Uma voz masculina gritou:
- Impostor.
As pessoas olharam em sua direção, e Zane não soube o que fazer. Em um segundo um homem grande se lançou contra ele, eles cairam contra o piso de azulejos como se houvesse sido atropelados por um trem. Zane Bateu a cabeça, e a sala se pôs a rodar, ele ficou sem ar e sentiu um revólver apontado para sua têmpora.
— Fale — ele ordenou. — Quem é você?
— Zane Paxton — ele murmurou.
A pressão na sua têmpora aumentou. Ele engoliu em seco e lembrou da arma.
— Você vai atirar em mim? — Zane perguntou trêmulo, vieram aqui para ser baleado, legal.
Zane ouvira falar que a Bahania era um país seguro, onde tratavam muito bem os turistas, to vendo o tratamento vip. Talvez os folhetos estivessem errados.
— O que está fazendo aqui? — ele inquiriu, ignorando sua pergunta
— Minha irmã e eu estávamos fazendo uma excursão pelo castelo. Um homem nos cercou e nos forçou a vir até aqui com ele.
Ele não quis mencionar que o homem o chamara de Príncipe Raj e que dissera qualquer coisa a respeito de um rei.
Os olhos azuis não desviavam do seu rosto, iguais ao oceano. Do jeito que Ele estava olhando Zane não duvidava de que ele pudesse ler seus pensamentos e que não havia necessidade de citar detalhes.
Zane notou que o homem usava uma roupa tradicional do Oriente Médio apesar de seus traços ocidentais.
Estavam muito próximos, as pernas dele encostadas nas dele, e seu peito encostado no torax dele. Uma das mãos dele pressionava seu pescoço o que, logicamente, permitia que ele sentisse sua pulsação acelerada.
— Sinto muito — ele sussurrou, umedecendo os lábios.
— Eu também — o homem resmungou soltando ele
Zane se sentou bem devagar , vai que ele atacava de novo, olhou ao redor e viu que era o centro da atenção de todos ali. Dois fortes guardas seguravam Cléo, mas soltaram ela com a ordem do homem de olhos azuis.
Zane levantou, se sentindo ainda um pouco trêmulo e com medo, o que era compreensivo, Cléo veio rapidamente para o lado dele o abraçando nervosa, Zane ergueu os óculos escuros e olhou para aqueles olhos lindos , azuis, quis dizer azuis.
— O que está acontecendo, senhor... — ele disse timidamente.
— Rafe Stryker.
Ele deu algumas ordens em uma língua que ela desconhecia, e logo o salão ficou vazio.
—Me Acompanhe — ele disse, começando a andar sem verificar se era seguido.
Zane pensou em correr, mas para onde iria? Estava em um país estranho, em um castelo enorme. Como os guardas haviam desaparecido, ele não achava que iria preso , pelo o menos ele esperava que não.
Zane olhou para Cléo que ergueu os ombros. Seguiram o desconhecido, que os conduziu a um pequeno escritório. ´
- Sente-se - ele falou sério
O homem , Rafe, parou ao lado de uma escrivaninha e olhou para ele durante alguns instantes.
— Deve ter havido um mal-entendido — Zane disse para vê se ele falava alguma coisa , o silencio tava constrangedor
. — Eu disse a verdade. Nós fazemos parte de uma excursão e, de repente, eu e Clèo fomos agarrados. Em seguida os guardas e o senhor nos atacaram. Eu gostaria de saber o que está acontecendo.
Rafe Stryker esfregou a têmpora exasperado.
— Eu também gostaria de saber. Vocês têm algum documento de identidade?
Cleo olhou para ele e deu o olhar “Deveriam mostrar os passaportes a esse homem?”
— Não sou bandido — Rafe disse, confirmando a suspeita de Zane, Olhos azuis podia ler sua mente. — Não tomarei os documentos de vocês, só quero fazer algumas ligações.
— Merda ,Acho que não temos escolha — Cléo sussurrou.
Seus cabelos curtos e loiros estavam mais esvoaçante que o usual, e seus lábios em forma de coração tremiam.
Zane concordou , eles tinham discutido várias coisas sobre a viagem à Bahania, mas serem atacados no palácio não fora uma delas, o jeito era entregar e rezar para Rafe está falando a verdade.
Tiraram o passaporte das bolsas e os entregou. Rafe pegou um telefone e começou a fazer ligações, mais gente que voz.
Cinco minutos depois, uma jovem apareceu com uma bandeja com refrescos e pequenos sanduíches. Sorriu ao entrar e colocou a bandeja na mesa perto da janela. Sem nada falar curvou-se e saiu da sala, o povo parecia que gostava de se curva aqui. Rafe ainda falava ao telefone, mas apontou a bandeja com um gesto de cabeça, Zane estava achando ele arrogante demais para seu gosto. Ele e Cléo se aproximaram da mesa, os lanches estavam convidativos.
Cléo, sempre com fome, olhou para o lanche.
— Será que contém drogas? Veneno? Boa Noite Cinderela?
— Estou começando a pensar que fomos capturados como em um péssimo filme de espionagem — Zane admitiu com medo, ele estava lutando contra a vontade de correr e se esconder, isso como ele era corajoso
. — Mas duvido que eles tenham se dado ao trabalho de colocar drogas no lanche — ele acrescentou, torcendo para que fosse verdade.
Cléo deu de ombros e pegou um dos copos de refresco. Tomou um gole e suspirou, não sei como Cléo mantem esse corpo.
— Limonada. E está ótima, tão Zane. – Cléo serviu Zane
Enquanto Cléo pegava um dos pequenos sanduíches, Zane começou a olhar o ambiente e o seu sequestrador, talvez ele estivesse sendo um pouco exagerado.
A sala era moderna, com um MacBook e uma máquina de fax. A única janela mostrava um jardim com flores de várias espécies e um pomar, O piso do escritório era de linóleo e não de azulejos como os outros aposentos que ele tinha visto.
Olhou para Rafe , Não podia ver seu corpo devido ao traje largo e longo, mas sentira seu corpo duro quando ele quase deitou em cima dele. Seu sotaque era americano, tinha olhos azuis e era bronzeado. O que estaria Rafe Stryker fazendo no palácio real de Bahania e por que apontava armas contra turistas inocentes?
Rafe se virou para ele , como se sentindo que ele o observava.
Zane disse a si mesmo que devia desviar o olhar, mas não conseguiu, sentiu seu rosto corar e não conseguiu se mover, como se estivesse hipnotizado por ele.
Rafe não demonstrava nenhuma emoção no olhar, decepcionante.
Finalmente, ele desligou o telefone. Zane se sentiu trêmulo novamente junto com a sensação de estar exposto, Rafe o desconcertava.
— Então... O que um simples professor como você está fazendo em um lugar como a Bahania? — Rafe perguntou.
Sua voz profunda e forte não o intimidou, o que ele falou o deixou com raiva.
— Não sou um simples professor Senhor. Sou Professor Universitário, Tenho Doutorado, e não foi nada simples conseguir.- Como esse homem tem a audácia de menosprezar ele assim.
Ele deu de ombros como se essa informação fosse irrelevante e desinteressante.
Cléo suspirou nervosa.
— Zane trabalhou muito para ser o que é. Acho melhor você não falar sobre isso — ela disse entre mordidas do seu sexto sanduíche.
A um olhar de Rafe, Cléo imediatamente deu um passo para trás intimidada.
— Pelo que sabemos, o pai dela é o rei. Você não vai querer que ele fique furioso com você, vai? – Cléo disse o afrontando
— O rei Hassan é seu pai? — Rafe perguntou divertido. Zane estremeceu e colocou o copo na bandeja. Isso já tinha ido longe demais.
— O que eu sei é que minha irmã e eu somos cidadões americanos em uma excursão pelo palácio. Por razões que ninguém ainda explicou, nos forçaram a interromper a excursão e fomos trazidos a uma área privada. Nos atacaram. Agora, o senhor está com nossos passaportes. Eu os quero de volta imediatamente e quero também sair desse palácio. – Zane gritou nervoso
— Zane! — Cléo franziu o cenho sem entender. — E o rei?
— Esta não é a hora adequada Cléo , Esqueça — ele respondeu, sem olhar para a irmã e sem afastar os olhos de Rafe Stryker, que não parecia nem um pouco impressionado com a explosão dele,bastardo.
Ele o surpreendeu , devolveu os passaportes. Zane pegou desconfiado e colocou na bolsa.
— Podemos ir agora? — ele perguntou ansioso
— Não antes que eu ouça toda a história.Fiquei interessado
— Não há história alguma para contar, Cléo está brincando apenas.
— Não estou brincando e Há cartas — Cléo intrometeu como sempre. — Zane tem as cartas do rei Hassan para a mãe dele.
Rafe olhava para ela com atenção. Cléo, era pequena, loira , olhos verdes e tinha um corpo estilo violão que sempre atraia os homens, tinha a boca perfeita em forma de coração e era sexy como o inferno. Mas ele estava mais interessado no rapaz moreno,alto, magro e com o cabelo encaracolados e olhos chocolate, que dizia ser filho do rei.
Rafe viu por que os guardas a haviam confundido com a Principe Raj. Zane era apenas um pouco mais alto e mais magro, mas a cor da sua pele era a mesma como também os traços do rosto. Tanto ele quanto o Principe tinham grandes olhos Chocolates e o formato do rosto igual. Contudo, professores americanos usavam óculos e Principes não. E, embora ele tivesse contato próximo com o Principe Raj, ele nunca ficou duro por ele. E, esses poucos momentos proximo do americano o tinham deixado... no mínimo excitado.
Zane suspirou derrotado, Empurrou a cadeira para mais longe da escrivaninha e se sentou. Abriu a mochila e tirou um maço de cartas.
— Minha mãe nunca me disse quem era meu pai. Não há fotografias e nem objetos pessoais. Nunca contou histórias a respeito do tempo em que viveram juntos. Concluí que ele era um homem rico e casado. Ela era uma bailarina muito bonita. Os homens sempre se interessavam por ela.
Zane sorriu, as recordações causavam prazer. Mas o sorriso desapareceu quando ele olhou para as cartas.
— Ela tinha algumas jóias que vendeu no decorrer dos anos, para completar seu orçamento. Morreu oito anos atrás, e as informações sobre meu pai morreram com ela. Explicou Zane
— Por que veio aqui agora? — ele perguntou.
Teria sido idéia dele ou da irmã? Será que ele sabia de sua semelhança com o Principe Raj resolveu tirar vantagem disso? Pensava Rafe Cetico
— Minha mãe deixou essas cartas e outros documentos com um advogado, e eu apenas soube de sua existência há alguns meses, quando ele cobrou pelo serviço. Pedi que ele me enviasse tudo o que ele tinha e quando li as cartas percebi que... — Sua voz falhou.
— Que você poderia ser filho do rei. Posso ver as cartas?
Zane balançou a cabeça.
— Rafe Sabe do que eu realmente gostaria?
“Cerca de cinco milhões de dólares”, pensou Rafe com cinismo.
-Gostaria de poder voltar para o meu hotel e esquecer que
isso aconteceu. Zane praticamente gemeu
— O quê? — Cléo gritou enfurecida.
Zane a ignorou.
— Não quero ficar aqui. Pode nos tirar do palácio, por favor?
Rafe considerou as possibilidades. Ou ele estava pensando em outros planos ou queria tempo para inventar uma história melhor. Ou, ainda, poderia estar se preparando para recorrer à mídia. Seria melhor não o deixar livre por enquanto, ele precisava tirar essa historia a limpo.
— E se eu mesmo levasse você e sua irma ao hotel? Como uma maneira de me desculpar?
— Obrigado, Sério.Mas... Apenas nos mostre a saída e será o suficiente.
— Eu prefiro levar vocês. Insisto.
Zane não parecia satisfeito, mas concordou, ia fazer o que,discutir não ia adianta pelo visto. Rafe pediu licença
- Vou Trocar de roupa e já volto,sim? Com licençaUau! Uma limusine! Gente to me sentindo o máximo. — exclamou Cléo, ao deixarem o palácio por uma saída lateral.
Zane tentou se entusiasmar tanto quanto a irmã,era uma limusine apesar de tudo, mas infelizmente toda sua atenção estava concentrada em conseguir respirar. Estar tão perto do misterioso,lindo, gostoso, para não dizer perigoso, Rafe Stryker o deixava sem fôlego, para não dizer com tesão.
O que estava acontecendo de errado, pensou Zane. Por que estava reagindo dessa maneira? Ele queria que Rafe deitasse em cima dele de novo, só que sem roupa.
Não, ele o atacara e o jogara no chão, e isso era para assustar qualquer um, talvez ele tivesse machucado a cabeça no tombo. Talvez fosse isso.Ele não queria Rafe, foi apenas a queda.
Cléo entrou na limusine primeiro e tomou o lugar atrás do motorista, deixando Zane para se sentar ao lado de Rafem,Maldita. Justo quando ele precisava de distância para conseguir ordenar seus pensamentos.
— Eu deveria ter ficado em casa — Zane disse alto, antes que pudesse se conter,maldita mania de falar sem pensar.
— Sinto dizer mas Agora é tarde demais — Rafe retrucou, olhando para ele.
O carro começou a se afastar do palácio, e Cléo se curvou para olhar para fora, através da janela escura.
— Ele é realmente lindo— Cléo comentou com admiração.
— Ouvi algumas pessoas o chamarem de palácio de diamante quando estávamos pesquisando, mas pensei que fosse brincadeira.
— E efeito do mármore — Rafe disse a Cléo. — Alguma coisa sobre o modo como a luz incide nele.
— Eu gosto — Cléo murmurou com admiração. Recostou-se no encosto do banco e passou a mão pelo estofado de couro. — Eu teria gostado de ver alguns dos gatos reais. Lemos sobre isso também. E verdade que o rei mantém dúzias de gatos no palácio?
— Eles são considerados tesouro nacional — Rafe informou.
— Gatos de sorte — Cléo disse, sorrindo para o irmão.
Zane tentou responder com gentileza, mas seus lábios não cooperaram. Mal conseguia acalmar seu coração.
— Como vocês fizeram a pesquisa? Vocês muito sobre o reino , né?— Rafe quis saber.
Cléo encolheu os ombros com descaso, o bonito rosto repleto de felicidade.
— A maior parte pela internet. Zane pesquisou também em alguns livros da universidade. Eu prefiro acessar a internet, é mais rápido e fácil. Há muita informação sobre a história do país e sobre a família real.
Zara estremeceu. Cléo estava piorando as coisas, mas não podia intervir na frente de Rafe, ai sim ele pensaria que ele é um impostor. Ele já achava que eles eram cavadores de ouro e, agora, poderia pensar que eles estavam usando a tecnologia para juntar informações que pudessem ajudar seus planos.
Não poderia culpá-lo por pensar desse modo. Se olhasse a situação pelo ponto de vista dele realmente não haveria outra explicação.
Zane se censurou mais uma vez em pensamento. Estava louco ao pensar que isso pudesse funcionar, Mesmo que o rei Hassan fosse seu pai, ele não conseguiria entrar em contato com ele, para que ele ia querer outro filho? Vivera vinte e oito anos sem pai e certamente não precisava de um agora.
A limusine parou na frente do hotel, e Zane se lembrou de que nem ele e nem Cléo haviam dito em que hotel estavam hospedadas. A velocidade com que ele haviam obtido essa informação fez Zane estremecer e reforçou seu desejo de partir, Queria estar em casa, onde se sentia a salvo. Na Bahania estava fora do seu ambiente e ele estava assustado.
Rafe desceu primeiro e segurou a porta para que ele e Cléu descessem.
Zane tentou parecer gentil e agradeceu, e sutilmente o dispensar.
— Obrigada pela gentileza. Não vamos mais incomodar você.
Mas Rafe não entrou no carro. Em vez disso, o segurou pelo braço e o acompanhou ao modesto hotel.
— Creio que temos coisas para discutir — ele afirmou, sem dar oportunidade para que ele protestasse.
Cléo caminhava logo atrás deles.
Zane tentou soltar o braço, mas como suspeitava, ele não permitiu,bruto. Logicamente, ele pretendia o assustar para que ele partisse rapidamente. Logo que estivessem em um lugar privado ele diria que não precisava se preocupa. Ele e Cléo estariam de volta aos Estados Unidos o mais breve possível.
Atravessaram a recepção em direção elevador.
Zane tentou não olhar para a mobilia limpa e gasta. Poucas gravuras enfeitavam as paredes brancas, algumas plantas e nada mais completava a simples decoraçãoda recepçao.
Zane sabia o que Rafe estava pensando, podia ler os pensamentos dele claramente.
— Não sou rico, mas isso não significa que estamos aqui atrás de dinheiro — ele disse ressentido, quando o elevador parou.
— O senhor não tem direito de me julgar.
Seus olhares se encontraram, o orgulho tomou conta de Zane e o tornou mais forte.
As portas do elevador se abriram, encerrando a conversa.
— Você conhece o rei? — Cléo perguntou, ciente da tensão que havia entre os dois.
— Sim.
Ela riu, um riso quase angelical.
— Você não é muito de falar, não é? Mesmo que esteja irado, a verdade é que Zane é filho dele. Ele tem cartas e um anel, e será impossível você provar que são falsos. Como não conseguirá, não terá escolha a não ser aceitar o fato.
— Você tem um ponto de vista excelente Mana – zombou Zane.
— Sou mais do que simplesmente uma carinha bonita.
O elevador parou no quarto andar, e Zane se virou para o homem que ainda segurava o braço.
— Quer olhar as evidências, antes de chegar a uma conclusão?
— Claro que quero.
— E quando descobrir que está errado? – Desafiou Zane
— Então discutiremos o que vai acontecer. – Desdenhou Rafe
Trinta minutos mais tarde, Rafe estava menos seguro de que aquilo fosse uma brincadeira. Examinou as cartas que Zane entregou. O assunto, principalmente os comentários sobre os gatos, o deixou desconfiado. Toda aquela informação poderia ser adquirida em uma pesquisa, mas a letra e a maneira de escrever pareciam realmente do rei. Mas o que quase o convenceu foi a sensação que tomou conta dele.
Anos de experiência o ensinaram a confiar nos seus instintos, instintos que haviam salvado sua vida mais de uma vez,ele então tinha aprendido a não desdenhar dele. Rafe passou a mão no papel de linho e olhou para o maço de cartas sobre a escrivaninha do quarto de hotel. Embora houvesse pensado que Zane e a irmã estivessem a procura de dinheiro, havia uma boa chance de ele estar errado. Ele sentia que isso ia se sua perdição.
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Sou ansiosa demais então postei outro. Nem sei se tem pessoas acompanhando. Mas Tá ai, Boa Noite.