Olhou ao redor e viu vários homens altos, bonitos e morenos, que provavelmente seriam os príncipes, seus meios-irmãos, e uma jovem morena linda que presumiu ser a princesa. Rafael também estava presente, ao lado de um homem igualmente alto e bonito. Seria seu marido? Havia também muitos oficiais usando medalhas ao lado de mulheres muito elegantes. No centro estava o rei Hassan.
O rei sorriu quando o viu. Depois de dar seu copo a um dos filhos, caminhou até ele e segurou suas mãos.
— Zane, você está perfeito. Vejo que me deu o prazer de usar o anel. Foi feita para o meu bisavô no seu vigésimo primeiro aniversário e sempre foi o meu favorito.
Ainda segurando suas mãos, ele se aproximou e o abraçou. Então olhou para Cléo e a cumprimentou.
Zane notou que todos continuavam atentos à cena e que Rafe se afastara para um canto, onde conversava com o marido de Rafael.
Rafael não parecia muito feliz. Seus olhos estavam postos na mão de Zane ,no anel, e Zane gostaria de saber se isso tinha algum significado mais profundo.
Zane foi apresentado aos quatro filhos do rei. Eles foram educados, mas eles ficaram mais interessados em Cléo. Em questão de minutos, dois dele haviam se afastado com Cléo e disputavam quem iria jantar ao lado dela.
— Você parece nervoso, meu filho — Disse o rei Hassan.
— Não fique preocupado, é apenas um pequeno jantar.
— Não posso deixar de me preocupar, pois o seu conceito de pequeno é diferente do meu.
— Haverá apenas algumas dezenas de pessoas — ele tentou deixar ele menos preocupado.
Zane pensou que fosse desmaiar.
— O senhor não vai falar nada a meu respeito, vai? Quero dizer, sobre quem eu possa ser.
— E claro que não. Primeiro, quero que você se acostume com a ideia.
— Acho que isso nunca irá acontecer. Talvez devêssemos ter esperado para depois do exame de sangue. Sabe.., para termos certeza.
Hassan riu e colocou a mão no ombro de Zane.
— Minha querida criança, eu já tenho certeza.
O rei o conduziu e o apresentou a todos os presentes. Atônito, Zane ia respondendo aos cumprimentos como se estivesse prestes a desmaiar. O príncipe Kardal, o marido de Rafael, foi mais simpático do que o esposo.
Quando conseguiu respirar com mais facilidade, achando que sobreviveria àquela noite, uma empregada anunciou que o jantar estava servido no salão principal.
Hassan liderou a comitiva em direção a mesa. A mão do rei ainda estava sobre seu ombro, dessa maneira, ele teve que liderar o cortejo ao lado dele.
Vislumbrou Cléo entre os dois príncipes. Sua irmã parecia extremamente feliz. Típico dela.
Então as portas se abriram e, como em um passe de mágica, eles entraram em um salão de baile ricamente iluminado.
Zane continuava a ser o centro das atenções e havia muito mais pessoas do que ele imaginara. Vários rostos se viravam a sua passagem. Sabia que isso se devia ao rei e à sua família, mas mesmo assim, tinha consciência de que estava sendo julgado. Então as pessoas começaram a fazer reverências, de acordo com seu grau de nobreza.
Zane engoliu em seco.
Deveria ter feito a mesma coisa quando conheceu o rei? E com os príncipes e Rafael? Quantos protocolos teriam ele e Cléo quebrado?
Alguém falou com o rei Hassan que se virou, Zane aproveitou a oportunidade para escapar. Pensou em ficar atrás da família real, mas em um segundo, Rafe estava ao lado dele.
— Você deve fingir que está gostando — ele murmurou no seu ouvido, enquanto cumprimentava outra pessoa.
Zane suspirou.
— Está assim tão óbvio?
— Temo que sim. As pessoas não estão acostumadas a entrarem nos salões do palácio e ver alguém com a expressão de quem está com dor de dente.
— Na verdade preferia estar em um consultório dentário.
Rafe colocou a mão levemente nas costas de Zane e tornou a murmurar:
— Infelizmente você não tem opção. Se Prepare para conhecer todas as pessoas importantes da BahaniaZane sentiu alívio quando o Princesa Sadik apareceu ao seu lado. Passaram horríveis uma hora com Byron e Jean Paul. Pelo o visto era de conhecimento publico sua opção.
Eles não apenas o disputavam como se ele fosse um prêmio, mas em vez de conversarem com ele enquanto bebiam passavam o tempo todo olhando um para o outro.
— Está se divertindo? — perguntou a Princesa Sadik, enquanto o conduzia à pista de dança.
— Sim, é uma festa adorável — ele mentiu, sorrindo.
A princesa retribuiu o sorriso.
— Sua irmã disse que você tem algumas reservas quanto a fazer parte da família.
Zane suspirou.
— Não se preocupe. Depois que eu a estrangular, ela não falará mais nada.
— Entendo que isso representa uma mudança na vida de qualquer pessoa. Nossos costumes são diferentes, e nosso país é estranho para você.
Zane fitou seus olhos escuros.
— Todos me odeiam? Quero dizer, simplesmente apareci de lugar nenhum, e o rei está convencido de que eu seja... bem... — Ele encolheu os ombros. — Você sabe.
— O filho da sua amada Fiona. Sim, eu sei, — Sadik balançou a cabeça. — Não se preocupe com isso. Ninguém se ressente com a sua chegada.
Ela estava sendo educada, pensou Zane, ou talvez não soubesse do relacionamento infeliz de Rafael e seu pai.
A dança terminou, Sadik agradeceu e foi encontrar seus irmãos sob o olhar atento de Zane. Se Virou e viu Jean-Paul caminhando em sua direção. Isso significava que Byron não devia estar longe.
Zane passou por vários casais, se dirigindo ao lado oposto do salão. De lá conseguiria avistar Rafe. Ele estivera longe dele desde o jantar.
Tinha alcançado a escada quando sentiu alguém segurando o seu braço. Olhou por sobre os ombros e suspirou de alívio ao ver Rafe.
— Você me abandonou — ele o acusou.
— Eu o deixei para que se divertisse.
— Não conhece as pessoas se pensou que eu estava me divertindo.
— Não gosta de dançar? De beber? Conversar?
— Não com homens que mais parecem pavões, e só falam de dinheiro.
Rafe sorriu.
Zane gostava das linhas que se formavam no canto dos olhos dele quando sorria, e do modo como a pele bronzeada contrastava com os cabelos loiros.
— Eu o vi dançando com Sadik. Parecia estar agradável.
— Sim, estava. Ela tentou me convencer de que sou aceito pela família, mas não sei se devo acreditar.
— Deveria. — Rafe olhou por sobre os ombros dele e murmurou:
— Não olhe agora, mas os pavões estão as suas costas.
Zane gemeu.
— Rafe, mesmo arriscando me tornar inconveniente... Você pode dançar comigo? Claro, se isso não for escandalizar ninguém ,
— Claro, e tem diversos homens dançando.
Ele segurou o seu braço e o conduziu através da multidão alegre. Graças a sua mãe, Zane sabia o básico para dançar sem passar vergonha.
— Ensinam a dançar na escola militar? — ele perguntou quase sem fôlego,pela proximidade com Rafe
— Sou um homem de muitos talentos.
Dançaram em silêncio durante vários minutos.
Zane se lembrou novamente daquela tarde, de como se sentira nos braços dele. Ele o desejava. Ele sentia seu corpo se contrair, com vontade de ter Rafe dentro dele.
— Zane...
Ele o ouviu sussurrar seu nome no seu ouvido e sentiu calafrios na espinha.
— Você sente, também — ele murmurou.
— E daí? O que eu sinto é irrelevante.
— Não acredito que o rei cortaria sua cabeça ....
— Estou aqui há muito tempo e sou familiarizado com os métodos da Bahania.
Talvez fosse saber que ninguém despertara nele um sentimento tão forte quanto o que sentia por Rafe, que o permitiu perguntar.
— E quanto a beijar? — ele perguntou em um sussurro. — Isso também é contra a lei?
Por um segundo, Zane achou que fora longe demais e que estava se portando como um tolo. Então viu os olhos de Rafe escurecerem e seus lábios tremerem.
— Nada de beijos. Eles conduzem a problemas mais sérios.
— Covarde.
Rafe apertou os olhos.
— Me Insultar não vai ajudar.
— Foi uma tentativa de te convencer a me beijar.
— Não funcionou.
— O que funcionaria?
A música terminou, Rafe se afastou e se curvou.
— Zane, você me tenta de um modo que não consigo explicar, tenho vontade de te dobrar naquela sacada e fazer você gritar até ficar rouco, Mas eu nunca cederei.
Ele suspirou ofegante
— Esse foi o cumprimento mais estranho que já recebi.
— Mas foi sinceroZane conseguiu se trancar no banheiro antes de Byron e Jean-Paul o alcançarem. Apesar de desapontado com a rejeição, sorriu ao se lembrar de que Rafe queria transar com ele. Isso era inédito!
Zane podia imaginar Rafe ao lado de mulheres exóticas e lindas, e homens sedutores e sexys muito diferentes dele. Mas era bom saber que tinha a atenção dele nem que fosse por pouco tempoA porta principal se abriu, e Zane, olhando pelo espelho, viu Rafael entrar. Seu meio-irmão usava um Smoking preto. O modelo ressaltava os músculos de Rafael,
Olhos escuros e frios o fitaram atentamente. Rafael sorriu, mas pareceu a Zane um sorriso forçado. Ele se sentou com elegância em um dos banquinhos.
— Está se divertindo? — Rafael perguntou, enquanto bebia um gole de algo âmbar em um copo de cristal
— Está tudo adorável. Conversei com a princesa Sadik, e ela foi muito gentil.
Rafael bebeu e sorriu novamente.
— Aposto que ela adoraria sua descrição, ela ama ser a Miss simpatia.
— Oh...
Zane não sabia o que dizer, se sentiu tenso e deslocado. A história que Rafe contara a respeito de Rafael veio à sua mente.
Respirou fundo e se virou para encarar Rafael.
— Sinto muito por tudo isso, por invadir sua vida do modo como fiz. Não pensei que minha vinda aqui pudesse lhe trazer problemas, o que foi ingenuidade da minha parte. Eu deveria ter imaginado.
Rafael bebeu o restante da bebida e colocou o copo sobre o banco. Finalmente, olhou para Zane.
— Suas desculpas me levam a pensar que te contaram alguma coisa sobre meu passado.
Zane concordou e Rafael suspirou.
— Sei que não é culpa sua. Intelectualmente, entendo que a alegria e a satisfação de meu pai em relação a você não vai perturbar meu relacionamento com ele. Mas meu coração me diz alguma coisa mais. Passei minha infância dividida entre minha mãe, na Califórnia e meu pai, aqui na Bahania. É difícil ficar alegre o vendo tão feliz com a sua presença.
— Sinto muito, Rafael.
— Como eu disse, não é culpa sua. Como também não é culpa minha. Meu pai tomou consciência de que não me tratava bem e está tentando se corrigir. Me Conformei de que nunca serei o favorito.
— Sinceramente, não sei o que dizer — Zane admitiu.
Rafael sorriu.
— Você não tem de dizer nada, não é responsabilidade sua. Veio aqui porque quis descobrir alguma coisa que te faltava.
— Raízes — Zane confessou. — Toda a minha vida eu quis conhecer meu pai. Mas em meus sonhos, nunca imaginei uma situação dessas.
Rafael riu.
— A Bahania é um lugar peculiar. Tudo aqui é incrível.
— Concordo com você.
Houve um momento de silêncio depois do qual Zane falou:
— Obrigada por ter enviado Marie com as roupas. Ela foi ótima.
— Achei que seria melhor do que as roupas que não uso mais. Além do mais, Cléo não iria querer usar minhas roupas. Disse sorrindo
— Do jeito que ela é , ela teria feito um look incrível, Isso para não mencionar que de fato é desagradável emprestar roupas.
Rafael deu de ombros.
— Sou adulto o suficiente para admitir que não teria gostado de emprestar. Por falar em roupas, Marie me deixou um recado dizendo que você e Cléo apenas escolheram roupas para esta noite.
-- Por que não um guarda-roupa completo?
— Não estamos aqui para sermos presenteados. Não quero que pensem que estou atrás de dinheiro. Nenhum de nós tinha roupa apropriada para esta noite e, francamente, não tínhamos recursos para adquirir nada da butique de Marie. Então aceitamos, mas é o suficiente.
Rafael olhou para Zane, pensativamente.
— Acho que acredito em você.
— Não posso fazer você acreditar, mas estou dizendo a verdade.
— Mas ainda assim vão necessitar de um guarda-roupa apropriado. Duvido que as roupas que têm sejam adequadas, se você não percebeu ainda, você agora é um príncipe. Mandarei Marie de volta à suíte amanhã pela manhã. Siga as opiniões dela, escolha as roupas e as aceite como presente de boas-vindas.
Zane não sabia bem o que pensar..
Rafael se levantou do banquinho.
— Não sou uma pessoa horrível. Você olha para mim como se eu estivesse para te dar um soco.
Zane se levantou também.
— Não era isso que eu estava pensando. Você tem sido muito paciente.
Rafael balançou a cabeça.
— Engano seu, estive Triste. Pergunte a meu marido. — Ele deu um passo para frente. —. Vamos começar de novo e tentar sermos amigos. Tenho de admitir que, depois de ter quatro irmãos indiferentes durante tanto tempo, para não mencionar o fato de eu ser o caçula, Eu não me importaria em sermos próximos. Somos irmãos, precisamos nos dar bem.
A tensão abandonou o peito de Zane e elesorriu.
— Eu gostaria muito.
Rafael estendeu os braços, e os dois se abraçaram.
— Você se importaria de conversar comigo nos próximos dias? Há tantas coisas que eu gostaria de perguntar.
— Não há problema — Rafael prometeu. — Vamos nos conhecer melhor.
Ele tentara escapar para seu quarto por duas vezes, mas Rafe o interceptara e o enviara de volta para o meio da multidão, o explicando que nenhum membro da família real podia sair antes do rei.
Agora estava contente por ter ficado. Hassan se sentou ao lado dele , e ele era um homem muito carinhoso.
— Você tem que conhecer toda a Bahania — ele disse, bebiam. — Não em um só dia, é claro.
Ele sorriu.
— Fiz algumas pesquisas antes de vir e pelo que pude constatar seu país tem muita diversidade.
— Ahn, mas agora é seu país também — ele observou. — Eu instruirei Rafe para o acompanhar.
— Eu gostaria — ele apressou-se em dizer.
Queria conhecer as belezas da Bahania como também passar algumas horas ao lado do seu guarda-costas gostoso.
— Meu reino é meu orgulho e minha alegria. — O rei apertou a mão de Zane e riu. — Até você chegar.
Por isso Rafael se ressentira com a sua chegada.
— Temos de compensar o tempo perdido — Hassan acrescentou.
— Concordo. Devo admitir que fiquei muitas noites acordado, fantasiando e imaginando meu pai, mas nunca imaginei nada comparado a isso.
O humor de Hassan murchou.
— Como eu gostaria de ter sabido a seu respeito. Eu o teria trazido para minha companhia. — Ele fez uma pausa. — Ou talvez tivesse simplesmente o observado de longe. Mas não conseguiria ficar afastado de você. Bem... Nunca saberemos, não é mesmo?
Zane não soube o que responder. Estava cansado. Festas até tarde da noite não faziam parte do seu cotidiano.
— Falando de amor verdadeiro — seu pai continuou —, Cléu me disse que você é gay e hoje vi que você passou certo tempo com dois jovens em particular. Tanto Byron como Jean-Paul são excelentes partidos.
Zane se sentiu como se, subitamente, fizesse parte de um romance antigo.
— Não estou interessado em bons partidos — ele disse com sinceridade. — Nesse momento tenho outras preocupações.
— Mas algum dia você vai querer um amor.., uma família.
Isso era tudo que Zane sempre quisera. Raízes.
— Sim, é verdade.
— Então deve passar algum tempo com Byron e Jean-Paul. Os Conheça. Sei que ficaram encantados com você.
Zane estava interessado em outro homem. Infelizmente, o rei não oferecia Rafe como um possível pretendente. Que pena. Seria muito mais fácil pensar em casamento.
— Prometo dar uma chance a eles se decidirem me ver novamente.
— E claro que eles vão querer te vê outra vez — Hassan disse em um tom de voz que o convenceu de que ele faria com que isso acontecesse.
Zane sentiu saudade de sua vida pacata em Washington, mas sabia que as coisas nunca mais seriam as mesmasRafe carregou o blazer de Zane ao acompanhar ele de volta à suíte. Ele andava devagar, pisando com cuidado. Seus pés doíam muito.
— Me Lembre de comprar uns cremes para massagem dos pés, meus pés estão me matando.— ele disse para Rafe, parando e se curvando para massagear o pé esquerdo.
— Você se divertiu? — Rafe perguntou tentando não olha para a bunda de Zane que estava erguida no ar.
Zane se levantou e continuou andando.
— Foi interessante — ele disse, disfarçando um bocejo. — Nunca frequentei um ambiente desses e me esforcei para não dizer nada inconveniente e nem ofender ninguém. Com minha habilidade de meter os pés pelas mãos eu deveria ser mantida longe de situações delicadas.
— Você se saiu muito bem.
Ele olhou para ele e ergueu as sobrancelhas.
— Você realmente acha que os Pavões estavam prestando atenção no que eu dizia?
A fadiga pusera sombras escuras sob seus olhos, sua pele estava pálida e os lábios estavam trêmulos.
Rafe o achou adorável, sentia vontade de beijar esse lábios novamente.
— Tenho certeza de que Byron e Jean-Paul ficaram encantados com você.
Ele torceu o nariz.
— Sim, acredito. O pior é que o rei quer que eu os veja novamente.
Rafe sentiu um súbito aperto no peito e disse a si mesmo que isso não era assunto dele. Sua responsabilidade era manter ele a salvo. Zane era um homem que queria se casar, e ele era um homem que queria permanecer sozinho.
— E você? O que quer? — ele perguntou.
— Não sei. Creio que respostas. Hassan é realmente meu pai? Eu pertenço a este lugar? Mas a resposta à ultima pergunta eu creio que já tenho. Não pertenço a esse lugar e nunca pertencerei.
— Ele olhou ao redor para se certificar de que estavam sozinhos.
— Você pode guardar um segredo?
— Sim, mas devo dizer que, se for alguma coisa relacionada com a sua segurança, terei de contar ao rei.
Ele apertou os lábios.
— Você nunca fica fora de serviço?
— Não.
Zane suspirou.
— Não é nada relacionado com a minha segurança. Eu apenas desejaria... — Ele se encostou na parede e fechou os olhos. — As vezes eu desejaria não ter vindo aqui, não saber a verdade. Embora o exame de sangue possa provar que eu não sou filho do rei Hassan.
— Não conte com isso.
— Eu sei.
Rafe observou a palidez da pele dele. Teve vontade de acariciar o seu rosto, puxá-lo para si e beijá-lo. Queria sentir os duros músculos próximos ao seu corpo e a bunda redondinha de Zane em sua mão.
A fantasia erótica o excitou, e ele praguejou.
— Vamos — ele disse, pegando na braço de Zane. — É hora de príncipes estarem na cama.
— Você vai me levar para a cama Rafe?
— Não nessa vida.
Pararam na frente da porta da suíte, e Zane olhou para ele.
— Sabe, é estranho... Na minha vida, nunca me aproximei tanto de um homem e se eu fosse rejeitado, isso teria sido devastador. Aqui com você, me sinto confortável te pedindo pequenos favores e, apesar de rejeitado, sobrevivo.
— Você é um homem sincero.
— Acho que é porque toda vez que menciono algo ilícito, seus olhos escurecem e ficam em fogo. Gosto disso.
Involuntariamente ele abaixou o olhar para a boca de Zane. Lembrou do seu calor, da sua respiração ofegante e do sabor de sua língua.
Oh, sim... Como o desejava .
— Você está fazendo da minha vida um inferno, Zane.
Ele se ergueu nas pontas dos pés e deu um selinho em Rafe.
— Está satisfeito?
— Quase Rafe, Quase.
Em seguida pegou o Blazer da mão dele e entrou na suíte. Ele ia ter Rafe. Podiam ligar o cronometro.