Cap.10
NARRADO POR ELIAS
Eu não sei o que estava acontecendo comigo. De repente eu me sentia incomodado ao ver aquilo. E eles dois seguiram para dentro do prédio.
-O que será que eles vão fazer lá ? - olhava para o volante, para o lado, me perguntando porquê estava me sentindo tão incomodado desta forma – que merda é essa que está passando dentro de mim ? - respirei fundo, me mexi tentando espantar aquele sentido. Liguei o carro e sai.
NARRADO POR RENATO
Quando estava prestes a entrar no elevador com o Ed, percebi que tinha esquecido meu celular no carro.
-Eu acho que deixei o celular no carro – falei, olhando pra ele – espere aqui, vou voltar pra buscar e já volto. - fui rapidamente porquê não queria deixa-lo esperando. Assim que botei os pés do lado de fora do prédio, e olhei, estranhei algo. Vi um carro familiar estacionado do outro lado da rua – é o carro do Elias ? - não deu nem alguns segundos e ele saiu andando, me deixando boquiaberto – será se era ele mesmo ? - pude ver assim que passou a minha frente um adesivo que o carro dele tinha na pintura. Sim, era ele mesmo – mas o que ele está fazendo aqui ?
TEMPO DEPOIS
-Porquê está com essa cara ? - Ed perguntava me, assim que eu retornei aonde ele estava.
-Ã ?
-Parece que tá pensativo. Algo aconteceu ?
-Não, nada... Só vi um negócio que me deixou pensativo, mas enfim... Vamos lá...
-É, vamos...
NARRADO POR ELIAS
Depois de ver aquilo e ficar pensativo durante todo o caminho, fui direto para o meu apartamento. Ao chegar lá, minha mãe lá se encontrava.
-Oi mãe... - falei, entrando e dando um beijo no rosto dela.
-Oi filho...
-Surpresa você por aqui...
-Pois é... Vim arrumar um pouco a sua casa, já que você mesmo não faz isso.
-Você sabe que não é assim... Eu espero a empregada vir, ela arruma.
-Ah sei... Não trata de criar coragem não... - joguei minhas coisas sobre o sofá, parei, respirei fundo. -O que foi ?
-O que foi o quê ?
-Tá com uma aparência estranha...
-Aparência estranha ?
-É, viu algo que não te interessava...
-Na verdade eu vi algo que me deixou intrigado.
-O quê ?
-O Renato... A entrar com um homem no prédio dele.
-Mas te deixou intrigado porquê ?
-Eu nunca vi o tal homem. Pelo menos não lembro de ter visto...
-Tá, mas o que isso interessa a você ? Não é você que disse que não queria mais conversa com ele – por algum motivo eu não sabia responder aquela pergunta
-Eu não sei o que me interessa tá bom ? Acontece que eu fiquei curioso quando vi... Sei lá porquê... - eu me sentia confuso naquele momento. Confuso por entre meus pensamentos.
-Você quer vê-lo ?
-Eu não sei... Talvez ele nem queira mais olhar na minha cara depois do que aconteceu ?
-Faz assim... Porquê não pede desculpa pelo que você fez ?
-Desculpa ?
-É, por ter batido nele... Assim, sei lá... Você pode ao menos saciar essa curiosidade.
TEMPO DEPOIS
Estava olhando os meus e-mails depois de ter descansado, quando de repente de um e-mail que eu não conhecia chegou. Quando eu abri, me surpreendi. Era uma espécie de folheto anti-intolerância. Eu abri, falava algo de diversidade.
“Os gays não escolhem ser o que são. Assim como os héteros não escolheram ser héteros. Tudo vem naturalmente, assim como os seus dentes e a cor da sua pele. Portanto, não seja intolerante com as diferenças”
Não sei quem me mandou aquilo. Mas não posso negar, deixou-me pensativo.
NARRADO POR RENATO
Fui eu que mandei aquele folheto a ele. Foi de propósito. Eu queria que ao menos ele enxergasse que eu não era assim porquê queria. Não sei o que ele iria pensar, mas ao menos queria a amizade dele. Ele era uma pessoa importante para mim.
NO DIA SEGUINTE
Me preparava na sala de serviço para assumir mais um plantão. Era inicio da madrugada e eu ficaria até umas 10h da manhã. Tomava um café quando de repente senti um cutucão no ombro.
-Renato ?
Continua
E ai ??? Gostaram ??? Comentem e votem por favor. Beijos :)