Estava apenas a 24 horas da decisão mais importante que tomaria em minha vida e não fazia a menor ideia do que fazer.
Por um lado, estava feliz que finalmente conseguiria o que eu sempre achei ser o certo mas, ao mesmo tempo, fazer tudo aquilo estava sendo demais para mim, minha cabeça estava explodindo e não fazia a menor ideia do que pensar ou fazer.
Em minha cabeça eu tentava achar que aquilo seria o certo a fazer, estava tudo indo tão bem.
- Falta pouco! Era o que eu repetia constantemente em minha cabeça.
Os fantasmas do passado pareciam cada vez mais vivos a cada segundo que se passava e se aproximava do “Grande Dia”. Tudo a minha volta mudaria para sempre e eu sinceramente não fazia a menor ideia do que aconteceria a seguir.
Bom, as pessoas que me vivem próximas a mim me chamam de Pedrinho, tenho 25 anos, moreno, olhos castanhos claros, 1,70m de altura terminei minha graduação em Administração de Empresas aos 22 anos. Perdi meus pais quando tinha apenas 6 anos e tive que morar com um grande amigo da família na qual meus pais haviam deixado a guarda, muita coisa aconteceu desde então e tudo o que eu fiz desde os meus 10 anos me levou aquele exato momento, aquela exata situação, e para mim tudo aquilo faria sentido quando acabasse.
Já era quase 11hs da noite e ficava me revirando naquela cama, o sono parecia ter me abandonado desde que eu soube que faria aquilo mas, aquela noite era a pior de todas elas, nem mesmo os remédios que tomava para dormir pareciam mais fazer efeito algum.
Resolvi então descer até a cozinha e pegar algo para beber, talvez assim eu pudesse me sentir melhor e tentar esquecer por um momento daquele dia.
- Que droga! Não tem nada para beber! Naquele momento me sentir frustrado em tê-lo feito parar de beber, talvez assim ainda estivesse álcool pela casa.
Estava distraído pegando água na geladeira quando de repente ele fala atrás de mim:
- O que estava fazendo acordado ainda a essa hora?
- Volta para a cama Pedrinho ela fica muito vazia quando você não está nela!
O susto foi tão grande que acabei deixando o copo de vidro cair e se espatifar todo no chão.
- Merda! Exclamei irritado.
- Amor sai daí, você pode acabar se ferindo com os cacos de vidros no chão!
- Que droga Erick, você sabe que eu não gosto quando você faz isso! Falei irritado.
Erick era o que poderia chamar de namorado, tinha 40 anos de idade, bastante alto tinha 1,95m de altura, branco, cabelos loiros meio grisalhos já o que o deixava muito charmoso. Eu o conheci ainda na faculdade, eu estava no último semestre quando ele começou a dar aulas.
Era 12 de Setembro, precisei ficar até mais tarde na faculdade tinha esquecido de fazer um relatório para entregar e aquele dia era o último prazo para entregá-lo, já era meu último semestre e não poderia me dar ao luxo de ficar devendo nenhuma disciplina.
Terminei já era quase 10hs da noite, entreguei meu relatório ao professor e sair do campus, estava distraído mexendo no meu celular e acabei não percebendo que estava quase atravessando a rua, continuei andando quando de repente sinto alguém me pegando pela minha cintura e me puxando, naquele momento estava passando um ônibus e eu quase fui atropelado.
- Presta atenção garoto! Exclamou ele meio irritado.
- Vocês moleques sempre distraído com seus celulares e não percebem que existem um mundo ao redor de vocês! Acorda garoto! Falou ele mais uma vez.
Eu fiquei muito irritado com aquilo, de certa forma foi sem querer, peguei meu celular e vi que tinha várias chamadas de Heloisa minha colega de quarto, talvez ele estivesse preocupada comigo.
- Olha aqui, muito obrigado por me salvar do ônibus, mas não precisa ser um babaca não! Falei irritado, quem aquele cara achava que era para me tratar daquela forma.
- Peguei meu telefone por que minha colega de quarto estava me ligando, talvez estivesse preocupada por estar demorando tanto a chegar em casa. Falei
Aquela foi a primeira conversa que tivemos, a princípio eu o odiava mas, com o tempo, aconteceram muitas coisas e eu acabei ficando com eleCalma amor não precisa ficar irritado, falei sem querer! Explicou-se ele.
- Tudo bem, me desculpe eu estou um pouco nervoso mesmo, acho que é ansiedade. Falei.
- Relaxa amor vai dar tudo certo. A partir de amanhã nossas vidas nunca mais serão as mesmas. É um grande passo. Falou.
- Vem vamos voltar para a cama Pedrinho.
- Ok! Vamos.
Deitamos na cama e então ele me abraçou por trás, foi difícil ignorar o quanto ele estava duro. E então comecei a provocá-lo com pequenos movimentos de vai e vem, bem ritmado e devagar.
- Você sempre me deixa louco sabia?
- Eu sei, mas nós precisamos dormir, afinal, como você mesmo disse, amanhã é um grande dia! Falei.
- Sério que você fazer isso, olha como eu fiquei aqui. Falou ele com uma cara de cachorro pidão.
Achava fofo aquela cara que ele fazia, era o seu maior charme, um homem daquele tamanho fazendo aquela carinha era de matar.
E isso me deixava ainda mais confuso. Será mesmo que eu deva fazer isso? Era o que passava em minha cabeça. Ainda há tempo de desistir! Turbilhões de sentimentos tomavam conta de mim e eu não fazia a menor ideia do que fazer. Foi com esses pensamentos que eu acabei adormecendo.
- Pedro, acorda! Acorda.
- Me deixa dormir, falei entre dentes.
- Vamos você precisa acordar já são quase 9hs da manhã e daqui a pouco Heloísa chega. Falou Erick.
- Me deixa dormir, por favor!
- Tudo bem, assim que ela chegar eu peço para ela vir te acordar.
- Seu chato!
- O chato que você mais ama! Falou ele me dando um beijo.
- Tudo bem, eu preciso ir, o dia no trabalho hoje vai ser cheio e ainda é o nosso Grande Dia. Quero acabar cedo pois preciso estar pronto.
- Tudo bem, te vejo a noite.
- Ok.
Era 9:30hs da manhã quando Heloisa chegou, era sempre muito divertido estar perto delaConheci Heloisa quando estava no primeiro ano da faculdade, ela estudava Contabilidade e nos demos bem logo de cara, era uma grande amiga e sempre me ajudava quando precisava dela.
Foi a primeira pessoa a saber minha opção sexual e nunca me discriminou por isso, pelo contrário, sempre me deu apoio.
- Onde está o pombinho mais feliz?
- Oi Helo!
- Nossa mais que cara mais sem graça, vem vamos sair um pouco, fazer compras, cortar o cabelo, ajeitar essas unhas, afinal, você precisa ficar bem gato para hoje não acha?
- Eu tenho alguma escolha?
- Claro que não, vamos!
Passar o dia com Heloisa foi incrível, me fez esquecer por alguns segundo o que estava por vir. Ela sempre me fazia sorrir mesmo quando eu não queria.
Aquele foi um momento muito legal, pois estar com ela era como se tudo fosse tão simples, sem complicações, as pessoas fossem sempre gentis e honestas, as famílias sempre verdadeiras.
- Pedro! Você está fazendo isso de novo? Falou Heloisa
- Fazendo o que? Perguntei.
- Você sempre se distrai quando está preocupado com alguma coisa, eu estou falando a quase cinco minutos com você e nada. O que está acontecendo? Está em dúvidas do que quer fazer? Sempre falei que era um grande passo!
- Calma Helo, está tudo bem. Sério! Vamos temos que voltar para casa, já está na quase na hora e preciso me arrumar.
Cheguei em casa e Heloisa me ajudou com a roupa, ficamos conversando por quase 2hs relembrando nossas aventuras na faculdade e jogando conversa fora.
- Nossa ficamos aqui tanto tempo que acabamos esquecendo a hora! Você tem certeza que quer fazer isso?
- Sinceramente, até dois dias atrás eu achei que sim mais agora não tenho mais certeza. Estou pirando!
- Fre.. Pedro você sabe que não vai mais ter volta! Ainda dá pra desistir amigo.
- Helo você sabe que eu não posso, esperei muito tempo por isso!
- A troco de quê amigo, hum?
- Sei lá, felicidade? Talvez.
- Bom então vou falar para o motorista que estamos prontos.
- Ok! Falei.
- Bom chegou a hora! Você finalmente vai ter tudo pelo que lutou. Preparado? Falei para mim mesmo.
- O carro já está esperando, vamos?
- Vamos!
Seguimos todo o trajeto em silencio, naquele momento eu estava em conflito comigo mesmo, tudo iria mudar para sempre, eu finalmente conseguiria aquilo, mas era tudo tão desesperador, não sabia exatamente o que pensar. O que eu faria depois? Como seria a minha vida? Será que daria certo? Nossa eu estava pirando!
- Chegamos Fre.. Pedro!
- Cuidado como você me chama, falta pouco amiga!
- Você tem certeza disso? Sabe ainda dá pra desistir, você só precisa falar.
- É claro que não! EU VOU FAZER ISSO!
- Tudo bem, boa sorte amigo.
Estava tudo pronto, desci do carro e fui andando, subir aquelas escadas foi terrível, minhas pernas pareciam querer me trair, meus sentimentos pareciam cada vez mais confusos, eu já não sabia mais o que fazer, eu queria que aquilo acabasse.
Parei por alguns segundos em frente a porta e por um momento eu pensei em desistir. Estava quando me virando para ir embora quando de repente as portas se abrem.
