.

- Bom...

- Tudo bem... Eu... Só queria pedir desculpas por tudo... Espero que....eu sei que é pedir demais, mas espero que você me entenda.

- Ô!

- Jorge...?

- Sim!?

- Nada não...

- Bom.... Eu acho que é melhor eu ir – Helena pegou os sapatos – Diga para Débora e Aurélio não se preocuparem com os detalhes da casa.

Jorge ainda estava tentando assimilar a informação que tinha recebido segundos atrás e parte de si ainda esperava ela dizer que aquilo tudo não se passava de uma brincadeira.

- Passar bem Jorge, foi um prazer... - Elaine saiu da casa sem olhar para trás.

“O que você quer Gabriel?”

Gabriel se fazia a mesma pergunta no mínimo cinco vezes ao dia, nunca conseguia se responder ao certo, mas de alguma forma, essa mesma pergunta parecia ter uma diferente conotação quando feita por outra pessoa. Mike sabia de sua influência em Gabriel, sabia que se aproximar de certo jeito o deixaria sem graça, tinha conhecimento de que olhar para sua boca, o fazia salivar e que se ele chegasse em seu pescoço, conseguiria qualquer coisa. Nesse momento os três ouvem a porta se abrir.

Alguém afim de Yakissoba? – Perguntou Jorge.

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