Arthur - eu não sou nada disso que o senhor está pensando. Foi uma vez apenas. (tentei argumentar em vão).
Barão - aqui óh. (disse ele abrindo a carteira). Também tenho dinheiro, não é isso que você quer?
Arthur - o senhor ta me ofendendo.
Barão jogou a carteira em cima dos meus peitos.
- escolhe o valor. (disse ele já começando a tirar a roupa).
Arthur - o que o senhor ta fazendo? (O observava tirando sua gravata).
Barão - Te ajudando a garantir o teu salário. (falava ele ironicamente).
Arthur - para com isso. O que eu fiz pra o senhor está me tratando assim?
Barão - o que você fez? Ainda tem a cara de pau de perguntar? (enquanto conversávamos, Barão continuava tirando sua roupa, ficando apenas com a calça social no corpo).
- Você fez a coisa mais abominável, mais nojenta, mais humilhante, mais degradante que uma pessoa poderia fazer. (Barão falava como se eu fosse uma pessoa asquerosa).
Arthur - e o senhor é perfeito não é? Não possui defeitos nenhum para julgar os outros. Né isso?
Barão - então cita um defeito meu. Fala aqui na minha cara.
Arthur - o senhor é um homofóbico, preconceituoso, ingrato que acha que é o dono da razão.
Barão me aplaudiu como forma de deboche.
Barão - nada o que eu nunca tenha ouvido antes. Agora você, olha pra você. (disse ele com os braços abertos, apontados para mim que estava deitado na cama).
Arthur - o que tem eu?
Barão - Viadinho escroto do caralho, que tem que dar o cú pra sobreviver. E ainda quer dar uma de bom moço.
Arthur - Já deu. (peguei o celular que estava a meu lado, na cama, e comecei a discar o número da minha mãe).
Barão - Tá ligando pra mamãe? (falou ele me tomando o celular e o acertando na parede do quarto).
Arthur - o senhor ta louco? (falei furioso).
Barão - to louco pra te foder todinho.
Falando isso, barão pulou na cama, imobilizando meu corpo, e tentando beijar minha boca.
Arthur - sai! (gritei).
Barão - Não adianta se fazer de difícil. Você não passa de um viadinho querendo vida mansa.
Barão me apertava de uma forma tão intensa que chegou a me machucar. Vendo que ele não pararia com aquilo, comecei a gritar por socorro.
Barão - cala a boca. (ele gritava em contrapartida). Cala a boca. ( E me encarava de forma ríspida).
Arthur - Mariaaaa. Freddd!
Barão - cala a boca seu filho de uma puta, ou eu faço você sangrar. (dizia ele gritando com o rosto quase colado no meu)
Não me intimidei perante ao barão e aumentei o tom da minha voz, gritando por socorro.
Barão me desferiu um soco, me fazendo sangrar. Só então eu me calei, mas não foi por medo, ou pela dor física, mas sim pela dor psicologica que ele estava me proporcionando.
Barão passou o dedo por minha boca, e tentou limpar o canto do sangue.
- Me desculpa, Arthur. (disse ele meio arrependido).
Arthur - eu te odeio cara. Eu te odeio.
Barão pegou sua camiseta que estava no chão e tentou limpar o sangue que escorria da minha boca.
Arthur - Não toca em mim. (falei antes que ele pudesse triscar meu rosto).
Barão - Mas ta sangrando.
Arthur - Você fez sangrar.
Barão - eu não tive intenção, eu, eu... (Barão pareceu um pouco atrapalhado, tentando encontrar as palavras).
Arthur - claro que o senhor teve intenção. Foi um gesto voluntário. (sentia o amargo do sangue, na boca).
Neste momento, Maria bateu na porta do quarto perguntando se estava tudo bem.
Barão - sim Maria, está tudo bem. (disse o barão sem dar oportunidade que ela entrasse).
Arthur - eu preciso do meu celular, preciso ligar pra minha mãe.
Barão - pra que você quer incomodar sua mãe?
Arthur - eu tenho que sair daqui, quero voltar pra minha casa.
Barão continuava com o corpo sobre o meu.
Barão - você não tem que voltar porra nenhuma. Aqui você tem tudo o que precisa.
Arthur - eu não preciso estar sendo humilhado, nem espancado.
Barão - eu já pedi desculpa, porra. O que você quer mais?
Arthur - eu quero voltar pra minha casa.
Barão - Não! (disse ele autoritário). Daqui você não sai.
Arthur - você não pode me impedir.
Barão - vamos valer se não? (Barão saiu de cima de mim, e voltou a colocar sua roupa no corpo, em seguida recolheu o cheque de Loupan e o colocou dentro da carteira).
Arthur - aonde você vai? Você não pode me deixar aqui assim! (falei o vendo indo em direção a porta do quarto).
Barão - vou acertar as contas com um certo canalha.
Arthur - é o que? Que canalha? De quem o senhor está falando?
Barão apenas me olhou, mas nada falou.
Arthur - Hey, espera, e eu?
Barão fingiu não me ouvir, e retirou-se do quarto.
Arthur - droga. Esbravejei, arremessando uma almofada no chão.
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Após a saída do Barão, não demorou muito e Fred e Juliano, fisioterapeuta, entraram no quarto.
xxxXX
Fred - Arthur, o que aconteceu?
Arthur - cara, faz um favor pra mim?
Fred- claro!
Arthur - tem um celular próximo à janela, pega ele pra mim, por favor.
Fred - pego sim.
Fred trouxe o celular, mas o mesmo estava apresentando defeito, devido a forte pancada que sofrerá.
Arthur - Merda! (exclamei). Me ajuda a sentar na cadeira de rodas.
Fred - ajudo, mas você quer ir a alguma lugar?
Arthur - eu não moro aqui, Fred. Eu preciso voltar pra minha casa.
Fred - caralho. E aí Juliano? (perguntou ele ao fisioterapeuta).
Juliano - Não temos autorização pra te ajudar, Arthur.
Arthur - Como não cara?
Juliano - se fizermos isso vamos ser demitidos.
Arthur - cara, eu só quero que vocês me coloquem na cadeira de rodas, e me ajudem a apanhar um táxi. É só isso que eu to pedindo.
Juliano - infelizmente não podemos, Arthur.
Fred - dane-se esse emprego. Eu vou te ajudar Arthur. (Disse Fred procurando pela cadeira de rodas).
Juliano - você não vai fazer isso.
Fred - e por que não? (Fred o encarou).
Juliano - Você acabou de chegar aqui, e já quer passar por cima das ordens do patrão?
Fred - eu quero que as ordens do teu patrão vão pro inferno.
Arthur - isso, Fred, me ajuda e eu te garanto que você não fica desempregado.
Juliano - você não vai querer fazer isso. Vai por mim, e eu sei o que eu to falando.
Fred - ta me ameaçando?
Arthur - Ou ta ameaçando a mim? (falei olhando serio para ele).
Juliano - isso vale para os dois.
Notei que Fred ficou meio assustado com o tom das palavras de Juliano.
Arthur - Fred. Não deixa ele por pressão em você.
Fred - Pode deixar Arthur. Eu não tenho medo.
Juliano - Cara, tenta entender. (Disse Juliano com as mãos nos peitos de Fred). Não se trata de ter medo, e sim de ser racional.
Fred - Tira as mãos de mim. (disse Fred o empurrando).
Juliano revidou e deu um empurrão ainda mais forte em Fred, que o fez cair por cima de um estofado que havia no quarto.
Juliano tentou partir para golpear Fred, mas este foi mais rápido e levantou-se acertando um murro no rosto do primeiro.
Fred e Juliano começaram a trocar socos, ambos tinham opiniões diferentes.
Arthur - para. Para porra, nós estamos perdendo tempo, e eu preciso sair daqui. (gritei, tentando interromper aquela briga).
Maria entrou no quarto já perguntando que confusão era aquela.
Fred e Juliano interromperam a briga e encaram a funcionária do barão.
Maria - Vou ter que perguntar novamente?
Arthur - Maria, é o seguinte. (falei calmamente). Eu preciso sair daqui, eu preciso voltar pra minha casa urgente!
Maria - mas por que isso agora, Arthur? O que aconteceu pra você tomar essa decisão?
Arthur - eu não quero falar sobre isso. Só me ajuda a sair daqui, por favor.
Maria - claro que eu ajudo meu filho.
A mulher aproximou-se de mim, e passou a mão pelo meu rosto.
Arthur - ai. (gemi).
Maria - dói? (perguntou a mulher, que há este momento estava sentada a meu lado).
Arthur - um pouco. (falei fechando os olhos e buscando a respiração).
Maria - O Nícolas fez isso?
Eu fiquei em silencio.
Fred - foi ele sim. (disse o Fred). Este garoto está sendo torturado pelo seu patrão com a ajuda desse mau caráter. (disse ele apontando para o Juliano).
Maria - isso é verdade, Juliano? (perguntou a mulher, que levantou-se da cama, e foi na direção do fisioterapeuta).
- Responde, rapaz! (disse ela vendo que Juliano não iria responder).
Juliano - claro que não tia.
Fred - ta insinuando que estou mentindo?
Mais uma vez Fred partiu para cima de Juliano.
Maria - parem. (gritou a mulher). Aqui não é ringue.
Fred - é que esse cara ta me tirando do sério.
Maria - somos adultos, e resolveremos isso como tais.
Arthur - Maria? (interrompi).
Maria - diga meu filho. (A mulher voltou a se aproximar de mim).
Arthur - Não temos muito tempo para esclarecimentos agora. Só me ajuda a sair daqui e pegar um táxi.
Maria - claro. (disse ela).
Arthur - obrigado!
Maria - Fredson, pegue a cadeira de rodas do Arthur; Juliano, chame um táxi e peça urgência.
Juliano - mas tia. (tentou argumentar o rapaz).
Maria - pra ontem, Juliano. (Disse ela séria, sem dar chances a qualquer conversa com o sobrinho).
O rapaz providenciou a contragosto.
Fred me ajudou a descer as escadas, e em seguida me pôs na cadeira. Saímos da casa, e ficamos na frente do domicilio.
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Arthur - Fred, você acha que Juliano chamou mesmo esse táxi? (perguntei devido a demora)
Fred - sinceramente eu acho que não. (disse o enfermeiro, atrás da minha cadeira).
Arthur - eu também não. Você pode ligar para um?
Fred - vou fazer diferente. Você vai comigo de carro. Eu não vou mais voltar pra ca mesmo.
Arthur - então vamos fazer isso. Cade teu carro?
Fred - Vou estacionar aqui na frente. Eu já volto.
Arthur - Não demora, Fred. (supliquei).
Fred - pode deixar, Arthur. Vou o mais rápido possível.
E assim o rapaz me deixou sozinho em frente aquela grande casa.
Não demorou muito um carro, preto, estacionou a minha frente.
Me assustei ao ver aquele cara de terno saindo de dentro.
- o que você ta fazendo aqui fora? (perguntou o barão).
Arthur - eu to voltando pra minha casa.
Barão - sua casa agora é aqui. (disse o barão me pegando nos braços).
Fred - coloca ele de volta na cadeira. (disse Fred nos surpreendendo).
Continua...