- Sou um homem ocupado, meu filho. Topa ou passa?
- Topo – disse Travis – É só me dar as coordenadas e estarei lá.
- Você vai lutar com o Brock McMann. Ele não é nenhuma mocinha. Foi expulso do UFC no ano passado.
Travis não se incomodou com a informação.
- É só me dizer onde preciso estar.
O sorriso de tubarão de Benny se espalhou pelo rosto.
- Eu gosto de você, Travis. Acho que seremos bons amigos.
- Duvido – Travis respondeu.
Ele abriu a porta para mim e manteve uma posição protetora e preparada para o ataque, até o momento em que saímos pela porta da frente.
- Meu Deus! – América gritou ao ver o sangue cobrindo as roupas de Travis. – Vocês estão bem?
Ela me agarrou pelos ombros e analisou meu rosto.
- Eu estou bem. Só mais um dia no escritório. Para nós dois – falei, secando as lágrimas.
Travis me agarrou pelas mãos e fomos correndo até o hotel, com Shepley e América nos seguindo bem de perto. Poucas pessoas prestavam atenção na aparência de Travis. Ele estava coberto de sangue mas só alguns ocasionais forasteiros notavam.
- Que diabos aconteceu lá? – Shepley por fim perguntou.
Travis tirou as roupas, ficando só de cueca, e sumiu dentro do banheiro. O chuveiro foi ligado e América me entregou uma caixa de lenços de papel.
- estou bem, Mare.
Ela suspirou e empurrou a caixa pra mim mais uma vez.
- Não está, não.
- Não foi minha primeira vez com o Benny- falei.
Meus músculos estavam doloridos como resultado das vinte e quatro horas de tensão pelas quais havia passado.
- Foi a primeira vez que você viu Travis lutar com alguém como um louco – disse Shepley. – Já vi isso acontecer e não é nada bonito.
- O que aconteceu? – insistiu América.
- O Mick ligou para o Benny e passou a responsabilidade para mim.
- Eu vou matar o Mick! Vou matar aquele filho da puta! – gritou América.
- O Benny não ia me considerar responsável, mas ia ensinar uma lição ao Mick por ter enviado o filho para pagar a divida. Ele chamou dois de seus malditos cães de guarda pra cima da gente e Travis os derrubou. Os dois. Em menos de cinco minutos.
- então o Benny deixou vocês irem embora? – América quis saber. Travis surgiu do banheiiro com uma toalha enrolada na cintura, e a única evidencia da briga era uma marca vermelha na maçã do rosto, logo abaixo do olho direito.
- Um dos caras que eu derrubei tinha uma luta amanha a noite. Vou assumir o lugar dele e, em compensação, o Benny vai perdoar os cinco mil que faltam da divida do Mick.
América se levantou.
- Isso é ridículo! Por que estamos ajudando o Mick, Kevin? Ele te jogou aos lobos! Eu vou matar o Mick.
- Não se eu matar primeiro – disse Tracis borbulhando de raiva.
- entrem na fila – falei.
- Então você vai lutar amanhã? – Shepley perguntou.
- Num lugar chamado Zero’s. Ás seis horas. É com o Brock McMann, Shep.
Shepley balançou a cabeça.
- De jeito nenhum. Nem ferrando, Trav! O cara é um maníaco!
- É – disse Travis -, mas ele não está lutando pelo garoto dele, não é? – ele me aninhou em seus braços, beijando o topo da minha cabeça. – Você está bem, Beija-Flor?
- Isso é errado. Isso é errado em tantos sentidos. Não sei com qual deles devo tentar te convencer a não fazer isso.
- Você não me viu hoje? Vou ficar bem. Eu já vi o Brock lutar. O cara é duro na queda, mas não é imbatível.
- Eu não quero que você faça isso , Trav.
- Bom, eu não quero que você vá jantar com seus ex namorado amanhã à noite. Acho que nós dois vamos ter que fazer algo desagradável para salvar a pele do seu pai imprestável.
Eu já tinha visto isto antes. Las Vegas muda as pessoas, cria monstros e homens arruinados. Era fácil deixar as luzes e sonhos roubados penetrarem no sangue. Eu já tinha visto a enérgica e invencível expressão no rosto de Travis muitas vezes antes, e a única cura era um avião de volta para casa.
*
*
*
Jesse franziu a testa quando olhei mais uma vez para o relógio.
- Você tem outro compromisso, Docinho? – ele me perguntou.
- Por favor, para de me chamar assim, Jesse. Odeio esse apelido.
- Eu odiei quando você foi embora também, o que não te impediu de ir.
- Essa conversa já deu. Vamos simplesmente jantar, tudo bem?
- Tudo bem. Vamos falar sobre seu novo namorado. Qual é o nome dele? Travis? – Assenti. – O que você está fazendo com aquele psicopata tatuado? Ele parece um rejeitado da família Manson.
- Seja legal, Jesse, ou eu vou embora.
- Não consigo acreditar em como você mudou. Não consigo acreditar que você está sentado aqui na minha frente.
Revirei os olhos
- Desencana.
- Aí está ele – disse Jesse – O garoto que eu me lembro.
Baixei o olhar para o relógio no pulso.
- A luta do Travis começa em vinte minutos. É melhor eu ir.
- Ainda temos a sobremesa.
- Não posso, Jess. Não quero que ele se preocupe, pensando se vou ou não aparecer. Isso é importante.
Ele deixou os ombros caírem.
- Eu sei. Sinto falta dos dias em que eu era importante.
Coloquei minha mão na dele.
- A gente era criança. Isso foi ha uma vida.
- Quando a gente cresceu? Você estar aqui é um sinal, Kevin. Achei que nunca mais te veria e você está aqui, sentado na minha frente. Fica comigo.
Balancei lentamente a cabeça em negativa, hesitante em magoar meu amigo mais antigo.
- Eu amo o Travis, Jess.
A decepção dele obscureceu o largo sorriso que tinha no rosto.
- Então é melhor você ir.
Dei um beijo no rosto dele e saí voando do restaurante, pegando um táxi.
- Pra onde? – perguntou o taxista.
- Para Zero’s.
Ele se virou para trás, me olhando de cima a baixo.
- Tem certeza.
- Tenho! E é pra hoje! – falei, jogando o dinheiro sobre o banco.
*
*
*
Travis finalmente abriu caminho em meio a multidão com Benny ao seu leda, sussurrando em seu ouvido. Travis assentiu e respondeu. Meu sangue correu frio nas veias ao vê-lo tão amigável com o cara que havia nos ameaçado menos de vinte e quatro horas antes. Travis se deleitou com os aplausos e os cumprimentos por seeu triunfo enquanto a multidão rugia. Ele caminhava mais ereto, seu sorriso era mais largo, e, quando chegou até mim, me plantou um beijo na boca.
Pude sentir o suor salgado mesclado ao gosto de sangue em seus lábios. Ele tinha ganhada a luta, mas não sem alguns machucados.
- O que foi aquilo? – perguntei, ao ver Benny rindo com sua gangue.
- Depois eu te conto. Temos muito o que conversar – disse ele, com um largo sorriso no rosto. E eu não estou gostando nada disso.
Um homem deu tapinhas nas costas dele.
- Valeu – disse Travis em resposta, virando-se para cumprimentá-lo.
- Ansioso para ver mais uma luta sua, filho – disse o homem, entregando-lhe uma garrafa de cerveja. – Aquilo foi incrível.
- Vamos, Flor.
Ele tomou um gole da cerveja, bochechou e cuspiu. O liquido cor de âmbar no chão estava tingido de sangue. Ele foi passando em meio a multidão, inspirando fundo quando chegamos ao lado de fora,na calçada. Ele me beijou uma vez e me conduziu pela The Strip, com passos rápidos e determinados.
No elevador do hotel, me empurrou de encontro à parede espelhada agarrou minha perna e a ergueu num movimento rápido de encontro a seu quadril. Sua boca procurou a minha ansiosamente, e senti sua mão sob meu joelho deslizar até a coxa e agarrar o cós da minha bermuda.
- Travis, tem câmera aqui – falei, com a boca encostada na sua.
- Que se foda – ele disse, rindo baixinho. – Estou comemorando.
Eu o afastei.
- Podemos comemorar no quarto – falei, limpando a boca e olhando para minha mão, vendo fois vermelhos de sangue.
- O que há com você, Beija-Flor? Você ganhou, eu ganhei, nós liquidamos a divida do Mick e acabei de receber a proposta da minha vida.
O elevador se abriu e permaneci onde estava. Travis saiu para o corredor.
- Que tipo de proposta? – eu quis saber.
Ele estendeu a mão para mim, mas ignorei. Meus olhos se estreitaram. Eu já sabia o que Le ia dizer.
Ele suspirou.
- Já falei, vamos conversar sobre isso depois.
- Vamos conversar sobre isso agora.
Ele se inclinou na minha direção, me puxou pelo pulso e me ergueu em seus braços.
- Vou ganhar dinheiro suficiente para te devolver o dinheiro que o Mick te tirou, pra voc~e pagar o que falta da faculdade, para eu terminar de pagar a minha moto e comprar um carro novo pra você – ele disse, deslizando o cartão-chave pela ranhura da porta e abrindo-a, e depois me colocou no chão. – E isso é só o começo!
- E como exatamente você vai fazer isso?
Senti um aperto no peito e minhas mãos começaram a tremer.
Ele pegou meu rosto nas mãos, empolgado.
- O Benny vai me deixar lutar aqui em Vegas. Seis dígitos por luta, Flor. Sei dígitos por luta!
Fechei os olhos e balancei a cabeça em negativa, ignorando a excitação nos olhos dele.
- que você disse pro Benny?
Travis ergueu meu queixo e abri os olhos, temendo que ele já tivesse assinado o contrato.
Ele riu baixinho.
- Falei pra ele que pensaria no assunto.
Soltei o ar que estava prendendo.
- Ah, graças a Deus! Não me assusta desse jeito, Trav. Achei que estivesse falando sério.
Ele fez uma careta e assumiu uma postura firme antes de falar.
- Eu estou falando sério, Flor.Eu disse a ele que precisava conversar com voc~e primeiro, mas achei que você ficaria feliz. Ele vai agendar uma luta por mês. Você faz idéia de quanto dinheiro isso significa? Dinheiro VIVO!
- Eu sei fazer contas, Travis. E também sei manter o juízo quando estou em Vegas, algo que, é óbvio, você não sabe. Tenho que te tirar daqui antes que você faça alguma idiotice.
Fui até o armário, arranquei nossas roupas do cabide e as enfiei furiosamente na mala.
Ele pegou gentilmente meus braços e me virou.
- Eu posso fazer isso. Posso lutar para o Benny durante um ano e a gente fica bem de vida por um bom tempo, um bom tempo mesmo.
- O que você vai fazer? Largar a faculdade e se mudar pra cá?
- O Benny vai pagar minhas viagens e marcar as lutas de acordo com meu horaario na faculdade.
Dei risada, incrédulo.
- Você não pode ser tão ingênuo, Travis. Quando se está na folha de pagamento do Benny, você não vai lutar para ele somente uma vez por mês. Esqueceu do Dane? Vai acabar se tornando um capanga dele!
Ele balançou a cabeça.
- Nós já discutimos sobre isso, Flor. Ele não quer que eu faça além de participar das lutas.
- E você confia nele? Sabe por que chamam de Benny Liso por aqui?
- Eu quero comprar um carro pra você, Beija-Flor. Um carro legal. Além de pagar as mensalidades da faculdade, as minhas e as suas.
- Ah, a máfia está discutindo bolsas de estudo agora?
Travis cerrou o maxilar. Ele estava irritado por ter que me convencer.
- Isso vai ser bom pra gente. Eu posso guardar dinheiro até comprar uma casa. Não consigo ganhar isso em nenhum outro lugar!
- E quanto a sua formação em direito? Você vai ver seus antigos colegas de classe com certa freqüência trabalhando para o Benny, juro pra você!
- Baby, eu entendo seu medo, de verdade. Mas estou sendo esperto em relação a isso. Vou lutar por um ano e depois a gente cai fora para fazer o que bem entender.
- Não se larga simplesmente o Benny, Trav. Ele é o único que pode lhe dizer quando acabou. Você não faz idéia de com quem você está lidando! Não consigo acreditar que você está sequer considerando essa possibilidade! Trabalhar para um homem que teria mandado os capangas dele nos espancarem sem dó ontem à noite se você não tivesse impedido?
- Exatamente. Eu o impedi.
- Você impediu dois capangas dele, Travis. O que você vai fazer se surgir uma dúzia deles? O que você vai fazer se eles vierem atrás de mim durante uma de suas lutas?
- Não faria sentido ele fazer uma coisa dessas. Vou ganhar uma montanha de dinheiro pra ele.
- No momento em que você decidir que não vai mais fazer isso se torna descartável. É assim que eles trabalham.
Travis se afastou de mim e olhou pela janela. As luzes piscantes coloria suas feição em conflito. Sua decisão já estava tomada antes mesmo dele vir falar comigo.
- Vai dar tudo certo, Beija-Flor. Vou garantir isso. E então a gente vai ficar bem.
Balancei a cabeça e me virei enfiando as roupas na mala. Quando chegássemos em casa ele voltaria a ser o velho Travis novamente. Las Vegas fazia coisas estranhas com as pessoas, e eu não conseguia argumentar com Travis enquanto ele estivesse embriagado com aquele fluxo de dinheiro e uísque.
Eu me recusei a continuar discutindo o assunto até que estivéssemos no avião, com medo de que Travis me deixasse partir sem ele. Prendi o cinto de segurança e cerrei os dentes, observando-o olhar de maneira nostálgica pela janela do avião, enquanto subíamos no céu noturno. Ele já estava sentindo falta da malicia e das tentações ilimitadas que Vegas tinha a oferecer.
- É muito dinheiro, Flor.
- Não.
Ele virou a cabeça na minha direção.
- Essa decisão é minha. Não acho que você está tendo uma visão ampla das coisas.
- E eu acho que você perdeu a droga da razão.
- Você não está nem considerando a idéia?
- Não, e nem você. Você não vai trabalhar para um criminoso assassino em Las Vegas, Travis. É completamente ridículo que você pense que eu poderia considerar essa possibilidade.
Ele suspirou e olhou pela janela.
- Minha primeira luta é daqui a uma semana.
Meu queixo caiu.
*********
Continua...
*********
IZZABOR: Não, eu não estava postando no wattpad, outra pessoa estava postando ela gay.... essa história não é minha é da autora Jamie McGuire. E ela é hetera, só que eu passei ela pra cá gay......
WILLIAM26: Vc parece que adivinha o futuro kkkk ( ou leu o livro) vc acerta tudo o que vai acontecer kkkkk
BIBIZINHA2: kkkk, E aí gostou????
MARC01CL: Ata, lembrei kkkkk essa mentirinha não valeu não rsrs ele só não queria dizer a verdade por que iam surgir perguntas, e uma pergunta leva a outra e ai já viu né kkkkk quando eu to escrevendo fico tão empolgada que esqueço da dor que vai vim, meu pescoço já ta pedindo arrego agora rsrs, principalmente nesses capítulos agora kkkkkkk O travis é tipo um Super Man mais “humanizado”, não perde nunca caramba kkk Eu também queria ter amigos que nem o Kevin ( claro que tenho uns dois ou três que se salvam) mas a maioria é tudo um bando de falsiane, que não pensa duas vezes pra passar por cima dos outroVegas já está influenciando o Travis, e o que você achou disso??? Se o Mick aparecesse de novo com uma de suas pérolas, eu não ia ser tão educada quanto vc não, eu ia manda-lo direto pra outro lugar hahaha PS: Só pra avisar mesmo, to fazendo merda nenhuma então é bem provável que saia outro capitulo amanhã, ah, e minha férias acabam amanhã e de volta a escola, então pra postar vai ficar osso, Beijinhos meu lindo ♡♡Cintia C: já dei parabéns no outro capitulo, (agora que eu fui ver que escrevi seu nome errado, foi mau) Espero que vc tenha se divertido muito no seu niver, Beijinhos linda!