Hey, galera.. Vi que muitos perguntam se estou solteiro. Gente, isso que estou relatando se passou há uns 4 anos. Hoje Caio e eu estamos bem, com os nossos altos e baixos de praxe mais ainda sim juntos. Esclarecido?
Querido606: Cê gosta heim, de um barraco. Sogras são boas, elas fazem o que fazem por amor aos filhos. Abraços.
Gabriel26: Opa, um mineiro! A família de Caio mora em BH também, lá por Barreiro. Talvez esse ano a gente dê uma volta por aí. Tomorrowland e outras viagens ultrapassaram o limite de gastos com viagem, então creio que eu pise em MG só no fim do ano. A mãe dele não foi o pivô da separação, mas vamos ver mais a frente hehe. Abraços, cara.
mathsxd: Amar e odiar em proporções iguais e sem desequilibrar é algo bom. Pois é, casais bons se separam, casais ótimos se separam e depois voltam. Vamos ver em que quesito Caio e eu nos encaixamos hehe. Abraços.
Bruns: Estou com raiva de ti. Não me dirija a palavra u.u
Diego21: Eita.
❌Hello❌: Num é. Eu só passo pelas mais constrangedoras. Beijos.
wbandeira: De boa, Bandeira. Não ligo muito pra isso de comentários - embora seja bom lê cada um deles (e responder) - e por não te matarei. Mas quero nudes. Zoa. Obrigado pelo carinho, cara, fico lisonjeado ♡
arrow: Obrigado, arqueiro, pelo carinho seu. Beijos.
Gordin.leitor: Não viu como Caio me trata no grupo. Eu sou #TeamAndre. Espero que o Fernando chifre ele. Tenho dito. Thiago, valeu o carinho, cara de lua ♥
Irish: KKK Pornozão de dois peixes transando kkk. Vamos ver do que é o pornô. Também tô curioso kk. Beijos.
l lipeh: Opa, Lipe. Voltei sim. Pra infelicidade de muitos kk. Obrigado pelo carinho. Abraços, guri.
baixinhaaa: Boa pergunta. Então, ele no único ficou muito puto com essa história de publicar a nossa. Quase deu uma outra separação. Depois de uns meses, através de uns amigos nossos, ele veio ler e leu até o capítulo 6. Disse que achou foda, mas pela faculdade dele, o mesmo parou de ler. Ownt, não fala assim do meu gongão. Caio era muito burro antes, hoje - com minha ajuda - ele ta mais culto. É músculo, mas tem cérebro kk. Abraços, lindinha.
Hulk22: Hei... Mães são fodas mesmo nas questão de chantagens emocionais. Pare de babar Caio. Ele é coadjuvante, eu que sou o estrela da trama. André é uma figura. Não me demorei, cá está mais um cap.
K-elly: Não sei o que é pior: ser pego ou pegar alguém no ato kk. Beijos.
Martines: Gostei de você. Tipo, não tenho problema em saber o final de algo. Spoliers para mim são tão naturais. Amo ver o final de uma série antes mesmo de assistir ela, a gente fica imaginando os acontecimentos, como você mesmo disse. Pois é, cara. Mãe é presente de Deus, e sogra é o frete que é cobrado pelo envio do presente. Três nunca é de mais hehe. Mas a dois é melhor. Abraços, meu parceiro.
Menina Crítica: Sogra ou é boa ou é ruim. Não existe meio termo. Mas a vida tem que ter um equilíbrio, tipo; tenho um sogro maravilhoso, tenho que ter um sobrepeso para tal. Mas eu entendo minha sogra as vezes, elas só se sente frustada. Fazer o que né. Beijinhos, critiquinha.
lari12: Mil corações pro cê. ♡♡♡♡
Jhoen Jhol: KKKK melhor comentário. Vamos lá pra eu te responder | Já pensou, os dois se odiando por nutrirem algo. Caralho, nunca pensei. Até shipei Andraio | Esses olhos de águia e a briga pela presa é a tese mais fundada | quem mija mais longe KKK. Mijei de rir | Sogras usam o sentimentalismo, apelam pro emocional, qualquer filho cai nos papos delas | Nada, não sou tão fodão pro povo bater punheta me imaginando. Talvez fizesse para aliviar a cabeça (as duas) | Caio faz chuca sim. Eu o obrigo as vezes quando quero destroçar ele. Mas ele prefere a higiene bem feita, e é até melhor assim. Acredito que a masculinidade de um homem é feita pelo caráter dele, e não por suas técnicas para dar o cu hue. Respondido? Abraços.
henrinovembro: Cara, fico mega feliz por ter gostado. Espero que continue a acompanhar e não se decepcione com meus erros ortográficos kk. Abraços.
Revenger: Oi, cara. Olha, Junior e Davisson. Faz o que é natural; ame seu homem, e mantenha uma amizade saudável com seu amigo. Se você sente que ele não quer só amizade, nada resta se não afastar-se dele. Triângulos amorosos são fogo. Eu não passei por un necessariamente, mas já presenciei muitos. Abraços, cara. E boa sorte com os dois. Ps: Caio e Fer ainda estão juntos.
Vi(c)tor: Com pinça? Que cruel você. Claro que posso falar. Caio e eu estamos juntos, gente. Como eu sempre falei na temporada anterior. E talvez role algo com André nessa punheta aí heim rsrs. Olha, se eu vi ele se punhetando foi pra criar as minhas filhas! Cara, manjo de muitos memes. Já viu o do "Evaristo tira ela daqui"? ou o "que Deus te elimine"? KKK são massas. Abraços, cara.
♥♦♥R♥¡♥R♥¡♥♦♥: Ownt, que fofinha (você é boy ou girl?). Casal amigo é lindo mesmo. Sobre o André, envio sim. Manda o end pra mim aí. Aí você assiste os pornô e faz um com ele ainda. Fique a vontade. Sogras tem que ser Sogras né, fazer o quê. Beijos e abraços e espero que continue acompanhando e gostando. ♡
Ivyy Bernardo: Que foooooda. Você vai ser mamãe ♥♥♥. Que Pietro venha ao mundo lindo e forte. Nome lindo, Ivy. As vezes meu lado paterno grita alto, mais muito alto mesmo. Tenho umas discussões com Caio sobre adoção e um dia desses brigamos feio por isso. Ele diz que não estamos preparados e eu não me sinto preparado mais quero ao mesmo tempo. Tem dias que meus amigos trazem seus filhos e eu fico encantado, que nem um bobo. Você vai casar? Caramaba, no dia, vou dedicar o conto pra você esse dia. Serio mesmo, parabéns pela gravidez e pelo casório. Felicidades, querida.
matt777: Pois é. Tantas situações. Sogra, amigo querendo me enrabar e tudo mais, só daria em merda. Eu gosto muito do André, só acho que ele se atrasou de mais. Grande abraço, cara e obrigado pelo carinho.
YAMASHITO: Voltamos. Fica tranquilo, querido. Beijos.
Geomateus: Sim. Voltamos kk. Abraços.
VAMOS AO QUE DE FATO IMPORTA.
-
André estava vendo "um pornozão dos bão" como dizia Caio quando se deliciava em um vídeo pornográfico da net. Olhei pra parte da tela do computador, pois o corpo de André obstruía a visão, e vi as letras RedTube e o pau rolava solto. Tanto no vídeo como com André. Tentei sair sem que ele me visse, não seria bom se ele me visse, mas havia um espelho de fronte dele e quando seus olhos o focaram e me viram ouvi-o dizer um "putaquepario" e levantou-se atrapalhado. Eu me assustei e saí fechando a porta de imediato. Fiquei alí, encarando ela e tentando não pensar que, no momento em que fechava a porta, tive um vislumbre da pica de André, dura e meio torta pro lado, balançando vigorosamente enquanto ele se colocava em pé. Ouvi algo caindo no chão na parte do quarto, um outro xingamento, silêncio, e então a porta se abriu. Eu olhei pra André com o rosto branco e um tanto desconcertado.
André: Sabe bater não, porra? - ele estava furioso.
Eu gaguejei: Ba-bati, oshe. Tu que não ouviu.
André: Pois bateu fraco de mais.
Eu: E tu batia forte heim - e caí na risada. Não aguentei e me drobei de rir. Pedi desculpa e continuei rindo.
André não resistiu e esboçou um sorriso: Que desgraçado. Entra aí, pivete. É feio chegar na casa dos outros de surpresa.
Eu me controlando: Ah... Eu liguei. E falei com seus pais. Se eles não te avisaram (tosse) eu não tenho culpa.
Entrei e vi que o quarto dele estava diferente da última vez em que eu havia ido alí, coisa de 1 ano atrás. Tinha pôsteres de mulheres peladas, coisas do quartel, uma cômoda com muitos fracos de desodorante e perfumes vagabundos. Roupas pelo chão, cuecas, camisas e o desleixo de praxe que todo homem tem. Caio e André se dariam bem nesse quesito. Caio era bagunceiro, desordenado e espaçoso. O tipo de homem que pode até ajudar a limpar, mas que obtém mais sucesso bagunçando. A cama de André, com lençóis desordenados, travesseiros fora do lugar, combimava com as demais partes do cômodo, diferente da sala que era um brinco de limpa e outras localidades da casa que eu imaginava serem limpas severamente por dona Lúcia. Eu, quando mais jovem, também tinha essa bagunça natural de homem. Jogar as meias debaixo da cama, junto com as camisas que eu limpava a gala depois das punhetas, a sujeira sobre os poucos móveis e o cheiro forte de quarto sujo e testosterona. Eu amava. Mas depois de uns tempos, quando passei a ter minha morada, tudo mudou e eu fiquei mais organizado. A expulsão de casa muda qualquer bagunceiro, ou não.
Eu olhei pro pc que tinha uma imagem de fundo do Windows e perguntei: Não tem medo que teus pais entrem e te peguem no ato?
André tirava algo do chão, jogou em seu quarda-roupa e o fechou. Vi as costas dele, brancas e largas, os músculos bem visíveis (não pinte ele como marombado, ele é grande). Não sabia dizer como ele ficava cada dia mais grande com tanta facilidade. Seu perfume era só o do desodorante e aquele odor de suor, não muito forte, mais perceptível. Eu tinha certeza que a mulher que entrasse alí naquele quarto e inalasse aquele aroma, teria um orgasmo instantâneo. Na infância, André era magrelo desengonçado. Com 15 anos crescera de uma forma absurda, braços ficaram fortes, pernas torneadas e o tórax ficara invejável. Nada musculoso, só grande. Com 17 ele era o macho que toda cocota queria ter, não era muito vaidoso e isso atiçava cada célula do corpo das fêmeas e de alguns machos. Depois de entrar no quartel, coisa de 7 meses, ele estava sarado. O corpo trabalhado e bonito. Menor significativamente com relação a Caio, mas ainda sim um corpo bonito. O rosto nunca mudara. Infantil e másculo ao mesmo tempo. Risonho, com os olhos castanhos escuros combinando com a boca vermelha. Ele falou quando sentou na cadeira do pc olhando para mim: Eu esqueci de trancar e a mãe ia sair pra igreja com o pai. Não esperava ninguém aqui. Muito menos você.
Eu: Vi eles lá em baixo - falei rindo rápido.
André fez um gesto com a mão apontado para sua cama: Senta ae. - Não tinha outro lugar mesmo para sentar, vi que na posição jogada que ele estava na cadeira, o short malha fina do quartel que ele usava destacava seu membro e uns gominhos tímidos apareciam em sua barriga. Quando eu sentei ele perguntou. - Que vento te trás aqui num domingo?
Eu suspirei e olhei pras minhas mãos: André, acho que tu sabe, cara.
Ele: Talvez sim - falou com uma vergonha discreta na voz.
Eu fui logo ao ponto: Desde aquele dia lá no meu quarto, não tivemos uma conversa ampla. Não sei o que eu devo fazer.
André: Pois é. E na padaria eu vi que tu não contou pro teu pitboy.
Eu o encarei e suspirei: André, ele tem nome. Para, pow.
André: Ok, ok. Foi mal - levantou-se, foi até o seu guarda-roupa, pegou uma camiseta. As pernas do cara eram grossas. Ele vestiu a camisa. - Diga então, Nando.
Eu: O que tá rolando de fato? - falei rápido de mais.
André: Eu gosto de ti e me vejo atraído. - Falou naturalmente como se referisse ao quanto ele gostava dos dias ensolarados e que isso lhe atrai para uma praia ou algo do tipo. Ele sentou-se novamente e ficou me estudando com um olhar desconfortável.
Eu fiz uma careta: Paixonote?
André me olhou profundo: Que dura desde quando te conheci? - sussurrou ele e baixou os olhos.
Eu quase escancarei a boca: Caralho, tanto tempo assim?
Ele: Tu nem imagina.
Eu: Por isso que cê não se bicava com Caio na escola?
André: Tu vê um cara boa pinta roubando teu melhor amigo, queria o quê?
Eu: Se juntar numa patota e nós três sermos os fodas?
André: Eu sempre quis ser mais que teu amigo, pequeno.
Eu: Estranho tá ouvindo isso.
André ainda não me olhando: Estranho tá falando isso.
Eu: Pois deve falar. André, sinto tu preso. Eu tô aqui hoje, arriscando o meu namoro, porque sei que tu sente um peso tão forte que é percebido pelos outros.
Ele riu sem humor: Sinto mesmo.
Um silêncio constrangedor pairou sobre nós e eu perguntei: Por que nunca me falou nada?
André me fitou: Queria ter pelo menos tua amizade na época, se eu te contasse o que sentia na real, tu iria se afastar. E lá se ia meu amigo indo embora.
Eu: Claro que não - falei, mas lembrei dos tempos que Caio e eu sentimos esses sentimentos estranhos na época, levando ambos a mentirem para não destruírem a amizade e logo depois a separação. Como foi difícil. - Eu jamais me afastaria de ti.
André: Será mesmo? Até onde sei, tu veio aqui pra dizer que devemos nos afastar não é? - Falou ele com sua voz grave.
Eu fiquei sem saber o que dizer. Depois de um tempo eu falei: É diferente de antes. Se fosse antes de eu namorar, seria muito diferente.
André: Não, não é, e talvez tu saiba disso - falou e brincou com os dedos. - O que mais me fode a vida é o fato de eu não ter sido o primeiro.
Eu olhei pra ele e André fitava as mãos: Como assim?
André: Se eu tivesse me declarado antes que teu playboy, talvez agora ele tivesse no meu lugar. Infeliz e sem a pessoa que ele gosta do lado. Era pra ter sido diferente. Quem sabe hoje, eu estaria brigando contigo pra te manter afastado dele, do perigo, assim como ele vai fazer quando souber que tu veio aqui.
Eu suspirei novamente: Ah... Não sou de possibilidades passadas, sou do presente. Se o que aconteceu já passou, pra quê pensar no "era pra eu ter feito"?
André riu: Se eu tivesse me declarado antes, teria rolado algo entre a gente?
Eu: André, comigo e Caio não foi premeditado, aconteceu do nada. Talvez não tivesse rolado nada. Ou rolado tudo. Eu não sei dizer.
André: Sim, mas tu analisando agora.
Eu revirei os olhos: Cara, isso não vai mudar nada. Não vai melhorar, pelo contrário e eu não quero tu ruim porque sei como é passar por isso. Pra quê pensar nessas coisas?
André: Rolaria ou não?
Eu: Não sei responder.
André: Eu posso lutar por ti - falou ele furando meus olhos com os seus castanhos.
Eu: Não estamos em uma novela com triângulos amorosos e disputas. Eu amo só ele.
André: Eu gosto de ti e muito.
Eu: Eu também gosto de ti, André. Mas amo só ele.
André: Não amava antes como agora. Descobriu isso com o tempo - assinalou ele.
Me pus de pé: Já tivemos esse papo. É ele e pronto.
André: E se isso acontecer comigo? Se eu te mostrar que tu tem opções.
Eu: Para com isso! Eu não quero escolher porra nenhuma. Que caralho, André. Facilita minha vida.
André: Eu posso tentar, insistir não mata ninguém.
Eu: Tu não pode fazer isso. Tua chance passou, você perdeu algo que talvez fosse pra ti. Agora não pode vir com essa de luta. Tu não tem nenhum direito e sim... insistir mata sim. Ahh se mata.
Andre se pôs de pé, o rosto sereno: Morro tentando então.
Eu puto da vida: Vou embora! Foi um erro eu ter vindo aqui.
André: Vai então, se esconde nos braços do mauricinho.
Eu: Olha - me aproximei dele - respeita ele e me respeita. Eu vim conversar numa boa e por um fim nisso.
André aproximou o rosto do meu: Tu não é Deus pra por fim em nada - falou baixo.
Eu mais enraivecido: Sou dono da minha vida e decido as coisas por mim. Agora eu decido que não quero tu perto. Que quero só Caio e pronto. Dói entender essa merda?
André: Eu vou estar perto, pois isso já é parte da minha vida. Nem que eu sofra.
Eu: Cresce, porra! Sou compromissado e tu aí, todo encubadão com onda pro meu lado achando que tem direito sobre alguém que não te quer. - Disparei.
André baixou a cabeça: Não precisa apelar.
Eu com raiva: O único que tá apelando aqui é você! Desde que entrei por essa porta.
André: Então vai, some. Sai da minha casa! - falou ele um pouco alterado.
Eu ríspido: Vou mesmo, e vou contar tudo pra Caio pra ele quebrar essa tua cara de bosta! Te deixar com a boca toda fudida pra tu não tentar beijar ninguém!
André: Ahh, que medo daquele mongolóide riquinho - fingiu tremer.
Eu: NÃO XINGA ELE, FILHO DA PUTA!
André: Xingo. Aquele prepotente que se acha o foda. Que é o gostosão e tudo mais. Um otário.
Embora eu fosse menor que André, fui até ele com tudo e empurrei-o pelos peitos: Tu não xinga ele! Desgraçado, bundão.
André segurou meus braços e me empurrou: Já te mandei tu pegar o beco, sai daqui, caralho.
Eu olhei com nojo pra ele: Espero que tu morra sozinho.
André falou alto: Vai lá, conta tudo pro teu macho!
Eu: Vou mesmo.
André gritando: Conta que o gay encubado aqui pensa no namorado dele e sofre calado. Diz que é ruim sentir essa porra de sentimento pela pessoa errada. Diz que me declarei e foi em vão. Fala tudo issae e manda ele vir quebrar minha cara. E some da minha vista, porque é ruim olhar pra ti e controlar a dor do caralho aqui - ele se sentou e olhou para o chão.
Eu ouviu aquilo, a raiva que eu sentia antes se esvaiu completamente. Eu fiquei parado e falei lamentando: Ah, André. Caramba, mano.
André limpou um dos olhos: Não, man. De boa. Pode ir.
Me aproximei: Cara, sinto tanto.
Não aguentei e abracei ele. Um abraço sem maldade. Eu tinha André como meu irmão também. Posso não ter comentando, mas quando ele se distanciou de mim naqueles tempos, eu fiquei muito mal. Me sentia culpado por algo, mas Caio ajudava a preencher esse vazio e me fazer esquecer. Uma vez, vim na casa de André, na época em que Caio voltou de BH para se declarar pra mim, e o chamei. Queria sabe o porquê dele me evitar tanto. O mesmo me tratou com tanta frieza que fiquei muito triste, muito mesmo. Eu gostava de André, na verdade nutria um sentimento vasto de camaradagem. Vendo ele sofrer daquele jeito, por mim, eu não aguentei e tentei, erroneamente, reconfortá-lo.
Eu: Desculpa ter te xingado.
Ele: Desculpa ter xingado ele.
Eu gemi: Isso é complicado, pow!
André choroso: Relaxa, Nando. Tô fazendo jogo duro quando não devia. Eu sei que tô errado.
Eu: Cara, a gente nunca teve nada, como pode se fixar na ideia de que daríamos certo?
André olhou nos meus olhos: Nunca tentamos pra saber.
Eu: E não tentaremos. Não agora. Não vê que eu tô feliz com Caio. Que amo ele, André?
André: Me responde. Se outro cara que não fosse eu tentasse te beijar...
Eu: Quebraria a cara dele no ato e falaria poucas e boas - falei de rompante.
André: E por quê não fez isso comigo?
Eu não sabia, e ele tinha razão. Com outro cara, eu teria partido pro desaforo sem medir as consequências. Mas parei pra pensar o porquê de não ter feito isso com André: Tu é meu amigo, gosto de ti. Isso explica.
André: Sei...
Eu: Tu pensa que eu... de certa forma... sinta algo?
André: Não. Você que acabou de dizer.
Eu suspirei, que moleque insistente: Bom. Eu amo Caio, e vim aqui pra esclarece isso. Não quero nada contigo além da amizade.
Levantei e fui até a porta. Se André sofria, eu não podia fazer nada. O melhor, não por mim e sim por ele, seria a distância. André falou: Nando, o dia de amanhã é incerto. Tudo muda.
Eu: Mas meu hoje é certo.
André limpou os olhos: Não vou mais insistir em você.
Eu: Obrigado (segurei a maçaneta da porta, olhei pra ele). Tchau, André. Vai viver tua vida, cara. Cê merece.
Eu não fazia isso pensando somente em mim e no meu namoro. Eu fazia isso para André ficar bem.
*
Lise dirigiu. Fomos calados pra casa, meu coração batia acelerado. A conversa com André findara tudo. Eu jamais imaginaria que ele tinha esses sentimentos por mim há tanto tempo. Mas como eu dissera, ele fora covarde e perdeu sua chance. Caio ligara para Lise e lembrei que não havia trazido meu celular, eu avisei que estava indo e percebi uma hostilidade na voz dele. Olhei pela janela do carro e vi pessoas indo e vindo da igreja. Outras em praças e muitas simplesmente caminhando. O crepúsculo era de uma tonalidade linda, com sol produzindo chamas no céu, pena que tal beleza era gerada pela poluição. Chegamos em casa, os meninos continuavam jogando, mas Caio estava na varanda. Ele olhava pra cidade enquanto bebia uma garrafa de Ice em um silêncio que me fez tremer. O boné na cabeça, uma camisa polo branca colada ao corpo e um short de MMA. Roger reclamou por eu ter raptado Lise, viu meu estado de espírito e disse que já ia nessa "porque pelo visto vai ter dê-erri (dr)". Mário se despediu também e Lise me abraçou.
- Falie tudo pra Caio. Amo vociês. - Beijou minha bochecha.
Caio ainda continuava na varanda e quando todos se foram, fui até ele. Estranhei o fato dele estar meio que zangado, mas logo concluí que ele sabia que eu tinha ido na casa de André. Como?, eu não sabia. Pensei na possibilidade dele ter instalado um rastreador no carro ou em mim. Bem provável.
Eu fiquei do lado dele e olhei pra cidade: Quem falou?
Caio me olhou rabugento: Quê? Que tu foi na casa do teu 'amiguinho - desdém exagerado na palavra - e não falou nada pro babaca aqui?
Eu suspirei: Sim.
Ele: Teu pai ligou pro teu celular que tu esqueceu e disse que não estava em casa porque os pais do recruta lá tinha dito que você fora visitar ele e depois tinha ido na casa deles - falou ele rápido.
Eu: Precisamos conversar.
Caio: Ahh, mas precisamos mermo. O quê tá rolando entre tu e aquele pangaré?
Eu: Nada - falei sincero.
Caio: Deixa de mentira, Fernando! Que eu sei que aconteceu algo entre tu e ele. Não sou burro como vocês pensam.
Eu franzi o cenho: Vocês?
Caio: Aquele bosta e tu. Querendo me fazer de trouxa.
Eu: Amor, não tem nada entre a gente - ele me furou com seus olhos. E eu completei. - Pelo menos da minha parte não.
Caio ficando vermelho: Comé quié?
Eu: Senta ae e te acalma, pelo amor de Deus.
Caio: Tô bem assim de pé.
Era agora. Falaria a verdade. E então contei resumidamente tudo. Tentei ser breve, para que depois eu explicasse. Caio não desgrudou os olhos de mim um segundo sequer e piscava pouco. Nunca tinha visto ele daquele jeito, estático, pragmático, com as engrenagens de sua cachola trabalhando frenéticas a tal ponto que era possível ouví-las. Eu podia sentir sua raiva a cada palavra que eu dizia. Agradeci aos deuses por ele não me interromper, ao modo que eu me atrapalharia se ele o fizesse.
Caio: Então tudo que falei era verdade - disse seco.
Eu: Sim.
- E tu me escondendo. - Falou acusador.
Eu: Sim.
Caio: Vou quebrar a cara daquele viado do caralho - falou indo até a sala. - Me dá a chave do carro.
Eu: Não Caio... - peguei seu ombro.
Caio: Não trisca em mim, não vem defender ele que tu é um mentiroso!
Eu: Eu não menti...
Caio: ENTÃO O QUE TU FEZ, INFELIZ?
Eu baixei a cabeça, ele tinha todos os motivos para se zangar, e receberia uns tapas dele feliz, pois sabia que merecia-os: Desculpa.
Caio se aproximou: Olha pra mim enquanto falo, porra! - olhei e não me permiti a chorar, só a demostrar a bosta que eu tinha feito e não ter aberto logo o jogo. - Fernando, tu quer me deixar? - perguntou e senti sua voz falhar mesmo sob a raiva.
Eu: Não - disse de prontidão.
Caio: Tu quer ficar com ele?
Eu: Não! - Negativa absoluta.
Caio: É o que parece.
Eu: Tu sabe que só tu que vejo como meu homem!
Ele: Sei?
Eu: Devia. Não faz esse jogo comigo.
Ele: O único que está jogando aqui é tu.
Eu tímido: Mas, Caio... Se eu te falasse vocês iam se matar. Você é meu amigo e ele meu amor. Quero dizer... - me atrapalhei e ele ficara mais irado. - Você é meu amor e ele meu amigo. Não queria que os dois se ferissem.
Caio: Eu não iria ferir ele se eu soubesse que ele triscou em ti. Eu ia matar.
Eu: Amor, já passou. Eu amo só você.
Caio fechou os olhos: Cara, tu faz as coisas sem me consultar. Faz isso e aquilo escondido pra poupar os outros. Porra!, tu não vê que só quem se fode é tu. E quando eu falo algo é porque eu exagero e tô enciumado, não é?
Eu: Eu sei. Desculpa. Caio, eu errei.
Caio: Na padaria eu falei esse rolo de vocês sem saber e tu não falou nada. Isso que dói, mano... ver o cara que amo mentir e nunca pensar em mim.
Eu: Caio, eu penso em ti. Eu sempre vou por você em primeiro lugar na minha vida - exagero amoroso, eu sei. Contudo, era verdade. Caio sempre seria meu foco.
Caio: Não. Tu ainda tá perdido no que tu quer. É bonzinho de mais com todos e não contigo mesmo.
Eu: Desculpa, isso não vai se repetir.
Caio: Eu espero - ele pegou a chave do carro das minhas mãos. - Vou dar uma volta.
Eu: Você bebeu, não vai - pedi preocupado.
Caio alterado: Vai mandar em mim agora? Tu faz as merdas e quer mandar em mim? É, caralho?
Fiquei calado, discutir com ele naquele estado, meio alto pela bebida, não resultaria em nada. Eu: Eu te amo. Não demora.
Ele me olhou raivoso: Hum... - e saiu.
Pra um "pega pra capar" até que a discussão fora rápida. Claro, eu reconhecia estar errado e de forma alguma rebateria o que ele falasse. Fiquei preocupado pelo estado que ele saíra, mas Caio não era um bêbado louco. Ele podia beber baldes de cerveja, mas não ficava pileque. Mesmo assim, pedi a Deus que protegesse meu grandão.
Fui pra varanda, sentei numa cadeira e fiquei pensando nas burradas que eu fazia. Caio tinha razão, eu nunca pensava nele. Fazia as coisas pensando nos outros. Com Ricardo foi assim, com André se repetia, e quem pagava o pato? Ele e eu. Sempre. Eu tinha que mudar aquilo e mudaria, ou iria perder o meu amor. Eu estava mal por André, coitado, sofrendo calado daquele jeito por tantos anos. E sentia por Caio, que estava com raiva e certa tristeza por ver o namorado pisando na bola com ele. Que bosta de pessoa eu era? Uma bem debilitada pelo visto. Fiquei com dor de cabeça, tomei um banho frio e um remédio. Lise me ligou e eu disse que o inevitável acontecera. Deitei e lá pelas 2 da manhã Caio chegara, mais bêbado do que antes. Fingi que dormia e olhei de esgueira ele tirar a roupa e ir pro banheiro. Depois saiu meio tonto, se enxugou de modo atrapalhado em uma toalha e se jogou na cama pelado. Senti ele vir até mim, esperei ele falar "Te amo meu amor", mas isso não aconteceu. Ele deitou e me deu as costas e dormiu roncando alto.
Começava ali, a nossa crise. Não, começou no momento em que não falei pra ele sobre André. Essa nossa briga era o resultado somete. Eu descobriria da pior forma, que Caio "sempre" tinha razão, que eu era um burro e que isso geraria as mais inusitadas situações entre a gente.
Continua...
-
Curtiram? Espero que sim. Bom, me limito à isso hoje pois tou ocupado e desde cedo que tento postar e não estava dando. Agradeço a todos pelo carinho. Abraço a todos. Até quinta, gente.
Ps: Não notem os erros ortográficos. Falo muitas línguas e as vezes confundo as palavras. Puts, acho que já dei essa desculpa kkk. Flw.