Boa leitura :)
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Yosef passou o restante do dia trancado em seu quarto.
Quer dizer... trançado não ate porque ainda não havia mandado consertarem a porta.
Só ficou lá, deitado, olhando pro teto pensado se... Deveria ir ate a sala e pedir desculpas a Luciano.
- Não! ele mereceu afinal de contas ninguém mandou me provocar eu estava lá quieto no meu canto ele quem veio com a graça dele.
Pensou afundado o rosto no travesseiro.
- Ou talvez... Talvez eu devesse pedir.. Afinal ele só queria assistir ao jogo idiota dele. E eu sendo cabeça não deixei. Santa Lana do céu o que eu faço?
Ultimamente sua vida tem sido um verdadeiro desastre.
E agora... Pra completar sua barriga estava doendo mais de fome.
Não queria ter de ir ate a cozinha e ao mesmo tempo encarar Luciano, agora ele tinha certeza, exagerará ao agredir o mais velho. Só um idiota agiria daquela maneira, e ele com certeza não era um.. Ou talvez fosse.
Mais isso ele resolveria mais tarde. Trocou de roupas rapidamente, Pegou sua carteira e saltou pela janela do seu quarto.
Olhou em seu relógio de pulso, ainda eram dezenove e vinte.
Continuou a andar sem rumo ate que cinco quadras depois chegou a um pequeno café.
Adentrou o lugar que exalava um charme todo especial por sua decoração. Com varias pessoas, que pareciam conversar animadamente.
Sentou-se em um dos banquinhos próximo ao balcão pegando o cardápio em mãos.
- Já decidiu o que vai querer querido?
Pergunta uma gentil senhora a sua frente. Na verdade ela não era tao senhora assim, parecia ser bem jovem ainda.
Por algum motivo ela o fazia lembrar de alguem.
- Hum... E-eu não sei ainda.
Gaguejou um pouco envergonhado.
- Não sei por que mas.. Você me parece meio tristonho. Posso dar-lhe uma sugestão?
- Ahh.. Claro.
- Humm.. Deixe-me ver.. Que tal um pedaço de torta de morango e um pouco de chocolate quente? Isso sempre me alegra quando estou assim.
- Po-pode ser então.
Sorriu dócil pondo o cardápio sobre o balcão aguardando a volta da gentil senhora.
- Prontinho, aqui esta um pedação de bolo pra uma bela garotinha.
Essa voz lhe era familiar, virou-se dando de cara com marcos. Bandeja em maos e um avental listrados com um bolinho com olhos e um enorme sorriso. Logo seus olhares se cruzaram.
- Yosef? O que faz aqui?
Perguntou marcos indo em sua direção sentando em um dos banquinhos ao seu lado.
- Não sabia que trabalhava aqui.
- Comecei faz pouco tempo. Sabe como é dar uma forcinha pra-
- Prontinho! querido aqui esta
Disse a bela senhora servindo Yosef que sem mais demora atacou o enorme pedaço de bolo.
- Marcos o que eu falei sobre vadiar em serviço?
- Ahh.. Mãe.. Só sentei um pouco pra descansar só isso.
Yosef que tomava um pouco do seu chocolate quente, acabou engasgando-se.
Marcos logo se pos de traz do menor dando pequenas batidinhas em suas costas.
- Tudo bem ai Yosef?
- Tudo. Tudo sim! Obrigado marcos
Sorriu envergonhado voltando a comer.
- Own... Então você e o famoso Yosef, de quem meu filho tanto fala.
Pergunta a doce senhora os encarando com certa curiosidade fazendo marcos corar, pedindo a deus que a terra se abrisse naquele exato momento e o engolisse.
- Famoso?
Pergunta Yosef voltando seu olhar agora para marcos.
- Sim sim marcos fala muito de você, o quanto você e...
- MÃE!
Gritou fazendo todos os olhares ali se voltassem para eles.
- Garoto fala baixo! Não vê que as pessoas querem comer em paz
Beliscou o braço do filho, o repreendendo.
- Au.. Ta bom desculpa.
- Hum.. Mais então.. Marcos porque não convida seu amigo pra jantar um dia desses em casa? Vai ser um prazer receber em nossa casa um rapaz tão bonito e simpático.
- Menos mãe.. Alem disso ele e ocupado demais n-
- Eu adoraria!
Afirmou o pequeno rapaz sorrindo da reação eufórica da mãe de seu colega.
Conversaram mais alguns assuntos aleatórios, logo dona July voltou ao trabalho deixando os dois a "sós"
- Então... Como anda a vida de casado?
Perguntou com desdém.
- Hum... Vamos pular essa pergunta.
- Ta tao ruim assim? - Riu
- é só que... Sei lá.. Você não entenderia.
- Já disse uma vez e volto a repetir. Que tal tentar explicar?
.
.
.
SilêncioOk... Vou te contar tudo desde o começo.
E assim ele fez, contou tudo a marcos desde o dia em que seus pais disseram que ele teria que se casar ate os dias atuais, marcos apenas o escutava atento a cada palavra.
- E então... Foi isso.
- Nossa... Que história hein. Parece ate coisa de ficção e teus pais.. Desculpa falar isso mas eles são doidos, praticamente te venderam.
- Eu não os culpo.. Na verdade fiz isso pensando no bem estar deles. Meus pais, principalmente meu pai, sempre deram duro pra ter o que tem e... Correr o risco de Perder tudo assim de uma hora pra outra.. Deve ser difícil.
- Pondo dessa forma faz ate sentido. Mais não deixa de ser o que é, e você sabe mesmo que bem la no fundo que o que fez foi meio que se vender.
- E.. Eu sei. Talvez por isso eu me sinta tao mal as vezes principalmente porque fui contra meus princípios, tudo que eu acreditava. Tudo por causa de dinheiro.
Suspirou triste mexendo a colher dentro da caneca do líquido já frio.
- Enfim.. Obrigado! estava tudo uma delicia. Quanto eu devo?
Perguntou retirando a carteira do bolso logo sendo repreendido por marcos.
- Fica por conta da casa!
- Mais eu...
- Sem "mais" leve isso também, considere como um mimo simples da minha parte. Pra adoçar um pouco mais a sua noite.
Disse pondo um cupcake em suas mãos, arrancando-lhe um pequeno sorriso.
- Parece delicioso!
- E é! Digamos que e minha especialidade.
Gabou- se, sorriu deixando a mostra seus dentes perfeitamente alinhados.
Yosef observava a pequena guloseima levando-a ate a boca, mordendo-a.
- HumHum.. Ta uma delicia! Do que e feito?
- Nada demais só um pouco de chocolate nozes e-
- NOZES?
- Sim um pouco de nozes picadas e-
- Marcos.. E-eu sou alérgico a nozes!
Falou sentindo sua pele começar a coçar.
- Merda! Vamos eu te levo no hospital.
Correu ate onde sua mae se encontrava explicando brevemente a situação, pedindo a chave do carro emprestado correndo até o menor o ajudando.
Logo estavam no carro rumo ao hospital mais próximo. O nervosismo de marcos era evidente, suas maos tremiam e ele nem se dera conta de que pisara ainda mais no acelerador.
- Marcos vai devagar senão vai acabar matando a gente.
- Desculpa.. E que.. E tudo culpa minha. Perdão Yosef e que.. Merda eu não sabia.
Socou o volante, tamanha era sua raiva.
- Não tem problema, você só não sabia e eu tenho certa parcela de culpa por ir pondo logo as coisas na boca nem antes ver o que tem dentro.
Riu fazendo assim com que o coração do mais velho acalmar-se um poucoMinutos depoisEntão doutor?
- Ele vai ficar bem! Ministramos algumas doses de um antialérgico então... Logo logo poderá leva-lo para casa se quiser ver o paciente pode ir. É só entrar na segunda porta a direita.
- Obrigado doutor!
Marcos foi ate o quarto onde Yosef estava, abriu a porta lentamente vendo o garoto sentado na cama.
- Não! Não olha pra mim!
Disse manhoso escondendo o rosto com um travesseiro, marcos achou aquilo adoravel.
- Ue... Porque?
- Porque eu to igual a um sapo velho todo inchado.
Sorriu indo em direção ao menor tirando o travesseiro que cobria seu rosto.
- Mais continua sendo o sapo velho mais lindo que eu já vi.
Disse quase em um sussurro afagando seus cabelos. Sentia uma vontade enorme de protege-lo.
- Vamos pra casa? Quer dizer... Pra sua casa.. Eu te levo.
- Claro... Obrigado Marcos
- Era o mínimo que eu podia fazer né já que quase te matei.
- Haha.. Não. Não por isso..
- Então..?
- Por estar aqui comigo!
Sorriu corando violentamente.
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Logo os dois estavam a caminho da casa do menor. Yosef bocejou coçando os olhos com a costa das mãos. O que não passou despercebido aos olhares atentos de marcos que achara aquilo a coisa mais fofa do mundo sentindo vontade de morder as bochechas do rapaz.
- E aquela casa ali.
Indicou o caminho logo o carro parou em frente.
Marcos desceu rapidamente correndo até a porta do passageiro abrindo-a antes que Yosef o fizesse.
- Então... Acho que e isso né.. Ate mais.
- Ainda ta cedo.. Não quer entrar?
Perguntou Yosef.
- Eu não sei...
- Vamos logo! Quero te mostrar uma coisa.
Disse Yosef animado segundo a mão de marcos o que o fez sentir um frio na barriga.
Logo que adentraram foram recebidos pelo olhar fulminante de Luciano que estava sentado no sofá com um pacote de batatinhas entre as pernas e um copo com alguma bebida em mão.
Yosef apenas o ignorou indo ate seu quarto deixando marcos ali, em uma tremenda saia justa.
- então... curte baseball?
Perguntou quebrando o gelo, referindo-se a camisa do New York Yankees.
- Não!
Respondeu nada amigável levando uma batatinha ate a boca, logo a bebida sem nunca perder o contato visual com marcos.
- Ok então..
Coçou a nuca achando melhor permanecer calado e esperar ate que Yosef voltasse o que não demorou a acontecer.
- Vem marcos quero te mostrar uma coisa
Puxou o maior pelos braços feito uma criança.
Chegando no quarto Yosef foi correndo o amostra sua coleção de bonecos miniatura marcos como ele também gostava disso, não ligava para o que os outros diziam sobre ser coisa de criança.
- Caraca velho. Não acredito, você tem todas essas miniaturas tem ate a do pantera. Cara eu amo ele.
Pegou o boneco em mãos, seus olhos brilhavam.
- Se quiser eu te dou ele.
- E serio?
- Serio! - sorriu - fica com ele... Um pequeno gesto pra agradecer por ter me ajudado hoje.
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Enquanto isso na sala..
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- Relaxa Luciano.. Qualé porque ta com raiva afinal de contas? Aquele desgraçado... Aposto que aproveitou pra agarrar ele se bem que ele deve ter adorado.
Quanto mais ele pensava mais raiva sentia, nem ele mesmo ao certo sabia o porque. Sua única certeza agora era de que queria descontar tudo isso encima de um certo alguém.
E esse certo alguém agora estava no comodo em frente junto com Yosef. Pareciam se divertir pois riam feito dois retardados.
Inconscientemente Luciano apertou ainda mais o copo que segurava, fazendo com que se quebrasse em sua mão.
- Merda!
Pesou tirando a camiseta de vestirá enrolando-a em sua mao correndo ate o banheiro batendo a porta chamando a atenção dos dois rapazes com tamanho barulho.
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- Acho melhor eu ir nessa, minha mae deve ta uma pilha de nervos.
- Tudo bem... Eu te levo ate a porta.
Disse o acompanhando ate a porta despedindo-se com um breve abraço.
- Onde sera que o bobão se meteu?
Pensou em ir ate a cozinha mas parou quando algo lhe chamou a atenção.
- Sangue?
Se perguntou confuso vendo uma mancha vermelha no chão da sala e pequenas gotas que levavam ate o banheiro que foi para onde Yosef foi apressado.
♪ Toc toc♪
- Luciano?
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Silêncio
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- Luciano ta tudo bem ai?
Perguntou novamente e novamente não obteve resposta.
Mesmo correndo o risco de ser chutado a coices de burro ele decidiu entrar.
Deu de cara com Luciano sentado no vaso com a mão enrolada numa camisa já toda manchada de sangue, o que preocupou o menor indo ate a cozinha pegando uma pequena maleta de primeiros socorros voltando até o banheiro sentando em frente a Luciano que parecia estar com a cabeça longe, olhar vago.
- Posso?
Perguntou pousando a mao sobre a do maior o trazendo novamente a realidade, ele apenas assentiu.
Não era nada tao grave assim só alguns cortes cortes superficiais mas alguns tinham ainda pedaços de vidro mas que logo com bastante cuidado foram retirados.
O levou ate a pia lavando cuidadosamente as maos mesmo com suas reclamações, passou uma pomada antibiótica, enfaixando a mao com um curativo.
- Pronto!
Levantou-se guardando tudo no seu devido lugar indo ate a cozinha beber um copo d'agua enquanto Luciano arrumava sua cama/sofá.
- Luciano eu.. E-eu queria pedir desculpa por..
- Não esquenta! Eu mereci.
Disse enquando terminava de arrumar sua cama.
- Tudo bem... então... Boa noite.
Esperou que o outro dissesse algo mas o mesmo não o fez.
Indo em direção ao seu quarto, antes que pudesse entrar, seu corpo abruptamente foi de encontro a parece o assustando, seus olhos quase que saltando para fora de suas órbitas se voltaram a pessoa que estava parada em sua frente.
- Luciano o qu-
Não pode nem teve tempo de terminar o que ia dizer pois logo teve seus lábios selados pelos do maior em um beijo doce e casto. Fechou os olhos se permitindo aproveitar aquela sensação.. Que durou pouco logo veio a separação.
- Boa noite
Disse Luciano voltando para sala sem olhar para traz deixando o jovem rapaz ali..
Perplexo
Sem entende nada.
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