Cap.24
NARRADO POR RENATO
Ele olhava para mim com a mesma cara de surpresa.
-Mas que safadeza ! - disse ele, olhando para aquele frasco.
-Aquele Lucas... Sempre soube que aquele homem não prestava... Mas ele vai ter o que merece... Ah se vai...
NO DIA SEGUINTE
No dia seguinte, cedo eu fui até a Vigilância Sanitária, denunciar aquele hospital. Antes fui até um hospital, e eles fizeram um exame, para descobrir do que se tratava aquele medicamento.
-E então, do que se trata essa substância ?
-Isso aqui, é Cianeto de Potássio... - arregalei os olhos.
-O quê ? - pra quem não sabe, Cianeto de Potássio é uma substância que causa a morte de uma pessoa em segundos, pois faz com que a hemoglobina presente no sangue pare de transportar oxigênio, levando a falência dos órgãos. Foi com isso que Adolf Hitler se matou – eu não posso acreditar !
-Acredite... Isso aqui mata uma pessoa em minutos...
MAIS TARDE
Após saber disso, fui praticamente correndo a Vigilância. As pessoas estavam correndo perigo naquele hospital.
-E então, no que posso ajudar ? - o atendente perguntou.
-Eu quero denunciar o Hospital Ribeiro...
-Mas, pelo quê ?
-Eles estão comprando medicamentos de laboratórios clandestinos...
-O quê ? Mas que prova você tem disso ?
-Isso... - falei, mostrando a ampola pra ele – ai diz que é Paracetamol. Mas como você pode notar, isso não é Paracetamol. Fiz um teste num laboratório, e acusou Cianeto de Potássio.
-Mas, como você conseguiu isso ?
-Eu trabalho lá. Sou médico. Um colega de profissão viu e me mostrou. Vocês precisam visitar o hospital, fechá-lo temporariamente e fazer uma vistoria em tudo já ! Pessoas podem morrer se nada for feito.
-Iremos até lá agora ! E você vem conosco, como testemunha...
-Ok...
MINUTOS DEPOIS
Os carros da Vigilância Sanitária iam na frente e eu ia atrás. Enquanto isso ligava para o Elias.
-Oi – falou ele.
-Prepare-se...
-Pra quê ?
-O Lucas está por aí ?
-Não...
-A Vigilância Sanitária estará aí no hospital em minutos.
-Meu Deus... Isso vai pegar fogo...
-Ah se vai...
TEMPO DEPOIS
A Vigilância chegou no hospital, e como eu esperava foi enérgica. Todos ficaram atônitos, mas era necessário. Os fiscais sairam entrando em todos os locais, em busca de pistas.
-Mas porquê essa visita tão repentina ? - um dos médicos perguntava.
-A procedência dos remédios daqui é duvidosa...
-Mas como você sabe ?
-Fui eu que denunciei... - eles olharam pra mim, atônitos.
-Você ?
-Sim, eu... Não vou levar a culpa de uma morte que não cometi. Ou melhor, uma morte por culpa da irresponsabilidade do Lucas na direção... E aconselho todos vocês a entrarem em greve. O Lucas vai tentar culpar todos pelas últimas mortes inexplicáveis, pra tentar livar o hospital.
-Mas você tem mesmo certeza do que tá falando ?
-Quer mais certeza que isso ? - falei, mostrando mais uma vez a ampola a alguém – segundo o frasco, é Paracetamol. Mas na verdade é Cianeto de Potássio- ele arregalou os olhos. De repente então um alvoroço se formou. Era o Lucas entrando.
-O que é isso ? Que bagunça é essa nesse hospital ? - dizia ele, se livrando da multidão que se concentrava na entrada – e vocês, porquê não estão trabalhando ?
-A Vigilância Sanitária está vistoriando o hospital – ele arregalou os olhos. Pareceu nervoso, até que olhou pra mim – e você ? O que é que está fazendo aqui ?
-Vim como acusador. Eu denunciei esse hospital pelo que você está fazendo. Acha que eu já não percebi tudo ? Sua jogada para tentar “cortar gastos” - fiz aspas com os dedos – botando em risco os pacientes. Para quê ? Pra no final matá-los com os remédios de procedência duvidosa e depois culpar os médicos. Já vejo o meu CFM sendo devolvido e o seu sendo cassado Lucas... - ele parecia que ia explodir depois de eu falar tudo aquilo.
-Seu viado de merda ! Eu deveria te matar !
-Isso, vem me matar ! As 8 vítimas que você já fez aqui não bastaram... - a discussão não continuou, pois na hora ouvimos o nome do chefe da Vigilância que veio conosco.
-Esse hospital está interditado ! - Lucas arregalou novamente os olhos.
-O quê ? Porquê ?
-Por usar medicamentos de laboratórios não autorizados, usar equipamentos com manutenção atrasada, entre outros motivos. O senhor está proibido de medicar Sr. Lucas Ribeiro, e a partir deste momento será acusado formalmente na justiça por este e outros crimes. A partir de hoje este hospital está fechado, até segunda ordem. Um hospital não pode operar nestas condições. Queira me acompanhar Sr. Lucas – os homens então retiraram ele de lá, e colocaram no carro da Vigilância, quase como um preso. A justiça seria feita. Eu tinha certeza.
TEMPO DEPOIS
Após toda aquela confusão, os homens da Vigilância ficaram na porta do hospital, não deixando mais ninguém entrar. E eu fiquei ligando para o Elias, tentando saber aonde ele estava. Ele não atendia, até que de repente ouvi batidas no vidro. Olhei, era ele.
-Meu Deus homem, aonde você estava ? - ele abriu a porta, e entrou em seguida.
-Estava buscando mais provas da sua inocência...
-Como assim ?
-Aproveitei a confusão para fazer duas coisas, e descobri tudo o que aconteceu.
-O quê você descobriu ?
-Quem fez aquela ficha falsa e qual remédio aplicaram naquele paciente.
-Então fala logo !
Continua
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