Jesus, meu homem

Um conto erótico de Manzsul
Categoria: Homossexual
Contém 2185 palavras
Data: 04/06/2016 05:44:54
Última revisão: 04/06/2016 14:55:37

Não sei se Maria Madalena pegou Jesus Cristo, se ela era tão putona assim, como vemos no presente ou não era, por um possível recato nas primeiras putas, mas em se tratando de gente, naturalmente carnal, há de se ter dúvidas da relação do “filho do Google” com sua discípula.

As batidas da vida retrocedem o som, retrocedeu minha vida imaginariamente a uma passagem bíblica: o apedrejamento de Maria Madalena.

Um certo esquema de pirâmide [vou deixar as pistas de qual se trata] foi a minha galinha dos ovos de ouro por um tempo, eu tenho uma barbearia e divulgava por aqui, pelo bairro o milagroso método de ganhar em dólar de forma fácil e rápida. Em 2011 qualquer cliente que eu cortava o cabelo, recebia inúmeros elogios e incentivos para entrar no jogo e ganhar também.

Uma coisa tão prosaica seria prever o fracasso do milagre do dinheiro fácil, mas com tantas gambiarras que temos no Brasil, eu achei que esse lance em dólar seria mais uma, que muitas outras existiam e muita gente se dava bem com elas, discretamente. Hoje qualquer coisa que se aproxima disso, eu vejo como uma tela de vírus no meu computador, parabenizando-me por eu ser o milésimo visitante e convidando-me a pegar meu prêmio em um clique. Queria saber o que sei hoje...

Com os problemas legais, escândalos na mídia e o desabamento da pirâmide, os que entraram por pilha minha, resolveram boicotar minha barbearia. Espalhavam aos amigos que eu era um estelionatário, 171, trambiqueiro... que a minha barbearia era fachada de negócios ilegais. E um Jesus, chamado Aurélio {flamenguista, casado, trinta e quatro anos, mestiço, magro} intercedeu por mim, e salvou o meu comércio da sarjeta que o esperava sentada. Era só dar uns meses de gratuidade no aluguel da gambiarra de TV à cabo dos clientes que haviam contratado este trabalho, que tenho por fora, e por aconselhamento de Aurélio, eu reservava um dia na semana para cortar cabelo, fazer barba, tirar sobrancelha, aparar pentelhos ou fazer depilação cavada, de graça! Isso foi um “Vanish” no tapete velho que minha barbearia tinha virado. Pois todo mundo tem pecados. Aquilo era a minha redenção. Eu espero ser canonizado.

Quando a vida me dá uns limões, eu misturo com aguardente, e faço uma bebida tipicamente brasileira. Embebedo homens e fodo com todos eles. Ébrios de seu próprio tesão, misturado a minha bebida entorpecente. Que ofereço, sorrindo, numa bandeja de prata perfeitamente falsificada. A verdadeira prata, o bronze e o ouro, são sempre o homem-troféu. Aurélio era um ouro maciço, estava prestes a ser pai, era filho de um dono de mercadinho, um classe média “sui generis”, destes, que amamos pegar no escuro, onde ficam também, as palavras omitidas. O limão virou caipirinha quando a barbearia se salvou, agora faltava só um homem para foder, e pelos caminhos de fetiche e deslumbramento, comecei a me interessar por Aurélio.

Ele havia salvado minha pele, pajés costumam dizer que a alma é prisioneira de seu salvador. Cristãos também dizem isso, é vero!, mas Jesus tem muitos escravos, e bem sei que não sendo egoísta, ele não se aborreceria em considerar um tipo de “lei do ventre livre” pra mim, para conceder minha alma para Aurélio. E sabendo do meu tesão como ele sabe, ele não só me libertaria como entregaria Aurélio para mim – como um dono de brinquedo – , pelo pedido de oração, pago direitinho dentro do envelope.

Droga! O filho da puta sempre dava um jeito de escapar à francesa, como uma puta fina. Eu estava irado afudê com aquela putaria de fazer docinho, porque não era fácil vê-lo e eu tinha de esperar uma quinzena para que ele voltasse para aparar o cabelo. Durante o corte o negócio era pegar de um jeito diferente na cabeça do meu Jesus, e mudar a placa para “fechado” enquanto o atendia para poder falar-lhe mais liberta e libertinamente, a sós. Precisava, sobretudo agir logo, e me livrar de uma vez daquele tesão que não me deixava. Vislumbrando soluções, segurei a que estava mais perto, de nós... a barbearia.

Minha barbearia tem um frigobar, pois nela eu vendo refrigerante, picolé, água de coco em caixinha, água mineral em copo e cerveja. A lata de sardinha, vulgo, frigobar, estava quase sem cervejas, e quando pensei em reabastecê-la, pensei em encher tudo de cerveja, numa pira. E foi o que fiz, pois colocar as coisas em prática, é comigo mesmo! Não conto até 3.

No mercadinho do pai de Aurélio, eu enchi a cesta daquela cervejinha gostosa que desce redondo, e levei também um pacote de azeitona sem caroço, pendurados na conta. Enchi a cara em casa e resolvi abrir a barbearia, estando mal em pé, um pouquinho de cocaína resolveria o problema mas a crise esta afetando todos, trabalhei bêbado por causa do PT. Como conservador de direita, acho que a crise petista é anacrônica e me afetou em 2011, como deve ter afetado qualquer empresário de bem nesta nação querida, que resolvemos amar mais agora. Sera que a presidenta iria atrapalhar a minha vida sexual também?

O boato da bebedeira, novamente se espalhou como a antiga peste do escândalo da pirâmide, agora para pôr a última pá de terra sobre a barbearia. Aurélio, como uma panaceia humana, desmentiu os autores do boato, e nenhum deles se atreveu a ir contra, culminando na minha nova limpeza moral. Com seu produto de limpeza inato chamado “fingimento”.

Muito constrangido com a situação, eu precisava de imediato, recompensar o meu salvador – com a vantagem de pagar diretamente a ele e com o jeito mais delicioso que me aprouvesse. Pois no dia em que sua corte de cabelo estava marcado, fechei a barbearia com nós dois dentro do meu estabelecimento, para falarmos coisas pessoais e algumas críticas aos outros, bobagem pouca. O status online da boceta juvenil da bonita e precoce, filha da vizinha, nunca deve ter sido tão conversado, nesse clima comum de bairro de gente que se ama. Ele a criticava com o pau duro, era uma antítese, embora comum fosse esse tipo de situação, contudo, pouco me importava a contradição. Jesus precisava gozar.

Deixei que o pente caísse algumas vezes sobre as coxas de Aurélio, ao pegar, tocava também seu pau sobre a bermuda. Suja de cabelos mortos pelas minhas tesouradas. Mais vivo que nunca, e na minha frente Jesus me encarava por segundos no espelho, para abaixar o olhar e ver sem dispersão visual as suas projeções mentais. Uma hora ele literalmente abriu a boca e daí pensei que as projeções haviam virado palavras, palavras balbuciadas, ele respondeu à pergunta que fiz sobre suas palavras, explicando-me que seu oxalato de escitalopram dava bocejos como um dos efeitos colaterais. Aconselhei que ele trocasse por desvenlafaxina, mas ele relatou ter medo de fazer a troca depois de ver sua mãe completamente louca ao passar dois dias sem o remédio. “De todo jeito é o médico que mandou, ele é que sabe das coisas, né?” ele dizia. Completando: “Eu me sinto com uma qualidade de vida inestimável, é como se nada fosse tão impactante para receber meu olhar e minha análise, eu não me preocupo tanto. E é salutar, não estou me drogando, o médico esta aí pra melhorar a qualidade de vida, com remédios, mas não conte nada a ninguém [embora todos soubessem, o problema estava no ato de dizer e romper com o teatro].”

Jesus deve assistir a mesma TV que Deus, junto deste e de Maria, não esquecendo do tão esquecido Espírito Santo, todos são oniscientes. José, o corno pai, é que fica esquecido, fora do quarto e insignificante na vida da mulher e do filho, como é visto no mísero papel que tem na bíblia. Olhando direito, essa putaria, acho que José foi protótipo do corno fetichista que goza às escondidas (fica a dica, diretores de filme porno). A onisciência da trindade que se foda, eu tinha a onipotência de Jesus. “O remédio que você faz uso não deixa seu pau mole não?” eu perguntei, para sondar o estado da oniPOTÊNCIA de Jesus. “Nos dois primeiros meses afetou a vontade [de transar], mas hoje o corpo tá acostumado a ele, e só reage anormalmente se eu não ingerir... mas é uma besteirinha que médico tira fácil com desmame, pior se fosse droga! Você não vê esse bando de adolescente marginal fumando maconha na cara da polícia e ninguém pode fazer nada?” Mas e a oniPOTÊNCIA? “Eu duvido que o escitalopram não destruiu sua paudurecência, não seja orgulhoso, troque pelo outro que te indiquei, o desvenlafaxina”, provoquei. “Ele estava duro quase agora”, ele ostentou. “Essa ereção, pelo menos dura um tempo dura?”, brinquei com ele. Era fácil conseguir, ele queria, estava potente, não havia ninguém exceto nós dois dentro da barbearia, tudo estava bem armado, inclusive a barraca de Jesus.

Mais dois litros de conversa, escorridas e esquecidas, aproximou nós dois numa ínfima represa quando esta se formou. Quando ele me beijou quase vomitei, consenti pelo que estava por vir ainda, mas reiterando: foi nojento, estúpido, foi de um atrevimento típico entre favelados. Eu não esperava tamanha sujeira, que melhorou quando me abaixei e fui em cheio, encher a minha boca com aquela tora grossa e grande. Como eu imaginava pelo formato do seu polegar. Ele ficou paradinho, enquanto eu fazia todo o serviço, operava em seu corpo mecanismos de sensações e os explorava, colocando o dedo dentro do cu de Jesus e chupando o pau que pulava a cada cutucada na próstata. Tirei antes que ele gozasse, e como isto aqui não é um filme pornô, meu dedo saiu sujo, fiz Jesus lambê-lo como um bebê até que saísse limpinho. Voltei a chupá-lo, e ele, como antes, prostrado, recebendo todos os meus toques, estímulos... Com ele não suguei, como uma sucção, fiz minha boca de boceta encharcada e praticamente punhetei ele com a boca, usando as mucosas da bochecha às vezes, para tocar a cabeça do pau de Aurélio, com o toque aveludado de toda boca, que se perverte e vira uma boceta alien. O pau amarelado de Aurélio tinha a cabeça doce de uma jujuba de cereja, a lubrificação que saía não era exatamente salgada, eu via que a porra seria até palatável, uma sobremesa como outra qualquer.

Jesus é mais lentinho do que Deus, que fez o mundo em 7 dias. Porque nunca vi alguém demorar tanto, e no entanto, o pau continuar super duro. Melhor oportunidade para dar não tinha. Coloquei dentro de mim toda a lentidão divina, prazerosamente celestial, enquanto comungamento real com o corpo de cristo – como hoje vejo, traçando uma linha paralela ao personagem bíblico martirizado. Jesus é pura potência física, pelo que vejo entre o cavalo e a égua, no sexo humano, naquelas horas de metida, Jesus é um cavalo injetado com um potente viagra equino. O filho da puta, não evitou verter de mim umas gotas de sangue, as quais lubrificavam naturalmente as metidas, facilitando-as, porém, eu pagava o preço do ardor natural ao machucado. Um preço alto, mas tudo que é bom é caro. Por estar posicionado como uma cadela, não via o sangue que manchava o pau de Jesus, mas ele passava o dedo indicador no pau, enquanto este, ainda estava parcialmente dentro de mim (ele não tirava), e depois, como quem mostra uma arte, ele punha o dedo defronte ao meu rosto, para que eu observasse também tal estímulo erótico visual.

Aurélio me humilhava dizendo que havia me feito menstruar como uma mulher, e que eu ficaria usando O.B durante um tempo, para que ninguém me visse como uma mulher porca, vadia suja – junto com as humilhações vinham as penetrações como socos entrando dentro do corpo, o movimento também era humilhador. O meu pau resistente não descia, e se eu o tocasse de leve o transformaria num chafariz, em pleno funcionamento de exibicionismo semiaquático. Já bastava sentir o combo dos ataques morais com as estocadas fortes, o que estava bom que perdurasse. “Bichinha, seu viado imundo!” era música para os meus ouvidos, um canto de sereia, que me tinha pelo tesão. Como um bom homofóbico de apartamento, ele tinha um vocabulário extenso pra se referir a bichas, putas, sejam estas assumidas ou não (assumidamente bichas ou assumidamente putas – para as mulheres).

Não me negando a sobremesa, ele gozou, e mesmo que no cu, saboreei internamente a porra de Jesus dentro de mim. Três vezes glória! Eu vi o rosto de Deus. Quando Jesus tirou, segurou minha mão, biblicamente, ternamente, e guiou meus dedos em direção ao meu cu, para que eu visse como ele havia me deixado. Enfiou três dedos meus, que são grossos, de uma vez. Gritei de um prazer-dor e gozei.

Recompensei os favores prestados à barbearia, e me livrei assim do fardo de carregar um favor. Jesus deve ter sido eu, que foi quem se sacrificou. Assim como aconteceu com o martirizado bíblico, foi uma escolha, porém se Jesus gostou ou não das chicotadas e da crucificação, só perguntando pessoalmente a ele. E não há mal nenhum na possibilidade dele ter gostado. Quem somos nós para Julgar Jesus? Quem?

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