Bruna Version
Acordei cedo com meu celular vibrando , era do trabalho. Eu tava planejando tudo sem Nanda saber , sairia do trabalho e iria morar com ela.
Eu sabia que nada poderia nos separar agora e eu queria viver junto com ela, só que dessa vez de verdade. Pensei em casamento mais cada vez que comentavamos sobre isso , Nanda fugia do assunto.
Levantei e corri me arrumar, iria entregar minha carta de demissão e pegar minhas coisas. Terminei meu café e fui rápido até meu trabalho.
Quando voltei procurei por Nanda e ela não estava. Não sabia o que ela tava aprontando , mas ai tinha.
Deitei e fiquei distraída pensando em como diria pros meus pais sobre Nanda. Até que ela entrou pela porta.
Eu: Oi amor. - Sorri.
Ela nem sequer tentou retribuir o sorriso, estava estranha.
Eu: Amor tá tudo bem?
Nanda: - Sentou perto de mim na cama . - Ai amor na verdade não. Perdi meu emprego.
Pensei como assim? O chefe dela tava todo entusiasmado outro dia e agora demitiu ela ? Achei estranho, mais fiquei bem surpresa.
Eu: Como assim amor ?
Nanda: Você se importa se eu não quiser falar sobre isso?
Na hora aquilo me irritou , sempre compartilhavamos tudo e agora ela não queria falar.
Eu: Claro que me importo Nanda. A gente sempre divide tudo e como assim você não quer falar ?
Nanda: : Eu to cansada Bruna. Vim pra cá resolver tudo e você fica rodeando o toco, meu chefe queria que eu voltasse e agora nem de mim precisa mais. Tô cansada de viver me escondendo - Abaixou a cabeça. - Achei que esse fds aqui seria pra gente resolver tudo. Mais você ainda não tem coragem .
Aquilo foi como um balde de água fria, ela tinha razão mais eu não sabia nem o que falar , ela não jogava as coisas assim a não ser que estivesse incomodando. Mais nada me passava na cabeça só raiva.
Eu: Uau. Achei que você me ajudaria, achei que ficaria do meu lado, que acima de tudo teria paciência.
Ela mal me olhava nos olhos. Do nada ela levantou e foi até a porta, me irritei com aquilo a gente nem tinha terminado de conversar.
Eu: Onde você pensa que vai?
Nanda: O que acha ? Embora. Tá claro que meu lugar não é aqui. - Só vi uma lágrima escorrer e depois ela saiu.
Me sentia partida ao meio, será que magoei tanto ela assim ? Chorei quietinha.
Não demorou muito ela passou quase correndo pelo corredor com uma mala mal feita. Sai as pressas atrás dela. Passou por minha mãe e agradeceu, me surpreendia mesmo triste ou brava, ela ainda era educada.
Vi que ela pegaria um táxi, corri tentando impedir que ela fosse.
Eu: Eu juro eu vou falar com eles ... não faz isso.
Ela veio até mim. Pude ver a dor nos olhos dela , ela tanto quanto eu não queria fazer aquilo.
Nanda: Não vou ficar pra impedir , faça no seu tempo. - Tentou ser fria comigo mais não conseguiu.
Jogou a mala de qualquer jeito e saiu. Fiquei lá sentada no meio fio , sozinha pensando no que tinha feito e me culpando.
Quase dois dias se passaram não liguei, achei que ela precisava de espaço e tempo então foi que o que pude dar. Mas a noite não resisti tive que ouvir a voz dela.
Começou a chamar e eu pensei que ela não fosse atender, até que ouvi um respiração.
Eu: Oi
Nanda: Oi
Eu: - Tentei não chorar mais as lágrimas já escorriam. - será que a gente podia conversar?
Nanda: Sobre o que ?
Ela parecia tão distante.
Eu: Sobre nós Nanda. O que vai ser ?
Nanda: O que quer falar? Estou te ouvindo. - Disse distante mais ao mesmo tempo tão suave.
Eu: Eu sei que tá tudo difícil agora amor, mas será que dava pra gente pelo menos tentar se entender ? Dói tudo por dentro Nanda, eu sei que você tá certa eu preciso contar pros meus pais, mais você sabe que tenho medo e agora mais ainda porque você não tá aqui. Por favor amor?
Nanda: Já faz muito tempo que estamos esperando Bruna. - Falou friamente .
Eu: Eu sei amor. Mas por favor?
Nanda: Vou pensar. - Disse calma.
Eu sabia que ela queria finalizar a conversa , mais eu queria ouvir sua voz , saber se ela estava bem.
Eu: Como você ta? Sinto sua falta.
Nanda: To bem Bruna , e espero que esteja também, preciso desligar. - Disse e desligou.
Na hora lembrei de tudo que tínhamos e eu não podia perder aquilo, uma coragem imensa surgiu. Desci as pressas.
Papai tava sentado na sala, logo minha mãe também apareceu.
Eu: Preciso conversar com vocês.
Mãe: Filha será que não dá pra ser amanhã ? Tá tarde. - Disse tranquila.
Eu: Não! tem que ser agora. - falei firme.
Meu pai olhou pra minha mãe um tanto surpreso.
Pai: Pois então diga. - Disse calmo.
Eu: É algo que não eu não quero e não vou mais esconder. - Pausa. - Eu estou apaixonada pela Nanda.
Nessa hora minha mãe sentou no sofá.
Eu: Eu e Nanda temos anos de história e eu nunca consegui contar pra vocês, eu amo aquela mulher. E por guardar isso de vocês eu acho que perdi ela.
Mãe: Não , não isso não pode ser. - Disse passando a mão na cabeça. - Quando isso começou?
Eu: Na faculdade.
Mãe: Vocês só podem estar de brincadeira comigo. Eu tratei aquela menina como se fosse minha filha.
Eu: O que quer dizer?
Mãe: Eu não aceito. - ficou de pé e me olhou dentro dos olhos.
Eu: Eu não vou desistir dela. E se ela ainda me quiser , eu vou ficar com ela.
Meu pai estava sentado sem dizer uma palavra . Meu corpo doeu e eu senti apenas uma vontade enorme de correr.
Eu: Que seja. - Sai
Escutei meu pai me chamar, não ia voltar lá.
Peguei a chave do carro e sai. Chorei muito enquanto dirigia. O único lugar que eu podia encontrar paz seria numa antiga casa de praia que meus pais tinham. Depois de muito rodar , passei no posto abasteci o carro e fui pra lá. Aquilo não podia tá acontecendo comigo. Primeiro a Nanda depois meus pais.
O que será que tinha acontecido?
Comentem ! Beijos ;3