Cap.13
7 MESES DEPOIS
Já haviam se passado 7 meses desde que ele havia me pedido em namoro e eu havia aceito. As coisas estavam muito melhores agora. A pouco mais de 1 mês, nós havíamos decidido “juntar as escovas” e passar a morar juntos.
FLASHBACK
Dormia na cama dele após mais uma noite de amor. Acordei pela manhã, e assim que abri os olhos, vi os olhos dele me olhando.
-Bom dia...
-Bom dia – respondi, sorrindo...
-Qual é o seu nível de coragem para hoje ?
-0 – falei, rindo...
Tomei um banho, e quando voltei percebi que ele não estava mais no quarto. Fui até o closet dele ver algumas roupas que havia deixado por lá. Foi quando reparei que eu já estava ocupando quase metade do closet dele. Haviam muito mais roupas minhas ali do que eu imaginava.
-O que está fazendo ? - eu perguntei, abraçando ele, que cozinhava.
-Fazendo uns sanduíches para o café da manhã...
-Sabe o que eu percebi ?
-O que ?
-Minhas roupas já estão ocupando quase metade do seu closet.
-Jura ? Eu já tinha percebido isso – ele falou, rindo.
-E porquê não me disse ?
-Uma hora você ia perceber... Sabe o que eu acho Paulo ?
-O quê ?
-Nós devíamos morar juntos...
-Tá falando sério ?
-Porquê não ? Nós já praticamente moramos juntos. Quantas vezes você já não tomou café aqui em casa ? E sem falar no número de roupas que deixou no meu closet. Nós confíamos um no outro, gostamos de estar na presença um do outro, e as crianças se adoram. Não vejo porquê não.
FIM DO FLASHBACK
E então depois disso nós acabamos juntando as escovas e passamos a morar debaixo do mesmo teto. Eu mantive o meu apartamento intacto mesmo depois da mudança, já que, se precisasse dele, ele continuaria lá, em paz, podendo me receber a qualquer momento. As crianças, depois da mudança passaram a ficar cada vez mais juntas. E eu via que aquilo estava sendo bom para todos nós.
-Paulo, você pode levar a gente para assistir aquele filme novo que vai sair no cinema ? - Gabriel perguntava.
- Claro querido, eu, você e a Leandra podemos ir...
- Oba, eu não falei que ele ia deixar ?
Pela primeira vez na vida, eu realmente tinha a sensação de ter uma família. Na época em que minha mãe era viva, eu me espelhava nela. Mas não tinha um pai, uma referência masculina. Éramos ligeiramente sós no mundo. Depois que ela morreu, ficou apenas eu e o Gabriel. Passei por muitas dificuldades para criar um bebê sendo extremamente jovem. Por ele, vendi o meu corpo para outras pessoas. Mas eu ainda não tinha uma família completa, faltava algo. Depois que eu encontrei o Marcos, não faltou mais nada. Ele era a cereja do bolo.
- E então ? Você está gostando da experiência de viver ao meu lado ? - ele dizia, deitado na cama ainda com a camisa de trabalho, porém aberta. Podia ver o corpo que me fazia feliz.
- Estou amando... - falei sorrindo.
- Que ótimo... - percebi que ele estava muito quieto aquele dia. Me vesti, e então sai do quarto.
Realmente estava sendo muito bom viver com ele. Marcos era uma pessoa muito fácil de conviver, quase não se extressava e sempre tinha soluções para os seus problemas. Fora que era muito romântico e amoroso. Ele dava um novo ar pro nosso relacionamento todo dia, de modo que eu amei cada segundo dos últimos sete meses. De repente, senti Gabriel me puxar.
-Paulo ? Jogaram esta carta debaixo da porta...
- Sério ? - falei, pegando.
- Sim... - quando olhei, não tinha remetente. Abri, comecei a ler e quase cai pra trás quando vi o que estava escrito.
Continua
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