Os dias se alongaram e se seguiram sem que eu e Carlos nos tocássemos. Uma semana depois da nossa última foda, minha mãe entrou de férias, acabando de vez com as possibilidades de ficarmos a sós novamente. Eu estava divido entre o tesão que sentia pelo meu padrasto e o meu amor próprio. Ainda nutria a esperança de que ao sábado ele me convidasse para ir ao clube ou então que fizesse um novo “churrasco” no domingo. Minhas esperanças caíram por terra na madrugada de sexta. Saí com alguns amigos voltei tarde para casa. Ao chegar e ir para o meu quarto, pude ouvir os gemidos vindo do outro quarto. Além de desapontado, fiquei também surpreso. Nunca antes ouvira minha mãe e meu padrasto transando, fosse porque eles não transavam quando eu estava em casa, fosse porque o faziam com cautela e em silêncio. Fui dormir chateado e pensando na desculpa que daria para sair de casa e, talvez, arranjar uma foda com o Luis.
Na manhã de sábado acordei próximo ao meio-dia. Somente minha mãe estava em casa, aparentemente meu padrasto trocara o turno do trabalho – ele e minha mãe haviam combinado de pegar férias juntos, sendo esse o último dia de Carlos antes de entrar de férias. Comi alguma coisa, ouvindo minha mãe tagarelar sobre os planos para as férias – faria isso, compraria aquilo, visitaria isso outro, talvez até pudessem passar alguns dias no sítio do tio Paulo…
- O quê? - eu, literalmente, engasguei. Só podia ser brincadeira.
- Ué, qual o problema? Faz tanto tempo que nós não vamos lá. Lembra quando você era pequeno que íamos quase todo final de semana? Você o Julio adoravam brincar juntos… - e continuou falando.
Mas que bela merda. Meu padrasto, eu, meu primo e meu tio. Juntos. Na mesma casa. Ou eu perderia o sono me imaginando fodendo com eles, sem poder, ou eu perderia o sono imaginando os três fodendo sem mim. Ela só podia estar de brincadeira. Não queria passar nem perto daquele sítio com meu padrasto do lado. Fui para o quarto e fiquei inquieto a tarde toda. Ouvi meu padrasto chegar e minha mãe discutindo os planos com ele pela casa toda. Me senti mais aliviado quando, ao ouvir sobre a ideia de ir para o sítio, meu padrasto pareceu fugir ao assunto, demonstrando que inclusive ele não ficaria satisfeito com a situação.
Os dois saíram à tardezinha para comprar algumas coisas. Disse que não demorariam, então corri para o meu quarto bater uma punheta. Tranquei as portas, arriei a cueca e sentei em frente ao computador, as pernas abertas, recostado no encosto da cadeira e assistindo a um vídeo. Nele, um coroa propunha ao garoto seu vizinho que fizesse algumas tarefas de casa para ele em troca de um dinheiro. O cara mais velho vestia um tenis branco e uma bermuda azul. Era branco, peludo, e pelos os cabelos escuros. Ele começava a encoxar a garoto e os dois acabavam transando no quintal da casa. Gozei vendo o vídeo e fui tomar banho. Quando saí do banheiro, Carlos e minha mãe já haviam voltado. Ela estava empolgadíssima e mal cheguei à sala ela começou a dizer:
- Olha, filho, o que o Carlos comprou para eu e ele! Um ! Uma semana por toda o litoral!
Tentei parecer feliz, afinal, era minha mãe e ela estava realmente alegre. Assim, na segunda-feira de manhã os dois embarcaram no ônibus rumo ao aeroporto da cidade vizinha. Minha mãe se despediu com lágrimas, eu insistindo que não, definitivamente não queria ir, que estava grande, que queria aproveitar minhas férias com meus amigos, que me cuidaria, que daria notícias, que cozinharia e não passaria uma semana comendo besteira, que tinha dinheiro suficiente, enfim. Voltei para casa de táxi e fui direto para o quarto dormir, sem ânimo nem mesmo para bater a punheta usual. Para o meu desgosto, pelo barulho que entrava pela janela fechada, notei que as obras na vizinha haviam recomeçado.
Acordei com o barulho de palmas e o grito de uma voz masculina no portão “Oh de casa!”. Sonhara com meu padrasto e meu tio me comendo, os dois revezando, enquanto eu metia no meu primo Julio e ele, por sua vez, – risos – fodia o cavalo do sítio, todos nós na proa de um navio enquanto diversos homens pelados e de todas as idades assistia batendo punheta. Não preciso dizer que estava de pau duro. Esperei para ver se o cara desistia, imaginando que fosse um vendedor, mas ele era insistente. Vesti um shorts sem me preocupar com a barraca armada – vai que, né – e saí pela sala atender.
- Pois não?
- Pedro? Ah, não acredito, cê tá brincando, né?! Isso que dá não visitar os parentes.
Demorei alguns segundos para reconhecer. De pé, usando uma calça jeans suja de tinta e rasgada, um all star velho e gasto, e uma regata deixando a mostra a pele clara, o peito peludinho e uma corrente de prata, Fabrício, meu tio Fabrício.
Dentre todos os meus familiares, com exceção de Julio (he he he), Fabrício era aquele que eu tinha mais contato. Apesar da diferença de idade, Fabrício era zoeiro, mais jovem do que era na verdade, parecido com a minha versão machinho pré-Carlos-me-comendo. Nas reuniões de família, eu sempre estava na rodinha de pessoas em que ele estava, jogando baralho, andando de bicicleta, jogando bola na rua.
- Tio Fábio? - a gente o chamava de Fábio desde que éramos pequeno, era mais fácil de pronunciar – Mas o que cê tá fazendo por aqui? - ele morava na mesma rua que minha vó, lá na puta que pariu. Entra aí, tio.
- Pô Pedro, eu nem sabia que vocês moravam aqui. Tô trabalhando aqui na construção do lado, cara.
Trocamos um abraço (de macho, rs) e ele foi entrando.
- Ah, sério? Pô, legal. Tava dormindo aqui, acordei agora.
- Ah véi, sério? Foi mal. Bati pra pedir um pouco de água, velho, tô morrendo de sede. Tá sozinho aí?
Fui levando ele até a cozinha, pegando a jarra na geladeira e servindo água para ele, que encostou no armário esperando pela água.
-Pior que tô. A mãe e o Carlos viajaram hoje, voltam só semana que vem – disse, encostando na pia, próximo a ele.
- Ah, tá. Agora eu entendi essa barraca armada aí, hein safado, só nas putaria – ele brincou, fazendo graça de pegar no meu pau. Fui me proteger e acabei batendo o braço no copo, derramando a água do copo quase cheio na camiseta dele.
- Ah, aí o que você me fez. Me deixou molhadinho – e riu.
- Bem feito, pô, quem mandou ficar de gracinha.
- Tem problema não mané, tô zoando.
- Quer uma camiseta minha?
- Precisa não véi, sujar camiseta sua para trabalhar? Capaz. Mas o foda é que tô só com essa. Posso deixar secando? Se continuar vestindo vai sujar inteira naquela sujeira e poeira do caralho daquela obra.
- Claro, estende lá no quintal.
Ele saiu e voltou alguns minutos depois. Quem ficou molhado fui eu dessa vez, aguado por aquele corpo. Fabrício era, como eu eu descrevi no conto da pizzaria, magro e do tipo forte de trabalho, não de academia. Vestido, porém, não tinha uma noção de quão gostoso ele era. Era peludo, a barriga era chapada (sem tanquinho), os braços fortes. Parecia estar sem cueca (qual era o problema dessa família com cuecas?) porque a calça jeans ficava apoiada bem baixa na cintura, uns pentelhos meio saltando para fora. Um detalhe que chamou atenção eram os pelos debaixo do seu braço que, apesar de aparecerem na regata, ficavam mais evidentes agora sem nada. Meu pau continuava duraço e ele notou.
- Porra, pedrinho, vou ter de fazer uma massagem no bicho para ele abaixar? - e riu, indo com a mão em direção do meu pau de novo. Dessa vez não me defendi o suficiente – não sou idiota, né – e ele acabou dando uma apertada.
Ele pareceu constrangido por ter conseguido pegar no meu pau duro, eu e ele muito próximos. Se afastou um pouco corado – outra coisa que chamava atenção nele. Tinha barba, cara de homem, mas um sorriso, hmm, um sorriso de muleque safado. Vermelho então? Puta que pariu. Não sabia se estava com mais vontade de dar para ele ou comer aquele cara.
- Bom, vou indo, tenho que trabalhar, né? Vou deixar você aí com a sua punheta haha.
Nos despedimos com um aperto de mão e deixei ele passar na minha frente. Fiquei apreciando aquela bundinha empinada na calça jeans apertada nas coxas, imaginando ela branca sem cueca, suada dentro do trabalho duro dentro daquela calça. Quando ele já estava no portão, me toquei para uma coisa e perguntei:
- O tio, como que o senhor veio pra cá, de carro?
- Que nada, tô de bike muleque, malhar a bunda haha.
Entrei de volta para casa e fui para o meu quarto. Ouvi o barulho de telha e, quando abri a janela, vi o Fabrício trepado de quatro no teto da casa vizinha. Assobiei para ele e ele entrando na brincadeira fez pose, empinando a bunda. Nós dois rimos. Passamos a tarde conversando pela janela, só parando quando ele disse que tinha de descer mexer com as coisas lá dentro e eu disse que tinha que tomar banho. Ele deu risada, entendendo o “banho”. Enquanto ia vendo aquele homem descendo escalando em descida o telhado, uma possibilidade pareceu luzir na minha cabeça seguida por um plano. Afastei logo a ideia. Precisava tomar cuidado ou acabaria queimado na família. Até agora eu dera sorte: primeiro meu padrasto, depois meu tio Paulo. Quais as chances de um terceiro homem do meu círculo familiar curtir transar com caras??