Belo desastre -24

Um conto erótico de Hello
Categoria: Homossexual
Contém 3839 palavras
Data: 30/06/2016 19:32:45
Última revisão: 30/06/2016 20:39:55
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

- Vamos embora, Mare – pedi, recusando-me a olhar para ele.

A noite foi longa. Fiquei olhando para o relógio e me encolhi quando vi qe mais uma hora tinha se passado. Eu não conseguia parar de pensar em Travis e se eu devia ligar para ele, me perguntando se ele também estaria acordado. Por fim, pus os fones do iPod nos ouvidos e escutei cada musica alta e agressiva da minha lista.

Da última vez que olhei para o relógio, passava das quatro da manhã. Os pássaros já estavam cantando, e sorri quando senti os olhos começando a ficar pesados. Parecia que haviam se passado poucos instantes quando ouvi alguém bater à porta e América irrompendo quarto adentro.

Ela puxou os fones dos meus ouvidos e os colocou na cadeira da escrivaninha.

- Bom dia, flor do dia. Você está com uma cara horrível – ela disse. Soprando uma bola cor-de-rosa de chiclete e estourando-a bem alto.

- Cala a boca, América! – Josh resmungou, debaixo das cobertas.

- Você sabe que pessoas como você e o Trav vão brigar certo? – disse América, lixando as unhas enquanto mascava o chiclete.

Eu me virei na cama.

- Você está oficialmente demitida. Você é péssima no papel de consciência.

Ela deu risada.

- Eu te conheço. Se eu te entregasse a chave do carro agora, você iria direto para lá.

- Iria nada!

- Ah, tá – disse ela animada.

- São oito horas da manhã, Mare. Eles ainda devem estar desmaiados. - Nesse momento, ouvi alguém batendo fraquinho na porta. Josh esticou o braço debaixo do edredom e girou a maçaneta da porta, que se abriu devagar, revelando Travis na entrada.

- Posso entrar? – ele perguntou, com a voz baixa e áspera. As olheiras roxas sob seus olhos denunciavam a falta de sono.

Eu me sentei na cama, alarmado com sua aparência.

- Você está bem?

Ele entrou e caiu de joelhos na minha frente.

- Desculpa, Kevin. Me desculpa – disse, abraçando minha cintura e enterrando a cabeça no meu colo.

Aninhei a cabeça dele nos meus braços e olhei para América.

- Eu... hum... eu vou indo – disse ela, sem jeito, buscando a maçaneta da porta.

Josh esfregou os olhos, suspirou e pegou seu nécessaire de banho.

- Sempre fico bem limpo quando você está por perto, Kevin. – ela grunhiu, batendo a porta depois de sair.

Travis ergueu o olhar para mim.

- Eu sei que fico louco quando se trata de você, mas Deus sabe que estou tentando, Flor. Não quero estragar tudo.

- Então não faça isso.

- É difícil pra mim, sabe? Parece que a qualquer segundo você vai se dar conta da merda que eu sou e vai me deixar. Quando você estava dançando, ontem à noite, vi uns dez caras diferentes te observando. Daí você vai para o bar, e vejo você agradecer aquele cara pela bebida. E depois aquele babaca na pista de dança te agarra.

- Você não me vê dar socos por aí toda vez que uma garota conversa com você. Eu não posso ficar trancada no apartamento o tempo todo. Você vai ter que dar um jeito no seu temperamento.

- É, eu vou. Eu nunca quis um namorado antes, Beija-Flor. Não estou acostumado a me sentir assim em relação a alguém... a ninguém. Se você for paciente comigo, eu juro que vou dar um jeito nisso.

- Vamos esclarecer algumas coisas: você não é um merda, você é incrível. Não importa quem comprar bebida pra mim, ou quem me convida pra dançar, ou quem me paquera. Eu vou pra casa com você. Você me pediu para confiar em você, mas parece que você não confia em mim.

Ele franziu a testa.

- Isso não é verdade.

- Se você acha que eu vou te largar pelo primeiro cara que cruzar meu caminho, então você não confia em mim.

Ele me apertou forte.

- Não sou bom o bastante pra você, flor. Isso não quer dizer que não confio em você, só estou me preparando para o inevitável.

- Não diga isso. Quando estamos sozinhos, você é perfeito. Nós somos perfeitos. Mas então você deixa o resto do mundo estragar isso. Eu não quero que você se transforme da noite pro dia, mas você tem que escolher suas batalhas. Você não pode sair na porrada toda vez que alguém olhar pra mim.

Ele assentiu.

-Eu faço qualquer coisa. Só... diz que me ama.

- Você sabe que sim.

- Preciso ouvir você dizer – ele falou, juntando as sobrancelhas.

- Eu te amo – falei, tocando seus lábios com os meus – Agora chega de bancar o bebezinho.

Ele deu risada, subindo na cama comigo. Passamos a hora que se seguiu no mesmo lugar, debaixo das cobertas, dando risadinhas e nos beijando, mal notando quando Josh voltou do banho.

- Você pode sair daqui? Preciso me vestir – ele pediu a Travis, apertando o roupão de banho.

Ele beijou meu rosto e foi para o corredor.

- Vejo você em um segundo.

Caí de encontro ao travesseiro enquanto Josh remexia no armário.

- Por que você está tão feliz? – ela perguntou em tom de resmungo.

- Por nada – suspirei.

- Você sabe o que é codependência, Kevin? Seu namorado é um excelente exemplo disso, o que é bizarro, considerando que ele passou de não ter respeito algum pelas pessoas e achar que precisa de você até para respirar.

- Talvez ele precise mesmo – falei, recusando-me a deixar que Josh estragasse meu bom humor.

- Você não se pergunta o por que isso? Tipo... ele já transou com metade das garotas daqui e alguns garotos... Por que você?

- Ele diz que sou diferente.

- Claro que diz. Mas por que?

- O que te interessa isso? – retruquei.

- É perigoso precisar tanto assim de alguém. Você está tentando salvar o Travis, e ele espera que você consiga. Vocês dois são um desastre.

Sorri para o teto.

- Não importa o que seja ou por quê. Quando é bom, Josh... é lindo.

Ele revirou os olhos.

- Você está ferrando.

Travis bateu a porta e Josh deixou que ele entrasse.

- Vou para a sala de estudos, boa sorte – disse Josh, com o tom de voz mais falso que conseguiu usar.

- Que foi aquilo? – Travis quis saber.

- Ele disse que nós dois somos um desastre.

-Me conta algo que eu não sei – ele sorriu. Seus olhos subitamente encontraram foco e ele beijou a pele fina atrás da minha orelha. – Por que você não vem pra casa comigo?

Descansei a mão na nuca dele e suspirei, sentindo seus lábios suaves na minha pele.

- Acho que vou fica por aqui. Estou sempre no seu apartamento.

Ele ergueu rápido a cabeça.

- E daí? Você não gosta de lá?

Pus a mão no rosto dele e respire fundo. Ele ficava preocupado muito rápido.

- É claro que gosto, mas eu não moro lá.

Ele percorreu meu pescoço com a ponta do nariz.

-Eu quero você lá. Quero você lá toda noite.

- Eu não vou morar com você – falei, balançando a cabeça.

- Não pedi pra você morar comigo. Eu disse que quero você lá.

- É a mesma coisa! – eu ri.

Travis franziu a testa.

- Você não vai mesmo passar a noite comigo hoje?

Fiz que não com a cabeça, e ele levou os olhos da parede até o teto. Eu quase podia ver as engrenagens girando em sua cabeça.

- O que você está tramando? – perguntei, estreitando os olhos.

- Estou tentando pensar em outra aposta.

*

*

*

Estava no quarto de Travis, só de cueca box azul marinho, procurando uma camiseta para por.

- Meu Deus como você é sexy! – disse ele, apoiando a cabeça na mão. – O garoto mais lindo da Eastern é meu namorado. Que loucura! – revirei os olhos e deslizei a camiseta pelo meu corpo, juntando-me a ele na cama. Montei de pernas abertas em seu colo e beijei seu pescoço, dando risadinhas quando ele deixou a cabeça cair de encontro a cabeceira da cama.

- De novo? Você vai me matar, Flor.

- Você não pode morrer – eu disse, cobrindo o rosto dele de beijos. – Você é durão demais.

- Não, eu não posso morrer porque tem muito idiota querendo pegar o meu lugar. Vou viver eternamente só por maldade!

Dei risadinhas encostado em sua boca e ele me deitou de costas. Deslizou os dedos pela minha regata, e puxou para baixo beijando minha pele desnuda.

- Por que eu, Trav?

- Ele recuou um pouco, buscando meus olhos.

- Como assim?

- Você já ficou com um monte de mulheres, e pelo que me disse só com dois homens, see recusou a assumir compromisso com todos, se recusou até mesmo pegar o número de telefone... Então, por que eu?

- Porque isso agora? – disse ele, acariciando meu rosto com o polegar. Dei de ombros.

- Só estou curioso.

- Por que eu? Você tem metade dos caras da Eastern só esperando que eu estrague tudo.

Torci o nariz.

- Isso não é verdade. Não mude de assunto.

- É verdade sim. Se eu não estivesse correndo atrás de você desde o inicio das aulas, você mais do que Parker Hayes no seu pé. Ele só é egocêntrico demais para ter medo de mim.

- Você está fugindo da minha pergunta. E de um jeito ruim, devo acrescentar.

- Tudo bem. Por que você? – Um sorriso se espalhou por seu rosto enquanto ele se enclinava para me beijar. – Eu me senti atraído por você desde aquela primeira luta.

- O que? – perguntei com uma expressão desconfiada.

- É verdade. Você naquele cardigã, com todo aquele sangue... Você estava ridículo – ele riu baixinho.

- Valeu.

O sorriso dele sumiu.

- e aí você ergueu o olhar pra mim. Foi naquele momento. Você tinha um ar inocente, ingênuo... sem máscaras. Você não olhou pra mim como se eu fosso Travis Maddox – ele revirou os olhos com as próprias palavras -, você me olhou como se eu fosse... sei lá, uma pessoa, eu acho.

- Novidade, Trav: você é uma pessoa.

Ele tirou o cacho do meu rosto.

- Não, antes de você aparecer, o Shepley era o único que me tratava como uma pessoa qualquer. Você não ficou todo sem jeito, não me paquerou, não ficou mexendo no cabelo. Você me viu.

- Eu fui um babaca com você.

Ele beijou meu pescoço.

- Foi isso que completou o conjunto.

Deslizei as mãos pelas costas dele até a cueca.

- Espero que isso deixe de ser novidade logo. Não me vejo nunca ficando cansado de você.

- Promete? – ele sorriu.

Seu telefone vibro na mesa de cabeceira e ele sorriu, segurando-o perto do ouvido.

- Oi. Ah, de jeito nenhum, o Flor está aqui comigo. A gente está quase indo dormir... Cala a porra da boca, Trent não tem graça... Sério? O que ele está fazendo aqui? – ele olhou pra mim e deixou escapar um suspiro. – Tudo bem. A gente chega aí em meia hora... Você me ouviu, babacão. Porque eu não vou a lugar nenhum sem ele, é por isso. Você quer que eu arrebente sua cara quando eu chegar aí? – Travis desligou e balançou a cabeça.

Ergui a sobrancelha.

- Essa foi a conversa mais estranha que eu já ouvi.

- Era o Trent. O Thomas está na cidade e é noite de pôquer na casa do meu pai.

- Noite de pôquer? – engoli em seco. Merda!

- É, geralmente eles ficam com meu dinheiro. Malditos trapaceiros!

- Vou conhecer sua família em trinta minutos?

- Vinte e sete, pra ser mais exato.

- Aí, meu Deus, Travis! – reclamei, pulando da cama.

- O que está fazendo?

Remexi o armário e peguei uma calça jean, dando pulinhos para vesti-la, depois tirei a blusa pela cabeça, jogando-a na cara dele.

- Não acredito que você me avisou vinte minutos antes que vou conhecer sua família! Eu podia te matar agorinha mesmo!

Ele tirou e a blusa que joguei na cara dele dos olhos e da minha tentativa desesperada de parecer apresentável. Enfiei uma blusa de gola v preta e corri até o banheiro, escovando os dendês e passando as mãos pelo meu cabelo. Travis entrou no banheiro atrás de mim, vestido e pronto, e envolveu minha cintura com os braços.

- estou todo desarrumado! – falei franzindo a testa ao me olhar no espelho.

- Você não percebe que é lindo? – ele me perguntou, beijando meu pescoço.

Bufei e fui correndo até o quarto para colocar meu Nike air force todo preto, então dei a mão para Travis enquanto ele me conduzia até a porta, parei fechando o zíper da jaqueta preta de couro e fechando o zíper da jaqueta preta de couro, me preparando para a viajem corrida até a casa do pai dele.

- Calma, Beija-Flor. É só um bando de caras sentados em volta de uma mesa.

- É a primeira vez que vou encontrar seu pai e seus irmãos... tudo ao mesmo tempo... e você quer que eu me acalme? – falei, subindo na moto dele.

Ele se virou, encostou no meu rosto e me beijou.

-Eles vão amar você que nem eu amo.

Quando chegamos, arrumei meus cabelos com os dedos algumas vezes, antes de Travis me conduzir pela porta.

- Santo Cristo! É o merdinha! – falou um dos meninos.

Travis assentiu uma vez. Ele tentou parecer irritado, mas deu pra ver que ele estava animado de ver os irmãos. A casa estava marcada pelo tempo, com um papel de parede amarelo e marrom. Atravessamos o corredor até uma sala com a porta escancarada. A fumaça flutuava para dentro do corredor e os irmãos e o pai de Travis estavam sentados em volta de uma mesa redonda com cadeiras diferentes uma das outras.

- Ei, ei... olha o jeito como você fala, temos visita aqui – disse pai dele, o charuto em sua boca balançando enquanto falava.

- Flor, esse é o meu pai, Jim Maddox. Pai, esse é o Beija-Flor.

- Beija-Flor? – perguntou Jim, com uma expressão divertida no rosto.

- Kevin – falei, balançando a cabeça.

Travis apontou para os irmãos.

- Trenton, Taylor, Tyler e Thomas.

Eles acenaram com a cabeça. Todos, menos Thomas, pareciam versões mais velhas de Travis: cabelos curtos, olhos castanhos, camisetas esticadas sobre o músculos salientes e cobertos por tatuagens.Thomas usava camisa social e gravata solta. Os olhos eram de um castanho esverdeado, e os cabelos, loiro-escuro, eram um pouco mais compridos que os dos outros.

- O Kevin tem sobrenome? – um quis saber.

- Abernathy – assenti.

- Prazer em te conhecer, Kevin – disse Thomas sorrindo.

- Um prazer mesmo – disse Trent, me olhando de cima a baixo com uma cara travessa. Jim deu um tapa na nuca dele, que soltou um grito.

- O que foi que eu disse? – ele perguntou esfregando a nuca.

- Sente-se, Kevin. Observe enquanto nós tiramos o dinheiro do Trav – disse um dos gêmeos. Eu não sabia dizer quem era quem, eles eram copias idênticas um do outro, até mesmo as tatuagens eram iguais.

A sala estava decorada com imagens antigas de jogos de pôquer, fotos de lendas do pôquer posando com e com outro homem, que presumi ser o avô de Travis, e cartas antigas de jogo nas estantes.

- Você conheceu o Stu Ungar? – perguntei apontando para a foto empoeirada.

Os olhos apertados ganharam brilho.

- Você sabe quem é Stu Ungar?

- Meu pai também é fã dele.

Ele se levantou, apontando para a foto ao lado.

- E esse aqui é o Doyle Brunson.

Eu sorri.

- Meu pai viu o Doyle jogar uma vez. Ele é incrível.

- O avô do Trav era profissional. A gente leva pôquer muito a sério aqui. – um sorriu.

Eu me sentei entre Travis e um dos gêmeos, enquanto Trenton embaralhava as cartas com moderada habilidade. Os garotos colocaram o dinheiro na mesa, e um distribuiu as fichas.

- Trenton ergueu uma sobrancelha.

- Quer jogar, Kevin?

Sorri educadamente e balancei a cabeça.

- Acho melhor não.

- Você não sabe jogar? – Jim me perguntou.

Não consegui conter o sorriso. Ele parecia tão sério, quase paternal. Eu sabia que resposta ele esperava e odiaria desapontá-lo.

Travis beijou minha testa.

- Dê adeus ao seu dinheiro, Kevin – Thomas deu risada.

Pressionei os lábios e enfiei a mão no bolso, tirando duas notas de cinqüenta, Estendi-as a Jim e esperei, com paciência, enquanto ele as trocava por fichas. A boca de Trenton se apertou em um sorriso presunçoso, mas o ignorei.

- Boto fé nas habilidades do Travi como professor – falei, um dos gêmeos bateu as mãos.

- É isso aí! Vou ficar rico hoje!

- Vamos começar com pouco dessa vez – disse Jim, jogando uma ficha de cinco dólares.

Trenton distribuiu as cartas e Travis espalhou as minhas em leque para mim.

- Você já jogou cartas algumas vez na vida?

- Faz um tempinho – assenti.

- Rouba monte não conta, Poliana – disse Trenton, encarando suas cartas.

- Cala a boca Trent – disse Travis, erguendo o olhar de relance para o irmão antes de direcioná-lo novamente para minhas cartas.

- Você precisa de cartas altas, números consecutivos e, se tiver muita sorte, do mesmo naipe.

Na primeira mão, Travis olhou minhas cartas e olhei as dele. Basicamente assenti e sorri, jogando quando ele me dizia para faze-lo. Nós dois perdemos, e minhas fichas diminuíram no fim da rodada.

Depois que Thomas distribuiu as cartas da segunda mão, eu não quis deixar que Travis visse minhas cartas.

- Acho que já entendi – falei.

- Tem certeza? – ele me perguntou.

- Tenho baby – respondi.

Três mãos depois, eu já tinha conseguido minhas fichas de volta e aniquilado a dos outro jogadores, com um par de ases, um straight e a carta mais alta.

- Que saco! – Trenton praguejou. – Sorte de principiante é uma merda!

- Ele aprende rápido Trav – disse Jim, mexendo a boca em volta do charuto.

Travis tomou um grande gole de cerveja.

- Você está me deixando orgulhoso Beija-Flor!

Seus olhos brilhavam de animação. Eu nunca tinha visto aquele seu sorriso antes.

- Obrigada.

- Quem não sabe fazer ensina – disse Thomas, com um sorriso afetado.

- Muito engraçado, babaca – Travis murmurou.

Quatro mãos depois, virei o que restava da minha cerveja e apertei os olhos para o único homem à mesa que ainda não tinha passado a mão.

- É com você, Taylor. Vai dar uma de bebezinho ou vai se comportar como homem?

- Que se foda – ele retrucou, jogando as últimas fichas na mesa. Travis olhou para mim animado, o que me fez lembrar as expressões daqueles que assistiam as lutas.

- O que você tem Beija-Flor?

- Taylor? – falei, incisivo.

Um largo sorriso se espalhou pelo rosto dele.

- Flush! – ele sorriu, espalhando as cartas na mesa.

Seis pares de olhos me analisavam. Fiquei olhando para a mesa por um momento e então bati minhas cartas com força.

- Vejam e chorem! Ases de oito! – exclamei, dando risada.

- Um full house? Caraça! – Trent gritou.

- Desculpa. Eu sempre quis dizer isso – falei, puxando as fichas para mim.

Thomas estreitou os olhos.

- isso não é sorte de principiante. Ele joga.

Travis olhou para ele por um momento e voltou o olhar para mim.

Você já tinha jogado pôquer antes, Flor?

Pressionei os lábios e dei de ombro, exibindo meu melhor sorriso inocente. A cabeça de Travis foi para trás, quando ele caiu num incontrolável acesse de riso. Ele tentava falar e não conseguia, depois bateu na mesa com o punho cerrado.

- Seu namorado acabou de passar a perna na gente! – disse Taylor, apontando na minha direção.

- Não acredito! – Trenton lamentou, se levantando.

- Belo plano, Travis. Trazer um jogador profissional para nossa noite de pôquer – disse um, piscando para mim.

- Eu não sabia! – ele respondeu, balançando a cabeça.

- Ah, tá – disse Thomas olhando para mim.

- Não sabia mesmo! – Travis confirmou, em meio às gargalhadas.

- Odeio dizer isso, mano, mas acho que acabei de me apaixonar pelo seu garoto – disse Tyler.

- Opa! – disse Travis, rapidamente tirando o sorriso do rosto e fazendo uma careta.

- É isso aí. Eu estava pegando leve com você, Kevin, mas vou ganhar me dinheiro de volta agora mesmo – Trenton avisou.

Travis ficou de fora nas últimas rodadas, observando os irmãos lutarem para recuperar o dinheiro deles. Mão após mãos, eu recolhias todas as fichas, e Thomas começou a me observar com mais atenção. Toda vez que eu abria as cartas na mesa, Travis e Jim davam risada, Taylor chingava, Tyler proclamava amor eterno por mim e Trent tinha uma crise de raiva.

Troquei minhas fichas por dinheiro e dei cem dólares para cada um assim que fomos para a sala de estar. Jim recusou, mas os irmãos aceitaram, gratos. Travis me agarrou pela mao e caminhamos até a porta.

Eu podia ver que ele estava emburrado, então apertei seus dedos nos meus.

- Que foi?

- Você acabou de distribuir quatrocentos dólares, Flor! – ele franziu a testa.

- Se fosse noite de pôquer na Sig Tau, eu ficaria com o dinheiro, mas não posso roubar seus irmão quando acabei de conhecê-los.

- Eles teriam ficado com seu dinheiro! – ele disse.

- E eu não teria perdido uma noite de sono por causa disso – disse Taylor.

Thomas me encarava em silencio do canto da sala.

- Por que você fica encarando o meu garoto, Tommy?

- Qual é mesmo o sobrenome dele?

Alternei meu peso entre uma perna e outra, nervoso. Minha mente buscava freneticamente algo espirituoso para dizer afim de fugir daquela pergunta. Em vez disso, fiquei mexendo nas unhas me xingando em silencio. Eu devia saber que não valia a pena ganhar todas aquelas mãos seguidas. Thomas tinha sacado. Eu podia ver nos olhos dele.

Percebendo minha inquietação, Travis se virou para o irmão e colocou o braço em volta da minha cintura. Eu não sabia ao certo se ele estava me protegendo ou se preparando para o que o irmão ia dizer.

Travis se mexia, visivelmente incomodado com a pergunta.

- É Abernathy. O que você tem com isso?

- Posso entender por que voe não ligou os pontos antes, Trav, mas agora não tem mais desculpas – disse Thomas com um ar presunçoso.

- De que merda você está falando? – Travis quis saber.

- Por acaso você é parente do Mick Abernathy? – Thomas me perguntou.

Todas as cabeças viraram na minha direção, e mexi no cabelo nervoso.

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CONTINUA....

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Tô mega ansiosa pra postar o próximo capitulo!

GORDIN.LEITOR: Eu falei que iria voltar kkk Beijos Lindo <3

CINTIA C: <3

ADIOS_PRI: que bom que está gostando...

FLAANGEL: Acho que não tem como o Travis deixar de ser fofo rsrs

PRIREIS822: Que bom que está gostando! Não pretendo sumir mais não rsrs Beijos!

GABRIEL26: Que bom que gostou!

LUANEGRA: É bem provável que ele ainda vá fazer algumas merdas rsrs

MATHSXD: <3

MARC01CL: Não foi muita coisa mesmo, mas td se resolveu. Acho que grande parte da “culpa” foi do Kevin, apesar de os dois terem culpa. Kevin foi burro em ter aceitado a bebida de um completo estranho, e o Travis pelo ciúmes excessivo... Até eu ficaria com raiva se meu namorado tivesse agido como o Kevin. Toda hora tem gente dando em cima do Travis, mas acho que o Kevin não se sente tão ameaçado com isso por ver que Travis faz de tudo para afastar essas pessoas, o que é totalmente ao contrario do que o Kevin faz. Beijos lindo!!!

ROBINHUU19-87: Que animação kkkk acho que a terapia vai ser o Kevin mesmo kkkk

HENRINOVEMBRO: Que bom que está gostando! Caraca! Vc leu todos os capítulos rápido assim?! Vou ir postando quando der, prometo não enrolar muito rsrs espero que continue mesmo aqui, só uma coisinha não muito importante, sou mulher rsrs

BUBIZINHA2: Que bom que vc acha isso, e quando eu tiver tempo lerei seu conto viu...

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Comentários

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Tava "romanticozinho" demais pra ser verdade rsrsr, será que agora vai ser o Kevin que terá de provar que é bom o suficiente pra família Maddox?!

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Show!! Rs Quem é o pai do Beija-flor na realidade?! Ou melhor quem é o beija flor de verdade... Será que essa revelação vai causar uma separação??? Continua já já rs

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Xiii...ai tem...Curiosa a mil que venha o proximo capitulo

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bem interresante, como os irmaos do Trav conhecem o pai do kevin? Tomara que de tudo certo. Por favor nao demore a postar.

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Ora, ora, fique tenso quando Tommy perguntou sobre o sobrenome de Kevin, e realmente tinha motivos. Não deve ter sido fácil viver com o Nick e mesmo deve ter aprontado muita coisa nos cassinos. Também acho que as pessoas perguntam sobrenome exatamente pra ver descobrem algo de desagradável kkkk. Espero que não façam nada pra deixar Travis com raiva pois é capaz dele bater em todos sem ligar que são irmãos kkkkk. Se bem que o passado deles não deve ser diferente, Travis também deve ter um passado conturbado digamos assim kkkkk. Beijos linda, e até o próximo!!!!

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volte logo querido escritor ! Amo seu conto !

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Ai Jesus, que capítulo! Agora quero saber o pq eles conhecem o pai do Kevin... Beijos flor, o conto tá lindo!

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Hello sua linda, sim eu li todos os capítulos rápidos hahaha, adorei esse novo, aposto que o pai do Kevin era bicho solto hahaha

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cada vez que eu leio amo mais , versão gay bem melhor que o original 😍😍😍❤️ amando demais , kkkk esperando anciosamente pelos próximos capítulos

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Uuuuu... e agooora????...continuuua looogooo....ta excelente o conto...bjks

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Gosto muito de ler o seu conto, você sabe brincar com sentimentos nele e a escrita e simples, fácil de compreender

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