Cap.22
Meu mundo caiu em segundos. De um médico vivendo um conto de fadas, sendo correspondido pelo namorado incrível, agora um médico suspenso de medicar, sem emprego e sem chão.
-Você vai me demitir porquê eu sou homossexual ? - perguntei, sem acreditar.
-Vou... Eu detesto gays, nenhuma bicha vai trabalhar comigo ! - falou ele, se pondo de pé.
-Pois me aguarde... - falei, começando a andar para sair da sala.
-Te aguardar porquê ? O que você vai fazer ?
-Processar você !
-E qual juiz vai dar ganho de causa para um médico que comete um erro desses ? - parei na porta.
-Eu vou provar que alguém aqui está tramando contra mim – falei, tirando uma cópia daquela ficha falsa – me aguarde – falei, dando a verdadeira para ele – alguém aqui está tentando me incriminar, por algum motivo. E eu vou descobrir quem é...
TEMPO DEPOIS
Fui para casa aos prantos. Depois de tanta luta, sete anos de estudos, eu poderia perder a minha licença de médico por causa de uma armação. Mas logo aquelas lágrimas de tristeza se tranformaram em raiva. Eu sabia que alguém estava tentando me incriminar, por algum motivo, e eu descobriria qual era.
-Renato ? - era a voz do Elias – cadê você que não está no hospital ?
-Estou em casa....
-Mas porquê ? Algo aconteceu...
-Sim... E quero que você venha até aqui assim que acabar o seu turno...
-Ok...
Fiquei pensando em diversas coisas. Tentando descobrir de quem era aquela letra. Fiquei me perguntando quem poderia fazer aquilo. Em um primeiro momento pensei no meu próprio chefe. Aquele homem tinha raiva de gays, e também, seria bom que aparecesse um culpado pela morte daquele homem. Porém, comparado com os meus contratos, e alguns outros papéis que ele assinou, não era a letra dele. Além disso, para que ele quisesse culpar alguém, o hospital tinha que ter alguma culpa naquela morte.
-Quem é que está tentando destruir a minha carreira... – falei, pensando... De repente então a porta do meu apartamento foi aberta.
-Renato ! Você não vai acreditar ! - falou ele, entrando na sala – mais 2 pacientes morreram hoje.
-Sério ?
-Sim...
-Mas como ?
-Eu não sei... É isso que é o mais estranho...
-Espera... Além da morte de ontem e as duas de hoje, já foram mais 5 sem explicações...
-O que você quer dizer com isso ?
-As pessoas estão morrendo naquele hospital por algum motivo Elias ! De repente morreram 8 pessoas sem explicação nenhuma. Algo está acontecendo lá... - ele olhou
-Agora que você falou, bem que faz sentido... Mas e você ? Porquê veio cedo para casa... - olhei para ele.
-O Lucas me demitiu... - ele arregalou os olhos.
-O quê ? Mas porquê ?
-Porquê alguém falou para ele que eu sou gay...
-O quê ? Mas sem provas ?
-Ele disse que tinha provas...
-Mas mesmo assim Renato ! Ele não pode fazer isso ! Eu vou falar com ele já...
-Você não vai fazer nada ! - falei, o segurando – você vai ficar quieto, e vai tentar descobrir o que está se passando naquele hospital.
-Mas porquê ? Você descobriu alguma coisa ? - peguei a cópia da ficha e mostrei para ele.
-Olha... - ele olhou
-Você receitou esse remédio para aquele homem ?
-Óbvio que não ! Essa letra não é minha... Alguém está tentando armar contra mim dentro daquele hospital. O pior é que conseguiu, o Lucas acreditou e o CFM me suspendeu...
-Sério ?
-Sim... Mas eu vou provar que eu não cometi esse erro.
-Mas como Renato ? Se roubaram as suas fichas. Agora eu entendo... A pessoa quer incriminar você... Primeiro ela conseguiu provas de que você é homossexual, depois esse homem morre sem motivos, somem as únicas provas que você tinha para mostrar que você é inocente nesta morte, e agora aparece uma ficha incriminando você...
-Mas quem poderia fazer isso ?
-Você não tem inimizade com ninguém dentro do hospital ?
-Não... Não que eu saiba...
-E como é que alguém poderia saber que você é homossexual ?
-Eu não sei... Ou melhor – parei para pensar... - tem uma pessoa que sabe.
-Quem ?
-O Ed...
-Aquele enfermeiro ?
-É...
-Mas porquê ele sabe disso ?
-Isso não vem ao caso... Mas a questão é que ele sabe.
-Você acha que ele pode ter feito isso ?
-Eu não sei... Ele não teria motivo... Só se...
-Só se o que ?
-Se ele tiver descoberto nós dois e ficado com ciúmes... No seu próximo turno, eu gostaria que você fizesse duas coisas. Tentasse ver se há algo anormal nas coisas dele, e visitar a Farmácia do hospital para conferir se tá tudo em ordem... Algo me diz que o que aconteceu tem a ver com essas duas coisas.
Continua
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