Genteee? *-* Obrigado a todos que leram e ainda mais aos que comentaram <3 Apesar de o número de gente que comenta ser pequeno (por pouco tempo, eu espero><) são esses comentários que me mantêm seguindo haha
Let's go, madames:
Monster: Hehe, obrigado <3 E pode deixar que eu postarei sempre que possível, abraços.
Martines: ASHUAHSAUSHSAUSH Venenoooooooso! Vamos ver o que rola então u-u Obrigado pelo elogio =D
rodrigopaiva: Então, né, menino!>< Vida difícil ehruehruerue Obrigado pelo comentário><
É isso, povo. Como eu disse, o número de comentários ainda é baixo, mas o número de visualizações tem crescido e se mantido, o que é bem gratificante! Obrigado a todos :D
Sem mais delongas...
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Depois de ter assumido, para mim mesmo, que estava gostando de Guilherme a minha vida passou a ser uma estranha montanha-russa de sentimentos. Me sentia feliz quando ele sorria, com tesão quando ele me tocava, com raiva quando ele olhava para outras pessoas...
Alguns desses sentimentos eu sequer sabia nomear ou descrever; mas eu sentia-os. E, por mais que essas explosões incertas de humor me atingissem constantemente, eu me mantinha, aparentemente, imparcial. Completamente blasé em relação à todas as ações do meu objeto de desejo. E cada vez mais correndo atrás de Guilherme, sempre em busca de mais um sorriso que fosse.
Com essa proximidade constante, cada vez mais forçada por mim, nos tornamos rapidamente melhores amigos, completamente íntimos. Para meu deleite, muitas barreiras foram facilmente transpassadas e, em poucos meses, era como se existisse entre nós uma amizade ininterrupta de anos. Trocávamos de roupa na frente um do outro, arriscávamos nossas mãos perigosamente no corpo alheio, e por vezes pontuávamos alguma safadeza com relação aos nossos corpos, sempre cheios de insinuações. Para Guilherme, inocente como aparentava ser, aquilo não passava de brincadeira, enquanto que para mim eram os melhores momentos; onde eu podia me aproveitar do corpo dele sem que o mesmo percebesse.
Vez ou outra eu até me questionava se as brincadeiras de Guilherme não poderiam ter um fundo de verdade, mas, é claro, logo abandonava a ideia visto que eu havia presenciado sua heterossexualidade.
Porém, nas férias de julho daquele mesmo ano, as coisas começaram a mudar.
Algumas semanas antes das férias eles, os nossos pais, estavam planejando que passássemos as duas semanas de férias na nossa casa de praia em Riviera. A última vez que eu me lembrava de ter estado lá fora em um verão particularmente sombrio para mim, um ano após a partida de Guilherme, quando eu tinha medo até de ir na beira da água. Na verdade, eu sequer me lembrava muito bem da casa, mas sabia que havia sido feita uma reforma no local alguns anos antes.
O plano era minha mãe pedir um revezamento temporário nos plantões e meu pai e os pais de Guilherme pedirem férias conciliadas para passarmos as férias como antigamente: juntos; como uma família só.
Eu, para ser muito sincero e apesar de adorar a companhia de todos eles, ainda não me acostumara com o modelo “família-sem-fronteiras” que os quatro cultivavam. Era legal quando Gui e eu éramos crianças, pois tínhamos muitas regalias com isso, mas agora me parecia abstrato demais. Todavia sempre guardei a minha opinião apenas para mim.
Com todo o planejamento antecipado, perto de uma semana antes de partirmos já estava tudo preparado: Guilherme e eu paramos os estudos e nossos pais já estavam todos afastados dos empregos. Minha mãe já havia contratado uma diarista para limpar toda a casa da praia, já que não era aberta havia alguns anos. Gui e eu compramos de antemão boias, brinquedos de praia em geral e vários outros itens desnecessários para tirar uma onda quando estivéssemos lá.
E, claro, como que para manter a tradição ele foi dormir em casa um dia antes da viagem.
Nesse dia ficamos jogando até tarde, deitando no colo um do outro de vez em quando. Era bom já possuir esse tipo de intimidade com ele. Eu, claro, sempre me aproveitava um pouco de cada situação, como nas vezes quando seu short de pijama subia um pouco mais nas coxas grossas, e eu fazia questão de encostar as minhas próprias nelas e sentir os pelos dele se chocando contra minha pele. Ou quando ele deitava a cabeça de lado na minha perna para observar a tela da televisão e a sua barba me arranhava. Ou ainda quando ele mordia o meu ombro ou sentava sobre mim para me fazer cócegas como punição por eu perder uma partida. Meu tesão ia às alturas nesses momentos. Mas, infelizmente, nunca passamos disso.
O pior era que nem durante os meus sonhos eu parava de desejá-lo, pois passaram a ser constantes os sonhos eróticos envolvendo nós dois. Eles sempre eram reais de mais, para minha tortura.
Como certa vez que sonhei que estávamos na cama, Guilherme e eu, lutando despretensiosamente, como sempre fazíamos. Foi quando ele subiu no meu colo e me fez cócegas na barriga. Mesmo sabendo que eu odiava cócegas naquele local, meu ponto fraco, ele continuou por cima de mim; se mexendo, rindo, passando aquelas mãos fortes pelas laterais do meu corpo. Como as minhas roupas acabavam subindo pelo movimento, eu sentia na pele o calor que ele emanava. Tudo isso, somado ao peso dominante dele, fez algo que era para ser uma brincadeira boba se tornar, para mim, motivo de excitação.
Aos poucos fui sentindo meu membro reagir e endurecer sob a bunda carnuda do Gui. Quando ele sentiu parou com as cócegas, o sorriso morreu em seus lábios.
Quando achei que ele estava prestes a se levantar de cima de mim e me dar um soco, ele fez justamente o contrário: ao invés de se mover ele foi abaixando a cabeça, cada vez mais perto dos meus lábios.
O único som presente era o som das nossas respirações, que exalávamos com dificuldade através de suspiros ofegantes. Sua boca parecia nunca chegar até à minha. Nossas respirações já se confundiam e eu já podia provar do seu hálito quando, para acabar com aquela agonia, firmei os dedos nos cabelos de sua nuca, o puxando de encontro a mim.
Ah! Eu teria me sentido no céu se não tivesse acordado no mesmo instante.
Olhei para o lado e lá estava ele. Infelizmente, longe demais na cama avantajada. O rosto calmo, o corpo vulnerável. A camiseta simples com que dormia estava levantada na porção final do abdômen, revelando uma faixa clara de pele; o short dava ênfase às coxas malhadas e à bunda avantajada. A luz calma do sol nascente iluminava estrategicamente o lado do rosto dele, conferindo-lhe uma aparência angelical. Mal sabia o quando eu o desejava naquele momento!
Antes que os pensamentos pecaminosos culminassem de vez a minha mente, eu me levantei. Segui para o banheiro e tomei um banho, gelado mesmo, para acalmar os ânimos. No chuveiro, sentindo a água escorrer pelo meu corpo, eu pedia secretamente para qualquer divindade que fosse me juntar ao Guilherme, da forma que eu queria. Era inútil, eu sabia, mas não tinha controle sobre aquela pequena atração que em questão de semanas havia virado paixão. Essa era a verdade, eu estava apaixonado por Guilherme, e era inegável o fato de que ele me ocorria nos momentos mais aleatórios do dia; sempre me sondando como um fantasma.
Quando terminei meu banho, e o resto da minha higiene matinal, segui novamente para o quarto, apenas de toalha, onde Guilherme ainda dormia. Eu acabara de vestir uma cueca, ainda com a toalha, quando um arrepio percorreu a minha espinha ao me despir do pedaço branco de tecido que antes me cobria.
—Isso sim é que é visão! – A voz de Guilherme, rouca pelo desuso, se fez presente no silêncio da manhã. —Quem dera acordar assim todos os dias! – E riu com a voz extremamente sexy.
Nem virei para encará-lo enquanto escolhia o que ia vestir.
—Acordou Bela Adormecida? – Pontuei o óbvio. —Mais um pouco e eu ia te jogar um balde de água gelada, princesa. – Eu gracejei.
—Hmmm, até que não seria má ideia. Só um banho gelado para apagar o meu fogo. – Era impossível não rir da cara de pau que ele tinha. —Tipo, saca só esse traseiro!
Me virei para vê-lo fazer um quadrado com os polegares e indicadores, imitando uma câmera fotográfica, mirando a minha bunda com apenas um dos olhos abertos. Lancei-lhe minha melhor cara de deboche.
—Não! Esquece o que eu disse. Olha para esse volume... seu jegue! – Foi à gota d’água. Desandei a rir como uma hiena. Palhaço.
Ele me acompanhou na risada até ouvirmos a batida na porta.
—Meninos? – Era a minha mãe. —Já acordaram?
—Acordamos. – Ele respondeu.
—Então se arrumem e desçam para o café. A gente vai sair daqui a pouco, já estamos arrumando o carro, só faltam vocês.
—Está bom, mãe. A gente já desce.
—Ok. Não demorem, por favor.
Ouvimos os passos indo embora.
Guilherme levantou da cama, veio até mim, e me depositou um beijo estalado na dobra do pescoço. Ah, Guilherme!
—Vou tomar um banho, amor. – E sorriu cafajeste para mim. —Me espera para o café? – Mal esperou minha resposta e saiu rebolando displicente até o banheiro.
Humpf! Amor!
Pouco menos de uma hora depois já havíamos tomado café e acomodado nossas malas nos carros. De Extrema, a cidade onde morávamos, até Bertioga, onde ficava a praia de Riviera, foram quase quatro horas, devido a um leve transito que pegamos no trecho Mogi-Bertioga. Essas horas, para mim, foram puro tormento. Guilherme, que havia decidido ir no carro com os meus pais, não ficava mais que vinte minutos sem me infernizar. Ora puxava meus fones, ora cutucava minha orelha. Quando não, implicava com uma barba rala que estava crescendo no meu queixo.
—Ih, olha! O “Math” está virando homenzinho! – Os meus pais apenas riam enquanto ele tentava arrancar um ou outro pelo do meu queixo.
—Para, Guilherme! Coisa chata!
—Own, tadinho! Isso são os hormônios Math, que te deixam tão irritado...
—Já, já, eu desconto minha irritação na tua cara! – Avisei com os olhos ardendo em cólera.
—Uia, menino brabo! Sabe o que eu acho que é isso Tio Fernando e Tia Márcia? Falta de mulher. – Meus pais riram como nunca. E o cretino do Guilherme só se sentia mais incentivado. —Fica assim não Math, quando a gente chegar na praia eu arranjo algumas meninas para você. – E todo mundo ria. Exceto eu, é claro. Mas não pude deixar de pensar que, ironicamente, minha irritação era falta dele.
O repertório de piadas continuou durante todo o caminho. Os meus pais davam corda rindo e completando as provocações dele, que fazia de tudo para botar mil e um defeitos em mim. No fundo eu até gostava, me sentia notado.
Quando o Guilherme finalmente sossegou e dormiu já estávamos perto de Bertioga. Paramos em uma padaria e nossos pais foram pedir algo para comer enquanto esperávamos no carro. Olhar ele dormindo tão quietinho com a cabeça encostada na janela fez meus pensamentos irem à mil por hora. Era chegada a hora da vingança.
Levantei furtivamente e, por cima do banco do motorista, apertei a buzina enquanto gritava:
—Cuidado pai! Você vai bater!
Algumas pessoas dentro da padaria olharam procurando a origem do som repentino. Até o meu pai saiu para ver o que ocorria mas voltou para dentro balançando negativamente a cabeça quando me viu rindo.
A cara que Guilherme fez ao levantar foi impagável! Era algo como um misto de confusão seguido por um grito alucinado, reflexos que de um falso acidente. Eu quase desmontei de tanto rir.
—Ah, é engraçado? – Ele perguntou recuperado do choque. —Você se acha engraçado Matheus?
Eu apenas assenti, ainda incapacitado pelas risadas toda vez que relembrava da cara dele.
—Há-há! Vê se isso é engraçado. – Ele se lançou sobre mim ao fim da frase, dedilhando minha barriga e as minhas costelas. Maldito.
—Para! – Eu tentava gritar em meio às risadas. —Por favor! – E mais risadas. —Eu. Vou. Passar. Mal. – Mas nada fazia ele parar. A tortura continuou por mais um tempo (parecia a eternidade para mim), até que ele se cansou e se deitou sobre mim, com a cabeça no meu ombro.
Demorou algum tempo até eu me recompor, quando ele olhou para mim, ainda rindo um pouco e aproximou o rosto do meu.
—Você vai me pagar por isso, sabia?
—Ah, é? Como? – As ameaças dele eram inúteis, eu sabia.
—Que tal com um beijo?
Eu definitivamente não esperava por aquilo. Eu sabia, sim, que era brincadeira. Mas no estado em que eu me encontrava por ele, qualquer sorriso era mal interpretado, imagine essas brincadeiras! Ainda mais quando ele me olhava com aquele olhar penetrante...
Ele subiu a mão pelo meu queixo e desceu a ponta do polegar sobre a linha do meu lábio inferior, desenhando-o. E claro, mesmo sabendo se tratar de uma brincadeira, eu teria cedido se nossos pais não houvessem chegado de repente afastando Gui para longe mim.
Por um momento eu fiquei temeroso a respeito deles terem visto aquela cena e terem entendido errado. Mas as risadas e a conversa acalorada sobre o colegial deles denunciavam que não haviam visto nada.
—Toma, Matheus. É sonho, sei que você gosta.
—Obrigado, tia.
—E Guilherme, só tinham essas rosquinhas, você se importa?
—Não, sem problemas. Obrigado, mãe.
No fim eles regressaram à conversa e eu comi calado, típico mineiro, enquanto observava, de relance, ao Guilherme me encarando.
Que constrangedor.
Após terminarmos de comer fomos todos ao banheiro, apertados desde que havíamos saído de Extrema. Chegamos na casa de praia por volta da uma da tarde e todos se aprontaram e levar a bagagem para dentro e fazer mil planos. Eu parei na frente do portão grande e encarei as palmeiras e a porta de entrada do lugar, que possuía um tapete de pedrinhas brancas até a ampla varanda. O lugar tinha mudado um pouco desde a última vez que eu estivera ali. Eram tantas lembranças que foi impossível meu estomago não se revirar. Mas foi quando Guilherme parou ao meu lado e passou o braço ao redor dos meus ombros que eu tive certeza: aquelas seriam longas férias.
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Aí está e-e
Esse capítulo foi legal de escrever pois marca uma importante transição na relação deles, acho que vocês vão perceber haha
Foi escrito com carinho, espero que gostem :)
Beijinhos e até a próxima!