Arthur - vai me bater? bate! mas essa vai ser a ultima vez. ( O olhei sério).
Barão soltou um sorriso cínico.
Puxei tudo o que havia na garganta e cuspi no rosto do barão.
De olhos abertos fiquei aguardando o soco, que não aconteceu.
Barão passou a mão no rosto e limpou o local do cuspe.
- Você quer que eu seja o vilão né, Arthur? Pois eu serei o vilão.
Olhei para o barão, que olhou para mim, e em questão de segundos ele afastou-se.
Barão pegou os sapatos que estavam no chão e os colocou em seus pés, em seguida colocou a camisa e começou a abotoa-la em seu corpo.
Queria perguntar o que ele estava fazendo, mas a resposta já era obvia, barão estava se arrumando para ir embora.
- ele não podia ir embora!(era o que eu pensava). Ele não pode desistir assim de mim. Ele tem que ser mais insistente.
Barão recolheu seus objetos que haviam deixado em cima do criado mudo, e depois solicitou a conta.
xxxXXXX
- Te arruma aí. Vou te esperar no carro! (disse ele após pagar a conta).
E saiu pela porta do motel.
No mesmo instante eu sentei na cama, e comecei a me desesperar.
- Como assim me esperar no carro? (eu pensava). Simples assim?
Coloquei minha camiseta no ombro e saí. Assim que entrei no carro o barão deu partida. Parecia estar apressado.
Olhei para trás e não vi o carro do Benjamim.
Durante todo o percurso, o Barão não se comunicava comigo.
Eu abria minha boca várias vezes buscando palavras, mas não sabia o que falar, e tinha medo de acabar piorando as coisas.
Barão estacionou o carro assim que chegamos em casa.
- Você precisa de ajuda?
Arthur - Não! (Eu estava me sentindo estranho, como se eu tivesse perdendo algo que nunca tive).
Barão - beleza!
Barão saiu do carro, e apressadamente entrou em casa.
Eu apenas o observava sem poder fazer nada.
Desci do carro e entrei em seguida.
xxXXX
Juliano estava no sofá assistindo algo na tv.
- E aí, Arthur.
Arthur - e aí! (respondi a seco).
Juliano - e as pernas, tem sentindo muitas dores?
Arthur - nas pernas não. Na coluna sim. (falei enquanto subia as escadas).
Juliano - Em pouco tempo essas dores irão desaparecer, basta você seguir as sessões à risca.
Arthur - vou fazer isso. (falei enquanto chegava ao final dos degraus). Boa noite, Juliano!
Juliano - boa noite, Arthur!
xxXXX
Parei na porta do quarto, mas hesitei em entrar. Caminhei um pouco mais a frente, ate chegar ao quarto do barão. Minha mão lentamente foi girando a maçaneta.
- Entrar ou não entrar?
Abri a porta, vagarosamente, e vi barão tirando sua roupa.
Barão - fala! (disse ele bastante grosseiro).
Arthur - posso entrar?
Barão - vai dormir, Arthur!
Arthur - quero só conversar. (estava parado na porta do quarto).
Barão - não temos nada pra conversar.
Mesmo contra a vontade do barão, entrei no quarto e tranquei a porta.
Barão pegou uma toalha e enrolou em seu corpo.
Arthur - eu não sei bem o que ta acontecendo entre a gente.
Barão - não ta acontecendo nada entre a gente. (disse ele entrando no banheiro e deixando a porta aberta).
Arthur - mas o senhor disse que estávamos juntos. (o acompanhei).
Barão - esquece o que eu disse, Arthur! (disse ele me olhando nos olhos). Aliás, esquece tudo o que aconteceu entre a gente.
Barão colocou sua toalha em um cabide, e entrou no box.
Pela vidraça vi ele tirando a cueca, abrindo o chuveiro e deixando a água percorrer pelo seu corpo.
Arthur - então é isso? Não irá rolar mais nada entre a gente?
Barão - Arthur presta atenção. (disse ele colocando a cabeça do lado de fora do box). Você ta livre de mim.
- livre dele? como assim livre dele? (falava em meu pensamento).
Barão - amanhã eu te devolvo pra sua mãe.
Senti minha garganta seca.
Arthur - mas eu ainda não estou totalmente recuperado.
Barão - não se preocupe com isso, continuarei pagando as despesas do seu tratamento.
Barão voltou para debaixo do chuveiro e eu fiquei ali mais um tempo tentando entender tudo aquilo.
xxXXX
Retornei a meu quarto e era nítido meu desespero. Eu tinha mesmo perdido o barão. Quando ele disse que seria um vilão, não sabia que ele mudaria tanto comigo.
Deitei sem tomar banho, e pensando no barão, acabei dormindo.
xxXXX
No dia seguinte fui acordado pelo Fred.
- Acorda chefe! (falava ele rindo).
Me espreguicei sem abrir os olhos.
Arthur - que horas são agora? (falei ainda deitado).
Fred - já passa da hora de você tomar seu remédio.
Arthur - ainda não acabou?
Fred - não. Faltam dois comprimidos.
Fred já estava com a pilula e um copo com água na mão.
Fred - agora desce pra comer alguma coisa. (disse ele após eu engolir o remédio).
Arthur - to sem fome.
Fred - mas tem que comer cara.
Arthur - não da não. (levantei da cama e percebi que eu estava vestido conforme a noite anterior).Fred, quanto você cobraria pra cuidar me mim na minha casa?
Fred - resolveu voltar pra casa?
Arthur - sim. To voltando, hoje.
Fred - melhor decisão cara.
Arthur - pois é. (falei desanimado). Mas e ai, vamos fechar um valor suave pra mim?
Fred - me paga quanto você puder Arthur!
Arthur - também não quero pagar miséria mano. Só quero um desconto que caiba no bolso da minha mãe.
Fred - entendi. Pode deixar que eu faço um preço camarada pra voce.
Arthur - vlw, Fred.
Fred - E a que horas você vai?
Arthur - vou só arrumar minhas coisa e to saindo fora já.
Enquanto eu colocava minhas roupas na mala, Fred, sentou na cama e ficamos conversando sobre coisas da vida.
xxxxXXX
Arthur - obrigado pela hospitalidade, Maria.
Maria - por nada meu filho. (disse a mulher me abraçando). O Nícolas pediu que eu te entregasse isso. (disse ela me entregando uma caixa).
Arthur - o que é isso?
Maria - não sei. Ele pediu para que você abrisse apenas quando já tivesse em casa, e pediu também para o Damião o levar.
Arthur - não precisa Maria. O Fred vai me deixar em casa.
Maria - ah é? (disse ela olhando para o Fred).
Fred confirmou o que eu havia dito.
Maria - então só me resta lhe desejar sorte.
A mulher abriu os braços e me fez carinho.
Me despedi também de Juliano.
Juliano - tu sabe que eu não fiz nada por mal né!?
Arthur - tranquilo po. Eu não guardo mágoas.
Juliano me estendeu as mãos e eu o cumprimentei.
Juliano - ah, antes que eu esqueça, me passa teu endereço, vou continuar te acompanhando.
Arthur - Não tenho dinheiro pra continuar as sessões.
Juliano - não precisa se preocupar com isso, o sr Nícolas já combinou tudo comigo.
Arthur - o sr Nícolas é?
Juliano - sim!
Arthur - precisa não cara, daqui pra frente eu me viro sozinho.
Juliano - cara, tu vai brincar com tua saúde por causa de orgulho?
Arthur - o Fred vai cuidar de mim.
Juliano olhou para o Fred, que soltou um sorriso cínico.
Juliano - o Fredson não é fisioterapeuta.
Fred - não quer dizer que eu não possa indicar um dos bons.
Juliano - então o problema sou eu?
Fred - ainda pergunta? baba ovo do caralho.
Juliano partiu para cima do Fred, que apenas se esquivou.
Fred - não quero confusão cara. (disse Fred lhe olhando sério).
Arthur - bora nessa, Fred?
Fred - bora sim.
Juliano - vou falar pro Nícolas que tu ta dispensando a ajuda dele.
Fred retornou e acertou um soco na cara do Juliano.
Fred - vai lá falar. Lambe botas. (disse ele, enquanto o fisioterapeuta passava a mão no local onde Fred acertara).
Enquanto Maria socorria o sobrinho, aproveitamos para sair dali.
xxXXXX
Dentro do carro trocávamos poucas palavras. Eu percebia que Fred sempre me olhava como se quisesse perguntar alguma coisa.
Arthur - o que foi po? (tive que perguntar, pois já estava ficando incomodado).
Fred - se importa de eu fazer uma pergunta?
Arthur - charo que não. Fala aí.
Fred - qual é o rolo entre você e aquele cara?
Arthur - qual cara? (sabia que ele falava do barão).
Fred - O Nícolas.
Arthur - Não rola na ué.
Fred - E que relação complexa é essa de vocês? Depois que vi Juliano e a Maria se despedindo de tu, percebi que a decisão de sair daquela casa não foi só tua.
Fred me olhou e eu fiquei calado.
Fred - se você não quiser falar, de boa, eu vou respeitar. (dizia ele enquanto guiava o carro).
Arthur - é que pra mim é um pouco constrangedor falar sobre isso.
Fred - tranquilo, Arthur, foi só uma curiosidade mesmo. Relaxa.
Fred estava sendo um bom amigo, mesmo eu o conhecendo a pouco tempo.
xxxXXX
- então é aqui que você mora? (disse ele assim que estacionou o carro).
Arthur - é aqui que eu me escondo. (falei soltando um sorriso). Quer subir pra conhecer minha mãe e acertar logo o valor com ela?
Fred - agora eu não posso. Vou em casa tomar um banho e descansar, passei a noite no hospital.
Arthur - entendo. Mas agora que você já sabe o local, quando quiser é só passar aqui.
Fred - eu venho hoje a noite ver como você ta. Pode ser?
Arthur - pode sim.
Fred - beleza.
Arthur - falou Fred. Obrigado aí pela carona cara.
Fred - que isso. Precisando é só ligar.
Arthur - valeu.
Despedi-me de Fred com um aperto de mão e saí de seu carro.
xxxXXX
- Mãe? (falei abrindo a porta). Julia?
Aparentemente o pequeno apartamento estava vazio. Era bom estar de volta. Sentia falta ate daquele cheiro de limpeza que minha mãe usava ao fazer faxina em nosso lar.
Sentei no sofá, coloquei a caixa que eu havia recebido do barão na mesa de centro e estiquei minhas pernas, as apoiando em uma pantufa que estava á minha frente. Peguei o controle da tv que estava a meu lado, e apertei ''on''. O aparelho ligou e eu fiquei mudando de canais procurando por algo que prendesse minha atenção.
Fora o barulho da tv, o apartamento estava silencioso demais. Até o momento em que:
- Acorda porraaaa. ( Vozes saindo do meu quarto me despertaram).
- o aleijadin voltou. (disse Gabriel sorrindo).
Eu apenas ria. Até minha mãe e minha irmã estavam metidas no rolo.
Joana - meu amor que saudade de você.
Arthur - também estava mãe. (falei levantando e dando um abraço nela).
Joana - por que não contou a novidade?
Arthur - queria fazer surpresa. (mentira! com toda aquela confusão eu esqueci de falar com minha mãe).
Joana - eu ainda não to acreditando. (disse minha mãe começando a chorar).
Arthur - choro agora não mãe, se não vou chorar também.
Benjamin - o nenezinho vai chorar? Ahhhhh!
Todos tiraram onda.
Daniel - e aí guerreiro.
Arthur - fala mestre. (Daniel apertou minha mão e em seguida me deu um abraço).
Daniel - como tão essas forças?
Arthur - superando a cada dia.
Daniel - é isso aí, não esperava outra coisa de você.
Arthur - oss. (falei como forma de agradecimento).
Daniel - oss. (retribuiu ele).
- oss. (todos falaram em coro, tirando onda de nós dois).
Arthur - saí daí seus cagões. (falei sorrindo).
Nando - e aí Arthur, quando tu volta pra academia pra eu poder te dar outra surra?
Nando era um atleta da academia. Daniel sempre nos colocávamos para praticar submission.
Arthur - até parece hen mano. Mesmo aleijado eu consigo finalizar você em dois tempos.
Gabriel - calma terrorista. (falou Gabriel).
Começamos a rir.
Minha mãe nos convidou até a pequena cozinha, onde foi servido uma torta com refri.
xxXX
- velho. Temos que conversar né!? (disse Benjamim, enquanto eu engolia um pedaço da torta).
Arthur - Era você no carro, ontem?
Benjamim - claro né!? Que porra vocês foram fazer no motel?
Arthur - brigar.
Benjamin - hen? (falou ele sem entender).
Arthur - depois te explico melhor.
Benjamin - e aproveita me paga o dinheiro do motel também né!?
Arthur - que dinheiro do motel?
Benjamin - que dinheiro do motel? (disse ele me imitando). O motel que eu tive que pagar só pra bater punheta.
Eu comecei a rir.
Arthur - porque é cuzão.
Ben - cuzão é meu ovo esquerdo.
xxxxXXX
Após todos terem se retirado, eu e o Ben fomos até a praia.
Sentados na areia, enquanto tomávamos sorvete, conversamos sobre a noite anterior, e eu aproveitei para contar tudo o que havia acontecido esses dias na casa do barão.
Ben - cara, se eu não tivesse visto vocês entrando no motel, eu não teria acreditado.
Arthur - pois é mano, e eu, ainda não consigo acreditar. (falava enquanto desenhava na areia com um graveto).
Ben - e o que tu sente pelo barão, na real?
Arthur - eu acho que eu gosto dele.
Ben - acha?
Ben me olhou e depois olhou para o chão. Sem perceber eu havia escrito o nome do barão na areia.
Ben - acha né?
Arthur - eu to confuso.
Ben - você talvez esteja empolgado pelo status de poderoso do barão.
Arthur - é mais forte que isso. Eu sinto falta dele, sinto falta do corpo dele, sinto falta ate das grosserias dele. Eu queria poder voltar no tempo e fazer as coisas diferentes. Sabe o que ele me disse ontem?
Ben - o que?
Arthur - que eu faço dele um vilão, e que ele iria fazer por onde ser esse vilão. Eu achei que ele fosse me agarrar com força, me jogar na cama, e me foder até saciar sua vontade, e pra falar a verdade era isso que eu queria.
Ben - mano, isso não é normal.
Arthur - eu sei. (falei o encarando). Mas me diz quem no mundo é normal?
Benjamim apenas sorriu.
Arthur - mudando de assunto, como ta o Loupan?
Ben - estável, mas continua no hospital. Quem tem dinheiro não morre fácil.
Arthur - é cara, esse é o lado bom do dinheiro.
Ben - todos os lados do dinheiro são bons, Arthur. (disse Benjamin me acertando a mão na nuca).
Arthur - é. Tem razão! (falei sorrindo).
Ben - se quando o Loupan sair do hospital, confirmar que o barão foi seu agressor, não sei como vai ficar o clima na empresa.
Arthur - e o que isso tem haver com a empresa?
Ben - eles são os dois maiores acionistas. Como é que eles vão se bicar depois disso?
Arthur - eu achei que o Loupan fosse banqueiro.
Ben - o pai dele que é.
Arthur - que complicação.
Ben - eu queria ter essa complicação na minha vida.
Rimos.
Quando o sol ameaçou se esconder, resolvemos voltar para casa.
O caminho era curto, então iamos a pé.
xxXXX
- Aquele não é o carro do barão? (falei quando passávamos em frente a um importante restaurante).
Ben - ta parecendo.
Arthur - então o barão deve tá aqui dentro. (falei apontando para o restaurante).
Ben - você não ta pensando em entrar aí né!?
Arthur - claro que não.
Ben - atitude sensata essa.
Arthur - vou esperar ele aqui fora.
Ben - falei cedo demais.
Arthur - preciso conversar com ele. Têm muitas coisas que não foram acertadas.
Ben - pelo que você me falou já ta tudo acertado ate demais.
Arthur - eu não acho cara. Eu não acho.
Ben - então você vai mesmo esperar pelo barão?
Balancei a cabeça que sim.
Ben - e se ele não quiser falar contigo?
Arthur - ele não precisa falar. Só me ouvir.
Ben - não faz isso, Arthur. Esquece esse cara e parti pra outra.
Arthur - não da não cara.
Ben - ta certo, mas eu não vou ficar com você. Ainda tenho esquema pra hoje a noite.
Arthur - pode ir na frente.
Ben - beleza. Vou passar lá pelo seu apê pra pegar meu carro.
Arthur - vai lá. Valeu aí pelo papo.
Ben - falou.
Benjamim saiu e eu fiquei na frente do restaurante esperando pelo barão.
Sentei, fiquei em pé, andei para todos os lados, e nada dele sair.
O Fred ficou de ir na minha casa, mas eu só sairia dali depois que falasse com o barão.
xxXXX
Enfim depois de muito esperar o barão resolveu sair do restaurante. O observava de longe enquanto ele se despedia de algumas pessoas.
- Sr Nícolas? (gritei antes que ele chegasse ao carro).
Barão olhou em minha direção.
- Arthur?
Arthur - eu queria conversar com o senhor.
Barão - nós não temos nada o que conversar, Arthur.
Arthur - então ouve apenas o que eu tenho pra falar.
Barão - falar o que? que eu não presto? que eu não valho nada? que eu sou um monstro? ou você quer dar outra cusparada na minha cara?
Barão falava comigo calmamente.
Arthur - eu gosto do senhor. (foi a única coisa que eu consegui falar).
Barão aproximou-se de mim.
- eu também gosto de você, Arthur. (disse ele). Você é um garoto bom, por isso mesmo eu to saindo da sua vida.
Arthur - mas eu não quero que o senhor saia da minha vida.
Barão - isso agora não é mais possível. Eu tenho que ir nessa. (falou ele querendo encurtar a conversa).
Arthur - o senhor vai pra casa?
Barão - talvez.
Arthur - deixar eu ir com o senhor.
Barão - você ta sozinho aqui?
Arthur - sim. To vindo da praia.
barão - você não pode ta andando por aí sozinho, Arthur. Se faltar os movimentos das pernas, e aí como é que fica? (disse ele meio grosseiro).
Eu sorri por dentro. Aquele era o barão bonzinho e não o vilão.
Arthur - eu já estou bem melhor. Me sinto até melhor fazendo essas caminhadas.
barão - mesmo assim não é seguro.
barão tirou a carteira do bolso, e me deu uma nota de cem reais.
Arthur - pra que isso?
Barão - pra você pegar um táxi.
Arthur - eu não quero. (falei recusando a cédula).
barão - aceite. Já ta ficando tarde, e não é seguro você voltar caminhando.
Arthur - eu quero ir com o senhor.
barão - vamos para lugares diferentes. (disse ele impaciente).
Arthur - eu vou até sua casa, de lá eu pego um táxi.
barão - Arthur entenda, nós não podemos continuar com essa saga de gato e cão.
Arthur - mas o risco é meu.
barão - Não! (disse ele rude).
Barão colocou a nota dentro do bolso do meu short, e tentou chegar até o seu veículo.
Arthur - então ao menos me deixa em casa. (minha última tentativa).
Barão se virou calmamente e veio em minha direção, novamente.
Barão - não posso, não posso...
Nesse momento ouvimos uma grande explosão vindo do carro do barão. As chamas eram tão próximas que chegaram a nos esquentar.
Não sei dizer se aquela explosão foi acidental ou proposital.
Barão olhava para o carro, ofegante. Depois olhou para mim, e seu rosto estava sem reação alguma.
Barão passou a mão na testa, e limpou um pouco do suor que pingava. Enquanto alguns corriam para longe, outros se aproximavam para ver o que estava acontecendo.
- então é isso? (perguntou ele olhando para mim).
Barão falava como se quisesse encontrar ar para respirar.
Arthur - o que?
Barão - você vai estar sempre salvando minha vida?
Pela primeira vez vi uma lágrima escorrer dos olhos do barão.
Continua...