LOUCO AMOR TP2 CP11 – Corações Feridos.
Só o alcancei próximo ao cajueiro quando pulei em cima dele e juntos caímos no chão aos beijos.
_ Espera. Não consigo tirar da cabeça o que me disse, a coisa da armação e de Vinicius, não sei porque mais algo me diz que...
_ Shh. – disse colocando o dedo em minha boca. – depois eu digo, agora vamos aproveitar, ok?
Sorri.
_ Ok.
Carinhosamente ele me jogou para o lado, estava por cima agora e não perdeu a chance de atingir meu ponto fraco; minha orelha. Ele mordeu de leve me fazendo arrepiar e então desceu beijando até meu pescoço, prendeu minhas mãos acima da cabeça e passou a beliscar com a boca o meu queixo.
_ Vamos mesmo fazer isso aqui? – perguntei com a voz suave e de olhos fechado só curtindo o momento.
_ Porque não? – selinho no meu canto da boca. – Sempre fizemos isso. – outro selinho na boca. – lembra?
_ Não temos mais idade para fazer isso, não acha? – falei com um leve sorriso.
_ Está me chamando de velho? – ele perguntou também sorrindo. – Mas se quiser parar, tudo bem. – disse fazendo menção em se levantar, mas no mesmo estante o puxei pelo pescoço colando em minha boca, um beijo urgente e cheio de pegada logo surgiu nós deixando loucos de tesão. Em questão de segundos eu já estava pelado com as penas para auto tendo ele dentro de mim, metendo feito um cavalo prestes a inundar o meu cu com sua porra.
_ Aaah aah aah – uivou do primeiro até o ultimo jato de porra.
Suado e ofegante ele desmoronou do meu lado, havia gozado há alguns minutos atrás e também estava no mesmo estado que ele.
_ Isso foi ótimo... Estava cansando de só ficar na punheta essa ultimas semanas. – ele disse me fazendo rir.
_ Isso foi nostálgico. – digo contemplando as estrelas que pareciam sorrir pra mim. Por um momento me senti feliz e até esqueci do havia acontecido lá na casa de Marcelo, há muito tempo não tínhamos um momento assim, ele havia se tornado uma pessoa séria, séria e ocupada, trabalhava muito e eu mal o via dentro de casa, e quando o via era pouco antes de dormir quando ele se virava para o lado e se dizia cansado, vivia viajando, chegava a passar semanas fora resolvendo assuntos referente a negócios, nós últimos meses, estranhamente mais do que o normal – Por que tudo não pode voltar a ser como era antes? Eu sinto saudades do tempo em que você tinha mais tempo pra mim.
Ele se virou para o lado, passou a perna por cima de mim e meio que me abraçou enquanto me beijava forte a bochecha.
_ Oh, o meu bebê tá carente.
_ Estou falando sério, Caio.
Ele suspirou e então se pôs sentado, fiz o mesmo.
_ Nós crescemos Lucas, temos nossas responsabilidades, nada poderá ser como era antes.
_ Tenho saudades daquele cara que não queria muito do futuro. – disse com os olhos marejados.
_ Nós temos um patrimônio grande agora, não posso simplesmente largar tudo. Minhas viagens são necessárias. Você sabe disso.
_ Você pode vender elas, nós temos bem mais do que precisamos. – argumentei.
_ Por que isso agora?
Estava tão sentimental que comecei a simplesmente chorar. Sem entender nada ele me trouxe para o calor de seus braços. Há tempos eu tinha vontade de falar tudo aquilo, mas eu me sentia tão egoísta que logo desistia, ele nós últimos anos desenvolveu uma paixão enorme pelo agronegócio que eu não consegui acompanhar, nem entender, ele vibrava de felicidade quando conseguia adquirir fazendas e terras.
_ O tempo está passando pra gente Caio, eu sinto saudades do que erámos antes, agora muito mais do que nunca, talvez esse lugar tenha causado isso em mim... Sei lá, eu só não quero que nosso amor acabe.
Ele passou uns dois minutos mais ou menos em silêncio, só pensando e talvez refletindo sobre o que eu havia falado, esse tempo também usei para refletir e ver com mais clareza a burrada que eu havia feito, havia sido egoísta com ele ao pedir aquilo.
_ Você tem razão...
_ Não, não tenho. – disse saindo de seus braços. O olhava olho no olho agora. – Estou sendo egoísta em te perdi isso, sei que você ama gerenciar tudo isso. – baixei o olhar. – esquece tá.
_ Olha. – ele disse segurando em meu queixo para que eu o olhasse. – Eu não vou vender nada, como você mesmo disse, eu amo fazer isso, não só gerenciar, mas acompanhar cada etapa da produtividade ou da improdutividade de uma terra, porque não? Mas prometo que irei tentar ser mais presente na sua vida, e menos sério também. – sorri amarelo e ele também. – Esse mês eu vou tirar férias pra gente, o que acha?
_ Não precisa fazer isso.
Ele aproximou seu rosto do meu.
_ Mas eu quero.
Sorri.
_ Já que insisti.
_ Insisto sim. – disse mexendo seu nariz no meu antes de me beijar.
***
***
***
_ Que tal me falar daquela história lá da armação? – pedi enquanto vestia a calça.
O calor do sexo que fizemos já começava a se dissipar e dá lugar ao frio da noite.
_ É tanta coisa que eu nem sei por onde começar. – ele disse terminando de vestir a blusa. – Bem, simplesmente nosso filho querido vem pagando ao Marcelo já há alguns meses para te seduzir.
_ Então ele estava fazendo tudo errado, pois eu não percebia essa sedução.
_ Você que é ingênuo.
_ Pera aí... – foi como se as coisas tivessem dado um clique na minha cabeça. – Nosso filho, o Aquiles pagava ao meu amigo Marcelo para que ele me seduzisse, e com isso conseguir nossa separação?
_ Exatamente. – respondeu, a contra gosto.
_ Meu Deus Caio, isso é muito sério. – disse com as mãos na cabeça, estava totalmente perplexo.
_ Ele passou de todos os limites, já cansei da forma que ele te trata e trata nosso relacionamento, quando chegar em casa, ele vai ver só uma coisa. – disse semicerrando os dentes.
_ Ele não está em casa. – falei olhando para o horizonte sem coragem de encara-lo, ele com certeza irá ficar uma fera.
_ E onde ele está?
_ Na casa dos pais de Tereza.
_ O que? – indagou com uma voz imponente que me fez fechar os olhos. – Está brincando né.
_ Eu não pude impedi-lo. – disse finalmente o encarando.
_ Não pode ou não quis?
_ O que? – perguntei surpreso.
_ É, seria um alivio pra você se ver livre do gênio difícil dele.
O sangue subiu tão rápido que minha mão agiu quase que instantaneamente em seu rosto.
_ Eu amo aquele garoto seu filho da puta! – gritei quase o cuspindo enquanto ele permanecia com a cabeça de lado. – Seu idiota, seu merda. –o xinguei totalmente enlouquecido por causa daquela acusação enquanto lhe socava o ombro. Por alguns segundos ele deixou com que eu extravasasse minha raiva nele, mas então segurou forte em meus braços.
_ Já parou? Você sabe que eu odeio aquele cretino do Keverson, se esqueceu o que ele fez comigo lá atrás? Com o meu filho ele não fica nem um segundo a mais do que a Justiça lhe permitiu. – e por fim me empurrou, por pouco eu não caí, ele não pediu desculpas nem nada que uma bela história de amor exige, apenas começou a descer rumo ao seu carro.
Eu fiquei no mesmo lugar, paradinho, segurando o choro e o observando se distanciar enquanto torcia em silêncio que ele voltasse e me abraçasse arrependido. Quando ele entrou no carro, deu meia volta e acelerou feito um louco rumo ao que eu deduzir ser a casa de Keverson na capital, eu pude desmoronar – literalmente – e chorar como nunca chorei antes.
Meu amigo me traiu por dinheiro, a pessoa que eu julgo ser meu filho e que eu amo, me odeia, Caio já não me ama como antes e agora estou sozinho no meio do nada e com um carro com o pneu furado que não vai me ajudar a chegar em casa.
Simplesmente era o pior dia da minha vida.
Narrado por Vinicius:
“O que foi que eu fiz?”, “Ele vai me odiar”, “Mas eu fiz por uma boa causa”, “Mas ele vai me odiar”.
Desde que liguei para confessar tudo ao tio Caio sobre a armação, esses são os pensamentos que rondam minha cabeça. Me sinto bem por um lado, mas por outro sei que assinei minha sentença de morte na vida de Aquiles, ele nunca vai me perdoar.
Quase dei um pulo da cama quando meu celular tocou, olhei na tela e o que vi não me deixou mais calmo, era ele, o que eu iria falar?
_ E aí Vini, deu tudo certo? – ele perguntou assim que eu atendi.
Abri a boca, mas não consegui falar, as palavras simplesmente ficaram presas na garganta.
_ Vini? Está aí cara? – ele perguntou em resposta ao meu silencio.
_ Estou... Estou sim.
_ E aí? Como foi?
_ Não... Não foi... – disse super nervoso.
Quem me visse no estado em que eu estava – olhando para os lados, balançando as pernas freneticamente e suando como se tivesse corrido uma maratona inteira – no mínimo ficaria preocupado.
_ Como assim não foi? O que deu errado Vinicius?
_ Eu não conseguir... Eu não conseguir seguir com o plano. – as lágrimas já começavam a cair. – Aquiles... Me perdoa irmão.
_ Vai tomar no olho do seu cu, filho da puta! Não serve pra nada. – gritou enfurecido.
_ Aquiles... – falei tentando em vão segurar as lágrimas.
_ Não, não pode ser verdade. – ele parecia está andando de um lado ao outro. – Onde foi que deu errado? Você me entregou? Foi isso?
Tampava com parte dos dedos a parte do celular que era possível ouvir minha voz, eu chorava muito e não queria que ele percebesse. Eu tinha perdido um amigo, não, era mais do que isso, era a pessoa que eu amava.
_ Fala seu viado! – gritou me fazendo chorar ainda mais, afastei um pouco o celular do ouvido, mas ainda assim o ouvi completar – Seja homem e fale!
Eu não fui homem, fui covarde e encerrei a ligação, eu não iria ter coragem pra falar e nem tão pouco pra ouvir seus xingamentos. Tirei a bateria do celular e me deixei cair na cama de barriga pra cima.
Narrado por Aquiles:
O típico toque que o celular fez ao me informar que eu fui deixado falando sozinho, me fez perder a cabeça de vez, joguei com raiva o celular em cima da cama que quicou e caiu no chão, me virei com fúria para trás e com apenas uma passada de mão derrubei todos os livros do meu avô que estavam na prateleira, arranquei a mesma da parede e com um grito de raiva e frustação e joguei-a do outro lado. Caí ajoelhado propositalmente em frente a cama e com força cravei os dedos no colchão enquanto mantive minha cabeça sobre a mesma, olhando para o chão, tentando recuperar o controle, a calma e a respiração, mas ficava bem mas difícil quando minha mente não parava de fantasiar o momento em que eu mataria o filha da puta do Vinicius. Eu estava com muita raiva e necessitava descarrega-la de alguma forma.
Quase que de quatro me arrastei até onde meu celular estava, o analisei e vi que nada havia quebrado, procurei um número em especifico na agenda e disquei.
_ E aí parça, aquele lance ainda tá de pé? – perguntei.
_ Ué, mudou de ideia por quê?
_ Estou com muita raiva, ou extravaso ou vou explodir.
Ele sorriu sacana.
_ Então hoje você vai extravasar sua raiva. Será nosso convidado de honra.
Sorri de lado, mal podia esperar.
_ Ótimo.
_ A meia-noite então.
_ Fechou.
Ao encerrar a ligação, mandei uma mensagem para o Vinicius que sendo sincero, eu hesitei bastante antes de enviar.
Olhei no relógio e vi que ainda faltavam duas horas para onze, ainda tinha tempo de sombra, levando em conta que o ponto de encontro não era tão longe, mas mesmo assim troquei rápido de roupa e saí, tudo antes que meus avôs chegassem do culto e não me impedissem. Ao passar pela sala, me detive próximo a um quadro de uma estranha que todos juram ser minha mãe.
_ Se a senhora estivesse aqui, nada disso estaria acontecendo. – desabafei pela primeira vez em voz alta.
Como posso sentir tanta falta de alguém que eu nunca cheguei a conhecer?
Narrado por Vinicius:
Minutos depois, quando apenas lágrimas desciam do meu rosto e eu não sabia o que pensar ou fazer, a porta do meu quarto se abriu e por um segundo pensei que fosse ele (Aquiles) pronto para me matar, a imagem estava turva e só quando coloquei meus óculos vi que era o tio Lucas, ele parecia tão arrasado quanto eu. Virei o rosto para que ele não visse meus olhos vermelhos e o rosto banhado em lágrimas.
_ Acho que precisamos conversar. – ele disse ainda parado na porta.
_ Eu sinto muito tio. – disse limpando as lágrimas.
_ Qual a sua participação nisso tudo?
Ele não sabe? – indaguei a mim mesmo.
_ Pensei que... – disse voltando a encara-lo.
_ Não, Caio não teve a chance de me falar. – disse me interrompendo.
Ele entrou, fechou a porta atrás de si e se sentou na cama, próximo a mim. Baixei a cabeça e tentei pensar em algo pra falar, palavras que não fossem tão pesadas como toda a história da armação foi, mas lógico que não consegui encontrar nenhuma.
_ Estou esperando Vinicius.
_ O senhor sabe que eu gosto muito do seu filho né.
_ Ninguém o suporta tanto como eu e você.
O olhei e com a ponta do dedo posicionei melhor o óculo.
“Será que ele sabe o que eu quero dizer com isso?” – pensei.
_ Ele é o único amigo que eu tenho tio, ele não é de todo mal, se não fosse por ele, provavelmente estaria sofrendo bullying naquela escola até hoje.
Ele sorriu.
_ Ele bateu em todo mundo num foi.
_ Não sobrou um pra contar história. – digo sorrindo enquanto me lembrava daquele dia.
_ Você se sente em divida com ele por causa disso?
_ Não é divida tio, até porque ele nunca cobrou nada. Eu gosto dele como... Posso está errado no que eu vou falar agora, mas eu gosto dele como o senhor gosta do tio Caio. – ao fechar a boca analisei atento a sua expressão que para minha surpresa não se chocou com a minha revelação. Ele baixou a cabeça e sorriu.
_ Eu desconfiava, só estava esperando você me falar.
_ Estava tão na cara assim? – perguntei.
_ Eu sou gay né Vini, eu já passei por isso. – sua expressão de repente ficou séria – Eu só te peço pra ter cuidado com esse sentimento, você sabe como ele é... Homofóbico.
_ Mas o tio Caio... – tentei argumentar para que ele me desse um motivo de esperança, algo com que eu pudesse sonhar.
_ Ele não era assim Vini, não como o Aquiles é. – ele disse pondo a mão sobre a minha que estava no joelho.
Sua expressão era paternal, mesmo após o que eu havia feito. Esse pensamento me causou angustia, pois me fez lembrar que eu ainda não tinha falado nada sobre minha participação nisso tudo, só havia enrolado.
_ Eu não fiz por mau tio, eu não queria perder a amizade de seu filho. Eu ajudava no que ele precisava, eu sempre o aconselhava, mas ele nunca me ouvia. Eu sou um egoísta mesmo, se quiser que eu vá embora, eu irei entender, sério mesmo.
_ Não, claro que não Vini, o importante é que você fez a coisa certa no final e tudo não virou uma grande catástrofe, que dizer... Nem tudo.
_ Como assim, o tio Caio brigou contigo?
_ Sim, primeiro por eu não ter dado ouvido aos seus avisos sobre a minha amizade com o fdp do Marcelo e em segundo lugar e mais importante; por eu ter deixado Aquiles ir morar com o avô. – ele baixou a cabeça e com uma pequena careta coçou próximo à cabeça antes de continuar. – No fundo eu sabia que ele iria ficar uma fera, mas não previ que iria ter sido daquele jeito.
_ Ele te bateu? – perguntei um pouco alto demais. Fiquei preocupado só de pensar na possibilidade.
_ Não, não Vini, na verdade, eu que bati nele. – ele disse sorrindo sem graça.
_ Por quê? – perguntei preocupado, pois era muito raro vê-los brigando, muito menos se agredindo. Só de pensar que foi por minha causa meu estomago revirava.
_ Ele falou coisa que não devia. – ele fez uma pausa e voltou olhar para baixo, vi seus olhos se encherem de lágrimas e sua testa franzi. – ele disse que pra mim foi um alivio ver Aquiles longe daqui. – voltou a olhar pra mim. – Você sabe o quanto gosto dele não é? Você também acha que eu me senti aliviado?
_ Tio, ele falou de cabeça quente, eu tenho certeza que ele vai te pedi desculpas, e eu tenho certeza que você é ultima pessoa nessa terra a ficar aliviado com a ida de Aquiles, eu vejo a sua luta para tenta se aproximar dele, vejo do quanto abre mão por ele, se isso não for amor eu não sei mais o que é.
_ Obrigado querido. – ele disse interceptando uma lágrima antes de percorrer toda sua bochecha. – Bem, eu vou tentar descansar um pouco. – disse se levantando.
_ Cadê o tio Caio? Preciso pedir desculpas a ele também. – disse me levantando junto a ele.
_ Há essa altura, próximo a casa dos avôs de Aquiles. – ele se virou pra sair e com a voz cansada prosseguiu. – Quero nem imaginar a confusão que isso vai se tornar.
E então fechou a porta.
Mesmo após aquela conversa edificante, eu ainda me sentia mal por ter contribuído para que tudo aquilo acontecesse, o plano não prosseguiu, mas de certa forma Aquiles havia conseguido parte do que queria, havia estremecido toda a estrutura do relacionamento mais bonito que eu conhecia. Foi pensando nisso que me lembrei da minha discussão mal acabada com ele, me sentei na cama e então voltei a colocar a bateria no celular, ao liga-lo a primeira coisa que vi foi uma mensagem em seu nome. Meu coração rapidamente acelerou.
“Irei descobrir tudo o que aconteceu, com ou sem a sua ajuda, me decepcionou Vini, nossa amizade morre aqui!”
Com aquela mensagem cheguei ao cúmulo do desespero, nem pensei direito no que iria falar quando pus o celular para chamar, eu só queria falar com ele, reverter aquilo. O celular chamou, chamou e “Oi, não posso atender no momento, deixe sua mensagem após o bipe e eu retornarei quando puder”.
_ Aquiles, me desculpa cara, eu não consegui, sei que vacilei... Olha, se isso serve de alguma coisa, eles ainda brigaram, o tio Lucas ficou arrasado, eu mesmo vi o estado dele, a briga foi feia e acho que eles vão acabar – não, eu não achava, só disse o que ele gostaria de ouvir.
Narrado por Lucas:
Não tinha nem palavras que descrevessem o que eu estava sentindo, era uma espécie de angustia, tristeza, raiva e até saudades, ele nunca agira daquela maneira, me deixou sozinho no meio do nada sem nem se importar o que aconteceria comigo, tive que me arriscar e vir andando no frio. E de Marcelo nem se fala, como ele pode me traí por tão pouco?
Desliguei o chuveiro e saí enrolado na toalha, me vesti e me sentei enrolado em um cobertor em uma das cadeiras da varanda de meu quarto, não demorou muito e as lágrimas começaram a fugir de meus olhos.
Não sei como consegui dormi do jeito que eu estava sentado, só sei que acordei com umas batidas na porta e uma voz conhecida me chamando.
_ Tio Lucas. – batidas – Tio Lucas.
Sentindo um pouco de dores pelo corpo e principalmente no pescoço pelo jeito que dormi, fui abrir a porta e ver o que ele queria.
_ Oi, o que foi Vini? – perguntei com um olho aberto e outro fechado, ainda bem sonolento.
_ Desculpa te acordar, mas é que estou muito preocupado com o Aquiles.
Nesse momento todo sono passou como se fosse em um passe de mágica, esfreguei os olhos e indaguei:
_ Por quê?
_ Eu ouvi uma conversa meio estranha do tio Caio com o tio Caique...
_ Caio está aí?
_ Chegou as oito.
Olhei no relógio e vi que já eram dez horas. Nunca dormi tanto em toda minha vida, talvez eu precisasse dessas horas para me recompor emocionalmente.
_ O que eles estavam conversando?
_ Tio Caio disse que Aquiles estava em um reformatório, que ele tinha feito coisas que não devia, eu não entendi muito bem e ainda duvido se ouvi direito, mas ele disse que iria deixa-lo lá pelo menos uma semana para ver se aprendia algo com aquilo. – Vinicius disse demonstrando bastante preocupação. – Tio, esses lugares não fazem ninguém melhor, faz alguma coisa, por favor.
_ Como assim reformatório? – disse já com o coração acelerado.
_ Foi o que eu ouvi tio, na hora não soube direito o que fazer, só quis contar ao senhor.
_ Eu... Eu vou falar com ele, deve ter algo errado.
Nesse momento o vi cruzando o corredor, vinha em nossa direção, Vini o viu vindo e meio que se assustou um pouco, balançou a cabeça pra mim com os olhos brilhando numa ultima suplica para que eu fizesse algo a respeito e então saiu apressado rumo ao seu quarto logo em seguida.
Caio por sua vez passou por mim parado na porta e entrou no quarto, não disse nada e começou a tirar a blusa de costas para mim, a mesma da noite passada, uma preta com mangas longas.
_ Que história é essa de reformatório? – disse fechando a porta atrás de mim.
_ Culpa sua. – ele disse ainda de costas agora tirando a calça.
_ Culpa minha? – indaguei surpreso ao me aproximar mais dele.
Ele se virou pra mim e com raiva disparou:
_ É culpa sua, se não tivesse deixado ele ir, nada disso haveria acontecido, aliás, se não tivesse o mimado tanto, esses anos, sempre o trocando de escolas quando ele pedia, muita coisa hoje em dia estaria diferente.
_ Porque está falando comigo assim? Porque essas acusações agora? Porque essa frieza agora? Nunca nós tratamos assim, sempre resolvemos tudo conversando. – desabafei enquanto me segurava para não chorar mais uma vez.
Tinha que haver um motivo de sua tão repentina mudança no modo de me tratar.
Ele baixou um pouco a crista, suspirou e então disse:
_ Acho que isso não está dando mais certo.
_ Só foi uma briga, não é pra tanto. – argumentei sentindo meu coração apertar. Apesar de tudo, ainda o amava muito.
_ Não foi só uma briga, eu acho que não sinto por você o que eu sentia lá atrás, eu conheci outra pessoa há alguns meses atrás, eu tentei Lucas, tentei não continuar com um lance que parecia ser de apenas uma noite, mas foi mais forte que eu e acabei por deixar rolar outras vezes.
Continua...
Oi meus amores, já estava com saudades de vocês <3
Esse conto já está virando praticamente uma novela, pois no próximo dia 15, completará um ano de “Louco Amor”, nunca pensei que fosse durar tanto tempo e nem que tantas pessoas fossem gostar das loucuras que surgem em minha cabeça, só tenho a agradecer por todo esse carinho durante todo esse tempo, muito obrigado mesmo gente ^^/
Quero dizer também que muito provavelmente o próximo capítulo ou será o ultimo, ou o penúltimo, vai depender muito do tamanho do enredo final.
Não tive muito tempo pra revisar esse capítulo então me desculpem por qualquer erro, no próximo capítulo respondo a todos individualmente, beijinhos e até a próxima. Não se esqueçam de comentar o que estão achando ;)
Oi 22Purin, me contata lá no e-mail: fipesouza1@gmail.com