Eu estava sentado no lobby na manhã seguinte com Kola e Hannah, ambos entretidos no momento e tranquilos. Ela estava colorindo e ele estava jogando algo em seus DS.
“Jory?”
Eu olhei para cima e encontrei Milton de pé em minha frente.
"Oi,” eu o cumprimentei. "Desculpe por ontem à noite. As coisas ficaram meio estranhas.”
“Você e Sam, as coisas são um tanto quanto voláteis, não é?"
Não como ele pensava. Nós só éramos explosivos na cama. Eu dei de ombros.
Ele gesticulou em direção a Kola e Hannah. "Por que vocês estão todos com as malas feitas? Você está indo embora?”
“Sim,” eu disse a ele. "Vamos para casa um dia mais cedo. Sam precisa que seja assim.”
“Então ele diz pule e você pergunta quão alto?”
“Não exatamente,” eu ri porque, quanto Sam realmente pagaria para que isso fosse verdade?
"Então por que você está indo?”
"Porque nós não estamos seguros e Sam precisa que nós estejamos para que ele possa se concentrar no que ele precisar.”
“Oh meu Deus, Jory, o que...”
“Jory?”
Regina e Thomas estavam atravessando o lobby até mim, e quando chegaram lá, com os outros a reboque, todo o clã Kage que era meu, eu tentei forçar um sorriso para Regina.
"Querido, onde você está indo?”
"Para casa,” eu expliquei, acalmando-a ao mesmo tempo. “Mas apenas um dia mais cedo. Nós estaremos lá quando vocês chegarem."
“Mas por quê?”
"Vou deixar que Sam te conte."
"Contar-me o quê?” Ela perguntou.
Olhei para seu filho, o vi de pé, onde ele tinha estado durante os últimos 20 minutos com Duncan, dois detetives Scottsdale, três dos rapazes de seu escritório de campo em Chicago, e dois marshals que haviam vindo de Langley. Um deles era o chefe de Sam, Clint Farmer, e ele estava de pé, ombro a ombro com Sam. O outro cara eu não conhecia, mas ele estava ouvindo atentamente, mesmo enquanto estava em seu celular ao mesmo tempo. A situação não parecia boa para mim – cheirava a um longo tempo longe de casa.
“Jory?”
"Sinto muito.” Eu forcei um sorriso. “Nós só precisamos ir para casa, Regina. Aparentemente nós vamos estar sob proteção policial, com um oficial na casa todo o tempo e um carro de patrulha do lado de fora até que o homem que Sam está procurando seja encontrado.”
"Oh meu Deus.” Ela estava com medo. “Querido, todos nós devemos ir então. Você deve ir ficar conosco até que essa coisa toda acabe.”
"Não, eu...”
“E nós podemos ajudá-lo com as crianças.”
“Eu não preciso de ajuda,” eu expliquei. “E em casa é melhor para eles para que nada atrapalhe sua rotina.”
“Jory,” Michael começou, “você não acha que seria melhor se você...”
"Ah... nossa...” Milton suspirou, claramente e completamente chocado com o que ele estava vendo.
"Tio Dane!”
Eu olhei para cima, todos nós fizemos e lá, atravessando o saguão do hotel, estava Dane Harcourt. As pessoas pararam e olharam. Era uma reação conhecida.
A primeira coisa que se notava sobre o meu irmão era sua altura elevada. Ele tinha 1,95m, então não era como se ele pudesse passar despercebido. Em seguida, era o olhar, normalmente um ligeiro estreitar, apenas o suficiente para franziras sobrancelhas e para transmitir a sua irritação com o mundo em geral. O comprimento de seu passo e a maneira como ele se movia provocava interesse. Havia uma energia que você podia sentir e olhar para ele era um prazer. Eu não estava sozinho na minha avaliação de que Dane poderia, mesmo em seus quarenta e tantos anos, começar uma lucrativa carreira de modelo. Sim, ele era um arquiteto rico, mas ele poderia agraciar revistas de moda em todo o mundo. O cabelo preto brilhante e olhos cinza-carvão com toques prateados, feições esculpidas e corpo de nadador, faziam o homem um destaque em qualquer ambiente onde se encontrava. Enquanto caminhava pelo saguão do hotel, todos os olhos estavam sobre ele.
Eu pensei que, quando Dane envelhecesse, seu apelo fosse diminuir. Mas mesmo agora, com o branco nas têmporas e as linhas de riso nos cantos de seus olhos muito mais pronunciadas, ele era impressionante. Mulheres flertavam com mais empenho, os homens eram atraídos mais rapidamente, e Dane, sendo Dane, apenas fazia uma careta. Ele era muito privado, tinha um pequeno círculo de amigos e sua família, que incluía eu, Sam e nossos filhos, que eram preciosos para ele, e isso era tudo. Dane não convidava novas amizades. Quando mais jovem, ele tinha sido mais paciente, mais capaz de perdoar as coisas, mas agora, com seu foco em sua esposa e filhos, ele não tinha tempo ou energia para se dedicar ao novo. Você poderia ser um conhecido seu, mas realmente, ele foi feito para fazer amigos ao longo da vida.
“Jory, quem é ele?" Milton estava sem fôlego.
"Meu irmão,” eu disse enquanto Hannah se remexia da cadeira e saia correndo, agitando os braços como se estivesse fugindo de um incêndio, para cumprimentar seu tio.
Ele se abaixou sobre em um joelho, e toda a gente viu então: o sorriso, tão raro, tão sincero, que tirava seu fôlego.
Hannah o atingiu com força. Ela não era uma flor delicada, minha menina; mais parecia com um míssil, e ela colocava os braços em volta do seu pescoço. Ele a abraçou apertado esfregou suas costas, e então, quando ela quis, e só então, ele a soltou, para que pudessem conversar. Kola estava bem atrás dela, mas ele se inclinou para o braço de Dane, e eles se abraçaram mais suavemente. Quando Dane ficou de pé, tinha uma criança em cada braço e, ao me ver, começou a andar de novo.
"Ele é gay também?"
“Não,” eu disse ao homem muito esperançoso cobiçando o meu irmão. “Ele tem uma esposa e dois filhos.”
“Isso não quer dizer...”
“Para Dane quer.” eu assegurei. "O homem é loucamente apaixonado por todos eles.”
“Entendi,” Milton disse quando Dane entrou no meu espaço pessoal.
"Conte tudo agora,” meu irmão perguntou ao invés de me cumprimentar.
Nós sempre conversamos como se nossas conversas fossem um loop contínuo. "Eu pensei que Sam estivesse desaparecido, mas ele não está,” eu disse, apontando para onde ele estava. "Mas ele quer que a gente vá para casa, onde estaremos seguros. Havia um homem em nosso quarto na noite passada.”
Seu gemido foi muito macio.
“Então, vamos para casa com você.”
“Claro que vão.”
Como se eu não tivesse escolha. “Você sabe que eu tenho trinta e cinco anos, né?"
“Mmm - hmm.”
Revirei os olhos.
“Onde estão suas coisas?”
Eu inclinei minha cabeça para a pilha de malas rosa, verde limão e pretas. Havia cobertores e brinquedos e um pequeno poncho rosa.
"Chame Sam. Vamos embora.”
“Kola, vá buscar papai,” eu disse ao meu filho.
Ele correu, ficou ao lado de Sam, colocou a mão na sua, e esperou até que Sam lhe desse atenção. Quando Sam olhou para cima e viu Dane, ele desculpou-se e caminhou de volta para nós, de mãos dadas com o filho.
Regina estava chateada, assim Thomas. As irmãs de Sam e Michael estavam todas, eu podia ver, um pouco irritadas comigo. Eles estavam falando ao mesmo tempo para me assegurar que as crianças e eu poderíamos ficar. Mas o negócio era que, assim que pensei que Sam estivesse em apuros, eu tinha chamado Dane para vir pegar meus filhos, para que eu soubesse que eles estariam a salvo enquanto eu procurava por ele. Estava arraigado em mim, correr para o meu irmão. Depois de Sam, era Dane. E todo mundo queria saber por que eu não tinha fé neles. Por que eu precisava de Dane, quando toda a família de Sam estava lá? Não confiava neles?
Era difícil de explicar. Não é que eu não confiava neles, e não que eu não achasse que eles não se importavam tanto com os meus filhos como qualquer um dos outros, mas esses eram os meus filhos, e meu irmão e sua esposa eram com quem eles ficariam se alguma coisa acontecesse comigo e com Sam. E agora, como Sam não poderia estar lá, ele queria Dane nos levasse para casa e ajudasse a cuidar de nós. Era assim que éramos: ambos acreditávamos em meu irmão.
Sam interrompeu as muitas vozes, que apenas aumentou a voz porque nunca foi uma pessoa que argumentasse quando alguém questionasse uma decisão sua. Ele queria que eu e as crianças fôssemos para casa com Dane. Seus pais, suas irmãs e seu irmão estavam questionando se isso era o melhor. O temperamento de Sam poderia facilmente ter tomado conta dele, já que ele estava no limite para começar. Ele não queria lidar com perguntas; tinha que encontrar uma testemunha, e essa testemunha estava, ou tentando matar o próprio Sam, ou o homem que havia escondido a testemunha estava tentando matar Sam para afastá-lo da tal testemunha. De qualquer maneira, estava tudo a céu aberto agora, e havia várias agências prontas para trabalhar juntas e descobrir o que diabos estava acontecendo. Sam queria fazer isso, queria se concentrar nisso. Ele precisava que eu e as crianças fôssemos embora para que ele pudesse concentrar toda a sua energia em estar no modo caçador e não no modo protetor. Sua família só estava deixando-o furioso.
Eu vi sua mandíbula se contrair e teria dito alguma coisa, mas naquele momento Dane calmamente levantou as mãos para chamar a atenção de todos. Eu geralmente tinha que saltar para cima e para baixo ou ficar de cabeça para baixo para conseguir o silêncio que ele conseguia em poucos momentos.
Era um dos muitos pontos fortes de Dane: a capacidade de espalhar calma, de ser uma rocha em qualquer tipo de crise. Ele explicou suavemente, calmamente, empregando a voz que ele usava em disputas contratuais com os construtores, como Sam estava preocupado com a segurança de todos. Disse-lhes que Sam estava preocupado em colocar mais de sua família em perigo, e que desta forma todos os outros poderiam ficar e terminar a reunião e talvez ter alguma aparência de normalidade. Todos olharam para Sam, que estava fumegando a esse ponto.
“Tire-os daqui, Dane.”
E Dane passou Hannah para seu pai para que as despedidas pudessem começar.
Hannah chorou porque ela não ia para casa. Em sua própria casa, Hannah disse adeus a seu pai todas as manhãs. A ideia de entrar em um avião sem ele não era atraente, e ela agarrou-se e gritou, o que eu poderia dizer, só de olhar para ele, estava acabando com Sam.
Eu a peguei no colo, e ela chorou no meu ombro; ela estar excessivamente cansada não ajudou nem um pouco.
Sam se abaixou sobre um joelho, e Kola se aproximou e brincou com colarinho de Sam e os botões em sua camisa. “Você tem a sua arma, pai?”
"Pai” foi recentemente reduzido de "papai.”
"Sim, eu tenho."
"Então você estará seguro, né?"
“Sim, eu vou. Você precisa cuidar de Hannah e Pa e Chilly para mim, ok?"
Ele acenou com a cabeça, e Sam o puxou para perto e o abraçou apertado. Kola parecia infeliz, mas ele se virou e pressionou o rosto no meu estômago e inclinou-se.
Sam se levantou, pegou meu queixo em sua mão, e olhou em meus olhos. “Eu estarei em casa em breve.”
"Ok" foi tudo o que eu disse.
Ele olhou para Dane, que assentiu.
Sam afastou-se e não se voltou.
Dane se abaixou e pegou Kola em seus braços, e eu vi um homem agarrando todas as nossas coisas das cadeiras onde eu as tinha deixado.
"Aquele é seu motorista, tio Dane?” Kola perguntou.
"Hoje ele é, amor.”
Milton me parou. “Jory, foi ótimo conhecê-lo. Este é o meu cartão com meu endereço de e-mail.”
“Obrigada,” eu disse suavemente, exausto de repente.
"Sabe,” ele sorriu para Dane "você e seu irmão não são nada parecidos."
"Ah, não?” Dane olhou ameaçadoramente para ele. “Todo mundo pensa que, se não fosse pela cor do cabelo, poderíamos ser gêmeos.”
"Não seja um idiota,” eu disse baixinho.
"Venha agora,” Dane disse rispidamente.
Kola colocou a cabeça no ombro de seu tio e eu segui meu irmão para fora do hotel. Não olhei para Sam.
KOLA e Hannah acharam a primeira classe a coisa mais legal do mundo. Eles tinham seus próprios monitores de vídeo, os comissários de bordo trouxeram biscoitos quentes e leite, e eles puderam escolher o que queriam para o almoço. Eles se sentaram na nossa frente, e nós conversamos sobre tudo no caminho de casa. Expliquei sobre a testemunha e o que tinha acontecido e como havia um homem em nosso quarto. Dane escutou e assentiu com a cabeça, assimilando tudo.
Eu realmente não estava surpreso quando não fomos para casa.
O loft no River North era um dos muitos investimentos de Dane. Ele tinha lugares na Gold Coast também, que era considerado muito na moda e promissor. Dane comprava imóveis, consertava, fazia o design interior ele mesmo e às vezes contratava alguém. Este tinha sido feito por outra pessoa, com tijolos expostos, tubos expostos no teto e o piso todo em madeira não eram estética de Dane. Se você quisesse mais uma sensação urbana, um piso de concreto era mais a dele, ou de ferro forjado ou azulejo. Apesar de tudo, era bom: dois quartos grandes, dois banheiros, um de banheiro de hóspedes com apenas um vaso sanitário e uma pia, um escritório, uma cozinha, uma sala grande, e uma espécie de recanto para leitura. O pátio era pequeno, mas seguro, sem acesso que não fosse através do loft. Era menor do que a nossa casa, mas, ainda assim, enorme apenas para mim e para as crianças. Chilly já estava dormindo no tapete em frente à lareira quando chegamos lá.
Eu gemi e deixei minha cabeça rolar de lado para olhar para Dane.
“As crianças têm que dividir um quarto, mas apenas pelo curto espaço de tempo que você vai estar aqui, então não vai haver problema. O quarto deles é no final do corredor; você e Sam ficaram com o primeiro, mais próximo da porta da frente. Eu trouxe a maioria de suas roupas, mas, sinceramente, quem precisa de que tantos sapatos?”
"Isso não é...”
"Há um porteiro na recepção e dois seguranças que verificam as pessoas que entram e saem. Você precisa dar-lhes uma lista de quem tem acesso ao apartamento. Já lhes dei o nome de Sam. Há quatro apartamentos por andar. Neste andar, o décimo oitavo, você tem a Sra. Garcia e seu filho Ramon no 1.801, os Patels no 1.803, e Gabe Fukushima e seu parceiro, James Garrett, noAs paredes são grossas, você não deve ouvir ninguém; a rampa de lixo fica à esquerda da sua porta, e sua minivan está no nível do porão, na vagaB44. Alguma outra pergunta?"
"Nós ficaríamos bem em casa.”
“Na próxima sexta-feira você pretende receber meus filhos, certo?"
"Sim.”
Ele olhou para mim. “Eu não me sinto confortável com você sozinho em sua casa sem Sam. A ideia de você colocar não só os seus filhos, mas os meus em perigo também... Jory use a cabeça. Você tranca a porta da frente, arma o alarme, que é zero-zero-sete mais o número um quando você desarma e zero-zero-sete mais o número dois quando você arma, então eu sei que você vai estar sã e salvo aqui."
"Zero-zero-sete? Sério?”
Ele só olhou para mim.
“Dane..."
"Não." Ele balançou a cabeça. “Não no meu turno. Nunca. Se Sam estivesse lá com você, se você não estivesse em perigo mortal... tudo bem. Mas alguém tentou atirar em você e seus filhos em um hotel. Absolutamente não.”
Eu olhei para ele. "Foi por isso que você e Aja se mudaram para aquele prédio no centro? Você estava preocupado com a segurança de vocês em Oak Park?”
"Oh não, Oak Park é lindo e seguro. Só que mesmo aquele pequeno trajeto para o trabalho dela, meu escritório e as escolas das crianças se tornou tedioso. Dessa forma eu posso deixá-los, Aja pode pegá-los, e nós dois podemos realmente chegar em casa para jantarmos juntos como uma família sem termos que ficar sentados no trânsito por uma hora, uma hora e meia."
"Você já a vendeu? A casa de Oak Park?”
"Não." Ele estreitou os olhos para mim. “Sam me pediu para não vender.”
Fiquei surpreso. “Sam pediu?”
Ele resmungou. "Sim, ele parece realmente amá-la e o quintal e o jardim da frente e o bairro e toda a área. Ele está pensando em fazer uma oferta.”
“Mas?”
“Mas ele não confia em mim.”
“Como assim?”
“Ele pensa que vou alterar a avaliação para vendê-la mais barata para ele.”
“E você faria isso.” Eu sorri para ele.
"Eu a daria a você, se ele não fosse tão irritantemente teimoso.”
"Talvez Aja não queira que você faça isso. Seu irmão e a esposa estão esperando um filho, talvez ela gostaria que você cedesse..."
“Alex se mudou para Delaware.”
"Sim, eu sei, mas...”
“Ele se casou com uma mulher de Delaware.”
Eu rosnei para ele.
“Ele mora em Delaware agora,” disse ele incisivamente, como se eu fosse estúpido.
"Você sabe o que quero dizer. Se Alex tivesse uma casa aqui, ou Carmen, talvez eles...”
“Carmen é jornalista; tecnicamente, agora é um correspondente estrangeiro com a ABC News. Ela vive em Nova York e Paris e...”
"Sim, eu sei, mas...”
"Os pais de Aja não têm nenhum interesse em voltar a Chicago nem mesmo para visitar. É – estou citando o pai dela agora – estupidamente frio. Ele está farto de se agasalhar. Ele quer jogar golfe e usar sapatos Crocs.”
"Você está inventando essa última parte. O homem era um juiz, pelo amor de Deus.”
“Eu tenho uma foto no meu celular, se você quiser ver. Aja ficou mortificada e a enviou para mim em sua última visita, quando eu estava preso aqui por causa de uma convenção.”
“Oh Deus.”
"O fato é que você e Sam são quem eu e Aja temos. Aja adoraria vê-los na nossa antiga casa e gostaria que ela fosse sua. Ela não quer vender seu bebê para estranhos, mas também não quer continuar segurando uma propriedade que nós temos que pagar para manter.”
“E então?”
“Então, eu estou interferindo com o relatório de inspeção enquanto conversamos.”
“Dane, você não pode fazer isso. Ele vai descobrir.”
"Vai levar pelo menos seis meses para ele descobrir, e então nós já vamos ter fechado o negócio e ele vai estar envolvido em uma hipoteca da qual não poderá escapar.”
"Então você está tentando armar para Sam comprar a casa.”
“Exatamente.”
"Eu poderia falar com ele.”
“E estragar a surpresa e tirar a sua felicidade? Você faria isso?”
"Eu realmente não gosto de você agora.”
"Estou bem ciente.”
Suspirei profundamente. "Então, eu e as crianças estamos presos aqui até que Sam volte.”
"Sim.”
"Você trouxe meu laptop?”
"Sim.”
“O karate-gi de Kola?”
"Sim.”
Eu tive que pensar. "A Casa dos Sonhos da Barbie de Hannah?”
“Sim.” Ele sorriu para mim.
“Os pratos de Chilly e sua caixa de areia e seus brinquedos e sua torre e...”
“Sim. Posso perguntar-lhe por que ele tinha tigelas de aço inoxidável em vez do tipo que libera alimento e água automaticamente?”
“Porque nada automático ensina às crianças responsabilidade.”
“É mesmo?”
“Sim, é mesmo.”
“E programar o alimentador, encher de ração, isso não ensina nada?”
"Você sabe o que quero dizer.”
Ele grunhiu e me deu um tapinha no braço antes de se dirigir para a porta.
"Você sempre cuida de mim. Obrigado.”
"É para isso que serve a família.”
Eu assenti enquanto ele se dirigia à porta da frente.
"Venha abrir a porta para mim. Lembre-se: quando você estiver em casa, quando você sair, certifique-se que o alarme está armado.”
"Sim.”
"À noite, antes de ir para a cama...”
"Eu entendi,” eu disse quando o alcancei.
"Quando você estiver em casa, pressione o botão ocupado e o alarme será desligado para o movimento e apenas vai alertá-lo se uma porta ou janela for aberta.”
"Ok.”
"Quando você sair, quando você for para a cama, deve armá-lo para o movimento.”
“Sim, General.”
"Engraçadinho.”
"Eu tento.”
“Amanhã é domingo.”
"Anunciando o óbvio.” Eu ri. “Você não faz isso há anos.”
“Seu senso de humor é peculiar.”
Eu dei de ombros.
“Na segunda-feira Aja espera você para jantar e bebidas em nossa casa às sete.”
"Por quê?”
“Ela está dando um jantar para seu amigo, Randall Erickson, que acabou de se mudar de volta para a cidade.”
Estudei seu rosto. “Quem é ele? Antigo namorado?”
Dane zombou. “Não, na verdade, ele é um amigo da faculdade, e eu tenho a sensação de que ele era gay, embora eu não me intrometa.”
“Você não deixaria mesmo nenhum ex de Aja entrar em sua casa, não é?”
“Aja faz o que ela quiser, e é nossa casa, ela convida quem ela quer.”
“E você não se importaria?"
"Não, não me importaria.”
Fazia sentido. Dane não sofria os sentimentos normais de inadequação ou tinha as crises de incerteza que a maioria das pessoas. Ele sabia exatamente quem era, sabia que seus prós superavam os contras, e tinha escutado, em mais de uma ocasião e de mais de uma mulher, que se ele se encontrasse solteiro novamente, que, por favor, entrasse em contato. Mas eu conhecia Aja, e ela e Dane ficariam juntos por um longo tempo.
Eu sempre gostava de vê-los em qualquer situação social. Eles procuravam um pelo outro através do salão; Dane sorria e acenava, ela lhe mandava um beijo ou lhe chamava com o dedo. Quando eles estavam juntos, normalmente ela segurava a mão dele, e se não, seu braço estava ao redor dela. Eles se sentavam juntos sempre, a menos que houvesse cartões marcando o lugar e, mesmo assim, eles ficavam andando para cima e para baixo porque um deles tinha pensado em algo para dizer ao outro. As pessoas pararam de colocá-los separados, porque era simplesmente demasiado perturbador. Eles terminavam frases um do outro; ela ria de suas piadas, que eram horríveis, e ele estava sempre na hora certa, porque, como ele dizia: o tempo dela era precioso para ele, então por que ele a faria esperar?
"Jory."
"Sinto muito. O que foi?”
"Eu tomei a liberdade de mandar Pedro falar com Dylan sobre cuidar de seus filhos quando ele foi pegar seu gato, e ela concordou.”
Pedro Blue era o assistente de Dane – já há quase quatro anos. Eu estava orgulhoso de mim porque fui eu quem tinha o escolhido, e ele ainda estava lá e se tornou inestimável para meu irmão. Pedro havia se casado recentemente em Nova York, e a lua de mel em Paris para a qual Dane os havia enviado, provavelmente tinha cimentado seu relacionamento com Dane para a vida toda. Pedro havia se desmanchado no telefone a última vez que tínhamos conversado.
“E como foi sua lua de mel?”
“Eu não perguntei.” Ele olhou para mim.
"Você não precisava perguntar a ele quantas vezes por dia ele transou, mas você poderia ter perguntado se ele gostou do Louvre.”
Ele resmungou.
"Eu vou estar na festa. Vá embora para que eu possa acomodar meus filhos.”
"Tudo bem.” Ele sorriu para mim. “Bebidas às sete, sim?"
"Sim.”
Eu recebi um aperto no ombro e foi isso. Dane não era muito de demonstrações de afeto com outros além de sua esposa, seus filhos, meus filhos, ou a mãe de Aja, que o abraçava e beijava. De fato, os pais de Dane tinham sido muito amáveis, acolhedores, mas eles não eram do tipo que ele via todas as noites, ou mesmo todas as semanas. Seu pai era um promotor imobiliário, sua mãe uma socialite, e apesar de se importarem com ele profundamente, eles não eram de muito contato. Quando seus pais estavam lá, os três riam e se davam maravilhosamente, mas Dane podia ligar e desligar essa devoção como uma torneira. Como seus pais queriam que ele aprendesse que as relações entre empregador e empregado eram transitórias e não confiáveis, sua infância tinha sido preenchida com funcionários temporários. Ninguém tinha permissão para se tornar permanente. Mordomos, empregadas domésticas, jardineiros, motoristas, e um fluxo interminável de babás tinham enchido seus anos de formação. Eu estava certo de que a maneira como ele costumava trocar de mulheres era um reflexo direto das mulheres que lhe deram carinho e cuidado em sua vida e foram afastadas com tanta frequência. Dane não mantinha relacionamentos de longo prazo com ninguém, a não ser com as pessoas que ele mesmo escolhia: seus amigos, e então, finalmente, eu.
Eu tinha sido assistente de Dane por cinco anos antes de ser demitido e, em seguida, saber que ele estava basicamente me adotando como o irmão mais novo que ele nunca teve. Eu mudei meu sobrenome – Keyes – para Harcourt, e então éramos nós dois. Dane tinha sido adotado quando criança, e depois ele me adotou. Sempre fez todo sentido para mim e, eu sabia, para ele também. E ninguém nunca questionou o fato de não sermos parecidos, de ele ser alto e divino, e eu... não. Acho que, quando Dane olhava para as pessoas que pensavam em perguntar, e seus olhos cinzentos se fixavam neles, o olhar firme e inabalável, a ideia de questionar o homem sobre qualquer coisa se tornava ridícula. Melhor não desafiá-lo. Melhor simplesmente sorrir e acenar.
Enquanto eu segurava a porta aberta para ele, e ele me lembrou, mais uma vez, sobre o alarme, eu ia fazer um comentário espertinho sobre o tamanho do meu cérebro ser maior do que o de um poodle, de modo que eu era capaz de reter qualquer informação, ele quando esticou o braço e colocou a mão em minha bochecha.
"O que foi?"
"Nada,” ele disse suavemente antes de se virar e ir embora.
“Você poderia simplesmente dizer que me ama e que se preocupa comigo!” Eu gritei, rindo.
Ele nem sequer olhou por cima do ombro, e isso era cativante, por razões que a maioria das pessoas não entenderia. Mas eu entendia muito bem. Dane demonstrava como ele se sentia sobre você; ele não era bom em declarações de devoção. Qualquer um podia dizer que te amava; Dane mostrava isso e eu sempre tinha sido um cara que preferia ação ao invés de palavras – exceto no que se referia a Sam. Vindo dele, eu precisava das duas coisas.
Chamei Kola e Hannah para fora do quarto, e eles estavam entusiasmados com o Wii em seu quarto e o PlayStation e a televisão giganorme.
"Giganorme?” Eu repeti.
Kola assentiu.
"Quando o papai vem?” Hannah queria saber, porque ela era totalmente a menininha de Sam, ele era seu campeão; ela era sua líder de torcida e sua maior fã.
"Provavelmente não até a próxima semana, B.”
Ela começou a piscar, o que normalmente acontecia antes que ela começasse a chorar, então eu a agarrei e puxei para o meu colo, para um abraço.
“Pa, eu quero brincar de esconde – esconde."
"Ok, e depois devemos pedir pizza e assistir a um filme?”
“Pizza!" Kola gritava.
“Eu quero assistir The Wizard of Oz !"
“De novo não.” Ele mudou instantaneamente para choramingar. “Vocês só querem ver a parte da Bruxa Má do Oeste derretendo!”
Hannah parecia pensativa. "Eu deveria levar minha pistola d’água na minha mochila para atirar na Sra. Brady e descobrir se ela é uma bruxa.”
O rosto de Kola se iluminou. "Essa é realmente uma boa ideia,” disse ele, como se estivesse surpreso que sua irmã tivesse pensado nisso. “Você poderia simplesmente atirar em quem fosse mal para você.”
Seus olhos ficaram enormes.
“Não,” eu disse a ela, em seguida, olhei para ele. "E não é! Nós não saímos por aí dando banho nas pessoas com pistolas d’água. É rude.”
“Mas e se uma pessoa for uma bruxa?” Kola queria saber. “Como você sabe que é uma bruxa?”
“Você não vai saber a menos que atire água nelas.” Ele estava apelando para a minha lógica. "O que é rude,” eu repeti. Eu tirei um D em Lógica na faculdade.
Kola ergueu as mãos em derrota.
“E, além disso, existem bruxas boas e bruxas más, assim como no filme. E se você derreter uma boa?”
Ele considerou isso. “Eu não acho que as bruxas boas derretam com água.”
"Eu também acho que não.,” Hannah concordou com ele.
“Bem, nós vamos ter que pesquisar. "
Isso pareceu acalmá-los por um momento, e eu tive um pensamento. “Por acaso você está com sua pistola d’água aqui?”
Hannah assentiu. "Sim, tio Dane trouxe para mim.”
Por quê? Porque no mundo meu irmão teria perdido seu tempo para colocar sua pistola Super Soaker na mala? O homem era tão estranho às vezes.
"O que foi aquilo que você disse sobre os zumbis?” Hannah perguntou a seu irmão enquanto permanecia abraçada comigo. Eles, obviamente, tinham estado envolvidos em algum tipo de discussão enquanto eu estava conversando com Dane.
“Quando?”
"Eu perguntei se eles poderiam apertar botões.”
Ele balançou a cabeça. “Oh, sim; e não, eles não podem, só por acidente.”
Ela assentiu com a cabeça. “Que tal subir escadas?”
“Não, eles têm pernas rígidas. Você tem que dobrar os joelhos.”
Ela assentiu com a cabeça, aceitando claramente o seu testemunho de especialista sobre o assunto.
“Pa?"
“Sim, meu filho,” eu disse a sério.
“Se os dinossauros se transformaram em pássaros e os macacos se transformaram em seres humanos, no que se transformam em peixes?”
Eu realmente precisava de Sam em casa; ele poderia fazer isso por horas, especulações e hipóteses. Eu não era bom nisso. “Eu não sei, o que você acha?”
Kola olhou para sua irmã para se certificar de que sua voz fosse ouvida e incluída. Ele nunca respondia uma de suas próprias perguntas sem que ela desse sua opinião.
“Peixes grandes?” Hannah sugeriu.
Ele balançou a cabeça, pensativo. “Os tubarões?"
“Você disse que já havia tubarões,” ela lembrou.
“Sim, sim." Ele olhou para mim. “Pa?"
"Os peixes vieram para a terra e se transformaram em dinossauros,” eu disse a ele. "Eu acho. Ou algo assim. Você deveria ter perguntado a Milton enquanto estávamos no Arizona.”
“Oh, é mesmo.”
"Você pode mandar um e- mail para ele.”
Ele acenou com a cabeça. "Acho que você está certo, porque no meu livro o tubarão foi um peixe e, antes, um lagarto e, antes, um dinossauro.”
“Então, viu?” Eu me senti validado porque meu filho de seis anos de idade concordou comigo.
"Ok, então, os peixes não contam."
“Como assim?"
"Eles continuaram sendo peixes,” concluiu.
“Isso mesmo,” Hannah assentiu, encerrando aquela parte da discussão.
"Então, o que aconteceu com os insetos?”
"Em que se transformaram os insetos?”
"É.”
"Em robôs?” Eu sugeri depois de um segundo. "Transformers?”
Ele começou a rir. "Eu acho que você não entende nada sobre evolução, Pa." Não, provavelmente não, mas ele me abraçou tão apertado e beijou minha bochecha, então realmente, eu não me importava.
xxx
A família de Sam chegou em casa no domingo, e como eu sabia que eles estariam exaustos da viagem, os convidei para um jantar rápido no loft antes de irem para casa. Regina ficou tão grata, que considerou a salada que eu preparei, junto com lasanha e o pão de alho, uma bênção.
Quando Chaz e Pat apareceram com vinho, eu os alimentei também, e eles complementaram o que eu estava contando aos meus sogros e aos irmãos de Sam. Todos adoraram o esconderijo, como eles o chamaram, e durante o jantar e depois, nós conversamos sobre o caso de Sam e a testemunha ausente e o homem bonito – palavras de Rachel – que havia ido embora com Sam.
"Ele não é bonito,” Pat assegurou. "Ele é um...”
“Crianças aqui.” eu o interrompi.
“Idiota.,” Pat terminou , julgando o detetive Stiel.
"Ele é bonito, apesar de tudo.” Eu sorri, pensando na constituição impressionante do detetive, traços esculpidos, e os olhos cinza-metálicos. O homem era lindo, na verdade, e eu teria ficado impressionado, se um homem ainda mais bonito não dormisse em minha cama.
Quando Sam ligou à noite para dizer boa noite às crianças, a ligação foi rápida. Mas ele ligou novamente antes de eu ir para a cama para fazer sussurrar no meu ouvido que sentia minha falta e que me amava e para, por favor, manter o seu lado da cama quente.
“Dane nos colocou em outro lugar.”
"Eu sei, ele me disse. Gostei mais da ideia dele, e o Departamento de Polícia de Chicago realmente agradeceu por não ter que estacionar um carro patrulha em frente à nossa casa por tempo indeterminado.”
"Eu aposto que sim.”
"Ei, amanhã Chaz e Pat vão dar uma olhada em vocês, ok?"
"Sim, querido.”
Suspiro pesado. "É realmente o que eu sinto, sabe?”
"O quê?” Eu perguntei, já sabendo a resposta.
"Eu te amo.”
"Eu sei Sam."
"Ok, bom. É bom que você saiba.”
Meu gemido foi suave, mas ainda assim ele ouviu.
“Eu estarei em casa em breve, baby.”
Eu consegui apenas acenar.
Na segunda noite, no domingo após a conversa, depois que todos foram embora, depois ajustar o alarme e lavar a louça e colocar as crianças na cama, eu esperei por um telefonema. Mas tudo o que eu recebi foi uma mensagem de texto para dizer que me amava e que ele estava saindo do alcance do sinal do celular e que não tinha certeza de quando entraria em contato. Eu percebi que tinha que me preparar para o silêncio.
Na manhã seguinte, eu cheguei ao trabalho rápido. Era fácil simplesmente ir do esconderijo até o meu escritório. Dane estava certo, havia vantagens em uma distância menor. Cumprimentei Dylan com seu café com leite tamanho gigante, dei a Fallon seu scone , e estava prestes a me sentar quando recebi um telefonema da escola de Hannah e de Kola. Fiel à sua palavra, Hannah tinha levado uma arma – a mesma Soaker Super que seu tio tinha trazido de nossa casa – e testou sua teoria sobre a fusão de bruxas e água. Kola estava com problemas também. Ele aparentemente não tinha aceitado bem que sua pintura para set da ópera de Ação de Graças da escola não era boa. Estávamos trabalhando para que ele aceitasse críticas construtivas, mas no momento ele não gostava de perder – seus acessos de raiva davam um novo significado às palavras “sem espírito esportivo" – ou ouvir que algo que ele estava fazendo não estava certo. Interrogá-lo para tentar fazê-lo chegar à conclusão certa também estava em sua lista de coisas que o irritavam. O problema era que ele era um garoto doce, amoroso e atencioso, mas estava se transformando em um pirralho mimado. Mas só às vezes. Jogar qualquer coisa com ele estava ficando mais difícil. Eu, é claro, dava-lhe uma chance atrás da outra, e Sam parava o que estava fazendo tão logo ele mostrasse sequer o início de uma birra. Tivemos que chegar a um acordo até que ele crescesse ou que nós mudássemos o comportamento. Sam tinha sugerido que déssemos uma surra, e eu tinha só sacudido minha cabeça. Eu sabia que ele estava brincando, mas eu realmente tinha vontade de torcer o pescocinho de Kola às vezes, quando ele estava chorando e batendo o pé.
Na escola, Hannah estava arrependida sobre a pistola d’água; a senhorita Chun, sua professora, mordia o lábio inferior a cada cinco segundos para que não rir; a diretora, Sra. Petrovich, pressionou o punho fechado sobre a boca para não rir. A única que estava aborrecida era, naturalmente, a Sra. Brady, sua professora de música. Não achou graça nenhuma em ser ensopada com um canhão de água.
“Eu sinto muito, Sra. Brady. Isso nunca vai acontecer de novo.”
A senhorita Chun assentiu e olhou antes de se virar rápido para esconder o rosto.
A Sra. Petrovich soltou uma risadinha, parecendo muito triste, e, em seguida, fez um gesto para que a Sra. Brady saísse. Hannah foi enviada para sentar-se na sala de espera, e assim que a porta se fechou atrás dela, as duas mulheres se dissolveram em ataques de riso.
"Vocês não estão ajudando,” eu repreendi.
"Não foi nem mesmo a primeira vez que isso aconteceu,” a diretora me disse, enquanto as lágrimas corriam de seus olhos. "Dois anos atrás, uma criança apareceu com um colar feito de alho porque achava que ela fosse um vampiro!”
A respiração da Senhorita Chun estava ofegante.
"Há três anos, três crianças ficavam respingando água nela para ver se ela queimava."
Eu olhei para elas. “Talvez seja a hora de verificar o que ela está fazendo por aqui, no que diz respeito à educação.”
"Oh, não, ela é uma professora muito boa, só que...”
"Ela é uma bruxa!” A Senhorita Chun anunciou, caindo no sofá.
Eu joguei as minhas mãos e fui encontrar Kola.
Seu professor, Sr. Michaels, que era tão bonito quanto poderia ser, estava sentado com Kola na primeira fila do auditório, observando as outras crianças pintando, martelando e pendurando luzes. Havia vários pais ali, e muitos acenaram para mim enquanto eu caminhava pelo corredor.
Kola me viu, levantou-se e correu para me encontrar. Ele jogou os braços em volta da minha cintura e enterrou o rosto no meu estômago.
"O que aconteceu?” Eu perguntei a ele.
"Eu não fiz nada desta vez, Pa. Ollie fez."
"Diga-me,” eu disse, me ajoelhando para poder ver seus olhos. Seu rosto estava coberto de lágrimas e seus olhos estavam vermelhos.
"Ollie queria usar o martelo, mas era a minha vez, só que ele disse a seu pai que era a vez dele, e o Sr. Parker nem sequer perguntou ao Sr. Michaels, ele simplesmente veio e tomou o martelo de mim.”
“Ok. O que aconteceu então?”
“Então eu fiquei chateado e disse que não era justo, e o Sr. Michaels me trouxe até aqui, mesmo depois que eu lhe disse que o Sr. Parker torceu meu dedo quando pegou o martelo.”
"Qual dedo, filho?”
O dedo anelar da mão esquerda, a mão com a qual ele escrevia, estava enorme. Estava vermelho e inchado e, pelo menos, três vezes o tamanho normal.
Meus olhos foram para o Sr. Michaels.
"Sr. Harcourt?”
“Será que você não notou que o dedo dele pode estar quebrado?”
Ele estava fora de sua cadeira e ao nosso lado em segundos. “Ele não me mostrou e..." Ele virou a cabeça e gritou em direção ao palco. "Sr. Parker, você poderia vir aqui, por favor!”
Um grande homem que eu não conhecia – obviamente um novo pai que tinha acabado de matricular seu filho, já que eu nunca tinha visto Oliver antes – desceu do palco e andou pesadamente para nós.
"Chet?" Ele se dirigiu ao Sr. Michaels por seu primeiro nome – e não pela forma como éramos instruídos a abordar os professores na escola.
"Você, por acaso, retirou os dedos de Kola do martelo quando pegou dele?”
Ele deu de ombros. "Claro, ele não queria deixá-lo ir e não era a vez dele.”
“Como eu lhe disse, na verdade era a vez dele, mas esse não é o problema. Será que você o machucou quando pegou o martelo dele?”
“Que nada.” Ele balançou a cabeça, estendendo a mão para despentear o cabelo de Kola.
Bati em sua mão. “Não toque nele.”
"Ok, me desculpe." Ele levantou as duas mãos. “Mas eu não queria machucá-lo.”
Fiz um gesto apontando sua mão. "Acho que você quebrou o dedo dele.”
"Não quebrei. Eu não apliquei muita pressão.”
O homem era grande, no entanto. Ele não era tão poderosamente construído como Sam – não havia músculos saltando – mas ele certamente era forte o suficiente para machucar um menino.
Olhei para o Sr. Michaels. "Vocês dois vão ter notícias de meu advogado, porque você” – Eu apontei para o Sr. Parker - "nunca se deve tocar em quaisquer outras crianças, a não ser seu próprio filho, e você" – meu olhar caiu sobre o Sr. Michaels - "deveria ter estado lá para protegê-lo."
Virei-me, puxando meu telefone ao mesmo tempo, e liguei para Aja. Ela tinha sido diretora de uma escola pública, ela saberia o que fazer.
“Oi, querido, você não está ligando para cancelar...”
"Se um homem apenas quebrasse o dedo de Kola na escola, o que eu poderia fazer?"
"Sinto muito, o quê?”
Eu repeti o que havia acontecido, e ela me fez uma enxurrada de perguntas rápidas.
"Estou indo para o hospital agora.”
“Qual? Saint Joe?”
"Aham.”
"Ok, eu vou ligar para Rick. Ou ele ou alguém vai estar lá.”
“Obrigado.”
"Baby, você precisa de mim lá? Dane?”
"Não, eu estou bem.” Eu respirei, pois eu precisava era de Sam.
“Tudo bem.”
Eu desliguei, abri a porta do auditório, e fiz Kola e Hannah saírem antes de mim.
“Então nós temos que ir para o hospital agora, ok?"
Kola assentiu e se inclinou para mim, a cabeça no meu quadril. "Eu não dei um chilique naquela hora, Pa, eu juro. "
"Eu acredito em você, amigo, e estou contente que você saiba quando você faz isso e também porque você está trabalhando nisso. Nós apenas temos que...”
"Sr. Harcourt!”
Voltando, eu vi o Sr. Parker correndo pelo corredor depois de mim. Enfiei Kola e Hannah atrás de mim.
"Você não pode me ameaçar! Foi um acidente,” ele gritou quando me alcançou.
"Não foi" eu o corrigi, mantendo minha postura. “Você o machucou de propósito, e não há desculpa para isso. Como eu disse, você pode conversar com o meu advogado."
"Escute, seu veadinho,” ele zombou, empurrando seus dedos na minha clavícula. "Você não vai causar nenhum problema para mim. Aquele garotinho ridículo de vocês...”
"Sr. Parker!" O Sr. Michaels gritou – aterrorizado, dava para ver – enquanto corria pelo corredor até nós.
"Não! Isso é uma babaquice! Eu...”
“Dê um passo para trás,” eu disse a ele, a voz fria e dura. "Estou me sentindo ameaçado, Sr. Parker, e eu não gosto disso. Eu não quero você dentro de cem metros de um dos meus filhos. Então dê passo para trás...”
Seus olhos se fixaram nos meus.
Ele me olhou ameaçadoramente, mas na verdade, em comparação com outros que eu conhecia o homem não era assustador. Poucos dias atrás, um homem havia apontado uma arma para mim; um homem desarmado não ia me inspirar qualquer terror.
Depois de um minuto, ele deu um passo para trás. Eu me virei, agarrei a mão direita de Kola e a esquerda de Hannah, e caminhei em direção à frente da escola. A Sra. Petrovich tentou me parar para conversar, mas eu estava muito chateado e fui direto para minha minivan e os coloquei para dentro. Quando eu estava saindo do estacionamento, olhei pelo retrovisor e vi todos os três deles – o professor, a diretora, e o pai – nos degraus da frente.
No hospital, fui para a sala de emergência, e em poucos minutos, estávamos em um quarto. Um adulto poderia esperar por horas, mas não crianças pequenas. Hannah se sentou na cama ao lado de seu irmão jogando LocoRoco2 em seu PSP. Ela adorava – cantava junto as músicas que eu acho que não eram, na verdade, em qualquer língua real, e a disraía. Seu irmão olhava para ela, tentando com todas as suas forças não ser sugado para o que chamava de “jogo para bebê,” mas não era realmente.
Eu não fiquei satisfeito quando o Dr. Varma disse que achava que seu dedo estava quebrado, e não apenas torcido.
“Mas nós vamos bater um raio-X para ter certeza. "Ele sorriu para Kola, segurando sua mão boa na dele. "Então você vai ficar aqui um pouco, amigo, ok?"
Kola assentiu.
"Tudo bem.” Ele olhou para mim. “Como isso aconteceu?”
Quando eu contei, ele disse que a polícia teria que ser notificada.
"Eu vou entrar em contato,” disse a ele.
Ele balançou a cabeça e disse que daria uma declaração. Enquanto esperávamos que Kola descesse para um raio-X, liguei para Pat.
Hannah e eu fomos com Kola quando chegaram para levá-lo, porque meus filhos não iam a lugares sem mim. Eu não tirava os olhos deles. Eu tinha sido chamado de mãe neurótica muitas vezes, mas isso não importava. Era por isso que eles não passavam a noite em casas de pessoas que eu não conhecia, ou caminhavam até o parque sem mim, ou falavam com estranhos. E era engraçado quantas vezes Kola ou Hannah vinham até mim depois da escola com um garoto que eu nunca vi na minha vida, e disse que a mãe de tal e tal criança disse que estava bem se ele ou ela fosse à nossa casa. Os pais nunca tinham sequer me conhecido, e nunca tinha falado comigo, mas tinham certeza, já que nossos filhos frequentavam a mesma escola, que era seguro para enviá-los para casa comigo. Era incompreensível. Eu tinha que conhecer as pessoas antes de confiar neles com meus filhos.
Uma vez Kola me ligou da casa de seu amigo Owen porque a mãe de Owen, Georgette, tinha saído e o tio de Owen estava lá cuidando deles. O tio, irmão mais novo de Georgette, tinha dezessete anos. Ele tinha levado Owen e Kola até uma loja, onde ele foi comprar cigarros e cerveja e um pouco de charque. Owen morava no centro da cidade, o que significava que o meu menino, sem a supervisão de um adulto, tinha andado pelo maior bairro da cidade até o lugar onde se encontrava essa tal loja. Eu pensei que fosse desmaiar.
Eu liguei para Sam, completamente descontrolado, porque seu escritório era mais perto e, no trânsito, eu levaria mais de uma hora para chegar ao nosso filho. Ele havia saído do trabalho e ido diretamente buscar Kola. No processo, Sam tinha aparentemente deixado o irmão apavorado, depois de confiscar tanto a cerveja quanto os cigarros.
Georgette me ligou mais tarde naquela noite para pedir desculpas, e eu a convidei para tomar um café depois da aula no dia seguinte. Ela ficou surpresa quando eu a trouxe de volta para casa comigo, me sentei com ela no meu cantinho de café da manhã enquanto as crianças brincavam no andar de cima, e preparei um café com leite com minha máquina de café expresso.
"Eu amo a sua casa,” ela me disse, e eu fiquei grato, apesar de estar uma bagunça. "Somos só eu e Owen na minha casa, e... isso é bom."
Mães trabalhadoras – Eu entendi que elas precisavam de ajuda. Eu me ofereci para ficar com Owen nos feriados, como no Quatro de Julho ou no dia de Ação de Graças, quando ela tinha que trabalhar em uma loja de venda a varejo. Owen tinha uma bolsa de estudos para a escola, ela não tinha dinheiro para mandá-lo para lá. Ela estava sozinha; seu ex-marido a tinha abandonado com seu filho e nunca mais olhou para trás. Atualmente, ela estava no meio de um processo por pensão alimentícia. Quando Sam chegou em casa e as crianças voaram por toda a casa para recebê-lo, mesmo Owen andando timidamente para dizer oi, eu vi seus olhos se encherem e seu lábio inferior tremer. A maneira como Owen olhava para Sam Kage, com olhos ávidos quando Sam despenteou seu cabelo, era difícil para ela testemunhar. E não porque era eu ou Sam, era apenas a ilustração da família à sua frente. Eu ainda ficava espantado, às vezes, por que todas as coisas que eu tinha pensado que nunca poderia ter, agora eram minhas.
Então, por causa disso, porque eu sabia que nada era garantido, deixar meu filho ir bater raio-X sozinho não era uma opção. Ele tinha que saber que eu estava ali e que sempre estaria.
Quando voltamos, Chaz e Pat estavam esperando na sala por mim.
As crianças ficaram felizes em vê-los, e eu notei, como sempre fiz, as diferenças entre os dois homens: Chaz em seu terno e gravata, Pat na camisa sob a jaqueta de couro, com calça jeans e botas de trabalho. Eles não poderiam parecer mais estranhos juntos. Chaz era suave e sofisticado, e Pat era quem o seguraria contra a parede, enquanto o bom policial lhe fazia perguntas. Eles haviam sido parceiros por uma eternidade, e não tinham desejo de mudar. Sam me disse que qualquer um deles poderia fazer exame para capitão e ser promovido, mas nenhum deles jamais faria. Burocracia e política não eram a área deles; eles queriam apenas fazer o que faziam melhor: resolver crimes.
"Ei, J,” Chaz me cumprimentou. “Faz tempo que não o vejo.”
Uma vez que tinha sido apenas na noite anterior, eu entendi a piada.
"Ei, Steph quer que você e Sammy e as crianças apareçam em nossa casa assim que ele voltar, ok?" Ele inclinou a cabeça para Pat. "Ela disse que já falou com E.”
"Tenho certeza que falou.” Pat sorriu para Chaz porque suas esposas, Stephanie Diaz e Ersi Cantwell, eram como unha e carne. Quando seus maridos eram tão próximos como Chaz e Pat, você orava para que se dessem bem. Ersi sempre disse que, em Stephanie, ela tinha sido abençoada tanto com uma melhor amiga, quanto com uma irmã. O melhor para mim foi que ambas haviam me acolhido também. Eu era muito grato.
"Assim que Sam chegar em casa, nós adoraríamos."
Chaz assentiu.
"Ok, então,” disse Pat, movendo-se ao longo ao lado de Kola, "o que aconteceu, Kage?”
Kola adorava quando Pat o chamava de "Kage.” Isso o fazia se sentir grande e forte, pois lhe lembrava de que era filho de Sam, e isso sempre era bom. Eu tinha certeza de que, durante a adolescência, isso seria um problema, mas aos seis anos ainda era uma fonte de orgulho.
"O Sr. Parker dobrou meus dedos bem para trás quando ele tirou o martelo de mim, e um deles está doendo muito.”
Olhos de Pat foram até os meus, e eles estavam assustadores.
“Oh.” Chaz balançou a cabeça. “Você percebe que é, tipo, o cara mais sortudo do planeta porque Sam não está aqui agora."
"Sei disso,” disse a ele.
“Você pode me mostrar como ele fez isso?” Pat pediu a Kola. "Eu vou ser você e você vai ser o Sr. Parker.”
"Ok.” Kola assentiu.
Para diminuir a tensão um pouco, eu perguntei sobre os três rapazes de Chaz e as quatro meninas de Pat. A mais velha de Pat estava se formando no ensino médio em junho, e a ideia de que suas cartas de aceitação da faculdade estariam chegando logo, estava pirando Pat. Não que ele precisasse se preocupar – eu sabia que Iris estava na Universidade de Chicago; se não fosse a sua primeira escolha, então, certamente, sua segunda.
Aparentemente, a partir das respostas grunhidas, as proles de ambos os homens estavam bem. O que não estava, era como Kola tinha sido tratado pelo Sr. Parker.
Pat ficou ao meu lado depois de Kola lhe mostrou o que tinha sido feito. "Eu mataria qualquer um que tocasse em uma das minhas meninas assim. Eu vou falar com o médico e se ele diz que sim, que a lesão é consistente com a história de Kola, eu vou prender esse cara. Você está me ouvindo?”
Eu balancei a cabeça.
"Ele o ameaçou? Kola contou que você disse para ele se afastar.”
"Ele estava muito perto das crianças. Se tivesse sido só eu, eu não teria me preocupado.”
Ele balançou a cabeça e colocou a mão nas minhas costas levemente. "As crianças ficam em casa amanhã, J, tudo bem?”
"Ok.”
Chaz e Pat saíram para encontrar o médico, e Rick Jenner, marido da minha amiga Aubrey Jenner, entrou seguido por duas mulheres.
“Ah.” Eu sorri quando ele se aproximou de mim com a mão estendida. "Achei que você fosse mandar alguém, não que o sócio-gerente da Riley, Jenner, Knox, e Pomeroy fosse aparecer no quarto de hospital do meu filho.”
Ele sorriu calorosamente. “Na realidade é Jenner e Knox agora, Sr. Harcourt, e eu sou o sócio fundador; Tobias Knox é o sócio-gerente, porque eu gosto de golfe.”
"Eu não tinha ouvido falar. Parabéns, Rick.”
"É porque você e o Marsal não aparecem às festas que são convidados.”
"Nós não temos sua renda mensal, tampouco.”
Ele riu. "Eu vou te ver hoje à noite, certo?”
"Eu não sei. Vamos ver como Kola se sente.”
"Não, pai,” Kola choramingou. "Eu tenho que ir para a casa da tia Dyl. Mica falou que ela vai fazer s'mores no forno.”
Mica, filho de Dylan, como era o mais velho dos nossos quatro filhos, muitas vezes fazia grandes planos dos quais sua mãe não tinha conhecimento prévio. "Vamos ver como você se sente, baby.”
"Eu vou ficar bem.”
"Deixe-me falar com o seu advogado, ok?"
Ele olhou para mim. “Ele não é amigo do tio Dane?”
"Sim, ele é,” eu disse ao meu filho antes de me virar para Rick. "Desculpe, me diga o que fazer.”
“Bom em primeiro lugar, eu espero que o dedo dele esteja quebrado, porque uma fratura vai curar mais rápido do que uma entorse, e o que nós vamos fazer é processar a escola até o chão.”
Eu balancei minha cabeça. "Oh, não, eu só quero que o Sr. Parker seja impedido de estar perto de meu filho, ou dos meus filhos, em qualquer situação.”
“Você quer que ele seja impedido de se aproximar da escola?”
"Sim.”
Ele acenou com a cabeça. "Ok, eu posso fazer isso. Mas você tem certeza de que isso é tudo.”
“E ele deve pagar por esta visita de médico, você não acha?”
“Mais uma vez,” ele suspirou, "você está sendo muito bom. Se isso fosse comigo, eu iria processá-lo por tudo que ele tem.”
Eu fiz uma careta. "Não, você não faria isso.”
"Sim, eu faria, mas eu sou assim.”
"O que você precisa que eu faça?”
"Eu vou fazer com que alguns papéis sejam entregues por uma dessas pessoas legais comigo; essas são Theresa Lin e Nadira Kothari.”
Eu sorri para as mulheres.
"Qualquer uma das duas que aparecer, vai revisar tudo com você, e nós vamos obter os documentos assinados e arquivados. Agora, Theresa vai dirigir-se ao tribunal para obter uma ordem de restrição.”
"Ok.”
"Ok,” ele repetiu, dando um tapinha no meu ombro.
Eu estava finalmente começando a me sentir um pouco melhor.
Liguei para Dylan no caminho para o loft e expliquei que o dedo de Kola estava quebrado e que eu não tinha certeza se eu deveria deixá-lo com ela. Não obstante o queixoso choramingar ao fundo, ela me implorou para que deixasse as crianças lá.
“Parece divertido, e você nunca mais sai, e é só até a casa de seu irmão e de volta.”
“Sim, mas e se assassinos chegarem à sua casa depois do...”
"Sério? Assassinos? Tem certeza de que eles não são ninjas?”
“Isso é sério.”
"Eu entendo, mas a sua vida sempre se parece com isso de uma forma ou de outra, e eu não acho que alguém vem atrás de você ou das crianças. Eu não acho que Sam teria permitido que você não entrasse em custódia preventiva se esse fosse realmente o caso. Pense nisso a sério por um minuto e pense sobre o que você sabe sobre o seu homem."
Ela estava certa.
“E realmente, na minha rua?” Ela zombou. “Quem tem vizinhos mais curiosos do que eu?”
“Oh, sim, você ganha,” eu murmurei sob a minha respiração.
"Olá! Sra. Applebaum e sua melhor amiga, a Sra. Flores? E a Sra. Wong? Pelo amor de Deus!"
“Então você está dizendo que meus filhos estariam seguros com você?”
"Tia Dyl, venha me pegar!” Hannah gritou.
“Isso é o que eu estou dizendo.”
"Eu só sinto que Kola precisa...”
"Eu quero s’mores!” Meu filho choramingou.
“Dyl..."
"Eu ouço o canto da galeria do amendoim atrás de você, por sinal.” Ela bufou uma risada. "Vamos lá, baby, me dê seus filhos. Prometo não vendê-los aos ciganos.”
Eu comecei a rir.
"A não ser que eu consiga um preço muito bom.”
"Espero que Chilly não esteja te deixando louca.”
“Ele deixou Sheila louca. Eu estou bem. Tenho um grande retrato dele pendurado na ponta do nariz dela.”
Eu gemi. Sheila, o São Bernardo de Dylan, não era nada se não longânima .
"Então?"
“Por favorxiiiinho, Pa." – Hanna pediu.
"Por favor, não favorxiiiinho.”
“Favorxiiii..." Hanna começou a rir. “Kola faz xixi!”
“Pa! Hannah disse que eu faço xixi!"
"Tudo bem,” eu disse a Dylan. “Certifique-se de que os ciganos lhe paguem em ouro.”
Sua gargalhada me fez sentir normal pela primeira vez durante todo o dia.
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