Delírio Final

Um conto erótico de Bib's
Categoria: Homossexual
Contém 2870 palavras
Data: 18/07/2016 21:48:24
Assuntos: Amizade, casamento

As fotos do casamento de Sam e Emma haviam chegado no dia anterior, mas Caleb não tivera coragem de vê-las. Elas agora estavam sobre a mesa de trabalho, ainda dentro do envelope.

Embora tivesse sido um belo casamento romântico, aquela também havia sido uma das piores noites da vida dele. Depois de ter feito amor com Jake, Caleb havia voltado ao quarto de Emma e se deitado na cama, determinado a finalmente dormir um pouco. Em vez disso, porém, tinha ficado olhando para o teto, pensando no que havia acontecido entre eles.

Aquelas palavras haviam mudado tudo. Da primeira vez em que ele as tinha proferido, Caleb as havia entendido como uma expressão de afeto. Da segunda vez, entretanto, tudo havia lhe parecido mais intenso.

Aquele caso não tinha sido um final, mas um novo começo. Caleb tinha se flagrado tentando imaginar um futuro com ele. Não apenas um fim de semana de vez em quando, ou férias juntos quando fosse possível. Ele havia pensado em algo permanente, algo que talvez durasse a vida inteira, e a única maneira de conseguir isso seria se casando com Jake.

Ele abriu cuidadosamente o envelope e colocou a pilha de fotos à sua frente. Três meses haviam se passado, mas ele se lembrava de cada momento como se fosse ontem. Será que ele também pensava nele? Será que tinha sonhos eróticos com ele?

Caleb olhou as fotos até encontrar uma dele ao lado de Emma, na mesa. Jake estava sentado perto deles, olhando para ele e sua irmã com um pequeno sorriso nos lábios. Achou depois mais algumas fotos em que ele o estava observando com a mesma expressão. Ele balançou a cabeça e olhou para uma fotografia dos pais que ele mantinha sobre a sua escrivaninha. Lá estava a mesma expressão no rosto do pai dele. Ele estava sentado ao lado da mãe num piquenique. Ele sorria para a câmera e ele para ela. Aquilo era amor, adoração e respeito, tudo num simples olhar.

Caleb havia achado muito difícil retomar o trabalho desde que chegara a Nova York. Ficava profundamente irritado cada vez que lhe pediam para fazer alguma coisa.

Havia delegado tudo o que podia aos assistentes e passava os dias na Internet à procura de anúncios de imóveis em Chicago.

O verão estava se aproximando e o gelo do lago logo derreteria. As árvores ficariam verdes novamente e os baixios logo estariam suficientemente quentes para que se pudesse nadar. Caleb tremeu, tomada pela mesma expectativa que se apoderava dele a cada verão, quando ainda era um adolescente à espera de Jake.

A carreira já não importava mais. Se quisesse trabalhar, ele poderia encontrar um emprego em qualquer lugar. Ele era talentoso e inteligente e conhecia o ramo das relações públicas melhor do que noventa por cento dos profissionais da área. Ele podia simplesmente entrar no escritório de John Walters e pedir demissão, dar uma virada na vida em menos de um dia e começar tudo de novo.

O som do interfone o despertou dos devaneios.

— Sim?

— Caleb? Há alguém aqui que deseja vê-lo. Ele me pediu para não dizer quem era. Quer lhe fazer uma surpresa. Posso fazê-lo entrar?

— É um homem? Caleb engoliu em seco.

— Sim. Alto, moreno e muito bonito. Disse-me que é seu parente.

Caleb arfou.

— Dê-me dois minutos, e então faça-o entrar.

Caleb correu para o espelho que havia atrás da porta do escritório e passou uma agua no rosto rapidamente. Tirou então o terno e tentou se controlar.

A batida na porta o assustou, fazendo-o dar um passo para trás.

Ao abrir a porta, porém, teve uma enorme decepção.

— Sam? — disse ele, forçando-se a sorrir.

O irmão do Jake sorriu de volta para ele, estendendo-lhe a mão.

— Surpreso?

— É claro. O que você está fazendo por aqui?

— Estou indo me encontrar com Emma em Boston. Tenho uma entrevista na Faculdade de Direito, em Columbia, e resolvi aproveitar para ver a meu cunhado favorito.

Ele entrou e se impressionou com o luxo do escritório.

— Estava pensando em convidá-lo para jantar — disse Sam. — São quase 19h. Você não está com fome?

— Eu realmente não tenho como sair agora, mas posso pedir à minha assistente para providenciar uns sanduíches. Ele sorriu enquanto ele sentava. — Você está parecendo tão maduro nesse terno. Todo estabelecido e casado.

Ele estendeu a mão com a aliança.

— Graças a você e a Jake. Caleb enrubesceu.

— Como você pode dizer uma coisa dessas? Nós quase arruinamos o seu casamento.

— Vocês nos fizeram um favor. Emma e eu estávamos sendo muito ingênuos. Sam esticou as pernas e cruzou as mãos atrás da cabeça. — E então, não vai me perguntar? — Disse ele, finalmente.

— Sinto muito — murmurou Caleb. — Como está Emma?

— Estou falando de Jake.

— Ah, sim, como está ele?

— Não muito bem desde que você partiu. Ele sente a sua falta.

— Eu também sinto falta dele — admitiu Caleb.

— Nós somos muito amigos. Foi muito bom vê-lo novamente depois de tanto tempo.

— Vocês são bem mais do que bons amigos — disse Sam.

— O que você quer dizer?

— Jake e eu nos embebedamos juntos uma noite dessas e ele me contou tudo.

— Tudo?

— Jake o ama, — disse Sam — e eu acho que você também o ama. E vocês estão deixando isso escapar por entre os dedos.

— Não é verdade.

— Caleb, eu conheço meu irmão e sei que a única pessoa que o fará feliz é você. Se você não sente o mesmo, tem de dizer isso diretamente a Jake para que ele possa levar a vida adiante.

— Eu o amo.

— Eu estou preparando uma festa para a formatura de Emma daqui a dois fins de semana. Gostaria muito que você viesse. Jake vai estar lá. Talvez você dois possam... Conversar. — Sam se levantou. — Isso era tudo o que eu tinha a dizer. O jantar era somente uma desculpa.

Caleb o acompanhou até o elevador e o encheu de recomendações a respeito da noite em Manhattan.

De volta ao escritório, ele sentou-se e olhou para o calendário. Tinha duas semanas para se decidir. Poucos dias, na verdade, se quisesse conseguir um bom preço num avião decente. Ele pegou o telefone e ligou para a assistente de John Walters. Havia outras decisões a tomar, bem mais importantes.

— Alice Ann? Aqui é Caleb. Estou descendo para falar com John.

Ele estava prestes a mudar o rumo de toda a sua vida e tudo por causa de um homem, mas um homem que o amava.

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Jake estava com água até a altura das coxas, tentando retirar uma antiga motocicleta enferrujada de dentro do lago.

— Vá até a cozinha e traga aquela corda que eu comprei — disse ele a Sam. — Vamos tentar arrastá-la até a margem e então a guincharemos.

Jake mergulhou para tentar desenterrar a roda de trás da motocicleta, mas sem sucesso. Quando voltou novamente à tona, arfante, afastou os cabelos do rosto e olhou para a margem à procura de Sam, mas em vez disso, viu Caleb caminhando na sua direção.

— Caleb? — Perguntou ele, mal conseguindo respirar.

Ele o estava olhando de uma maneira muito estranha e Jake percebeu que Caleb estava tão nervoso quanto ele.

— Eu vim para a festa de Emma — disse Caleb.

Jake ficou feliz por perceber que aquele reencontro estava mexendo tão fortemente com ele quanto com ele, a ponto de ele não ter conseguido pensar em nada mais interessante para dizer.

— Foi o que eu imaginei — disse Jake, indo até ele.

— Achei que seria melhor se nós nos encontrássemos antes. Eu não queria pegá-lo de surpresa.

Ele assentiu, olhando-o de cima a baixo. Sentiu um calor invadir lhe a corrente sanguínea e se seu pau pulsar. Ele não havia feito sexo desde que Caleb tinha partido e, pela primeira vez em três meses, voltou a ter consciência disso. Ainda bem que ele estava usando uma bermuda larga que podia esconder a sua ereção.

— Boa ideia — murmurou Jake.

— E então, como você tem andado?

— Bem — disse Caleb. — Ocupado. Eu pensei em ligar, mas...

— Mas você ficou preso no topo de uma montanha sem telefone? Estava em coma no hospital? Talvez numa missão secreta da CIA? Porque era isso o que eu estava fazendo.

Um minúsculo sorriso elevou os cantos dos lábios de Caleb.

— Mas eu não estava certo do que queria lhe dizer. E ainda não estou.

— Você poderia dizer que sentiu minha falta — sugeriu Jake. — Seria um bom começo.

— Está bem. Eu senti sua falta. Muito.

— Quando duas pessoas se encontram depois de muito tempo, elas normalmente se beijam. Especialmente se sentiram falta uma da outra. É uma espécie de tradição.

Jake se inclinou e roçou a boca na dele. Tinha pretendido lhe dar um beijo simples, quase platônico, mas assim que as bocas se tocaram, uma intensa corrente de desejo se apoderou de ambos. Jake o agarrou pela cintura e o puxou para si, beijando-o de novo, desta vez mais profundamente. Caleb cedeu imediatamente à investida, como se também estivesse ávido por sentir o sabor dele.

Jake correu as mãos pelo corpo dele, sentindo novamente todas aqueles músculos tão familiares. Sem dizer uma palavra, ele pegou-lhe pela mão e o levou até a cozinha, em direção à cabana. Ao chegarem lá, Jake foi até o banheiro, pegou uma toalha e secou-se. Caleb estava no meio do quarto quando ele voltou, parecendo ainda mais bonito do que ele se lembrava.

— Eu estou me sentindo como naquele primeiro dia de férias de verão, quando eu o via depois de muito tempo. Eu nunca sabia o que dizer.

— Você deveria ter tentado me beijar — sussurrou Caleb.

— Eu só consegui compreender isso depois. Jake foi até ele e enlaçou-lhe a cintura.

— Como você está? E não me venha falar de trabalho.

— Eu andei... confuso — disse Caleb. —Acho que esta é a melhor palavra. Mas já comecei a simplificar a minha vida.

— Eu senti sua falta, Caleb. Não tenho medo de admitir isso.

— Fico feliz em saber.

Caleb acariciou o peito de Jake com a mão trêmula. Os dedos percorreram a trilha de pelos que ia do peito até a barriga. Jake fechou os olhos, desfrutando daquele momento.

Ele queria arrancar todas as roupas dele e levá-lo para a cama para lhe provar que o desejo que haviam compartilhado ainda pulsava dentro deles. Olhou-o no fundo dos olhos, sabendo que ele não o recusaria, mas que aquilo também não resolveria seus problemas. Eles tinham de encontrar um modo de ficar juntos para além do sexo.

— Quanto tempo você vai ficar? Caleb deu de ombros.

— Ainda não decidi. Preciso estar de volta na quinta-feira. Uns cinco ou seis dias, portanto.

Ele deu um passo para trás, para fora do alcance dele, e então alisou sua calça.

— Eu preciso ir. Prometi a minha mãe que a ajudaria com a festa.

Jake não estava disposto a deixá-lo ir embora sem mais um beijo. Tomou a mão dele na dele outra vez e o puxou contra o próprio corpo. Beijá-lo sempre havia sido um maravilhoso preâmbulo para outras atividades, mas agora ele tinha de transmitir tudo o que sentia apenas naquele beijo. Quando terminou, ele o acompanhou até o lado de fora e o ficou observado enquanto ele caminhava até o carro.

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A música soava pela noite quente de verão, misturando-se ao ritmo da água batendo na margem arenosa. Caleb sentou-se à beira do lago, olhando para as luzes das casas do outro lado.

Ele não tinha visitado o lago no verão desde antes da faculdade e tinha se esquecido de como ele era calmo e tranquilo à noite.

Tinha cruzado algumas raras vezes com Jake durante a noite e conversado um pouco com ele.

— Achei que ia encontrá-lo aqui.

Caleb teve um sobressalto ao ouvir a voz de Jake. Ele se sentou ao lado dele na areia.

— Eu gosto muito mais desse lugar no verão — disse ele.

Ele respirou profundamente. O coração batia acelerado dentro do peito e a garganta estava seca. Aquela era a hora perfeita para dizer a ele o que o havia feito ir até lá.

— Jake, eu preciso lhe dizer uma coisa.

— Eu também. Eu venho querendo...

— Não — interrompeu ele. — Eu primeiro. Quando lhe fiz aquela oferta na noite do meu 18o aniversário, eu achava que já era suficientemente adulto para arcar com as consequências, mas você estava certo em me rejeitar. Eu fiquei magoado e zangado com você desde então, mas sem razão. — Ele respirou fundo. — Vou fazer uma outra oferta agora e, desta vez, prometo que não ficarei zangado se você recusar.

— Sabe o que é realmente maravilhoso no verão? — perguntou Jake.

Caleb se virou para olhá-lo. Será que ele não queria ouvir o que ele tinha para lhe dizer?

— Jake, eu estou tentando...

— Nadar. Acho que a água já está quente para um mergulho.

Caleb ficou ofegante ao vê-lo tirar a roupa. O corpo dele estava deslumbrante sob a luz do luar. Um tremor percorreu lhe a espinha e ele teve de cerrar os punhos para conter a vontade de tocá-lo.

Ele ficou completamente nu e o esperou.

— Você não vai mergulhar de roupa, não é?

— Eu não vou cair na água — disse Caleb.

— Vamos lá. Podemos conversar enquanto nadamos.

Ele balançou a cabeça, rindo do pedido audacioso.

— Não, eu congelaria.

Jake deu uma corrida e mergulhou, quase sem fazer barulho. Depois emergiu um pouco mais longe da margem, ficando na ponta dos pés.

— Venha Caleb. Eu o manterei aquecido.

— Ainda há convidados na casa. E se um deles vier para cá?

— Nós podemos nos esconder debaixo do cais — disse ele.

— Parece que você já fez isto antes. Jake riu.

— Não, mas fantasiava isso o tempo todo. Venha, Caleb. Você pode me dizer o que quiser dentro da água.

— A água está muito fria?

— Um pouco, mas se você se mantiver em movimento, dá para aguentar. Está ficando covarde, Caleb Lombardi.

Ele se levantou e puxou a camisa. Depois tirou os sapatos e então baixou a calça. Ele ficou apenas com sua cueca box e começou a caminhar lentamente pela margem.

— Isso não vale. Você tem que tirar tudo. Gemendo suavemente,

— Satisfeito?

— Ainda não.

Caleb baixou a cueca e a chutou para o lado. Depois prosseguiu, prendendo a respiração. Ele não estava preparado para a temperatura da água. Não estava simplesmente fria, mas sim gelada, praticamente impedindo-o de respirar. Quando a água alcançou-lhe os joelhos, ele mergulhou, voltando logo em seguida, ofegante. Pouco depois, as mãos dele estavam no corpo dele, agarrando-o pela cintura e puxando-o para longe da margem até ele mal poder tocar o fundo.

— Oh, meu Deus. Alguns graus a menos e nós poderíamos jogar hóquei aqui.

Todavia, ele acabou conseguindo se acostumar.

— Viu? Não está tão ruim assim — disse Jake. Ele passou os braços em torno do pescoço dele, que o agarrou pelos quadris.

— Assim é muito melhor. Agora, conte-me o que você queria me dizer.

— Por que é que eu tinha que entrar na água para fazer isso?

— Porque você não ia conseguir me dizer que não quer me ver nunca mais nadando nu comigo.

Caleb o afastou, jogando-lhe água no rosto.

— Eu não quero mais ficar longe de você. — Ele tremeu e os dentes rangeram. — Eu pedi demissão e subloquei meu apartamento. Daqui a alguns dias, não terei mais onde morar. Pensei que você talvez quisesse alguém para dividir o quarto em Havenwoods. Eu poderia ajuda-lo com a reforma.

— Quer dizer que estamos falando de "para sempre"?

— Sim. Acho que isso seria muito bom.

— Eu acho que posso dar conta disso — disse Jake.

— Verdade? — Perguntou Caleb. — Tem certeza?

— Eu não tive um minuto de sossego desde que você foi embora. Já estava me preparando para me mudar para Nova York.

— Não faça isso. — Ele olhou para as estrelas. — Nós pertencemos a esse lugar.

Jake puxou o corpo dele contra o dele, enrascando as pernas dele na cintura.

— Quer dizer então que nós vamos ficar juntos? — Sussurrou ele, roçando os lábios nos dele.

— Sim — disse Caleb.

Eles se beijaram profundamente, as bocas quentes se encontrando e se desmanchando uma na outra. De repente nada mais o amedrontava. Amar Jake parecia a coisa mais natural do mundo.

— Quanto tempo mais precisamos permanecer dentro d'água? — Perguntou ele, batendo os dentes.

— Nós poderíamos apostar uma corrida até a casa dos barcos. Ninguém nos encontraria lá.

Caleb pensou nos cobertores quentinhos e na cama macia de lá e assentiu. Queria se enfiar debaixo das cobertas com Jake e deixá-lo aquecer lhe o corpo e despertar-lhe o desejo.

— Acho que não seria de todo ruim se alguém nos encontrasse. Afinal, nós vamos ter de contar para as nossas famílias um dia, você não acha?

— Talvez devêssemos fazer como Sam e Emma. Eu posso voltar para Nova York com você. Podíamos nos casar lá, passar a lua-de-mel em algum hotel extravagante e alugar um caminhão para trazer as suas coisas para cá.

— Adorei a ideia.

Aquele era o começo de uma vida juntos, ali onde ele quase havia acabado, há 11 anos.

Tinha sido melhor assim, pensou Caleb. Era para ter sido assim.

Dali a alguns anos, quando estivessem novamente à beira do lago, olhando para a água, eles se lembrariam da noite do 18° aniversário, mas também da noite em que nadaram nus e decidiram que poderiam se amar para sempre.

****FIM****

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Comentários

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Perfeito, conto curtinho mas rico em detalhes q faz vc suspirar de emoção e até de sentir inveja dos personagens, um beijão e parabéns !

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Ótimo final tava ansioso pra vê como eles ia fica + acabou perfeito adoro todos os seus contos 😍😍😘

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