Acordei às 6:00. O Mauro ainda dormia. Fui até seu escritório e tomei em mãos uma caneta e uma folha em branco. Deixei um bilhete sobre a mesa da cozinha e fui embora.
Assim que desci e vi às ruas, pude realmente ver o estrago que a chuva e o vento fizeram na noite anterior. Árvores caídas, alagamentos e as ruas estavam inundadas. Por sorte consegui um táxi até o Parque Central. Caminhei mil metros até chegar em casa e meu pai acabara de acordar. Dei bom dia e dizendo que estava atrasado, fui para o banheiro tomar um banho rápido.
A água estava gelada. Ainda não havia luz na parte leste da Ilha. Deixei a água cair, congelando minha pele e metade dos meus pensamentos. A outra metade estava com o Mauro e no bilhete que eu havia escrito.
" Agradeço sinceramente o prazer de estar em sua companhia. O jantar estava ótimo e o café também. PS: Recomece".
Divaguei por minutos e senti os dedos das mãos congelarem. Peguei minha toalha e saí imediatamente daquela água. Vesti o social de sempre e um sobretudo, estava frio demais.
Meu pai me esperava e percebendo que eu não estava muito bem, limitou-se a me chamar para irmos.
O silêncio tomou conta por todo o trajeto. Ele me deixou há duas quadras do escritório e segui a pé o restante do caminho.
O centro da Ilha estava caótico. Soube por um comerciante que a Ilha estava sem acesso ao Continente. O vento forte derrubou vários postes ao longo da ponte.
Lementei os prejuízos causados pela tempestade e adimirei o esforço que todos estavam fazendo para pôr as coisas tudo em seu devido lugar novamente.
Cheguei atrasado no escritório, mas não fui o único. A faxineira estava limpando quando o Seu Ivan chegou reclamando. Ele pediu pra entrar em contato urgente com o Mauro.
" Diz pra ele vir de avião, navio...não me interessa. Quero ele aqui em no máximo meia hora". Ele disse e ela pegou rapidamente o telefone.
Eu ia para a minha sala quando o Seu Ivan disse que eu iria junto ao Fórum. Que maravilha, pensei. Era tudo que eu não precisava naquele momento; estar com o Mauro e passar o dia todo com ele. A secretária avisou que ele já estava a caminho e o Seu Ivan pediu que eu pegasse no arquivo os papeis do processo.
Peguei as pastas e assim que cheguei na recepção o Mauro já me esperava com o Seu Ivan.
— bom dia, Éric. — ele disse meio sem jeito.
— bom dia.
Seu Ivan nos chamou e o Mauro ficou surpreso por eu ir junto e assim que entramos no carro o pai dele disse que tinha esquecido uns documentos e que iria pegar. Ficamos só nós dois. Eu mexia no celular com um dos fones no ouvido. Bem lá no fundo, eu estava morrendo de raiva ele. Saber que a noite anterior poderia ter sido incrível ao invés de ótima, me dava nos nervos. E eu não estou falando de sexo, estou falando de compartilhar afinidades, carinhos e uma boa conversa sincera sobre nossos sentimentos. Mas ele preferiu se arrepender e sair, me deixando lá.
Troquei de música e ouvi ele puxando assunto.
— você esta chateado? — ele disse se virando.
— não estou. — respondi sem olhar pra ele.
— você disse que a noite foi ótima...
— poderia ter sido melhor...
— viu só, está chateado. Te peguei!
— eu só disse que poderia ter sido melhor. Porque pra quem chegou onde chegou... e não, você não me pegou, passou bem longe.
— rsrs, não fica bravo comigo.
— não ri da minha cara. Não me trate como se eu fosse um moleque porque eu não sou. — ele viu que eu estava falando sério e voltou a se sentar.
O pai dele voltou e ficamos em silêncio absoluto.
Chegamos no Fórum e a Roberta já estava nos esperando na entrada. O Mauro a cumprimentou e ela já deveria conhece-lo muito bem, pois perguntou se ele estava bem. Ele olhou pra mim e disfarçando disse que estava tudo otimo, mas poderia estar melhor se ele não fosse um idiota. "Você tem toda razão", disse a mim mesmo e ela queria de todas as formas saber o que estava acontecendo, mas ele disse pra ela não se preocupar.
Passamos o dia todo no Fórum e só eu sei o quanto me custou ficar sentado ao seu lado conversando sobre trabalho. Minha vontade era de sair, respirar um pouco de ar fresco, porque estar ali, sentindo o cheiro do perfume dele e ouvir ele discutir com tanta firmeza um caso tão complicado, me matava.
No trabalho ele era comprenetado, metódico, polivalente, mas era por seu jeito fechado que as pessoas tinham um pouco de receio em arriscar um simples bom dia; embora ele fosse educado com todos.
Fizemos uma pausa para o almoço e tinha um restaurante em frente ao Fórum. Fomos os quatro almoçar e o Seu Ivan sempre me mantendo atualizado sobre o caso. Sentamos e a Roberta me surpreendeu dizendo que achava interessante se eu ajudasse o Mauro com o processo que cheguei engasgar.
— eu não sei se estou preparado. — disse e Seu Ivan me interrompeu.
— claro que está. Não seja modesto, rapaz. De todos os novatos que contratei, você, é o que mais se interessa em aprender. O restante só pensa no dinheiro que a profissão pode oferecer, mas você estuda todos os casos, faz anotações e encontra falhas. Até parece o Mauro quando estava começando. Gosto disso.
— eu também acho que podemos fazer um ótimo trabalho juntos. — o Mauro disse e eu queria enforcá-lo.
— Éric, se você não aceitar, terei que passar para o Freddy ou para o Murilo e é uma grande oportunidade. O que me diz? — o Seu Ivan aguardava uma resposta rápida e não tive como recusar.
— eu aceito. Vou dar o melhor de mim. Podem contar comigo.
O Mauro sorriu e chamou o garçom pedindo uma garrafa de vinho. Brindamos ao fato do escritório estar com um dos casos mais importantes e voltamos ao Fórum.
Fui ao banheiro antes de me internar novamente com os três. Quando saí do reservado, dei de cara com o Mauro me esperando
— pára de ficar me seguindo. — disse e fui lavar as mãos.
— não estou te seguindo. Tudo bem, eu te segui, mas eu preciso falar com você.
— fala rápido.
— as coisas não são tão simples, Eric.
— pode ir parando por aí. Não perde seu tempo me dando explicações. Eu só sinto muito por... — ele se aproximou e me encostou na parede.
— por? Me fala...
— porque? Vai mudar alguma coisa dizer o que eu sinto? Não!
— sabe porque eu fui embora da boate aquele dia? Porque eu não conseguia olhar pra você e saber que desde o dia que você começou a trabalhar no escritório, eu queria poder te abraçar, te beijar e não podia. Eu adorei ter encontrado você naquele dia, mas odiei não poder tocar você... — ele encostou a testa dele na minha.
— então porque ontem, depois daquele beijo, me deixou lá? Você me teve em suas mãos, meu corpo, minha boca...e você simplesmente saiu.
— porque eu sei se devo.
— é pela sua carreira, pelo seu pai, sua família?
— olha, não fique com raiva de mim...
— que droga, Mauro. Então não me beijasse. E não foi um beijo qualquer... você sabe muito bem disso.
Ele se afastou, ficou parado com as mãos na cintura e me pediu desculpas. Eu perguntei mais uma vez se era por causa da família ou os negócios e ele ficou quieto, parado.
— me fala!
— acho melhor acabar por aqui. — ele disse.
— não da pra acabar o que nem começou.
— me perdoa...
— não há nada que perdoar, você não me fez mal algum, pelo contrário, está atè me poupando de não sei o quê. Muito obrigado. — eu sai, deixando ele pra trás.
Limpei rapidamente meus olhos com a manga da camisa e fui me encontrar com o Seu Ivan e a Roberta. Perguntaram o porque da demora e disse que o almoço não tinha caído bem e o Seu Ivan queria saber onde estava o Mauro e se eu não o tinha visto. Disse que tinha esbarrado com ele pelos corredores, mas não sabia onde ele tinha ido.
Ele voltou e se sentou ao meu lado. Inventou que tinha encontrado um amigo dos tempos de faculdade e o pai dele pediu que fôssemos rápidos.
Voltamos para o escritório e peguei os documentos para estudar em casa. Antes de sair da minha sala, mais uma vez, ele entrou e me deu um baita susto quando me virei.
— odeio quando você faz isso. Que ódio!
— não foi por querer, não dessa vez. Das outras sim...enfim, caramba...você me deixa maluco. — ele me puxou e me beijou.
Eu o abracei e pude sentir seus braços em volta do meu corpo. Suas mãos corriam pelas minhas costas e o gosto do seu beijo me desarmou.
— não faz isso comigo, seu porra!
— rsrs, eu estou tentando não olhar pra você, mas não consigo. Eu tento não te tocar, mas é mais forte do que eu...
— e não fica se esfregando em mim desse jeito...
— que jeito? Assim?
— sim...assim...seu safado...que gostoso. — surrurei em seu ouvido e uma barraca se formou no tecido fino da calça social dele.
Ele me encostou no armário. Seu corpo me esmagava, mas eu queria ele ali, me dominando Queria ele por perto, queria ele dizendo que era tudo uma bobagem aquela estória de não ficarmos juntos.
e seus labios beijava cada pedaço do meu rosto e minhas mãos procurava seu sexo.
— vou te levar pra casa. — ele disse, mordendo minha orelha.
— não! — eu voltei à realidade e me afastei. — porque não?
— agora pouco você disse que era melhor acabar logo com isso e agora vem me beijando e me amassando todo? Não sou teu brinquedo.
— eu nunca te disse isso e nem quero brincar contigo. Não é do meu caráter fazer isso.
— então não toma pra você algo que não quer assumir.
— caramba, é difícil pra mim...
— então não me venha com essas mãos pra cima de mim. Aceita quem você é, poxa. — fui saindo e ele me chamou duas vezes, mas não dei ouvidos.
Saí porta a fora e fui caminhando pela orla. Ele me irritava, mas eu adorava.
O problema é que eu o ajudaria até o fim do processo e o trabalho estava apenas começando. Passar o dia todo ao lado dele seria uma tortura diária, mas deliciosa ao mesmo tempo.
Eu caminhava pelo calçadão e as ruas ainda estavam sujas. Galhos de árvores centenárias por toda a parte e na areia. O mar estava bem revolto e o frio cortava o rosto. Meu celular tocou e era o Mauro. Não atendi. Acelerei os passos e um carro passou por mim e deu ré.
— entra no carro, Éric.
— não quero.
— agora é você quem está sendo criança.
— me deixa...
— que teimoso. Entra nessa droga de carro pra gente conversar. É assunto sério.
Respirei fundo e ele parou o carro. Eu entrei e ele travou as portas.
— não precisa me trancar aqui.
— vai que você sai...
— igual você?
— você sente prazer em me torturar...
— você fez o mesmo comigo ontem... — eu suspirei e ele apoiava a cabeça no volante e ficou em silêncio.
— vamos pro meu apartamento?
— Mauro...eu...
— por favor...
Eu não via sentido algum ir pro apartamento dele, mas disse que sim e ele ligou o carro. Fomos em silêncio, mas ele segurou minha mão. Que fofo, pensei, mas fiquei quieto. No caminho ele parou em uma panificadora e antes de sair do carro pediu pra eu não fugir.
— vou ali comprar umas coisas pra gente comer. Não sai daí.
— eu não vou. Pode ir.
Ele me trancou no carro. Não acreditei que ele tinha feito aquilo e forcei as travas, mas não abria. Não aguentei e comecei a rir sozinho. Nunca pensei que ele fosse tão bobo, mas...sei lá, eu gostava do jeito dele.
Enquanto ele não vinha fiquei ouvindo música e eu estava tão cansado que acabei pegando no sono. Acordei com o Mauro beijando meu rosto e era uma sensação tão gostosa que ele poderia fazer aquilo o dia todo.
— acorda dorminhoco. — ele começou a rir.
— eu estou cansado e com sono, me poupe.
— nervosinho, deita o banco pra trás, meu anjo.
Fiz o que ele pediu e me virei de frente pra ele e o observava enquanto ele dirigia.
— eu gosto quando você me chama de anjo. — nessa hora ele acariciou meu rosto e sorriu.
Assim que chegamos no apartamento ele levou as coisas pra cozinha e fui no bar servir um Martini pra gente. Eu o esperava e ele voltou só de cueca boxer preta e foi direto pro quarto. Na certa se despiu na lavanderia mesmo porque ouvi o barulho da máquina de lavar.
Ele voltou uns cinco minutos depois sem camisa, mas de short e entreguei a ele o copo com Martini.
— quer fazer um lanche?
— não, obrigado. Eu quero você! — disse e ele quase se engasgou.
Ele pegou um guardanapo e segurei sua mão. Cheguei mais perto e tomei o guardanapo da mão dele. Suavemente, limpei o canto de sua boca com meus dedos e suas mãos percorriam minhas costas. Soltei o guardanapo no chão e segurando seu rosto, o beijei.
Senti o gosto do Martini em sua língua e lábios e ele me abraçava apertado. O guiei até o sofá e lentamente me deitei sobre ele e
— era assim que você queria ontem? — ele disse e eu sorri.
— de começo sim...depois ia melhorando.
— hahaha. Quem diria que eu ia me apaixonar pelo filho do gerente do meu pai?
— quem diria, heim? Esse tipo de coisa a gente não escolhe, simplesmente acontece. Diz só uma razão plausível pra gente não ficar junto e eu vou embora.
— meu pai...os negócios... a sociedade...eu ainda estar no armário...
Eu me levantei e ele achou que eu ia embora, mas pedi pra ele continuar deitado. Tirei meu sapato, minhas meias, a calça e a camisa bem devagar sempre olhando pra ele. Vi ele babando por mim e um volume se formava em seu short.
Ele estava deitado com as pernas pra fora do sofá e me abaixei. Tirei seu short devagar e o deixei apenas de boxer. Me deitei sobre ele novamente e o beijei devagar. Seu corpo se arrepiou por inteiro e num giro rápido, ele já estava sobre mim.
— te dei quatro razões. — ele disse me encarando.
— e nenhuma delas foi plausível o suficiente. Desculpa.
— o que você quer que eu faça?
— que se livra dessas amarras e assume pra você mesmo que a gente pode ser a melhor companhia um pro outro.
— mesmo eu não sendo assumido?
— mesmo você não sendo assumido, ainda. Quero que se assuma pra você primeiro. Eu não ligo que esteja dentro dessa droga de armário por causa dos outros, mas joga limpo comigo.
— eu quero você. Nunca me equeço o primeiro dia que te vi.
— então me toma pra você e os outros que se dane.
Vi um imenso sorriso em seu rosto e ele se levantou me puxando para o quarto dele. Ele me agarrou e fomos abraçados. Assim que entrei me joguei em sua cama e ele veio abrindo minhas perna se deitando com a cabeça apoiada em meu abdomem.
— eu não tenho preservativo em casa. — ele disse e eu ria.
— hahaha, nem eu. E nem era minha intensão a gente transar, vim pra te fazer entender que merecemos essa chance. Além do mais, te vendo daqui, assim, tão confortável em mim, já fico feliz. Fica assim, eu gosto. — ele beijou meu umbigo e começou a passar o dedo indicador em movimento circular na minha barriga.
— você é lindo, teimoso e gostoso.
— você é sério, medroso e lindo.
— gostoso não?
— hahaha, gostoso também.
— ah, tá...fica comigo hoje?
— eu queria muito ficar, mas preciso ir. Meu pai deve estar preocupado.
— ele sabe da gente?
— desconfia...
— oi? Desconfia? Ele vai me matar.
— matar porque?
— por ser mais velho...
— isso quem tem que decidir sou eu, não ele. E eu te adoro...
Ele se deitou ao meu lado e encostei a cabeça em seu peito. Se eu pudesse, ficaria, mas eu precisava ir. Ele foi comigo até a rua e peguei um táxi indo direto pra casa. Notei que a luz naquela região tinha voltado e onde eu morava também.
Meu pai ainda não havia chegado e eu começara a estranhar, mas ele me contaria se estivesse com algum problema e peguei os processos pra ler na sala até ele chegar.
Afundei a cara no trabalho o resto da noite e só parei às três e meia da manhã. Eu estava pra me deitar, mas ouvi um barulho na porta e era meu pai. Caramba. Eu tinha ligado pra ele umas cincos vezes e só dava caixa postal. Assim que ele entrou levou um susto quando ascendeu a luz.
— meu Jesus! Que ta fazendo aí nesse escuro? A luz já voltou.
— eu sei que a luz já voltou. O senhor é que se esqueceu que tem um filho. Posso saber onde estava até agora?
— hahaha, o pai aqui sou eu...
— não me diga...te liguei mais de cinco vezes...
— fui tomar uns drinks com uns amigos, mas nos empolgamos. E eu te mandei mensagem, você não viu?
— não. Vou lá ver.
Fui até meu quarto e peguei meu celular. Tinha algumas mensagens do Mauro e a do meu pai tinha acabado de chegar. Por conta da tempestade a comunicação estava ruim. Abri as mensagens que o Mauro tinha mandado e também tinha acabado de chegar e ele tinha enviado já fazia mais de três horas.
Meu pai foi tomar banho e ouvi ele me pedindo a toalha. Ele sempre esquecia. Ele se vestia e fui até a cozinha fazer um café.
Conversamos um pouco. Contei a ele sobre estar junto com o Mauro em um caso importante e ele ficou feliz por eu ter conquistado a confiança do Seu Ivan.
Fomos dormir e eu estava super cansado e só tinha três horas de sono.
Eu lia as mensagens no celular e fui ler as do Mauro e me deparei com o seguinte texto:
" Tenha uma boa noite. Espero que amanhã podemos fazer algo só nós dois. Quero namorar você, ficar do teu lado e te ouvi falar sobre as coisas que você gosta. Já sinto sua falta".
Não respondi. Deixei ele ficar na espectativa de uma resposta e rindo sozinho com a fofura dele, me cobri.
Eu não conseguia abrir o olho. Dormi apenas duas horas e às 6:00 já estava em pé. Joguei uma água gelada no rosto e ouvi meu pai batendo as panelas na cozinha. Me sentei ao lado dele e encostei minha cabeça em seu ombro. Ganhei o tão esperado carinho paterno e quase cochilei encostado nele.
Uma quente xícara de café me ascendeu em no máximo 60%. Eu ainda tinha sono.
Saímos pro trabalho e meu pai me deixou a duas quadras do escritório. As ruas estavam mais limpas e a energia eléctrica voltara em toda a Ilha.
Comprei alguns tridents na banca de jornal e apressei os passos.
Seu Ivan não apareceu no escritório esse dia e assim que cheguei a secretária pediu que eu fosse até a sala do Mauro pois ele me esperava.
No corredor dei de cara com a Roberta que me cumprimentou com um sorriso lindíssimo, mas que não me atraía em absoluto. Dei bom dia à bela dama e a mesma me avisou que o Mauro estava me esperando e nervoso pois íamos nos encontrar com alguns clientes. Que maravilha, logo hoje que estou completamente cansado, pensei. Mas fui falar com ele.
Bati na porta e pediu que entrasse e coloquei a papela com as anotações que tinha feito sobre a mesa dele e bocejando disse um bom dia bem desanimado.
— rsrs, bom dia pra você também. Foi dormir tarde?
— só dormi por duas horas. Estou morto de sono, mas está aí.
— ótimo. Eu marquei com nosso cliente em um restaurante, mais informal e aproveitamos e ficamos pro almoço. Vamos lá pelas 10:00.
— tudo bem. Ah, adorei a mensagem...
— pensei que não tinha visto. — ele sorriu feliz por eu ter gostado.
— eu vi sim. Não respondi só pra ver esse seu sorriso quando eu dissesse que tinha gostado.
Ele se levantou e trancou a porta. Veio por detrás da cadeira e começou a massagear meus ombros.
— você está tenso, nossa. — ele disse me apertando forte.
— to um caco.
— já tomou café?
— em casa, mas ainda tenho sono. Pode me dispensar? — disse rindo.
— rsrs, claro que não. Você vai comigo. Quero você anotando tudo e quero ficar contigo, nem se for trabalhando.
— que amor...me abraça por favor.
Ele se inclinou e colocou os braços em volta do meu pescoço me beijando o rosto e me virei o beijando na boca. Em seguida ele destrancou a porta e pediu que eu pegasse algumas pastas no arquivo, referente ao processo e só eu sabia como o dia iria ser longo e cansativo.
++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
Continua...