Lá estava eu; sentado numa cadeira-de-ferro dobrável e desconfortável, olhando para o céu noturno e esperando os fogos de artifício colorirem tudo, ouvindo os rojões acordarem a cidade em uma ensurdecedora queima típica de réveillons. Todos em minha volta vestiam branco, alguns com um cinza ou uma cor clara, mas boa parte das pessoas presentes - tios, meu pai, amigos, amigos de amigos, e meu então namorado - estavam de branco. Eu não me sentia feliz totalmente, faltava algo em mim, uma parte que fora embora há três meses atrás, levando consigo metade do Fernando alegre e falador. Todos começaram a contar regressivamente; "Nove, oito, sete..." mas eu não os acompanhei. 2012 se despedia eincerto entraria em cena. Senti meu atual namorado apertar minha mão, e pensei no meu ex. Em Caio, o cara que me transformou, que virou meu mundo de cabeça para baixo e que eu amei e ainda amava de uma forma ímpar. Imaginei ele longe de onde eu me encontrava, talvez em BH, festejando com todos os quais ele amava, rodeado de amor, e provavelmente nem tendo ciência de que um dia eu existi. É isso mesmo, era o fim de Fernando e Caio, não havia mais casal perfeito. Só a separação eminente. "Cinco, quatro, três.." todos contavam, fechei os olhos e repassei os últimos meses e os acontecimentos que me trouxeram até alí, longe do cara que eu ainda amava.
* 6 meses antes*
Pra quem não sabe, ou não leu o conto e o está pegando agora para lê-lo, Caio e eu nos conhecemos através do extinto Orkut. Ele de BH e eu de Belém. Anos de amizade virtual, ele mudou para minha cidade e ficamos mais próximos ainda. Irmãos de alma. Estudávamos, jogávamos video-game, paquerávamos as meninas, tudo isso e muito mais fazíamos juntos. Certo dia ele me beijou, a amizade acabou alí. Mas eu acabei me apaixonando por ele e graças aos céus descobri ser um sentimento mútuo. Antes do beijo eu era hétero - limitadinho e um pouco conservador -, mas depois eu expandi meus horizontes e vi que ser gay não mudava nada em mim. Enfrentamos preconceitos, a nossa primeira vez foi horrível e boa, enfrentei meu pai e sua intolerância e também um episódio onde fui espancado. Enfrentei problemas psicológicos e tudo mais, com Caio sempre ao meu lado. Eu amava aquele cara, ele era minha vida. E se eu pensava que não haveria mais nada de inusitado em nossas vidas, eu estava redondamente enganado.
Caio abraçado em mim por trás, falou enquanto estávamos na varanda da nossa nova casa: Em julho agora, devíamos ir pro Sul, ver tua mãe - sugeriu ele.
Eu: Sabe de uma coisa, você tem razão. Dá um tempo de Belém.
Caio: Apois vamos.
Eu: Juntos?
Caio: Sempre - falou ele dando um beijo na minha cabeça enquanto seus braços me envolviam.
Eu: Sempre - repeti. Ficamos mais um tempo alí na varanda e ele começou a cantarolar A lua que eu te dei, da Ivete Sangalo. Minha vida estava perfeita, ótima de mais. Nada estragaria ela. Pois eu tinha o meu Caio, o cara por quem me apaixonei.
*
A nova morada me era estranha. No início eu não gostava do seu tamanho demasiado. Do seu banheiro espaçoso com um box de vidro, da cozinha estilo americana onde se tinha uma vista ampla da sala, esta com uma TV enorme e um sofá em forma de L que o seu Cá compara para assistirmos os jogos do Raposa. O único lugar que eu gostei de cara foi a varanda de piso amadeirado com um jardim micro, que dava um ar de paz ao local. Eu sentia falta do meu apê de antes, com o banheiro cheio de lajotas amarelas, o piso que rangia próximo à minha cama e o seu diminuto tamanho que deixava a mim enorme. Ao meu ver, o atual era grande e cansativo, enquanto o outro era compacto e prático. Certo dia, peguei um lápis e risquei na beirada da parede algo que parecesse o buraco da Maus (uma ratinha a quem eu me afeiçoara no antigo apê), me senti mais em casa. Depois de uma semana, eu me acostumei ao meu novo lar, pois tinha Caio alí comigo. Meu gongão. Meu homem. Meu brother - nunca vou cansar de dizer isso.
A gente, a cada dia, nos dávamos bem. Meus problemas mentais - os causados pela surra que levei e não os de praxe - sumiram por completo e isso facilitou nossa convivência. Contudo eu mantinha um contato por telefone com o Dr. Franque e esse dava dicas 'maneiras' de como trabalhar a psique. Caio comprara um vídeo-game e quase todos os dias a sala estava cheia de machos com roupas de academia ou de kimono, gritando e torcendo como se fossem jovens de 13 anos. Mário, Juan, Pedro, Henrique, Roger e Pablo, junto com meu namorado, faziam disputas e em uma delas, num dia de domingo, com eles ali - alguns sem camisa e outros bebendo, - rolou uma desavença.
Juan: Caralho, Mário, tu tá róbando, filhadaputa! - falou ele com raiva.
Mário ficou em pé e esbravejou: Tu que não sabe jogar, seu marica. - Eu me encontrava na cozinha, no batente de mármore, comendo um pote de sorvete e não percebi de imediato que eles se afrontavam até ouvir um empurrar o outro.
Eu: Hey, hey! Podem parar com essa putaria aí! - Eles se encararam como lutadores de MMA fazem. - Caio, olha esses caralhos aí!
Mário falou algo, Juan ficou mais irado, pareciam dois gatos vira-latas de rua se estranhando, só faltou ambos grunir e arrepiar a coluna e os pelos: Podem parar com isso. Se querem se matar, vão lá pra fora - falou Caio.
Mário empurrou Juan, eles partiram pra porrada, mas os demais meninos separaram os dois. Eu fui até lá e botei ambos para fora, parei e pensei bem, então pus "todos" pra fora. Depois disso os jogos deram uma pausa que durou somente 4 dias, quando dei fé, lá estavam todos eles, inclusive os dois brigões de boa, jogando e discutindo entre si normalmente. Homens, pensei. Eu não curtia muito jogos, nem de ficar no meio de um monte de machos cheirando a testosterona, musculosos e as vezes suados. Você que lê isso deve pensar "nossa, que delícia", mas não era. Ocupei meu tempo, enquanto meu namorado me traía descaradamente com o Play3, com livros de biologia (meu ponto fraco) e física (meu ponto forte) para prestar o vestibular no fim do ano, já que tinha perdido as provas daquele semestre. Diante dos fatos que me aconteceram, resolvi deixar a vida de acadêmico para o outro ano, quando falei com Caio sobre, ele disse "estudar pra quê. Sou play boy, vou é vagabundar" e riu de mim. Claro que ralhei com ele e disse que no próximo ano, iríamos cursar algo.
Caio; ahh meu Caio. Nosso fogo por sexo era uma coisa louca. As vezes acordávamos numa tara louca, e quando percebia algo, lá estava eu levando rola. Eu me satisfazia com nosso sexo brutal, forte, selvagem, amoroso e romântico. Cada uma das nossas trepadas, nós realizávamos de uma tal maneira que chega a ser desconhecida até mesmo pra mim. Amava ver o corpo do meu macho sobre mim, enquanto sua pica me invadia e o único som presente era da sua virilha em choques violentos contra minha pele e nossos gemidos/fungados. Amava ver o peito dele cabeludo e grande brilhando de suor à luz, com Caio e sua cara de safado me comendo dominador. O sofá era uma dos locais mais usados por nós dois. Começava na cozinha, quando ele chegava do seu treino durante a noite e me via cozinhando. Me pegava de jeito e me pagava um boquete incrível, logo em seguida tirava a roupa e mandava eu mamar sua rola (não sei se falei antes, mas pense num leke do pau grande/reto/veioso e grosso) e maltratava minha garganta. Da cozinha, ele me carregava até a sala, eu sentava nele e ia guiando seu pau no meu cu, depois de passar o lubrificante, e calvagava com vontade. Ele urrava e ficava enlouquecido assim como eu que sentia uma dor ardente nas pregas, mas eu gostava... Ok, tudo bem, eu a-m-a-v-a. Arranhava seu peito, dava tapas violentos em sua cara e ele falava coisas safadas. Sentado ainda no sofá, ele tomava conta da situação e metia em um gingado invejável, fodia forte e levantava me prensando na parede e da-lhe pau em mim.
Seu corpo quente prensando o meu era a coisa mais maravilhosa do mundo, o saco dele batendo em na parte próxima à minha bunda, sua boca mordendo meu pescoço e sua voz mansa falando coisas sacanas me levavam ao ápice do prazer. Caio tinha uma tara que me deixava acabado. Quando gozava, principalmente na nossa cama, insistia em deixar o pau dentro de mim, com porra e tudo. Ficávamos num amasso depois de ambos gozar, o pau dele meio bomba ainda enterrado lá dentro. Logo em seguida ele começava a meter novamente e depois de uns 10 minutos, gozava outra vez e me enchia de mais leite. Bom, alguns vão dizer que estou erotizando o conto demais, só que é a pura verdade o que relato; perguntem pro Fernando, protagonista dessa história, ele vai contar tudinho. Voltando à putaria, se eu não falasse que já bastava, ele viveria com o pau no meu rabo. Depois de muito sofrer com o sexo anal, acabei aperfeiçoando a arte de dar e já não sentia tanta dor assim, pelo contrário. Não pense você que eu já estava foló, nananão, eu apenas fiquei profissional no ato. Acredito que o segredo para um bom anal é, antes de tudo, a higiene e depois a conversa. Pois há certos ângulos em que o pau entra e que machuca menos. O ponto certo da penetração e o parceiro compreensível são fundamentais, proporcionam assim o sexo mais delicioso do mundo.
Eu comia Caio muito raramente, eu amava pegar no seu rabo cabeludo e meter minha pica lá dentro, sentindo ele fazendo pressão e gemendo na jeba do papai aqui. A coisa mais deliciosa do mundo é você domar alguém, enfiando sua pica por trás e vendo a pessoa gostar. Agora domar um homem do tamanho de Caio, não tinha preço. Não é por nada, embora eu fosse pequeno, eu tinha/tenho um pau e tanto. Mas o que mais rolava era ele me comer. Até aí tudo bem, eu não via problema nenhum, pelo contrário. Só que certa noite, Caio veio com uma conversa um tanto estranha.
A gente estava no banheiro, o barulho da virilha cabeluda de Caio em choque com minha bunda, e meus gemidos de prazer e dor, eram audíveis e isso apimentava o clima com a gente transando em pé de baixo do chuveiro. Antes do jantar a gente sempre se pegava no banho, eu amava, dava mais fome. Caio me abraçou por trás enquanto gingava e apertou-me forte, mordiscou minha orelha falando "delícia, Nando. Que delícia tu, truta" e metia mais forte. Eu sem tocar no meu pau, gozei horrores e minhas pernas ficaram mole. Alguns reclamam dos contos a respeito de nunca terem gozado sem ter tocado nas suas partes íntimas: você a quem isso não aconteceu, lhe garanto... espere, sua hora chegará. O peito peludo de Caio relava nas minhas costas e isso fez eu ter um orgasmo forte. Que me tirou o ar. Meu cu fez uma pressão dantesca e senti a pica do meu leke pulsar e os jatos de porra me invadirem. Ele mordeu meu ombro e urrou feito um monstro. Nossos corpos molhados, nós dois respirando pesado, ele tirou o pau de mim e senti a porra escorrendo quente entre minhas pernas.
Virei para Caio e ele me deu um beijo: Nunca canso de fazer isso - falou ele alisando minhas costas.
Eu: De transar?
Ele: De te querer tanto.
Eu: Puts, essa foi linda - fiquei na ponta dos pés e beijei ele. Alisei as costas dele e minhas mãos foram até sua bunda. - E que tal o meu machão liberar isso aqui pra mim?
Meti a mão na bunda dele e massageei sua entradinha apertada e cabeluda. Caio a contraiu e começou a falar: Err... Amor, preciso te falar um lance.
Eu: Pode falar até dois.
Ele riu; se afastou e pegou o sabonete, começou a se esfregar criando espuma: Eu tava tendo uma conversa e vi que não é certo tu me comer.
Eu que e molhava o rosto no chuveiro encarei ele incrédulo: O quê? Como assim?
Caio meio sem jeito: Sabe, eu sou o macho e é o macho que domina.
Eu com uma sobrancelha erguida: E tu me domina oshe.
Caio: Sim, eu sei. Mas o macho tem só que comer enquanto... passa aqui na minha costa. - Ele me deu o sabonete e eu a esfreguei concentrado em suas palavras. - Enquanto o outro só dá.
Eu: Pera aí. Isso é um padrão? Do certo e errado?
Caio vira para mim: Mais ou menos isso.
Eu: Quem diabos falou essa bosta?
Caio: Não importa, a questão é; como sou mais macho eu tenho que só comer e tu, sendo o mais fraco, só dar. Como nos contos eróticos gay que a gente leu daquela vez pra termos nossa primeira vez.
Eu: Então tu tá limitando a gente por causa de uma conversa besta?
Caio: Não é limitando, sô. É só que... Fernando volta aqui!
Saí do banho, peguei uma toalha e senti a raiva me invadir. Caio veio falando sobre eu não gostar de escutar a verdade e eu o encarei ameaçador: Escuta aqui, se tu vai pela cabeça dos outros, então é melhor ficar com eles.
Caio pegou uma toalha e se enrolou nela: Rapá, eu não tô indo na vibe de ninguém, só achei lógica. Eu sou o homem e tu a mulher.
Eu: Que porra é essa de mulher, caralho?! Sou macho, porra!
Caio: Mas é o certo...
Eu cuspindo fogo: Certo o quê? Heim, seu tapado. Limitar teu cu pra mim, obrigar o meu a se abrir pra ti e começar proibir as coisas entre a gente para quando eu dar fé, tu só me fuder e no seco porque te falaram que é o certo?
Caio gemeu: Amor...
Eu: Não me vem com amor! A gente dá certo porque não há barreiras entre a gente, sem isso de dominado e dominador fixos.
Caio: Cara, eu só achei que seria melhor.
Eu: Pois faz o seguinte, machão, vai dormir no sofá e comer quem te disse isso e me esquece. Peraí, tu falou isso porque acha que sou femenino? Tá me chamando de afeminado, filho da puta?!
Caio: Não, piá. Desculpa, agora tô vendo que esse meu lero foi burrice.
Eu: Tu não imagina o quanto. Não me toca!
Brigamos mais, eu fui pra varanda zangado e ele se manteve longe, pro bem dele e dos copos que eu provavelmente quebraria nas suas fuças caso viesse com algum papim do tipo pra cima de mim. Nos meus primeiros meses como gay, eu estava tão perdido que não sabia como ser de fato um. Entendam, eu não queria mudar, só queria me encaixar. Pode um gay ser homem? Claro que sim, eu era assim... Um gay com gostos de homem. Caio era igual. Eu nem sabia os termos Passivo e Ativo, quando me perguntaram qual módulo eu era, fiquei sem dar uma resposta. Achei que ativo se aplicava a quem era ativo sexualmente e passivo quem mantinha uma relação passional. Depois de algum tempo que vim descobrir a finalidade das duas palavras e ri feito um otário. Para nós dois, Caio e eu, não existia isso de passivo ou ativo. A gente era o prazer um do outro, a complementação quero dizer. Essa conversa no banheiro foi a primeira sobre esse tema e eu, ouvindo Caio falar sobre, me fez ver os rótulos que a sociedade impõe nas pessoas. Heterossexuais rotulam Heterossexuais, Gays rotulam Gays, Brancos rotulam Negros, Negros rotulam Brancos, Brancos rotulam Brancos e Negros rotulam Negros... Um mundo de rótulos o qual eu não queria fazer parte e não fazia. Eu tinha a mente aberta, só que a respeito ao meu relacionamento com Caio, eu fechava ela completamente pois ser aberto de mais levaria à um liberdade de ambos demasiadamente errônea.
Eu sofri alguns problemas com gays no início, quando falei que era um. Eles diziam que eu não tinha jeito, não tinha estilo e tampouco gosto para ser gay. Confesso que uns zombaram da minha cara, mas eu levei na boa. Eu era gay por amar Caio, não por ter um padrão que me encaixasse na homossexualidade. Na varanda, ouvi a porta de vidro, que se abria para o lado, ranger e Caio veio com cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança. Bom, ele era um cachorro, pensei na hora puto da vida.
Caio sentou numa cadeira longe de mim: Desculpa por aquela merda que falei.
Eu o ignorei e continuei a olhar pros prédios vizinhos sem nada ver. Ele prosseguiu: Foi mal mesmo, pow. É só que, Fernando. Quando nos assumimos, depois dos teus pais descobrirem a gente, eu sofri pacas com meus amigos de treino e academia. Eles ficavam me pilhando e tals. Hoje tá tudo de boa, mas temos uns papos de homens.
Eu olhei pra ele com ódio. Ele baixou a cabeça: Eles falam das negas deles que eles pegam, falam isso e aquilo. Não tenho dificuldade de interagir, sabe. Mas as vezes, no meio deles, vem esses pensamentos.
Eu: Deixa eu pintar a história gay de Caio e Fernando - falei azedo. - O machão faz academia e luta artes-marciais e fala de ser o metedor, enquanto a marica faz o quê? Ah... tem papos femininos com as amigas, cozinha, passará sempre a usar calcinha e tals porque é conveniente.
Caio riu: Desculpa, não é pra rir né?
Eu: Mano, eu sou homem. Tenho meus papos de homem. Amo boxe, futebol, basquete, deixar a toalha molhada na cama e tudo mais. Não me pinta como o mulher da parada.
Caio: Desculpa, Nando.
Eu saí da minha cadeira e cheguei nele: Levanta - ele obedeceu e ficamos frente a frente. - Eu te amo, não te rotulo e jamais faria isso.
Caio: Também te amo, pequeno. Me perdoa?
Eu ri: Só se eu, o mulherzinha, receber uma massagem relaxante no sofá do machão alfa.
Ele riu: Pra já, donzelo - me pegou nos braços e, visto desse ângulo, percebi que sim... ele era o homem e eu a fêmea. Tiramos sarro disso alguns dias depois e logo esquecemos que o assunto fora sério. Junho se foi, chegou Julho e com ele eu arrumei um emprego. Foi assim, eu fazia um curso técnico de farmácia e terminei ele, fiquei de bobeira e tinha a tarde inteira com muitos nadas, pois todo o dia Caio ia pra academia de tarde, depois treino e depois visitava minha amada e querida "sogra" - trocando o S por C e o G por B, você ganha um brinde - para então depois voltar de noite aos meus braços. Aí, meu pai, já estabelecido financeiramente, pois há uns meses havia se afundado em contas, expandiu sua padaria e agora era uma lanchonete-padaria. Não serviam lanches, só café, salgados rápido de forno e uns sucos. O local estava indo bem, mas meu pai (que sempre me visitava com uma bandeja de doces e sacolas de pão, quando eu dizia que ia ter uma reunião entre Caio e seu Cá com rodadas abusivas de catuaba e brega escandalizado) sempre se queixava do funcionário, que colocou como atendente, dizendo que o mesmo faltava muito e parecia um morto de tanta preguiça.
Meu pai: As vezes acho que ele não tem espírito. Pense num fídumamãe lerdo.
Em uma dessas reuniões, seu Cá falava sobre funcionários ruins e me surgiu o insight. Disse que trabalharia para meu pai. Claro que ele gostou, isso significava poucos gastos pra ele e muitos trabalhos para mim. De quebra sugeri ao meu sogro que colocasse Caio em algum setor de sua clínica de estética, mesmo que sendo pra levar café. Esse riu e pensou na possibilidade. Comecei a trabalhar com meu pai, e amei. Eu ia sempre ajudar ele antes de me relacionar com Caio, conhecia todo mundo e atendia todos bem. Voltando ao local, vi que nada mudara. Todos gostaram de me ver alí, ajudando meu pai... mal sabiam que eu era explorado. As vezes eu dava uns bilhetes com os dizeres "socorro, sou da china e agora sou escravo", o povo lia, ria e meu pai me brigava. Trabalhar com seu papai é legal, eu me empanturrava de pão e salgados, meu pai ralhava sempre quando eu ameaçava os clientes sobre a quantidade medíocre da gorjeta. As vezes me lembrava de que eu estava no trabalho e não na roda de conversa quando eu ficava batendo papo com os outros. Fora isso, meu velho tava feliz por eu estar ali o ajudando e eu me sentia bem.
Caio ia para a academia às 3 da tarde, me deixava na padaria as 4 e eu trabalhava até às oito da noite. Quando fechava, eu ficava esperando Caio junto com meu pai, as vezes a gente tomava umas brejas e conversava de mais. Ele, meu coroa, tava de rolo com uma velha a qual logo não fui com a cara, mas meu pai dizia que o amor da vida dele era e sempre seria minha mãe. Então, por duas semanas, minha rotina era essa. De manhã eu estudava em casa, namorava meu namorado, cuidava da casa e de tarde ia trampar. Meu playboy disse que logo estaria trabalhando também, mas não pressionei ele. E a vida seguia bela e boa.
Mas como você leu no começo, ou não (volte lá em cima e leia então, seu lerdo) tempos ruins se aproximavam. E esses tempos seriam causados por um nome.
André.
Continua...
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Hey, colegas. Beleza? Espero que sim. Espero que tenham curtido. Amanhã tem mais, viu. Posto a segunda parte. Falem aí se gostaram e se devo continuar. Se sim, eu volto, se não, eu sumo. Ou some ou soma (8). Como hoje é dia do amigo, quero aproveitar e dedicar esse capítulo aos amigos que fiz aqui, através da CDC. Fiz muitos aliás, mas uns são tão irritantes que vou citar os nomes seus. Bruno Victor (BV), Jardon, Nara M (♥), Lucas, Eto, Jef, Machado, Thiago (Gordin.leitor), Larissa, Renan Lobo e Diego. A todos, sugiro que valorizem seus amigos, sendo eles sua mãe, seu pai, tia, o cachorro o que for. Amigos são irmãos de alma.
Bom, até mais e tchau, meus queridos/fofos/lindos/milionários(?)/gracinhas do tio cherar. Flw.