Boa noite leitores, primeiramente quero agradecer aos comentários e votos do último capítulo, eles me motivam a continuar o conto e me ajudam a melhorá-lo também.
Hoje venho falar pra vocês que esse é o maior capítulo que fiz até agora e por isso mesmo resolvi dividi-lo em 2 partes para melhor entendimento, pois a primeira parte (ação) gera os acontecimentos da segunda parte (reação).
Essa primeira parte é mais pacata, mostra a reaproximação de Geovane e
Fernando, mas a próxima vai rolar sexo e não é entre Fernando e Luiz não....
O título escolhido pra esse capítulo tem uma história interessante.
“Eu estava voltando da Europa pro Brasil o ano passado e tive que fazer conexão em Amsterdam, já que o trecho Turim – Amsterdam foi feito por uma companhia aérea holandesa e não italiana, fazendo com que trocássemos de aeronaves na Holanda, entre os passageiros que embarcariam no mesmo voo que eu pro Brasil vi um cara grande, forte e peludo, ele estava visivelmente perdido e o pior estávamos no lounge da companhia aérea que não vou citar o nome e ninguém ajudou o coitado a não ser eu, e só foi possível por que eu percebi e olhe que não era só eu e ele que embarcaríamos para o Brasil, o cara dava medo, mas depois percebi que era muito simpático, ele me pediu ajuda por que não sabia falar inglês e nem holandês, estava com dúvidas sobre o seu voo e quando vi era o mesmo que o meu pra São Paulo, como a nossa conexão demoraria no mínimo 5 horas nós sentamos e começamos a conversar, ele simplesmente me contou a história dele toda, o legal foi descobrir que ele ia pra BH, pois era executivo da FIAT, fiquei com receio de perguntar por que ele não falava inglês já que era executivo,mas me contive.
Quando embarcamos no voo percebi que ele também ia na executiva e como estava relativamente vazio esse setor do avião ele veio sentado do meu lado, resumindo virei amigo dele, e tenho contato com ele até hoje.
Como forma de homenagem criei o personagem Mario, a diferença entre os dois é que o Verdeiro nunca teve filhos, ele tinha um companheiro com quem viveu 22 anos até perde-lo pra um câncer, ele me contou a história dentro do avião e eu chorei que nem criança muito linda mesmo, a comissária até perguntou se eu estava bem.
Mais uma observação, falei que postaria anteontem a tarde esse capítulo, eu fiquei sem net e não consegui postar antes.
VALTERSÓ: ele vai se mostrar mais babaca ainda, mas bem mais...
cellinho:Sim, já passou da hora dele se mudar, isso vai acontecer logo. O Luiz ta metendo os pés pelas mãos, ele vai se mostrar mais sacana ainda, que nunca fez merda por amor rsrsrsrs... Obrigado por comentar.
Yaf: Não posso sair falando, mais adiante vão acontecer coisas....Yaf um ansiolítico ajuda muito nessas horas.Tenha calma...
marc01CL: O Luiz aceitou a ideia de gostar do Fernando, mas ele não digeriu o fato de não ter tido esse sentimento com mulher e sim com homem implicitamente falando, ele ama o Nando o sentimento é real, mas ele é bissexual e acha que com uma foda gostosa tudo se resolve, ele não teve muitas experiências com outros homens e ele acha que com sexo se resolve tudo, o Nando é aquele cara tranquilo que teve duas ou três experiências sexuais e tem medo de se apegar, os dois tem que amadurecer.Marcos vai ser digno de dó, e quem vai ajudá-lo vai ser alguém que ele menos espera...não posso falar quem é. Esse capítulo eu quero que você leia com atenção, não só você mas todos.
Lipe*-*: Dizem que chumbo trocado não dói pois é... Obrigado por comentar e acompanhar o conto.
Talles de Lima:Lhe agradeço novamente pelos elogios que você faz ao meu conto, pro meu ego é ótimo pois é a primeira vez que escrevo, que bom que você considera muito ele, eu acho que o mínimo que eu tenho que fazer cara é enregar a vocês um capítulo no mínimo bom, pois se no meu trabalho eu sou assim por que não ser com quem me acompanha aqui na CDC não é amigo, então a minha escrita ela é mais formal , pois eu mecho muito com documentos de engenharia e obra os quais entrego pra clientes as vezes chatos e metódicos acabei acostumando.Sim me mande um oi no endereço de email engenheirodoamor22@hotmail.com, só não repara no email é que eu tenho ele desde que eu era adolescente sabe decidi manter a conta.
FlaAngel: Não defenda, ele é gente boa, mas fará coisas bem piores...
Cintia C: Oi Cintia tudo bem, é bom ter você novamente acompanhando meu conto, senti sua falta nos comentários.Olha eu sei que não é da minha conta e posso estar sendo leviano, mas li um comentário seu em outro conto e vi que você passou por um momento difícil, então lhe desejo meus pêsames, talvez não tenha o direito de me intrometer assim mas fiquei sensibilizado com você.
Martines: Cara, posso lhe adiantar que ele vai mas longe ainda.
andersoncleiton: Pra sua felicidade, mais um capítulo...
nayarah: Querida, que bom que gostou obrigado por comentar e continue acompanhando.
lugrey: fique curiosa, to brincando obrigado por acompanhar o conto.
Atheno:sim só faz burrada, mas ele vai descer mais um lance de escadas pro fundo do poço....
Boa Leitura
Ação e Reação – O Gigante Gentil...Mario – Parte 1
Fernando narrando...
Esperei o Felipe sair com seu carro , enquanto olhava o carro desaparecer já estava me arrependendo de não ter ido junto com ele pra fazenda dos seus pais,la era um lugar legal, tem rio e piscina, o escritório do meu tio e seu Antônio é responsável pela parte jurídica da fazenda, seu Carlos e dona Letícia os pais dele eram muito animados, vinham de vez em quando aqui em casa, gostavam e sabiam de mim, da minha opção e nunca se importaram com isso, muito pelo contrário sempre foram a favor da minha amizade, quando Felipe passou e ser meu amigo se tornou um filho melhor, e eles davam crédito a mim por isso, sempre ia lá na fazenda deles quando queria me divertir ou refletir sobre algum problema.
- Deveria ter ido junto dessa vez ... – falei pra mim mesmo, pois lá com certeza eu iria me divertir e esquecer esse sábado maluco na companhia dele e dos primos, mas aí lembrei que provavelmente teria muita bebida e módão sertanejo como Felipe mesmo falou, então não seria bom pra mim, fiz a escolha certa em ficar, pois não queria dar vexame, chega de bebida por hora.
Entrei pra dentro do quintal e ao quando entro dentro de casa eu fecho a porta e estranho o ambiente, a sala de estar está quieta, com as janelas abertas trazendo claridade pra dentro do ambiente, mas na sala de tv as cortinas estão fechadas deixando o ambiente escuro e meu tio está sentado em um dos sofás ouvindo “Always somewhere – Scorpions” que estava quase no fim e que tocava no home theater com um copo de bebida do que julguei ser whisky na mão e olhando o álbum
de fotografia da família. Fiquei observando a cena e pensando que meu tio só faz isso quando está triste com alguma coisa ou preocupado ou até mesmo estressado, ao contrário ele estaria na cozinha fazendo massa de pizza ou tortellini e ouvindo a Radio Rural (rádio fm da minha cidade natal em SC) e tomando vinho.
Entrei na sala sem ele me notar pois estava de costas , me aproximei e quando coloquei a mão no seu ombro ele se assustou e dando um pulo do sofá, quase derrubou o copo no chão se virou e me viu fazendo cara de alívio.
- Fernando!Que susto você me deu – disse ele pondo a mão no peito.
- Foi mal tio, eu não quis te assustar – disse sem graça, pois realmente não era a minha intenção.
- Você chegou agora? – perguntou ele tentando esconder o copo de bebida, notei que a música que começou a tocar era “ Dream On – Nazareth”, realmente o meu tio estava na fossa.
Resolvi por um sorriso forçado na cara pois não queria preocupa-lo e encarei ele, não adiantou notei pela sua olhar de análise que ele percebeu que algo estava errado, mas não perguntou.
- Sim tio, eu almocei com o Lipe no shopping e ele acabou de me deixar aqui – disse a ele – e o senhor almoçou o quê? – perguntei.
- Não almocei nada não – disse ele virando de costas pra mim – não tinha ninguém pra almoçar comigo – disse ele triste – então fiquei com fome mesmo - meu tio tava fazendo charme, apesar de ser chato é engraçado ver um cara barbudo e grande de 47 anos se comportar desse jeito, feito uma criança birrenta.
Eu achei engraçado e resolvi brincar com ele pra quebrar o gelo.
- Que feio tio, não acredito que você fez isso – repreendi ele com tom de brincadeira – você não comeu por que não quis – exclamei. Eu acho que meu tio não entendeu a brincadeira ou o tom de voz que eu usei.
- Fernando olha como você fala comigo,eu sou seu tio e não seus macho da rua – disse ele de forma alterada ,de imediato põe a mão na boca como se tivesse dito algo que não devia.Eu fiquei espantado com o que ele falou, não ia ouvir calado, não mesmo,nessa hora o meu lado carcamano acordou dentro de mim.
- Me desculpa tio, eu não quis ser mal educado, eu só estava brincando com o senhor, não precisa ficar nervosinho não – disse gesticulando as mãos no ar,estava com tanta raiva que nem uma lágrima escorreu do meu rosto - outra coisa meus machos da rua me tratam melhor que você, até por que a rua ta melhor que aqui em casa, vai ver é por essa sua educação e seu jeito de me tratar que você está almoçando sozinho – disse frustrado,fui certeiro na ferida, doeu em mim falar isso pra ele, mas me doeu mais o jeito que meu tio me disse, nunca me tratou assim, ele se virou e vi seu olhar, era de arrependimento vi que seus olhos estavam começando a marejar, ele fez menção de falar algo mas eu fui mais rápido – vou pro meu quarto tirar essa roupa, vou deixá-lo curtir sua música – me virei e sai da sala deixando ele parado no meio da sala e fui em direção as escadas, subi até o mezanino entrei no meu quarto e deixei a porta entre aberta. Ainda consegui ouvir um barulho de copo quebrando.
- Que merda! – disse meu tio alterado, ouvi ele pausar o home e logo mudar a música pra “Jeaolus Guy – John Lennon”, engraçado que descrevia um pouco ele, um cara ciumento...
E se dizem que desgraça pouca é bobagem ao sentar na minha cama meu celular toca, sem muita paciência pego o aparelho no bolso e olho quem é, não acreditei quando vejo o nome do Luiz na tela, tem que ser muito cara de pau pra me ligar mesmo. Resolvo atender por que se bem conheço ele se eu não atender é bem capaz de ele ligar pro meu tio ai vai ser aquela confusão.
- Oi Luiz – atendo o telefone com tom de voz seco
- Fernando eu... – notei que sua voz está embargada, interrompo ele.
- Luiz se você ligou pra me explicar sobre o ocorrido no shopping não perca seu tempo cara – disse sem calma.
- Fernando, eu posso explicar – disse ele rapidamente.
- Não faça pouco da minha inteligência Luiz! – exclamei – vi você agarrado com a Stephany, estavam uma graça o casalzinho – disse irônico.
- Nando, vamos nos encontrar hoje – pediu ele
- Não cara, pra quê? – perguntei – você tem namorada, não ficaria bem você ser visto comigo, com um viadinho escandaloso – completei.
- Porra Fernando, me ajuda caralho – disse ele aumentando o tom de voz – eu quero ter ver hoje! Nós precisamos conversar – disse impaciente soando mais como uma ordem do que como um pedido.
- Não! – exclamei – pra começar não use esse tom de voz comigo que não sou sua nega de bar não, outra eu não quero, eu tenho que preparar meu material de faculdade e acredito que não temos nada pra conversar – disse.
- Temos sim - disse ele.
- Olha Luiz – disse colocando a mão na cabeça tentando me acalmar – vai viver sua vida cara, eu nem sei por que eu fiquei com ciúme de você – tentei justificar.
- Fernando, eu não vou te ligar mais, por hora vou deixar você descansar,você vai ter que me ouvir, isso não termina aqui – disse com tom de voz decidido.
Tentando terminar com a ligação eu concordei
- Ta!Ta bom Luiz, tchau! – desliguei o telefone sem me importar se fui mal educado ou não.Notei que na sala estava tudo quieto a não ser pela música que tocava alto, não era mais a mesma, agora tocava “Mother – John Lennon” , a play list do meu tio tava foda, desse jeito eu iria cortar meus pulsos antes de terminar a tarde.
Deixei meu celular na minha mesa de estudo e deitei de bruços na minha cama. No meu criado mudo fica um porta retrato com uma foto minha com meus pais, é a melhor lembrança que eu tenho deles,não que eu não tivesse outras, mas essa lembrança significa muito pra mim, essa foto foi a última foto nossa juntos, uma semana depois bom....Peguei o porta retrato e fiquei observando a foto, nela eu realmente estava feliz, meu pai sorria e minha mãe também, mas era a forma como o meu pai me olhava que eu gostava, era como se fosse um olhar de que tudo vai ficar bem.Essa foto me acalmava.
- Ah garotinho, como você está feliz nessa foto, se você soubesse o inferno que sua vida virou o que você já passou, bem provável que você teria feito de tudo pra ter entrado naquele avião – soltei um riso triste, irônico.A primeira viajem que não fiz com os meus pais foi a que eles foram levados de mim.
Fiquei lembrando de como meu pai era comigo, sempre foi carinhoso, mas com a minha mãe ele não era, e ela também não a impressão que eu tinha é que ele eram amigos e não marido e mulher, eu sempre tive mais intimidade com o meu pai, ele sempre me encorajava, foi ele que me levou pra escolinha a primeira vez, já minha mãe vivia distante, o pouco tempo deles comigo eu foram poucas as vezes que ela me abraçou ou pegou no colo.
Lembrando de como foi a última semana e tudo que estava acontecendo me abracei ao porta retrato e comecei a chorar baixinho, a sensação é que eu estava sozinho, desamparado nossa como eu sinto falta do meu pai.
- Por que você foi embora pai, eu sinto tanto sua falta, agora eu estou aqui sozinho – disse isso e percebi pelo metal espelhado das bordas do porta retrato que meu tio estava me observando, ele percebeu que eu notei sua presença ali e então entrou no meu quarto.
- Eu também sinto a falta dele Fernando – disse ele com os olhos vermelhos, eu limpei meus olhos tentando esconder meu choro e fiquei de costas pra ele – mas eu estou aqui – completou.
- O que você quer aqui tio? – perguntei seco.
- Fernando nós precisamos conversar - disse ele se sentando na cama a alisando minhas canela.
- Conversar o que tio – disse encolhendo minhas pernas pra ele não tocar – sobre os meus machos da rua – completei.
- Não - disse ele se aproximando e me tocando no ombro – eu quero te pedir desculpas Nando, por isso e por outras coisas – seu tom de voz estava calmo.
- Até quando vão valer suas desculpas tio – disse me virando e encarando ele – até o Marcos ir encher sua cabeça de novo dizendo que eu fiz isso, fiz aquilo e você me chamar, me repreender sem saber o meu lado da história hein – completei, meu tio que me encarava baixou a cabeça de vergonha.
- Fernando é justamente por isso que eu vim falar contigo – disse ele coçando o braço – eu preciso que você me ouça – disse ele um pouco nervoso.
- Eu não quero ouvir – disse enfiando minha cara no travesseiro.
- Mas vai ouvir – disse ele decidido.
- Ta bom tio – disse olhando pra ele, assenti com a cabeça – continue – completei.Ele então se ajeitou na cama e me encarou se aproximando de mim.
- Sabe Fernando, eu venho aqui pra me desculpar,na verdade eu já venho ensaiando isso desde ontem, nessa semana que passou eu fui um estúpido contigo, eu te tratei mal, fui indiferente e seco algumas vezes, de algum modo fiquei chateado pelo o que você fez ao Marcos – ele pausou e corrigiu - quer dizer o que segundo ele você fez, no encanto de ter meu filho de volta em casa eu tentei ser justo, achei que você estava implicando com ele, tentei ser mais pulso firme contigo, tentei de dar um gelo, mas eu percebi que isso te afastou e que eu feri justamente a pessoa que eu menos queria ferir,você – disse ele não segurando mais as lágrimas, meu tio já é muito emotivo e quando bebe então... – você acha que eu não me machuquei por tratá-lo assim, eu não durmo direito a três dias, você dizer que quer sair da empresa e sair de casa, e sensação que eu tive é que chegaria em casa e você teria sumido no mundo – meu tio sempre fazia drama exagerado - um dos dias em que você entrou na sala me perguntando se eu tinha tomado as vitaminas e se eu precisava de mais alguma coisa e eu nem me virar pra falar contigo eu virei, eu não me perdoei depois, mas fiquei com vergonha de falar com você – ele falava limpando os olhos – e quando você começou a almoçar sozinho ou com os funcionários na copa e não comigo eu me senti substituído eu estava provando do meu próprio veneno a indiferença, mas o que me matou mesmo foi ver você ontem almoçando com o Marlon e ver a cara de contente que o Marcos fez , ali eu percebi que eu olhei pra um e não pro outro, ouvir você dizer pra ele que não pertencia mais ao meu mundo foi demais pra mim, eu tive a real noção que eu poderia perder você, eu não aguentei e sai por ai, tentei me acalmar, aquilo doeu Fernando, você preferiu desabafar com um estranho e no bar quando você deu aquele fiasco e as pessoas começaram a rir me deu vontade de bater em todo mundo inclusive no Marcos – disse ele fechando a cara nessa hora ele se levantou– eu vim pra casa Fernando e isso ficou na minha cabeça, era pra mim falar contigo mas você saiu e hoje eu te esperei, eu fiquei com raiva de você não ter aparecido antes, achei que estivesse me evitando e na hora que você brincou comigo ali na sala eu explodi com você – ele andava de um lado pro outro do meu quarto gesticulando, estava sem camisa e seus pelos se moviam junto com ele.
Meu tio estava sofrendo sua parcela de culpa e pra ele não estava sendo fácil,mas ele ia ter que me ouvir agora.
- Você não pensou em ouvir meu lado tio?Me perguntar o que estava acontecendo? – perguntei com raiva. Levantei da minha cama e comecei andar de um lado pra outro, a manteiga derretida já estava em lágrimas também, é foda ser emotivo – você sabe o que é ser ignorado tio, eu me senti sozinho, mas Graças ao Felipe as meninas a dona Rosa e o Marlon que eu não fiquei sozinho, você não sabe o que é ter essa sensação – olhava pro meu tio decepcionado, ele chorava e pela cara estava se culpando – mas eu acho que nada mais me machucou do que ter que ouvir do senhor o que você me falou agora pouco la sala, eu não imaginava isso vindo de você, por um momento eu quase imaginei que era o Marcos me falando aquilo – completei.
- Nando me desculpa, eu não queria eu me arrependi no momento que eu falei aquilo não tenho o direito de te desrespeitar, nem eu nem ninguém – disse ele vindo me abraçar, eu me esquivei e ele ficou estático perplexo com o ato.
- Sabe tio – eu sentei na cama peguei o porta retrato com a foto e olhei pra ele – eu devia ter morrido junto com eles, eu devi sim, pois como meu primo falou eu não seria um problema pra vocês – se fosse atuação seria digna de Oscar na categoria drama, mas infelizmente eu não estava atuando.
- Não fala isso – disse ele me abraçando a força e me repreendendo – nunca mais fala isso nem brincando filhote – era engraçado ele me chamar assim de novo, já fazia quase uma semana que não me chamava, ele me beijou a cabeça me apertando contra o o seu corpo, nesse momento eu percebi que meu tio Geovane que eu conhecia estava de volta, ele deitou na cama me puxou junto ele ambos chorávamos, tínhamos exposto todas as frustrações e inseguranças da última semana e agora estávamos ali os dois – eu não sei o que faria se eu perdesse você, não mesmo filhote – completou ele se lamentando.
- Então você voltou a gostar de mim tio – disse olhando pra ele.
- Eu nunca deixei de gostar de você meu filhote – disse ele beijando minha cabeça e enrolando seu braços em mim – outra coisa, você não está sozinho, eu estou aqui, eu sempre estive aqui – disse ele alisando minha perna.
Foi engraçado ouvir isso, eu me senti bem havíamos brigado e tudo se acertou, pensado em como era bom ter meu tio de volta eu me aconcheguei no seu peito e seus pelos me fizeram cosquinha, eu me senti seguro ali e não é sexualmente falando, quando eu era mais novo dormia assim com ele, era um tipo de carinho paternal, me ajeitei melhor e olhei pra ele que coçava minha cabeça e sorria.
- Dorme um pouco, o tio não vai sair daqui – disse ele.
- Ta bom tio – sorri e me aconcheguei mais. Adormeci com ele mexendo nos meus cabelos e beijando minha cabeça.
Quando acordei já se passavam das 18:00 e quando vi meu tio estava dormindo apoiado na cabeceira da cama, tentei me levantar sem atrapalhar seu sono mas não consegui, quando fui me mexer ele acordou.
- Acordou Nando – disse sorrindo.
- Sim tio, e pelo jeito não era só eu que estava cansado – disse dando um soquinho no ombro dele.
- Sim, foi a primeira vez nesses dias que consegui dormir tranquilo – disse ele se espreguiçando e me olhando.
- Bom tio, fico feliz que tenha dormido bem – disse pra ele me levantando e indo em direção a janela, olhei pra fora e sol ainda estava lá pois como é horário de verão anoitece mais tarde ainda mais onde predomina o cerrado.
- Nando – meu tio me chamou, olhei pra ele que segurava e analisava o porta retrato – eu me lembro desse dia, estávamos todos Hospedados em um hotel, essa foto foi tirada perto da piscina, eu mesmo tirei, seu pai estava tão feliz ele ia viajar pra resolver o futuro dele e encontrar a felicidade que ele deixou pra trás – disse ele olhando pro nada.Ele percebeu que falou demais e me olhou.
- Sério tio? – perguntei.Achei estranho esse negócio de ir viajar pra encontrar alguém, eu achei que minha mãe era a mulher da vida dele, mas foquei na informação de que foi meu tio que tirou a foto.
- Sim – disse ele sorrindo ainda com o porta retrato nas mãos, ele devia estar relembrando daquele dia, ele desviou seu olhar pra mim -mas isso não vem ao caso agora, mas o que você acha da gente ir pra Caldas Novas hein? – perguntou animado.
- Sério tio, quando o senhor quiser – falei animado – podemos ir no próximo sábado ou domingo o que ficar melhor pra você – completei.
- Não Nando, eu to perguntando se você que ir hoje pra Caldas Novas – disse meu tio empolgado.
- Hoje tio! – falei surpreso com a atitude dele – já está tarde e se formos hoje temos que voltar amanhã pra trabalhar segunda – tentei convence-lo a não ir com esses argumentos.
- Filhote – era engraçado ouvir ele me chamar assim novamente – você gosta de Caldas Novas não gosta? – perguntou sério.
- Sim – disse sem graça.
- Então trate de arrumar suas coisas que eu vou reservar um hotel – disse ele se levantando e indo em direção a porta.
- Mas tio... – fui interrompido.
- Mas tio nada, eu faço de tudo pra ver você alegre – disse ele vindo me abraçar.
- E o trabalho? E a faculdade? – perguntei.
- Fernando, apesar de você trabalhar pro Marcos eu sou seu chefe ainda, eu te dou a segunda de folga e a faculdade vê lá, primeiro dia de aula você acha que vai ter algo importante hein? – pois é me convenceu.
- Falando nisso, você vai deixar ele sozinho aqui em casa? - perguntei.
- Vou!Ele não é uma criança pequena e parece que eles vão sair pra balada hoje - disse meu tio.
- Ok - disse
- Fernando então vai arrumando suas coisas que eu vou ligar pro Mario, ele ia vim pra cá hoje a noite pra não passar o fim de semana sozinho no hotel,mas já que vamos pra Caldas Novas não tem problema convida-lo não né? – perguntou meu tio receoso.
- Não tio, pode convida-lo é ruim ficar sozinho mesmo – disse.
- Vou ligar pra ele se arrumar – disse ele se virando pra mim antes de sair do quarto - se bem conheço aquele carcamano ele vai adorar o calor e as piscinas – meu tio sair do quarto e foi na direção do seu, a música lá embaixo havia parado, meu tio deve ter desligado ou acabou acabou playlist mesmo.
Acabei me animando com a ideia e rapidamente aprontei minhas coisas pra gente sair pra Caldas, como a distância é perto daqui algo em torno de 160 á 180 km dependendo do trecho escolhido resolvemos ir de carro mesmo, ou melhor caminhonete e quando estava tudo pronto saímos pegar o Mario no hotel que já nos esperava animado.
Continua...
