Rafe encontrou o príncipe Kardal na sala de segurança, examinando alguns papéis.
— Eu sei por que veio me ver — o príncipe falou.
— Aposto que sim. Ouviu falar sobre Zane?
— É esse o nome dele? Perguntou Kardal
— Sim. Zane Paxton. É professor em uma faculdade no EUA, em uma pequena cidade.
Kardal ergueu as sobrancelhas.
— É verdade? Ele é filho de Hassan?
— Provavelmente Príncipe, O rei precisa se ainda fazer um exame de sangue. Mas, nesse momento, ele está excitado demais para pensar com lógica. Você sabe como ele é.
— Sim, eu sei. Rafael se encontrou com ele?
— Sim, ele foi até a suíte de Zane há cerca de uma hora.
— Ele não estar feliz com o entusiasmo do pai pelo filho bastardo.
— Eu vi que não. E Hassan me incumbiu de ser o guarda-costas temporário de Zane.
Kardal nada disse durante um longo tempo. Então, riu.
Rafe se mexeu na cadeira onde estava sentado.
— É um transtorno ,não queria isso. Obrigado pelo apoio Amigo. Falou Rafe cinicamente
Kardal riu ainda mais, antes de finalmente perguntar:
— E como está o professor?
— Assustado. — Ele pensou no rosto bonito de Zane e na interrogação e receio constante em seus olhos. — Está apavorado com tudo que está acontecendo. Acho que não esperava se mudar para o palácio tão rapidamente.
Zane estava preparado para enfrentar a situação como um coelho estava preparado para enfrentar um grupo de lobos. Se não fosse cuidadoso seria devorado viva pela realeza.
Rafe não podia acreditar que estivesse preocupado com ele, mas estava. O que havia de errado com ele? Não costumava ter sentimentos altruístas.
— Você gostou dele? — Kardal perguntou.
— Nem o conheço direito.
— Você sabe o que estou querendo saber.
Seu chefe queria saber se ele era confiável.
— Ele parece uma boa pessoa.
— Um prêmio desse quilate vai virar a cabeça dele — Kardal provocou. — Então o rei o requisitou para tomar conta do tesouro que é seu novo filho. Temos pelo menos três semanas para voltar à Cidade dos Ladrões. Creio que vou ter dispensar se você deseja aceitar o pedido do rei.
— Ambos sabemos que não é um pedido.
— Você não está sob o comando do rei e, certamente, disse não para ele.
— Não, não disse.
— Você diz não para mim direto. – Kardal disse revoltado
— Isso é diferente. Seja razoável. Hassan não está agindo como um rei, está agindo como um pai. Não quero aborrecer ele logo agora que estamos montando a força aérea.
Os lábios de Kardal tremeram.
— Então o poderoso soldado será forçado a cuidar de um simples homem. E seu orgulho sobreviverá?
Rafe não estava preocupado com seu orgulho. Tivera missões piores em sua vida. O que o deixava nervoso era a atração que sentia por Zane. Ele o recordara o que era desejar e querer foder um homem. Só que esse homem estava fora dos seus limites. Zane não estava apenas sob sua proteção, mas era filho do rei e virgem, senhor quem era virgem ao 28 anos? Ainda não acreditava que ele tivesse feito essa revelação, mas não via razão para ter mentido, o que significava que, se ele quisesse manter sua cabeça no lugar, teria que manter suas calças abotoadas e sua mente apenas nos negóciosZane acordou um pouco depois da meia-noite. Estava surpreso de ter conseguido dormir com todos aqueles pensamentos tumultuados povoando sua mente. Ao abrir os olhos, quase esperou ver o modesto quarto de hotel ou mesmo seu próprio quarto, como se tudo tivesse sido um sonho. Em vez disso, se viu novamente na suíte luxuosa do palácio real da Bahania.
Ele realmente estava lá, depois de ter conhecido o homem que podia ser seu pai. Que provavelmente era seu pai! Milhares de perguntas passava por sua cabeça. Percebendo que seria impossível voltar o sono novamente, se levantou, pegou os óculos e saiu da cama. Atravessou as portas duplas e foi à sacada, logo sentindo o aroma do jardim e do oceano.
Ergueu a cabeça para olhar o céu.
- Você parece preocupado com alguma coisa.
A voz de Rafe surgiu da escuridão. Zane achou que fosse ficar assustado, mas em vez disso gostou da companhia dele. Deu um passo na direção do lugar onde achava que ele estivesse e então se lembrou que estava no meio da noite e que vestia apenas com um short fino, não necessariamente decente.
— Eu estava pensando se isso é real ou se é tudo um sonho. Disse Zane
—Não é um sonho, Sei disso ,porque eu sou muito real.
Ele deu um passo na direção dele, o suficiente para ser iluminado pelo facho de luz que vinha do quarto de Zane. Rafe vestia jeans de cintura baixa, que gzuis, seu peito esculpido estava nu, Zane estava ficando sem ar . Seus cabelos loiros e curtos estavam penteados, como se ele não houvesse dormido. E estava descalço.
Zane teve uma sensação de intimidade. Ele usava apenas um short, quer algo mais intimo que isso?
Ele deu um passo em direção de Rafe. Ele estava morrendo de vergonha , mas ele queria arriscar mais.
— Não consegui dormir. Acho que estou excitado demais.
— Pode ser. Faz menos de vinte e quatro horas que seu mundo mudou completamente.
Fazia apenas um dia? Sentia que conhecia Rafe havia mais tempo.
Ele se dirigiu ao banco onde haviam sentado algumas horas atrás.
— Venha. Contarei uma história para você dormir. Disse Rafe com um riso de canto de boca
O tom da voz dele provocou calafrios em Zane. Rafe era diferente dos homens que ele conhecia e estava acostumado a conviver.
Se Sentou ao lado dele, que respirava profundamente, inalando o ar para encher o peito. Na semiescuridão, seus olhos azuis pareciam escuros. Ele o observou e se lembrou do corpo de Rafe sobre o dele, no momento em que o havia atacado e colocado um revólver na sua cabeça, ele daria tudo para senti essa sensação de novo.
— Quem é você? — ele perguntou. — De manhã estava de uniforme e armado. Conhece o rei o suficiente para ir vê-lo no momento em que deseja. É americano e, é óbvio, que se sente à vontade nesse país estranho.
Ele encolheu os ombros.
— Sou apenas um homem fazendo seu serviço. O que, no momento, significa proteger sua vida.
— Você entendeu o que eu perguntei, Rafe.
— Sim, claro, mas não posso dizer.
— Sou uma pessoa confiável.
Rafe olhou para ele.
— Ainda não sei. E não posso te revelar segredos de Estado.
— Você sabe algum? — Zane perguntou, estremecendo impressionado
Rafe sorriu.
— Apenas como manter essa cidade segura e prospera.
— Isso é importante.
— Se você ficar aqui durante algum tempo, descobrirá quem eu sou e o que faço. Por agora é suficiente que saiba que trabalho para o marido de Rafael — ele afirmou.
— Pode me dizer o que fazia antes disso? Por favor , me distraia.
Ele se recostou no banco sorrindo , colocando os braços por trás de Zane e tocando delicadamente o ombro dele com os dedos
— Passei alguns anos em uma organização paramilitar. Eles nos mandavam em algumas missões fácies.
Ele piscou.
— Fácil como ?
—Desarticular pequenas guerras, descobrir terroristas e evitar sequestros. Coisas assim
Rafe falava com naturalidade, como se estivesse ajudando um grupo de crianças a atravessar uma rua, ele achava isso fácil. Mas Zane sabia que era muito mais do que isso, O que quer que ele fizesse, deveria ser perigoso e assustador, algo muito diferente de sua pacata vidinha acadêmica, ai Rafe parecia ser fodão. Que sexy
— E antes disso? — ele perguntou novamente
- Estive no Exército e passei dez anos servindo meu país.
Zane olhou para seus cabelos curtos e seu porte másculo e forte e pode imaginar Rafe de uniforme, liderando uma tropa em uma batalha. Ele sentiu seu orifício piscar.
— É um longo caminho entre a vida militar e a Bahania — Zane murmurou sem folego. — Você sente falta?
— Dos Estados Unidos ou do Exército?
— De ambos.
- Às vezes. Eu era rebelde demais para progredir na minha carreira. Saí enquanto todos achavam que eu era um herói. Quanto ao meu país, sento saudades de alguns lugares , mais não tenho nenhum lugar para voltar.
Isso pareceu familiar a Zane. Ele perdera noção de quantos lugares estivera com Fiona.
— E quanto à família? — ele perguntou.
A expressão de Rafe não se alterou, mas ainda assim, Zane podia jurar que uma parede invisível se erguera entre eles.
— Não tenho família.
Ele tinha que ter alguém em algum lugar. Mas seus anos ao lado de Cléo haviam te ensinado que havia fatos sobre os quais as pessoas preferiam não falar pois eram dolorido demais.
Seria casado? Zane não teve coragem de perguntar. Ele não era tão ousado
— Você tem filhos?
Rafe esticou o braço ao longo do encosto do banco, de modo que Zane pôde sentir os seus dedos tocando seu ombro.
— Não sou casado, Zane.
Zane corou e ficou aliviado por ele não poder perceber devido à escuridão, Rafe sabia ler mentes.
Seus olhares se encontraram, mas Zane logo desviou o olhar. Rafe era um homem que notaria qualquer coisa pelo olhar.
— Não perguntei sobre esposa — ele esclareceu, como se ele pudesse ser enganado.
— E claro que não. — Ele sorriu. — Me Fale da sua vida antes de se tornar um Príncipe.
Ele gemeu.
— Cléo já disse que sou professor de Universidade. Leciono sobre física.
— Me fale de sua mãe.
A expressão de Zane mudou. Rafe percebeu que ele se sentiu embaraçado, mas logo se recuperou, mostrando uma expressão de amor.
— Ela era incrível, bela e talentosa. Foi bailarina durante anos. Depois que eu nasci, ensinou dança e se envolveu em um teatro da comunidade onde, depois se tornou diretora.
— Você se parece com ela?
— Não.
Zane dobrou os joelhos e os abraçou.
- Sou alto e magro como ela. Mas mamãe era fina e graciosa. Eu mal posso andar por um quarto sem derrubar coisas, e ela era linda, não puxei ela.
— Me fale sobre sua infância.
— Nós nos mudávamos muito. Minha mãe gostava de viajar. Em parte creio que era para impedir que o rei Hassan a encontrasse, mas a maior parte era por gostar de conhecer lugares diferentes. Acho que, em um mundo perfeito, ela seria parte de um grupo de dança e viajaria o tempo todo.
— Mas ela tinha um filho.
Zane concordou com a cabeça, balançando levemente os cabelos levemente ondulados.
Rafe teve vontade de enfiar as mãos nos cabelos de Zane para sentir se eram suaves e sedosos como pareciam. Queria sentir o aroma dos cabelos, do seu corpo e sentir o gosto de...
Ele se censurou e tentou afastar aqueles pensamentos. Zane era responsabilidade dele.
— Ela tentou ficar em um só lugar — Zane continuou —,Mas não era da sua natureza. Costumava se desculpar quando nos mudávamos. Era difícil para mim, pois não faço amigos com facilidade. Então me afundava em livros e aprendi a me perder em uma boa história. Passava muito tempo nas bibliotecas.
— E aulas de dança? Você não disse que sua mãe era professora?
Ele riu.
— Ela era uma professora fabulosa, mas eu era um desastre. Houve um tempo em que minha mãe tomou esse fato como um insulto pessoal. Não se conformava que seu próprio filho não conseguisse aprender alguns passos básicos de dança. Depois decidiu desistir e parar de atormentar a ambos.
— Duvido que você fosse tão ruim.
— Não estou mentindo, eu era horrível. Cléo era muito melhor, mas não se interessava pela dança.
— Como Cléo foi parar com vocês?
— Cléo sempre brinca, dizendo que ela foi adotada como um animalzinho de estimação. Infelizmente isso não está muito longe da verdade. Eu tinha apenas catorze anos e não prestei muita atenção ao fato. Houve uma crise no sistema de orfanatos, e muitas crianças ficaram sem teto. Foi feito um apelo público, e minha mãe achou que seria bom que eu tivesse uma irmã mais nova. E um dia.., lá estava Cléo.
Zane sorriu, lembrando do passado.
— No início não nos demos bem. Ela tinha dez anos e estava furiosa com o mundo. Nunca conheceu seu pai, sua mãe era viciada em drogas e não conseguia emprego. Cléo cresceu em abrigos e nas ruas. Costumava amontoar comida e se recusava a falar. A noite, costumava chorar dormindo. Na mudança seguinte, Fiona a levou conosco. Não houve urna adoção formal, e Cléo e eu acabamos ficando amigos. Não temos muito em comum, mas somos muito próximos e a ela é minha melhor amiga e eu sou o dela.
Rafe não podia se lembrar de nada assim, ele acreditava que em alguma época de sua vida ele houvesse morado com os pais e talvez um cachorro, mas não se lembrava de nada. Tudo de que se recordava era de estar sozinho.
— O que o fez decidir ser um professor?
— Eu não sabia o que queria — ele admitiu. — Quando me formei, entrei para um programa no qual os alunos formados ensinavam os calouros. Foi minha primeira experiência. No início fiquei nervoso, mas acabei gostando.
Zane ergueu a cabeça e olhou em direção do oceano.
— Eu morava no campo, com muita plantações e animais. Não havia muito que fazer, e a cidade grande mais próxima era a duzentos quilômetros de distância. Um lugar muito diferente da Bahania.
— Ou do palácio. Rafe completou
— Não quero pensar nisso. Não estou preparado, não tenho treinamento diplomático. E se eu ofender alguma pessoa importante e criar um incidente internacional?
— Não se preocupe com isso. O perigo será um sheik se interessar por você e o raptar.
Ele riu.
— Existe Sheik gay. Oh, sim.., isso seria muito provável. Além disso, como meu guarda-costas temporário, você deve estar preparado para esse tipo de situação.
— Farei o melhor possível.
Rafe observou o rosto de Zane e pensou por que esse homem parecia especial para ele. O que acontecera para que ele esquecesse sua regra permanente de jamais se envolver com alguém que quisesse um relacionamento?
Se Lembrar de que ele era filho do rei deveria ser suficiente para o manter afastado
— Falando em sheiks... — Ele se virou para olhar para ele. — Por que você estava vestido com roupas do deserto hoje cedo?
Ele não queria responder a essa pergunta, desse modo o distraiu com outra pergunta.
— Por que você é virgem?
Não acredito que esteja me perguntando isso — ele protestou, entre horrorizado e humilhado, mal conseguindo falar.
O vermelho tomou conta do seu rosto e, mais uma vez, ele agradeceu à escuridão do lugar.
— Este é um assunto pessoal e não quero discutir ele com você. E com ninguém, ele pensou.
Rafe não pareceu nem um pouco intimidado pela reação irritada e nem pela sua resposta.
— Foi você que tocou nesse assunto — ele o lembrou. — E não é o tipo de informação que um homem esquece facilmente.
— Bem, esse assunto não te diz respeito.
Um calafrio passou pelo corpo de Zane. Será que Rafe o achava atraente? Mas expulsou esse pensamento logo que ele surgiu. Isso seria um sonho e ele estava na vida real. Não tinha sentido fantasiar a esse respeito, especialmente com um homem como Rafe., ele tinha que ter os pés no chão.
— Vamos, Zane, pode me contar. Como um homem atraente e sensual como você pôde resistir às investidas de seus colegas professores e alunos safados?
Sexy? Ele o achava sexy? Antes que se entusiasmasse, Zane pensou que ele deveria estar sendo gentil com ele, porque era sua função. Se Rafe tivesse que se interessar por alguém seria por Cléo e não por ele. Os homens se sentiam atraídos por Cléo desde seus catorze anos e, enquanto sua irmã estava na lista de todos os rapazes, Zane passava os finais de semana sozinho.
— Houve poucos homens interessados em mim.
— Não acredito em você.
— Você está deliberadamente tentando me humilhar?
--- Não. Estou apenas tentando entender.
Zane se levantou, se encostou na sacada, dando as costas para o mar. Uma parte dela queria que Rafe estivesse sendo sincero.
— Nunca tive muita sorte com namorados — ele confessou, olhando para um ponto acima da cabeça de Rafe. — Sou alto e magro demais. Além disso, com tantas mudanças, nunca permaneci muito tempo em um único lugar. Não namorei no colegial, e, na faculdade, fiz poucos amigos. Nunca tive facilidade para isso. Quando, finalmente, encontrei um grupo de amigos nos quais eu confiava e que alguns rapazes poderiam se interessar por mim, minha mãe morreu , e eu me isolei.
Zane cruzou os braços sobre o peito.
— Você tem certeza de que quer ouvir isso?
— Certeza absoluta. Disse Rafe
Ele gostaria de saber o motivo. Não havia dúvida de que queria apenas ser educado, e ele deveria pedir licença e voltar para o quarto. Mas estava agradável ficar ali, na semiescuridão, conversando com ele. Cléo sempre o dissera que ele era um sonhador.
— Quando comecei a dar aula conheci Jhon.
Rafe esticou as pernas à frente.
— Por que já não gosto desse esse rapaz?
— Não sei. Ele era muito simpático, charmoso e engraçado. Era administrador da faculdade e nós nos dávamos bem. — Ele hesitou. Não ia contar a Rafe que não houvera paixão entre os dois. — Ele me modificou. Dava sugestões quanto as minhas roupas e coisas que poderiam me tomar mais atraente.
Rafe olhou para ele.
— Um homem dando sugestões para suas roupa? Pelo o menos você estava sempre estiloso , não que isso importasse na hora de tirar elas.
— Não, ele nunca... — Ele apertou os lábios. — Nós não... você sabe.
— Não foram amantes.
— Não. Não fomos. Mas havia outras compensações e, quando Jhon propôs casamento, eu aceitei.
— Você se casou com ele? Rafe disse meio horrorizado
— Não.
Rafe se levantou e ficou ao lado dele. Ele era muito alto, e Zane detestava amar ter de erguer a cabeça para olhar para ele.
— Ficamos noivos durante algum tempo.
— Quanto tempo?
— Dois anos.
— Dois anos! Você está brincando! Ficou noivo dois anos e nunca se transou com ele? – Rafe estava totalmente horrorizado
— Queríamos esperar.
— Esperar o quê? A guerra nuclear? 3 guerra mundial?
— Algumas pessoas optam pela santidade do matrimônio. Nem todo mundo é impaciente sobre esse assunto.
Rafe balançou a cabeça.
Zane suspirou.
— Está bem. Talvez eu não concordasse com o que estávamos fazendo, mas não podia forçá-lo. Naquela época eu tinha quase vinte e sete anos e estava ciente de quão estranha era a situação.
— Você conversou com ele?
— Não. Três semanas antes do casamento, Jhon me disse que queria terminar o noivado. Havia fatos que ele não podia ignorar por mais tempo.
— Ele era passivo, e não ativo?
— Como você sabe?
— O rapaz ajuda você a escolher roupas, fica noivo durante dois anos sem sexo, apesar de ter um noivo bonito e sexyl. Isto não faz sentido.
Zane teve vontade de perguntar se ele o achava realmente sexy. Ele nem tinha corpo definido e malhado. Era alto e magro, sem tanquinho. Não... Devia ter ouvido errado.
— E o que aconteceu quando ele te contou?
— Oh, eu fiquei acabado — ele confessou. — E humilhado. A universidade era em uma cidade pequena. Todo mundo soube dos dois passivos que iam casar e, quando me recuperei e estava em condições de namorar novamente, senti que ninguém iria querer namorar comigo, era uma piada ali.
— Duvido.
— A situação foi piorando com o tempo. Os últimos dois rapazes com quem saí, não me levavam a sério. E se eu for realmente filho do rei Hassan? Ele irá aceitar isso de bom grado? E ai sim que eu morrerei virgem, quantos príncipes e Sheik gay existem?
Rafe riu, jogando a cabeça para trás, sem se importar com a indignação de Zane.
— Bom para você que pode rir — ele resmungou. — Não é você que tem que explicar isso aos namorados.
— Você pode esperar até estar casado — Rafe sugeriu.
— Acho que nunca vou me casar. Não se não namorar, o que está ficando cada vez mais difícil. E agora, vai ficar ainda pior.
--- Além disso, acho que seria bom ter alguma experiência, sabe. Não estou interessado em transar com todo um time de futebol, mas gostaria de ver pelo menos um homem nu antes de morrerRafe não podia acreditar que eles estivessem tendo esse tipo de conversa. Ele teve vontade de se candidatar. Ele poderia vê-lo nu quando e quantas vezes ele quisesse. Poderia até tocar se ele quisesse. E claro que nessa situação ele também iria querer tocar Zane de volta, e isso, provavelmente, iria coloca-los em apuros.
— Você está com uma expressão estranha — Zane disse.
— Devo estar. Você precisa ser cuidadoso — ele disse. — Quando souberem que você é filha do rei Hassan, tudo vai mudar.
Ele olhou novamente para o oceano.
— Nem mesmo sabemos se sou mesmo filho dele.
— Você tem dúvidas? Sério, depois de tudo se encaixando?
— No fundo do coração sei que sou filho do rei Hassan.
— Quando a mídia descobrir, você vai ser o assunto do mês, e isso te colocará em contato com todos os tipos de homens, inclusive os que vão querer tirar vantagem.
Zane sorriu.
— Não tenho nada a oferecer. Ser filho do rei Hassan não mudará o que sou.
— Você está errado. Seu pai é um rei, e você será Príncipe. Tenho certeza de que o rei Hassan fará de você um homem rico.
Zane descansou os antebraços sobre a beirada da sacada e se inclinou para frente.
— Isso tudo me amedronta. — Ele olhou para Rafe. — Acho que não conseguirei fazer com que ele não me dê dinheiro.
— Acho que não, O rei é muito teimoso.
— Como irei saber se as pessoas que eu conhecer gostará de mim ou estarão interessadas no dinheiro do rei Hassan?
— Não sei a resposta para isso.
Rafe estaria mais à vontade e teria respostas para todas as perguntas se estivesse planejando um rapto ou lutando com um governo estrangeiro.
— É tarde, deveríamos tentar dormir. Você foi muito gentil em me fazer companhia, mas tenho certeza de que preferiria estar na cama.
Rafe achou que ele havia lido sua mente. Infelizmente os dois tinham interpretações diferentes para “estar na cama”. Ele queria ficar sozinha, e ele queria estar na cama com ele, de preferencia com Zane debaixo dele.
— Boa noite, Zane.
— Boa noite, Rafe.
Ele esperou até que ele entrasse antes de se sentar novamente no banco. Ao olhar para as estrelas, desejou que seu pau duro abaixasse. Mas o desejo que sentia por Zane demorou a passar e era quase outro dia quando ele conseguiu adormecer.
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Eii. Ta ai, bjsss