Peculiaridades (Parte 1-2)

Um conto erótico de Lucas
Categoria: Homossexual
Contém 2822 palavras
Data: 07/07/2016 10:14:50
Assuntos: Gay, Homossexual

Peculiaridades - Capítulo 1

-Até quando você vai viver nessa vida?

-Você diz a minha vida?

-Cara, olha o que você está fazendo com você, eu não te conheço mais!

-Não enche vai!

-Lucas, você já tem 26 anos, você sai todo dia, bebe todo dia, fuma feito louco e sabe deus mais o que você faz. Transa com desconhecidos, não fala com sua família por culpa sua e você sabe disso, onde você quer chegar com isso cara? Você está se destruindo.

-Caio, eu tenho 26 anos como você disse, sou maior de idade, eu trabalho, eu pago a merda dessa aluguel com você, não deixo faltar nada com meus compromissos, tem como você deixa eu viver minha e você viver a sua? Eu bebo, eu fumo, eu trepo, eu faço tudo com o meu dinheiro. Isso diz respeito a mim! - Mas que porra, a vida é minha ele não tem o direito de se meter. Carlos é meu melhor amigo desde os meus 12 anos e sempre foi o mais consciente entre nós dois e isso era bom, porém me estressava às vezes. Só estou vivendo minha vida.

-Tudo bem, eu não falo mais nada. Viva sua vida então bonitão. Boa sorte! - ele disse se levantando arrumado para o trabalho e eu me direcionei ao banheiro para tirar aquela inhaca de cachaça e cigarro e ir trabalhar. Se eu me atrasasse estava arriscado perder o emprego então dei uma apressada e fui.

Eu sou gerente de uma loja de roupas masculinas sociais, então minha aparência tinha que estar sempre impecável, eu forçava o máximo, afinal, eu geralmente estava destruído, noites mal dormidas e às vezes nem dormidas, culminavam em olheiras e etc. Cheguei pontualmente ao shopping e encaminhei-me à loja onde o dono estava junto a porta e com ele havia um homem alto com um terno e postura bem formal. Algo estava errado e eu iria descobrir o que era. Aproximei-me deles, cumprimentei-os e o senhor Cláudio Manuel, meu patrão e dono da loja, convidou-nos para sua sala para que assim possamos conversar melhor e assim fomos. Não pude deixar de reparar na beleza do homem que entrava juntamente com a gente loja a dentro, aparentava ter seus 40 anos, entretanto bem conservados, com um corpo invejável, alguns grisalhos apareciam timidamente em sua barba e cabelo e isso dava-o um charme maior. Tudo nele parecia ter sido feito a mão e muito bem feito, sem contar com o aroma que aquele homem emitia, era algo amadeirado e misturado ao seu cheio característico, fazia ser o melhor cheiro possível, confesso que imaginei dezenas de coisas com aquele homem. Entramos na sala do senhor Cláudio e ele sentou-se na cadeira do outro lado da mesa e indicou com o dedo as cadeiras para que sentássemos.

-Então, Dr. Lyncer esse é o Lucas, o até então gerente da loja - "como assim até então?" - um ótimo funcionário, competente e dedicado, conhece bastante da logística da loja, dos funcionários e até mesmo dos clientes, alguns chegam e perguntam diretamente por ele, já gravaram inclusive os dias cujos ele está de plantão. Acho que será bastante interessante para o senhor que ele continue, pois ele entende bem do funcionamento da loja e não deixa a desejar nisso. Falo como um dono sem laços com ele.

-Obrigado senhor Cláudio. - olhei para o homem que me estudava calado e parecia pensar em algo, mas eu não conseguia decifrar o que, então decidi dar um sorriso e estender minha mão para o homem a minha frente. - É um prazer dr. Lyncer.

-Ah sim. Um prazer. - disse áspero e voltou-se ao Sr. Cláudio. - ele me parece carismático, mas será que é de fato competente? Parece-me novo demais, sabe-se lá o que se passa na cabeça desses jovens.

Confesso que me irritei um pouco e estava a ponto de responder a altura, mas me contive, eu estava à frente do meu patrão e de um homem que parecia ser superior a mim, logo eu só tive como opção abaixar a cabeça e quando fiz isso pude sentir os olhares de ambos para mim, discretos mas sensíveis a mim.

-Nunca tive problemas nenhum com ele, exceto alguns atrasos que já foram conversados e resolvidos. De resto ele sempre foi exemplar e ajudou-me muito a tocar a loja. - disse dr. Cláudio paciente.

-Entendi. Eu darei a chance ao menino, mas aviso-o que atrasos não serão tolerados, gosto de pessoas competentes, pontuais e sobretudo dedicadas, ainda mais num cargo importante como esse. - ele disse cordial, mas no fundo pude sentir uma jovialidade na fala.

Fiquei com uma interrogação na testa e acho que foi perceptível, pois logo o senhor Cláudio respondeu minhas dúvidas.

-Lucas, eu precisarei morar fora do país e a oferta antiga do Dr. Lyncer pareceu-me proveitosa, visto que eu não estaria mais presente e que eu necessitaria de um dinheiro extra para minha estabilidade fora, espero que não se importe e fique com o dr. Lyncer. - falou com um breve tom de despedida na fala.

-Puxa, fui pego de surpresa, mas sim ficarei aqui sim, até quando o dr. Lyncer quiser. - e sorri para ele que manteve seus olhos estudando-me e sem esboçar algum sorriso.

-Então é isso. Você pode voltar aos seus afazeres Lucas e dr Lyncer eu já estou com toda a papelada pronta, basta o sr assinar e está tudo feito. Amanhã mesmo lhe passarei todos os contratos, chaves e documentos necessários para sua apropriação... - então saí da sala antes do término da conversa cumprimentando-os e dando as boas vindas ao meu novo patrão que foi bem seco ao falar comigo. Mas mantendo seus olhos negros em mim.

O restante do dia transcorreu normal, no final do turno cheguei em casa morto, tomei um banho, comi uma coisa qualquer e fui dormir um pouco pois a noite era uma criança. Acordei com meu telefone tocando e era a Paula.

-Fala piranha. - disse com a voz sonolenta.

-Anda viado, teu copo não vai se beber sozinho, daqui a 20 minutos estou na sua porta e espero que esteja pronto, hoje o Edson vai, hummmmmm... - ouvi gargalhadas do outro lado da linha. O Edson era um dos homens que eu ficava, porém ele era o único que eu sentia algo e eu confessei isso para Paulo e Caio. Caio o anjo disse que eu devia ficar só com ele e parar com essa vida um pouco, Paula a capetinha dizia para eu não me apegar, pois "por que eu teria apenas um se podia ter todos?". Ainda que eu gostasse um pouquinho de Edson, ele não prestava e eu não queria levar uma vida de comprometido, não agora. Eu por ser um rapaz, sem modéstia, bonito, sempre tinham homens em cima. Até que meus 1,78, cabelos e olhos castanhos e corpo magro por natureza me traziam benefícios.

Levantei-me da cama e fui em direção ao banheiro arrumar-me, tomei meu banho, fiz minha higiene bem caprichada, é bom prevenir. Coloquei uma roupa bem leve, porém bonita, consistia numa camisa vermelha estampada com flores e uma calça jeans básica e fui para a sala. Onde Caio se encontrava com Pablo seu namorado de casalzinho vendo filme. Pus-me frente ao espelho e comecei a arrumar meu cabelo.

-Meu deus, quantos vidros de perfume foram usados para isso? - Falou Pablo para implicar, eu gostava dele, era um bom partido para o coraçãozinho frágil do Caio.

-Ora, ora, vejam se não é o casal mais nojentamente fofo do Rio de Janeiro. - falei com sarcasmo, Caio jogou uma almofada em mim enquanto Pablo ria da situação.

-Ora, ora, vejam se não é a mais piranha do Rio de Janeiro - falou Caio imitando minha voz.

Apenas olhei para ele, sorri e agradeci.

-Você não toma jeito - ele disse rindo.

-Lucas? - Pablo falou

-Fala Don Juan? - disse virando para ele.

-Tá sujo de branco no canto da sua boca, acho que foi da noite passada. - ele falou fazendo o Caio rir.

-Foi sim, porra Pablo eu ainda pedi para você me avisar quando fosse gozar. - Caio olhou para minha cara com cara de nojo forçada.

-Meu filho, esse pau aqui não fica duro com qualquer coisa não. - Falou Pablo.

-Deve ser por isso que você ainda não comeu o Caio. - Falei fazendo o Caio corar e me praguejar e deixando o Pablo puto por não ter a resposta a não ser tacar outra almofada em mim, que desviei ao ouvir a buzina do carro da Paula. - Beijo meus amores, espero que finalmente transem e me contem como foi, não aguento mais conviver com um Caio virgem me enchendo o saco. - falei.

-Lucas? - falou Caio. Eu apenas olhei antes de fechar a porta. - pensa no que te falei, toma cuidado na rua.

-Tá vendo o motivo de vocês precisarem transar Pablo? Ele está igual meu avô. - falei fazendo ambos rirem sem graça e fui em direção ao portão. Eu adorava deixar eles dois sem graça, eles eram fofos, um casalzinho de verdade, namoro no sofá de casa e etc. Estavam a dois meses juntos e o Caio ainda não tinha liberado para o pobre do Pablo, eu não sei porque ele se reprimia tanto, ele já tinha 23 anos e nem virgem era, ou seja, não fazia sentido, sexo é tão bom e eu sabia que ele estava com vontade.

Fui em direção ao carro de Paula e vi que ela estava na carona e quem estava dirigindo era um cara que ela ficava, amigo do Edson e no banco de trás estava o Edson, que por um milagre não estava de carro.

-Que milagre é esse que o gostosão aqui atrás aceitou vir sem carro? - Falei passando a mão na coxa dele que apertou minha mão me dando um selinho.

-O gostosão aí disse querer voltar inconsciente para casa. - disse o ficante da Paula fazendo aspas com as mãos na parte do gostosão e rindo.

-Vou logo avisando que não sou muito fã de necrofilia não. - falei fazendo Edson me dar um pescotapa.

-Para de falar merda porra. - Ele é tímido e com a timidez dele, todos riram.

Eu no geral sou tímido, porém no meio de amigos e no trabalho sou mais extrovertido, nos amigos por gostar de fazê-los rir e no trabalho por obrigação. Mas no geral sou tímido.

Ficamos em silencio por um tempo e eu fui olhando para a rua e do nada me veio o dr Lyncer na cabeça, não sei exatamente o motivo, mas aqueles olhos penetrantes e escuros, me vieram à mente e confesso que fiquei ansioso para vê-lo novamente amanhã e no meio desses pensamentos Edson tirou-me de meus pensamentos alisando minha coxa e falando algo que não ouvi.

-Ahm? Não entendi. - Paula nesse momento olhou para trás e riu

-Ele tá viajando. Estávamos falando que a X está fechada por algum motivo, então nós concordamos em ir para a Z. Está de acordo? - Paula falou.

-Tem álcool? Tô dentro! - falei no intuito de tirar o Dr Lyncer da cabeça. Em vão diga-se de passagem. Engatamos numa conversa pelo caminho e eu esqueci o Dr Lyncer por hora.

Chegamos na boate que ficava localizada na zona sul do Rio de Janeiro e por sinal uma das mais conhecidas por aqui, onde boa parte dos frequentadores eram gringos ou ricos da área. Pagamos a entrada e começamos nossa noite, Edson vire e mexe roubava-me uns beijos e eu até que gostava desse jeito dele de marcar presença e tudo mais. Durante toda noite se manteve comigo, eu estava tentando controlar a bebida dele, pois sei exatamente o jeito que ele fica depois que bebe além do que pode e a reação nunca é boa.

-Ed, você já bebeu demais, chega. - falei para ele, eu já havia bebido bastante, mas estava consciente, afinal trabalharia daqui algumas horas.

-Lucas, eu estou bem. Fica de boa porra. - Grosso. Estúpido. "Como eu continuo ficando com ele?", pensei.

Poucos minutos depois já estava ele reclamando que tinha um cara provocando. Mesmo sabendo que era coisa da cabeça dele, pois ele sempre arrumava pretexto pra brigar, eu tentava manter ele calmo, mas num momento não teve como segurar, ele xingou o cara, que veio para cima dele e daí a confusão estava forma, eu fui entrar no meio, lucrei um soco certeiro no olho, que balançou minha estrutura, fui caindo para trás e desisti de tentar apartar, até que os seguranças apareceram e colocaram eles para fora, logicamente fomos atrás para poder levar o bebado embora. O ficante da Paula conseguiu conter a fera e fomos em direção ao carro. Ele veio em minha direção e passou o braço em volta do meu pescoço e eu logo tratei de tirar.

-Não toca em mim! Cara você não amadurece não? - Parei para poder olhar para cara dele, os três viram minha raiva e entenderam. - Hoje, graças a você lucrei um soco no olho, provavelmente estará roxo amanhã. Eu trabalho com o publico, meu novo patrão é um pé no saco e vai reclamar. Com razão. Você não pensa, imagina se o cara está armado. Cresce Edson, cresce. - E voltei a andar, nem sei de onde eu tirei essa coragem, ele depois que bebe perde a noção de si, para ele me dar uma porrada ali, não faltou muito.

Entramos no carro e fomos em direção a minha casa que era mais perto. Chegamos depois de um tempo no meu portão falei com todos e desci do carro.

Entrando em casa ainda estava escuro o que significava que eu poderia dormir um pouco e foi isso que fiz, deitei e dormi. Acordei já eram 10 horas e eu pegava 10:30, corri, tomei um banho agilizei tudo, nem deu tempo de tomar café, saí sem mal me olhar no espelho. Minha aparência devia estar ótima. Mesmo nessa correria cheguei na loja 11:00, meia hora atrasado. Merda. Assim que cheguei fui abordado por Clara. Que olhou assustada para meu olho.

-O que houve menino pelo amor de deus? - ela disse nervosa. - o Dr. Lyncer espera você na sala dele. - Droga.

Fui em direção a sala dele com medo do que ele iria falar.

-Pois não senhor Lyncer? - tentei manter a cabeça abaixada para que ele não visse meu olho.

-Sente-se por favor sr. Lucas. - sentei-me olhando para baixo.

-Olhe para mim por favor sr. Lucas. - ele falou e eu levantei meu rosto e pude ver seu rosto contrair numa expressão indecifrável.

-Sei que não é de meu dever intrometer-me na vida pessoal de meus funcionários, entretanto isso envolve uma provável agressão e por conseguinte um crime e também por se tratar de um funcionário que tem contato direto com o público, isso se torna de minha responsabilidade também. - a voz dele estava oscilando entre o calmo e o impaciente, isso estava estranho.

-Não foi nada demais, eu tive um pequeno probleminha ontem, mas nada muito grave senhor. Desculpe. - falei abaixando meu rosto mais uma vez e fugindo do seu olhar que mais uma vez me estudava.

-Por favor Lucas, olhe para mim enquanto falo com você. - ele falou e nossos olhos se encontraram e foi como se uma corrente elétrica passasse em meu corpo. - você irá me explicar essa situação toda ou prefere que eu descubra?

Eu não estava entendendo bem o que se passava na mente desse homem, eu não entendia o motivo dele se sentir no direito de me obrigar a falar algo. Mas por não ter nada a esconder, resolvi falar.

-Um amigo se meteu numa briga ontem e eu fui tirá-lo e sem querer recebi um soco. Mas nada demais. Passou. - falei encarando-o. Que em momento algum mudou sua expressão.

-Deveria selecionar melhor suas amizades. - falou ríspido.

-Senhor, perdoe-me, mas isso diz respeito a mim. - falei rispidamente.

-Sim. Por hora sim. - não entendi essa frase dele, mas deixei estar. - Está dispensado por hoje, acho que não será necessária sua presença no estabelecimento hoje. - ele falou lentamente.

-Mas senhor... - tentei falar.

-Está tudo bem Lucas, estou te dando uma folga por conta desse olho, desde que aceite um convite. - aquele olhar misterioso mais uma vez.

-Sim, se estiver ao meu alcance. - disse olhando para baixo.

-Pelo amor de deus, olhe para mim! - ele falou impaciente. Olhei rapidamente. - Eu preciso de uma resposta concreta! Sim ou não.

-Sim, eu aceito. - falei duvidoso.

-Às 20 horas hoje fica ruim? - perguntou.

-Não, está ótimo. Onde encontrarei o senhor? - Perguntei ainda encarando-o.

-Passarei na sua casa esse horário. Sem atrasos.

-Tudo bem. Então até mais tarde. - disse curioso. O que ele queria e como ele sabia onde eu morava? Ok, a segunda pergunta é facilmente respondida, afinal na minha ficha vem escrito, mas o que esse homem queria às 20 horas da noite comigo, eu não sei. Vai ver isso é mais uma de suas peculiaridades... Continua.

{...}

Bem, espero que curtam, se tudo transcorrer como o previsto termino hoje mesmo a história. Votem e deem suas opiniões, grande beijo.

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