Como vão vocês caros leitores?Espero de coração que o meu conto esteja agradando vocês.
Então o último capítulo foi bem interessante não é mesmo?Esse capítulo que posto agora é uma espécie de continuação do último, seria interessante vocês lerem ele com atenção pois no último capítulo teve dois comentários que quase acertaram o chute.Espero que gostem desse capítulo e novamente venho agradecer aos comentários e votos, no próximo capítulo vamos a faculdade.
Boa leitura.
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Ação e Reação – Culpa!
- Non può! impossibile per lui avere belle figlie (Não pode!impossível ele ter tido filho)... – quando ele disse isso, me olhou e viu que tinha pensado alto demais, eu tenho certeza ele estava falando de mim...
Eu fiquei na dúvida, não entendi o que ele quis dizer com aquilo, e se realmente foi pra mim, mas sei que me deixou com uma pulga atrás da orelha.Quando encarei ele novamente sua feição mostrava preocupação.Resolvi perguntar.
- Mario che cosa hai detto (Mario o que foi que você disse)? – perguntei a ele que desviava seus olhos de mim, procurando uma maneira de contornar aquela situação.
Ele então me olhou nos olhos.
- Non ho detto nulla ragazzo (Não disse nada rapaz)! – me respondeu sério, percebi que ele suava e suas mãos estavam um pouco trêmulas.
- Ha detto sì (falou sim)! – afirmei cruzando os braços - So che cosa era (posso saber o que foi)? – perguntei esperando sua resposta.
Ele me olhou, era evidente que ele ficou desconfortável com a minha reação e procurava palavras pra começar a me dar uma explicação.
Passaram- se alguns minutos,ele tentando desconversar até que finalmente ia começar a falar meu tio entrou de supetão e percebeu que o ambiente estava pesado. Ele fez uma cara de espanto quando olhou pra Mario e viu seu semblante e rapidamente mudou dando um sorriso.
- Mario! – disse meu tio sorrindo - Sono contento che tu già qui , fatto buon viaggio (que bom que você já esta aqui, fez boa viagem) ? – perguntou meu tio disfarçando e forçando um sorriso.
- Geovane! – disse ele surpreso se levantando da cadeira num pulo e apertando a mão do meu tio - Sì il mio amico ha fatto buon viaggio , grazie per avermelo chiesto (sim meu amigo fiz boa viagem , obrigado por perguntar) – disse Mario agradeçendo e sorrindo para o meu tio.
Um clima estranho se instalou na sala e pude perceber que pela troca de olhares entre meu tio e Mario, o assunto era sério e meu tio sabia de algo, então é mais um motivo para mim desconfiar. Fiquei parado esperando alguma reação do Mario que a evitava olhar pra mim.Meu tio percebeu, e então desviou o olhar pra mim sorrindo.
- Fernando – disse meu tio tentando sorrir, percebi que ele falou comigo sem jeito – obrigado por fazer companhia ao Mario, daqui pra frente eu cuido de tudo, se você quiser pode ir almoçar e mais uma vez obrigado – disse ele.
Fiquei com cara de tacho e muito frustrado por não saber por que Mario havia dito aquilo, mas não tinha mais nada a se fazer,meu tio havia chegado e esse era o combinado eu ficar fazendo companhia ao italiano até ele chegar, então pus um sorriso no rosto e me despedi dele que me olhava meio envergonhado e tenso, me despedi do me tio e sai em direção a minha mesa.
Não havia me convencido, claro que pode ter sido o vinho que fez ele falar aquilo, até por que ele bebeu garrafa toda, mas alguma coisa me diz que tinha algo a mais ali.
- Eu ainda vou descobrir o que aquele carcamano quis dizer com aquilo! – disse pra mim mesmo enquanto entrava no elevador.
Sai no térreo e fui correndo para restaurante pra almoçar, pois eu estava morrendo de fome, bancar a babá do italiano não foi lá uma grande ideia..Acabei indo pro de sempre pois a comida era muito boa.
No caminho para o restaurante,cheguei a conclusão que por enquanto era melhor eu esquecer essa história, senão acabaria surtando e surtar era o que eu menos precisava agora já que tinha que estar tranquilo e são para aturar o trabalho com o meu primo. Resolveria com o meu tio essa história depois, por que se ele estivesse escondendo algo de mim ou mentindo eu iria descobrir e ai o pau ia quebrar mesmo.
Já era 13:15h da tarde quando cheguei ao restaurante pra almoçar.Como previ o lugar já estava praticamente vazio, só havia dois ou três funcionários do escritório os quais cumprimentei e outros 3 ou 4 trabalhadores da região.
Eu até gostava de almoçar mais tarde,pois o lugar quando fica mais vazio é maia confortável de se almoçar pois se pode comer sem barulho e sem pressa de desocupar o lugar.Fiz meu prato e fui pra mesa próximo a janela que da pra avenida João Naves, avenida essa bem movimentada aqui da cidade. Enquanto começava a almoçar via o movimento lá fora dos carros e pessoas que passavam.
Foi quando ouvi alguém perguntar.
- Posso me sentar aqui? – olhei e vi que era Marlon.
- Por favor – apontei a cadeira pra ele.
- Não veio almoçar com o seu não Fernando? – perguntou Marlon cortando sua carne.
- Não! - exclamei – pois ele não veio almoçar ainda e agora ele só almoça com o meu primo Marcos, se for pra me sentar na mesa com ele prefiro comer no chão – completei.
- Não fala assim Fernando – disse Marlon sério – é pecado falar isso – completou.
- Não é!Quando se trata do meu primo não é – disse rindo pro Marlon
- Bom - disse ele – se você acha melhor assim Fernando quem sou eu pra te julgar.
- Obrigado – disse sorrindo – por não me julgar – completei.
Nosso almoço estava tranquilo, estávamos rindo e conversando quando olho pra entrada e vejo meu tio, Mario e Marcos entrarem no restaurante conversando e rindo alto e mais atrás Luiz e seu Antônio que vinham conversando em tom bem mais baixo um pouco envergonhados. Olhei aquela cena e acabei achando cômica, por algum motivo eu já não me encaixava mais ali, não pertencia mais a aquele mundinho pelo menos eu acho que não.
Me apressei em comer para não ter que ficar muito tempo ali, e ter que fazer a política do bom sobrinho, do bom garoto que eu já não era mais, pois já tinha feito de manhã e também não queria aturar meu primo Marcos, que foi o primeiro a me notar e cutucar para o meu tio que ficou me olhando com uma feição séria na tentativa de eu acenar pra eles virem para minha mesa.
Acenei pra ele que me cumprimentou de volta sério, quando ele se virou, pelo reflexo do espelho do buffet vi um sorriso em seu rosto. Já era certo o meu tio me tratava com indiferença por que o meu primo Marcos estava fazendo de tudo pra minha vida virar um inferno e começou prejudicando a minha relação com o meu tio ou seja, envenenando ele contra mim.
Marlon percebendo que eu olhava eles pensativo eme perguntou.
- Fernando por que você não vai lá com eles ?– perguntou Marlon me cutucando – lá é seu lugar -completou.
- Não Marlon – disse fechando a cara – não é mais – completei.
- Por quê não Fernando? – perguntou.
- Sabe Marlon – disse olhando sério pra ele – não pertenço mais a aquele mundinho ali, todos são muito cultos ou fingem ser – disse apontando o dedo pra mesa onde estava meu tio e o três sentados.Meu primo Marcos viu na hora e me lançou um olhar de ódio.
Nessa hora meu tio se levantou e veio em nossa direção,mas desviou indo pro banheiro que ficava nas nossas costas.
Passado uns dois minutos Marlon que estava quieto enquanto comia se virou pra mim.
- Fernando eu nunca te vi como alguém daquele mundinho ali – disse Marlon apontando pra eles – você sempre foi humilde cara, sempre me tratou bem, nunca me olhou como um office boy, apesar de ser sobrinho do dono de metade de tudo, você não deixa isso afetar quem você é - completou.
- E por quê me afetaria! – disse surpreso e sem graça pelo elogio – eu acredito que não devemos julgar a pessoa pelo que ela é por fora e sim pelo que ela é por dentro.– completei.
- Pois é Fernando! – falou ele pensativo – se todos pensassem como você, o mundo seria um lugar melhor – disse ele concordando.
- Sabe Marlon, eu acredito que nada acontece por acaso – disse com mão em seu ombro – e tudo o que passamos é pra nos ensinar a lidar com a vida – disse me lembrando que sofri agressão e preconceito dentro da minha própria casa.
- Nossa Fernando! Você é muito inteligente – disse com um tom de voz extasiado – e você fala tão bonito, as escolas que você estudou devem ter sido bem caras né? – perguntou ele.
- Não Marlon – disse a ele rindo – não são as escolas caras que nos fazem inteligente, o que nos faz inteligentes é a nossa força de vontade em estudar em aprender – disse sorrindo.
- Sabe Fernando – disse Marlon baixando o tom de voz – espero que um dos meus filhos seja que nem você – fiquei surpreso pelo elogio.
- Não deseje isso Marlon – disse baixando a cabeça – quem sou eu pra ser exemplo pra alguém – disse olhando pro nada – se bobear não sou exemplo pra mim mesmo – completei.
- Você é forte Fernando – disse ele dando um soquinho no meu braço – mais do que você imagina – completou.
Eu agradeci e pelo reflexo do vidro da janela vi meu tio um pouco mais atrás da gente parado ouvindo nossa conversa.Me virei e olhei pra ele que ficou sem graça.
- Tio – disse olhando sério pra ele – o que o senhor está fazendo parado ai? – perguntei.
- Nada – disse rapidamente – estava olhando o movimento dos carros – disse apontando pela janela.
- Então tá – disse me virando – aonde estávamos mesmo cara? – disse voltando a atenção ao Marlon.
Ele passou pela nossa mesa e me olhou, seus olhos estavam vermelhos até parece que havia chorado. Voltou pra mesa onde estava com os amigos, pegou sua carteira e como não havia pedido ou comido nada saiu..Meu primo se virou e me fulminou com um olhar de ódio mas eu não dei confiança, o resto da mesa se virou pra olhar pra mim e Marlon e eu fiquei ligeiramente incomodado.
Marlon me olhou um pouco assustado e sem graça.
- Será que fizemos alguma coisa errada? – perguntou ele me olhando.
- Não – disse olhando pra ele – fique tranquilo, meu tio deve ter ouvido a nossa conversa e a culpa pesou – completei.
- Tudo bem – disse ele sério.
Geovane Narrando...
Cheguei no escritório e fui direto a minha sala, pois pelo barulho havia gente dentro dela. Ao entrar percebo um clima tenso entre Fernando e Mario que olhava pra ele com uma expressão de pânico.
Percebi então, que estava acontecendo quando vi a garrafa vazia de um dos meus vinhos em cima da mesa. Tratei de quebrar o clima abrindo um sorriso e tirando a atenção do Fernando do Mario que a hora que me viu deu um pulo e veio me cumprimentar.Vi na sua cara a expressão de alívio que fez, e vi Fernando olhando desconfiando pra nós dois.Foi então que caiu a ficha e entendi que Mario havia falado demais e provavelmente tocou no nome do Enzo, então tratei de despachar Fernando, eu juro que em outra ocasião não seria indelicado com ele e o fato de estar tratando meu sobrinho, meu filhote com indiferença estava me matando, mas eu tinha que defender Marcos também.
- Fernando – disse tentando sorrir pra ele, percebi que ele sacou que eu forçava o sorriso e estava sem jeito – obrigado por fazer companhia ao Mario, daqui pra frente eu cuido de tudo, se você quiser pode ir almoçar, mais uma vez obrigado – disse pra ele que saiu com uma cara de frustração.
Olhei pra Mario que estava mais calmo e passava a mão na testa limpando o suor que escorria.Fechei a porta me certificando que Fernando já havia ido almoçar e me virei pro Mario.
- Mario! – olhei pra ele sério - quello che hai detto pro Fernando che ha lasciato l'atmosfera così tesa qui ( o que você falou pro Fernando que deixou o clima tão tenso aqui)? – perguntei sério esperando que a resposta não fosse o que eu iginava.
- Non ho detto nulla Geovane , ho pensato ad alta voce e ha detto che era impossibile Enzo ha avuto un bambino (Não falei nada Geovane, eu só pensei alto e falei que era impossível o Enzo ter tido um filho.) – disse ele me tranquilizando.
Eu gelei na hora, o Mario perdeu a noção, pra começar ele não podia ter bebido, se o Fernando chegar a desconfiar da verdade antes de eu mesmo contar, ele nunca vai me perdoar.
Olhei pro Mario que me encarava esperando minha reação.
- Mario , devi curare quello che dici vicino a Fernando , lui è intelligente e può essere sospettosi (Mario, você tem que cuidar o que fala perto do Fernando, ele é esperto e pode desconfiar) – disse sério para o Mario que me olhou com cara de arrependimento.
- Geovane Mi dispiace , mi prenderò più cura in futuro per parlare con lui (Me desculpa Geovane , eu vou cuidar mais no futuro ao conversar com ele) – disse ele me tranquilizando.
Decidi esquecer esse assunto e convidei Mario para ir almoçar, saímos e no caminho encontro com meu filho, Luiz e Antônio e acabamos todos indo almoçar juntos. Chegamos no restaurante que já estava praticamente vazio e no direcionamos a uma mesa.De repente Marcos me cutuca.
- Olha lá pai – disse ele apontando pro Fernando que almoçava junto com o Marlon nosso office boy e nos olhava sério – o Fernando está olhando estranho pra gente – completou Fernando, percebi uma certa implicância no tom de voz dele.
Olhei sério pro meu sobrinho e o cumprimentei, ele retribuiu o cumprimento sério também, ao virar de costas pra ele abri um sorriso minha vontade era de ir lá e abraça-lo mas eu tenho que me manter sério e rígido com ele.
Tentava não reparar no que ele estava fazendo, mas de canto de olho percebia que ele conversava com Marlon e nos olhava, tive a impressão que ele estava se lamentando ao Marlon e se fosse isso mesmo não iria admitir, nada contra, mas ele tem que se abrir comigo que sou tio e não com alguém que não é íntimo dele.
Pedi licença da mesa, Marcos espantado pois joguei o celular na mesa e fui em direção ao banheiro, eu precisava saber o que eles estavam conversando. Não me julguem, mas tenho todo o direito de ouvir.
Entrei no banheiro me olhei no espelho e ri pra mim mesmo, agora ia dar pra ouvir a conversa dos outros, sai do banheiro e fiquei próximo a janela que dava pra avenida, um pouco mais a frente estava a mesa onde meu sobrinho e Marlon conversavam então da onde estava eu conseguiria ouvir a conversa.
Eu ouvi o Fernando se lamentar com o Marlon que ele não fazia mais parte do meu mundo, parece que uma bomba havia caído e eu era o culpado dele ser lançada. Nessa hora eu percebi que se eu não tinha certeza que tinha perdido o meu sobrinho, ali eu tive a certeza.Pela primeira vez em 5 anos eu me senti impotente, eu não sabia o que fazer, eu acho que eu fui muito duro com o Fernando. Sem perceber começaram a escorrer lágrimas dos meus olhos, eu estava fracassando como tio, como defensor.
Mas o mais me chateou , não foi ele dizer isso , mas foi ele dizer que não servia de exemplo pra ninguém nem pra ele mesmo, perai eu não estava ouvindo isso eu nunca percebi que meu filhote,meu sobrinho tinha a autoestima baixa. Que tipo de tio que eu sou?Ao limpar meus olhos ele me viu pelo reflexo e se virou pra trás surpreso.
- Tio! – disse ele me olhando sério – o que o senhor está fazendo parado ai? – perguntou ele desconfiado.
- Nada – disse rapidamente – estava olhando o movimento dos carros – disse apontando para janela.
- Então tá – disse ele se virando e voltando a conversar com o Marlon.
Eu passei por eles e Fernando me olhou com estranhamento, voltei a mesa nem sentei, estava muito tenso.
- Pai aonde o senhor vai? – perguntou Marcos preocupado.
- Eu preciso sair daqui – disse rapidamente pegando minha carteira e celular e deixando meus amigos e filho pra trás.
Eu só pensava em como essa semana havia sido estressante e como a minha família estava ruindo, eu não posso deixar isso acontecer, eu tenho que pegar mais leve com o Fernando, senão ele não vai mais me olhar na cara, ainda mais se ele saber do segredo que eu prometi pro meu irmão que iria guardar...
Marcos Narrando...
Alguma coisa aconteceu com o meu pai depois que ele foi ao banheiro, pois quando voltou ele estava nervoso, estava tenso, pegou suas coisas e saiu do restaurante.Não tive dúvidas, tinha algo a ver com o Fernando.
Olhei com ódio pra ele, que assim como eu havia observado o comportamento do meu pai, olhei pra ele com ódio mas ele revidou fazendo pouco caso.Percebi que todos da mesa observavam ele e Marlon almoçar e vi que Luiz não gostou muito não. O que será que ta pegando entre os dois, mas isso vou descobrir outra hora, eu só quero ver a cara do Fernando semana que vem quando descobrir a surpresa que tenho pra ele...
Continua...