Delírio 8

Um conto erótico de Bib's
Categoria: Homossexual
Contém 3736 palavras
Data: 11/07/2016 14:04:45
Assuntos: Homossexual, Gay, Amizade

— Acho que eles vão ficar bem — disse Emma. — Mamãe pareceu triste, mas eu não acredito que ela quisesse que eu me casasse só para ela não desperdiçar a lagosta.

Caleb olhou para os dois lados e então virou o carro para a estrada. Tinha concordado em levar Emma ao aeroporto contanto que ela passasse antes na casa do lago e explicasse o que havia acontecido à família. Agora que já tinha realizado essa tarefa, haveria apenas mais um pequeno desvio.

— Não acha que está sendo um pouco precipitada, Emma? Você estava bêbada ontem à noite, e nem conversou com Sam.

— Sam é um idiota — disse Emma. — Eu tenho que voltar para Boston. Não sei de onde foi que eu tirei que nós éramos feitos um para o outro. Eu sou jovem. Deveria estar explorando as minhas opções, e não me prendendo a um rapaz que faz amizade com strippers.

— Sam bebeu um pouco demais. Não faz sentido jogar um relacionamento no lixo só por causa de uma coisa tão pequena. Afinal, ele não a traiu. Você e Sam deveriam pensar seriamente no que esperam de um casamento, mas para isso é preciso muita conversa.

— Eu não quero conversar com ele — disse Emma teimosamente.

— Você ainda o ama? Emma virou a cabeça e ficou olhando pela janela.

— Eu não sei. Eles seguiram até a cidade em silêncio e tomaram a estrada para a casa de Jake, enquanto Caleb procurava a placa de Havenwoods. Foi só então que Emma reparou que eles não estavam seguindo na direção do aeroporto. — Para onde estamos indo?

— Eu quero lhe mostrar uma coisa — disse Caleb. — Jake a mostrou a mim há alguns dias.

Ele virou à direita e seguiu cuidadosamente pelas curvas que conduziam à casa principal.

— O que é isto?

— Você vai ver — disse Caleb. Ele parou o carro na frente da casa. Jake surgiu lá de dentro, na varanda. Pouco depois, Sam apareceu na entrada. Emma olhou para Caleb e então para o noivo, pela janela.

— O que está acontecendo?

— Você e Sam precisam conversar. Jake e eu achamos que esse seria o lugar ideal para isso.

— Eu preciso pegar o meu avião — insistiu Emma. — Isso pode esperar.

— Que lugar é esse? Algum tipo de casa assombrada?

— Não é tão mau quanto parece. É um lugar calmo e isolado. E até romântico.

Caleb saiu do carro, não deixando outra escolha a Emma a não ser segui-lo. Jake lhe entregou a sacola com as lingeries.

— Eu não pude resistir à cinta-liga — murmurou ele.

Emma foi até eles e Caleb lhe passou a sacola.

— Talvez você precise disso — disse ele.

Emma vasculhou o conteúdo da sacola e retirou de lá uma camisola e calcinhas pretas sexies, uma cinta-liga e meias pretas também.

— Achei que você tinha dito que nós precisávamos conversar.

— Isso é para ajudar na conversa.

— Olá, Emma — disse Sam, atravessando a porta em direção a varanda. Ele procurou o rosto dela, mas Emma se recusou a olhá-lo.

— Olá, idiota — murmurou ela.

— Regra número um — disse Jake. — Nada de xingamentos.

Depois fez um sinal para que Sam e Emma o seguissem. Quando alcançaram o lado da casa que dava para o lago, eles caminharam pelo caminho coberto de neve em direção à cabana.

— Muito bem. Vocês permanecerão aqui até que tenham se entendido. Quando chegarem a uma decisão racional sobre o seu futuro juntos, devem deixar um lampião aceso na janela para que nós venhamos buscá-los. Há alimento e lenha lá dentro, e também um pequeno banheiro passando pela porta perto da lareira. Quero que vocês entrem aí, tirem as suas jaquetas sapatos e o resto de suas roupas e os coloquem na varanda. Eu devolverei tudo a vocês quando chegar a hora de partir.

— O quê? — disse Sam.

— Eu não vou lhe dar as minhas roupas — disse Emma.

— Nós realmente precisamos ficar com as roupas deles? — perguntou Caleb.

— Eles não vão poder fugir sem elas — explicou Jake.

— A menos que queiram andar descalços na neve, eles não irão a lugar algum.

— Eu não vou me casar com ele — disse Emma. — Você pode me prender aqui e jogar a chave fora. Nada vai me fazer mudar de ideia.

— Eu não me casaria com ela nem que ela fosse a última mulher na Terra — retrucou Sam.

— Vocês só vão sair daqui depois que chegarem a uma conclusão séria e respeitosa. Nossas famílias são amigas uma da outra há anos e vocês não podem estragar tudo só porque querem brigar. Foram vocês que começaram isso e são vocês também que vão resolver. Ou vocês saem daqui reconciliados, prontos para casar ou como dois bons amigos.

— E onde é que nós vamos dormir? — perguntou Sam.

— Há uma cama de lona lá dentro, além de cobertores.

— Eu vou ligar para alguém nos tirar daqui.

— Não há telefone lá dentro — disse Jake. — eu estou com o seu celular. Você o emprestou a mim hoje de manhã. Caleb está com o de Emma. Vocês dois vão conversar e pronto. Nós voltaremos amanhã de manhã.

— Você não pode fazer isto — disse Sam.

Jake deu de ombros.

— Posso, sim.

— Caleb, você não pode me deixar aqui — disse Emma.

— Quando o proprietário desta casa descobrir que vocês nos mantiveram aqui, vocês vão ficar encrencados. Poderão até ser processados por sequestro ou cárcere privado ilegal. Ou, ou...

— Eu conheço o proprietário e sei que ele não vai se importar — disse Jake. —Agora entrem aí e comecem a se despir.

Emma e Sam desapareceram dentro da cabana e alguns minutos depois, jogaram as jaquetas, calças e sapatos para a varanda. Caleb deu um sorriso otimista para Jake.

— Isso não foi tão mau assim.

— Talvez fosse melhor permanecermos por perto por algum tempo, só para nos assegurarmos de que eles não vão se matar.

— Boa ideia.

Jake pegou a mão de Caleb e seguiu com ele em direção à casa principal. Ele fechou os olhos e inalou aquele cheiro, determinada a guardá-lo na memória.

— Eu adoro esse lugar. Posso imaginar como ele era há alguns anos, sem televisão, lanchas ou eletricidade. Devia ser muito relaxante viver assim.

— Eu pretendo restaurar o lugar para deixá-lo em seu estado original — disse Jake, colocando-se atrás dele e passando os braços em torno da sua cintura.

O toque dele fez seu pulso se acelerar. Ele se inclinou contra ele e sorriu.

— É mesmo? Você acha que poderia viver desse jeito?

— Eu não tiraria a eletricidade, nem o encanamento. Teria que cortar lenha 24 horas por dia no inverno para me manter aquecido.

— Eu acho que só aguentaria um dia. Adoro uma ducha quente.

Ele pousou queixo no ombro de Caleb.

— O que aconteceu com o seu senso de aventura? Você virou uma pessoa de hábitos muito caros, não é?

Ele se virou nos braços dele.

— Eu ainda sou ousado. E há coisas que você pode fazer no chuveiro que você não pode fazer numa banheira.

Ele gemeu, lembrando-se de como eles haviam feito amor na noite anterior.

— Eu entendo, mas mergulhar nu no lago podia ser muito divertido também.

— O que é que nós vamos fazer aqui? Nós demos a única cama para Sam e Emma.

Jake beijou-lhe o pescoço.

— Eu estava indo até o sótão para procurar as portas antigas — disse ele. — Nós podemos encontrar alguma coisa mais interessante para fazer. O cano da pia precisa ser trocado e eu acho que há um camundongo morto no armário.

— Vamos para o sótão — disse Caleb.

— Pode haver aranhas lá. Ou morcegos.

— Será uma aventura — provocou ele.

Jake pegou uma lanterna na cozinha e seguiu com ele até a escada dos fundos. Eles haviam explorado cada centímetro daquela casa quando eram crianças, mas Caleb não se lembrava de ter se arriscado a entrar no sótão.

— Você já esteve aqui em cima?

— Algumas vezes — disse ele. — Tome cuidado. A escada é muito íngreme. Você primeiro.

Caleb ergueu o olhar em direção ao sótão escuro e balançou a cabeça.

— Você vai primeiro.

— Mas você é o ousado aqui.

— A casa é sua.

— Eu lhe darei 100 pratas se você for na frente. Caleb revirou os olhos.

— Como você é infantil — disse ele, olhando para a escuridão. — O que você está procurando?

— Portas. As que estão lá agora são novas demais, não combinam com o estilo de Durant. Espero que as portas originais estejam lá em cima.

O sótão não era tão mau quanto Caleb havia pensado. Estava relativamente arrumado, embora tudo estivesse coberto por uma grossa camada de pó.

— Gostaria de saber o que há nessas malas. Jake deu de ombros.

— Provavelmente algo sinistro.

— Como o quê? Um cadáver? Caleb ajoelhou-se no chão.

— Aponte a lanterna para esta fivela — disse ele.

— As portas não vão estar aí. São enormes.

— Eu sei. Mas você não está curioso para saber o que há aqui dentro?

Caleb abriu a fivela.

— Se eu encontrar um esqueleto, vou começar a gritar.

— Eu também — disse Jake.

Ao abrir a mala, porém, Caleb descobriu que ela estava repleta de cartas e cartões comemorativos, vinis e livros. Ele retirou um dos livros e o folheou.

— É um diário — disse ele.

Depois pegou um livro maior e descobriu dentro dele algumas fotografias guardadas. Caleb o passou a Jake, e então deu uma olhada no resto do sótão.

— Há um gramofone por aqui?

Jake esquadrinhou o lugar com a lanterna, detendo-se numa silhueta coberta sobre a mesa.

— Acho que é isso. Podemos procurar as minhas portas agora?

— Isso é bem mais interessante do que as suas portas — disse ele,

Caley apontou a parede distante.

— Por acaso é aquilo? Jake sorriu.

— Acho que sim. Vamos ver se podemos levá-las lá para baixo.

— Esqueça as portas por enquanto. Se você segurar naquela ponta, eu aposto que conseguiremos descer com esta mala.

Eles carregaram a mala até a escada, mas quando começaram a descer os degraus, a alça de couro que Caleb eslava segurando arrebentou e a mala se estatelou sobre os dedos de seu pé.

— Oh, isso dói. Solte-a.

Jake deixou a mala cair pela escada e foi cuidar de Caleb.

— O que houve?

— Meu dedo foi esmagado!

Seus olhos se encheram de lágrimas e ele se contorceu, apoiado sobre o pé que estava bom, com medo de colocar peso no outro.

— Acho que tenho algum material de primeiros socorros.

Ele o ajudou a descer a escada. Estava mancando e se retorcendo de dor. Jake então o tomou nos braços e o carregou pelo resto do caminho, pousando-o sobre o balcão da cozinha.

— Eu me esqueci de como você era desajeitado.

— Não é verdade — disse ele. — Sou até muito gracioso.

Ele puxou o próprio pé da mão de Jake e tirou a meia. A unha do seu dedo já tinha começado a ficar preta.

— Beije-o — disse Caleb, mexendo os dedos na frente dele.

Jake sorriu, tomando o pé dele novamente nas mãos e massageando-o lentamente.

— Isso o fará sentir-se melhor?

— Talvez. Eu sempre quis que você beijasse os meus pés — disse ele, desafiando-o a fazer o que ele estava lhe pedindo.

Jake se ajoelhou na frente dele e pressionou os lábios contra o tornozelo de Caleb. Não demorou muito para que ele percebesse que ele estava transformando o joguinho numa sedução escancarada.

Ele beijou-lhe cada um dos dedos e correu a sua língua ao longo do peito do pé. Quando ele começou a chupar lhe os dedos, Caleb fechou os olhos e se recostou. Nenhum homem jamais havia feito aquilo com ele.

— Oh!

— Você gosta? — perguntou Jake.

— Sim — sussurrou Caleb.

— Sente-se melhor? Ele assentiu.

— Muito.

Jake se levantou e passou o seu polegar sobre o lábio de Caleb, para depois se inclinar sobre ele e beijá-lo.

— Você está sentindo dor em algum outro lugar?

— Está tentando me seduzir? — Perguntou ele.

— Talvez. Você quer ser seduzido?

— Sim — disse Caleb com um sorriso. — Viu como é simples? Imagine só o que poderia ter acontecido se você tivesse me dito sim logo na primeira vez.

— Eu fiquei tentado — disse Jake, beijando-lhe a palma da mão. Você estava lindo naquela noite, com aquela camiseta branca e bermuda justa vinho.

— Você se lembra disso?

— Eu me lembro de tudo a respeito daquela noite. Passei os cinco anos seguintes me sentando no mesmo lugar na praia e me perguntando se alguma vez voltaria a ter uma chance com você. De experimentar esse sentimento que você me despertava

Aquilo foi o mais próximo que Jake já havia chegado de uma declaração de amor e abalou o coração de Caleb. Quando jovem, eler costumava interpretar toda sorte de significados nas palavras que ele lhe dizia, mas o sentido agora estava claro. O único problema era que Caleb não sabia exatamente o que fazer quanto a ele.

— Eu tenho um saco de dormir na mala do meu caminhão. Podíamos colocá-lo na frente da lareira.

— Eu o encontrarei lá — disse Caleb, Ao tentar sair do lugar, ele respirou fundo. — Eu também não vou conseguir deixar você ir embora — murmurou ele.

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Jake ficou na entrada da sala com as mãos apoiadas no batente da porta. Caleb sentou-se na frente do fogo, o corpo nu embrulhado no saco de dormir. Eles haviam feito sexo duas vezes na frente da lareira, primeiro com uma paixão desenfreada e depois mais lentamente, provocando um ao outro. Tinham o dia inteiro à disposição agora que o casamento havia sido cancelado. Jake havia se sentido tão mal por ele ter ferido o dedo do pé que subiu novamente até o sótão para pegar o álbum de fotografias e alguns pacotes de cartas.

Embora tivessem desfrutado plenamente da química sexual que havia entre eles, a conexão aquela tarde fora mais emocional do que física. Cada vez que o olhava, Jake compreendia o quanto ele era especial para ele. Ele lhe roubara um pedaço do coração há muito tempo e Jake estava mais do que convencido de que não o queria de volta. Bastava que Caleb gostasse dele para que ele fosse o homem mais feliz do mundo.

— Você está suficientemente aquecido? — Perguntou ele.

Ele sorriu para ele.

— Estou. Venha ver isso aqui. Eu achei uma foto da cabana.

Jake atravessou o quarto e se agachou ao lado dele tomando a foto de sua mão.

— Olhe só para este fogão. Não é de admirar que eles tivessem colocado a cozinha num cômodo separado. Bastaria uma faísca para que tudo aqui pegasse fogo.

— Você deveria devolver estas coisas para a família que morava aqui — disse ele.

— Não acho que a proprietária acreditasse que ainda havia alguma coisa no sótão. Acho que vou fazer um inventário e ver o que ela quer de volta. Vamos nos vestir para que eu possa levá-la de volta para o hotel. Você vai poder tomar um bom banho quente. Podemos pegar uma pizza no caminho e passar o resto da noite vendo um filme.

— Acho que você deveria ir ver como estão Sam e Emma antes de irmos embora.

— Eles estão bem — disse Jake.

Ele segurou a jaqueta dele para que ele a vestisse e, enquanto o fazia, ele olhou ao redor.

— Eu gosto muito desse lugar, Jake. Não importa o quanto você gastou para comprá-lo, nem quanto gastará para consertá-lo. Ele vale cada centavo.

Caleb seguiu Jake até a cidade. Eles pararam num pequeno restaurante italiano e pediram que as pizzas fossem entregues no hotel.

— Vá indo na frente — disse Jake. — Eu vou pegar umas cervejas e uma garrafa de vinho e o encontrarei lá.

Caleb estava mastigando um pedaço de pizza enquanto zapeava os canais da TV. Parou numa reprise de Jornada nas estrelas e franziu a testa. Aquele episódio devia ter uns 15 anos.

— Você se lembra quando me obrigava a ver isto? Eu detestava esse programa.

— Você adorava — disse Jake, abrindo uma lata de cerveja. Ele balançou a cabeça.

— Não, eu achava tudo muito confuso.

— Então por que você vinha assistir comigo todos os dias? Caleb pegou um cogumelo da pizza e o jogou nele.

— Ah... Porque eu esperava que um dia você ficasse louco de desejo por mim, me jogasse no sofá e me beijasse.

— Você alguma vez nos imaginou juntos? — Perguntou Jake.

— O tempo todo — respondeu ele.

— Não, eu quero dizer para sempre.

Caleb havia percebido o desconforto dele durante toda a noite. Notou que ele tinha perguntas a lhe fazer, mas tinha tentado evitar que a conversa se tornasse mais séria. A verdade era que ele estava tão confuso quanto no dia em que havia chegado, só que por outros motivos.

Os ataques de pânico que o estavam tomando de assalto haviam desaparecido quase que por completo, e ele estava finalmente conseguindo dormir sem acordar de repente, suando frio, perguntando-se o que poderia ter esquecido de fazer no trabalho. A única vez que tinha voltado a se sentir assim fora quando o celular tocara. Ele havia sido feliz com Jake e, embora não quisesse que aquilo tivesse um fim, sabia que seria muito difícil construir um futuro ao lado dele. Ambos tinham desenvolvido carreiras em cidades grandes, que ficavam a 700 km de distância uma da outra.

— Vou ver como estão Sam e Emma — disse Jake. — Quer ficar aqui ou vir comigo?

— Eu vou com você. Estou me sentindo um pouco culpado por tê-la deixado lá.

Ele se levantou e olhou para Jake, estendido na cama. Ele parecia completamente à vontade, como se eles estivessem juntos há anos e aquela fosse apenas uma noite como qualquer outra.

— O que foi? — Perguntou ele, olhando para ele.

— Nada — disse Caleb.

Ele vestiu o suéter, foi até ele e passou a mão pelo cabelo desalinhado de Jake.

— Eu gosto disso. Não precisa ser sempre paixão e desejo — disse ele.

— Você quer paixão e desejo? — Perguntou Jake. — Eu posso cuidar disso. Só achei que você estava com fome.

— Não — disse Caleb. — Quero dizer, eu adoro quando nós... Você sabe.

— Eu sei.

— Mas isso também é legal. Eu nunca vivi isso de verdade com um homem.

Jake se levantou e vestiu a camisa.

— Vamos, eu vou lhe dar um pouco de emoção.

— Nós não vamos fazer sexo num lugar público — advertiu Caleb.

— Não. Guardaremos isso para mais tarde. Eu vou lhe mostrar uma diversão típica de uma cidade pequena.

Cinco minutos depois, eles estavam no caminhão de Jake. O frio estava intenso a ponto de Caleb ter de colocar o capuz. Jake ligou o aquecedor o máximo e seguiu até o lago.

— Nós vamos passear sobre o lago. Caleb foi tomada de pânico.

— Neste caminhão? Oh, não.

— Não se preocupe. É seguro. O gelo está bastante grosso este ano.

Caleb gritou quando eles andaram sobre o gelo, esperando que o caminhão caísse assim que passassem por cima da água congelada. Quando isso não aconteceu, ele olhou para Jake.

— Você tem certeza de que isso é mesmo seguro?

— Eu nunca faria algo que o machucasse.

Ele já havia expressado aquele sentimento, mas Caleb não tinha se dado conta até aquele momento do quanto ele era intenso.

— Vai ser divertido — garantiu Jake.

Jake pisou no acelerador, deu uma guinada e começou a girar no gelo. Caley gritou, agarrando-se à maçaneta da porta. Estava aterrorizado, achando que eles iam afundar a qualquer minuto. Quando o temor cedeu um pouco, porém, ele achou o perigo estimulante.

Quando o caminhão finalmente parou no meio do lago, ele estava completamente arfante, com o pulso acelerado.

— Isso foi incrível. Quase melhor do que sexo — disse ele, com uma risadinha.

Jake desligou o motor e pressionou Caleb contra a porta.

— Acho que nós devemos fazer uma comparação agora mesmo.

— Você quer fazer sexo no meio de um lago congelado?

Jake assentiu.

— Eu pretendo seduzi-lo em vários outros lugares memoráveis ainda. Desse modo, você não me esquecerá quando voltar para casa.

Caleb sentiu o tom provocador na voz dele, mas não o viu mudar a expressão.

— Eu nunca vou me esquecer disso — murmurou ele.

Caleb colou os seus lábios aos dele e pouco depois eles se viram envolvidos num beijo impetuoso. Ele jamais havia experimentado tamanha paixão durante o sexo, mas agora que havia conhecido aquilo com Jake, não podia mais se imaginar sem. Seria mesmo possível passar uma semana sequer sem tocá-lo, beija-lo ou senti-lo mover-se dentro dele?

Um estouro do lado de fora do caminhão interrompeu o silêncio, assustando Caleb.

— O que foi isso?

— O gelo — disse Jake. — Ele range e estoura. Mas não quebrará.

Caleb abotoou a calça.

— Não creio que eu consiga reunir a concentração necessária para realmente me divertir.

— Quer voltar? — Perguntou Jake.

— Por favor. Se você me tirar desse gelo, poderá me pedir qualquer coisa.

— Você faria um strip-tease? — Perguntou Jake.

— Sim. Mas depois eu vou cantar e é você quem vai tirar a roupa.

Ele se arrumou e deu a partida em direção a Havenwoods.

Jake saltou do caminhão.

— Eu volto já — disse ele.

Conforme prometido, ele retornou poucos minutos depois, com um largo sorriso no rosto.

— Como eles estavam? — Perguntou ela.

— Muito bem, até onde eu pude ver pela janela. Acho que eles estavam dormindo. Deixei o celular de Sam na varanda. Eles o acharão se precisarem.

Caleb passou os dedos pela nuca de Jake.

— Parece que nós vivemos alguns anos nestes poucos dias. Tudo acontecia tão lentamente quando nós éramos crianças, e agora, eu mal consigo dar conta do ritmo das coisas.

— É porque nós estamos em contagem regressiva — disse Jake, olhando para ele. — Nós poderíamos desligar esse cronômetro. O casamento está previsto para quinta-feira à noite. Se ele realmente acontecer nós já teremos dado conta de nossos deveres. Poderíamos comprar duas passagens de avião para algum lugar bem quente e passar o fim de semana juntos. Ou a semana inteira se você puder se ausentar do trabalho.

— Acho que podemos fazer isso — disse Caleb, surpreso com a própria mudança de atitude.

— México? — Sugeriu Jake.

— Ou o Caribe! Algum lugar quente com praias bonitas e hotéis luxuosos com grandes banheiras e uma cama macia.

Ele pegou a mão de Caleb e pressionou os lábios sobre o pulso dele.

— Isso parece ótimo — disse ele.

Jake estacionou atrás do hotel. Depois ajudou Caleb a sair, segurando-o pela cintura e colocando-o à frente dele. Ele o beijou profundamente, passando as mãos por todo o corpo dele, por entre as várias camadas de roupas que ele estava usando.

Num rompante, ele o jogou sobre o ombro e o carregou pelo hotel, para espanto do recepcionista.

— Agora você vai ver o que é ação.

Caleb riu quando eles entraram no elevador. Se ainda não estivesse apaixonado por Jake, ele certamente estava caminhando nessa direção a passos largos.

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Oii, Bjs

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