Ação e Reação - Mario,Geovane,Enzo e Fernando!

Um conto erótico de William26
Categoria: Homossexual
Contém 15373 palavras
Data: 28/08/2016 19:01:53
Última revisão: 28/08/2016 19:04:36

Leitores do meu coração, como vão vocês?Pois é eu demorei de novo né?Primeiramente peço desculpas, pra compensar já vou dizendo a vocês que esse é o maior capítulo que já escrevi e está todo em uma parte só. O motivo de demora em postar é que como falei aqui que eu tive que viajar correndo a Chapecó, ainda por cima quando voltei a BH terça passada eu voltei a trabalhar e pra pós graduação.Soma - se agora o fato de o Robson ficar aqui aqui comigo por uma semana, ele todo manhoso e carente, pois é hoje deixei meu ogrão no aeroporto e ele voltou pra SC, então tive tempo de finalizar o capítulo.

Esse é o último capítulo da 1° temporada, o primeiro capítulo da segunda temporada tento postar quarta feira agora.Já adianto que o próximo conto não vai acontecer, eu decidi descrever a minha vida pra vocês,então será um relato quem leu sabe do que estou falando, vou compartilhar um pouco da minha história com meus leitores.No mais boa leitura e bom domingo.

Agradeço a todos os leitores, tanto aqueles que leem e votam como aqueles que leem na surdina, vocês me fazem seguir com o conto.

Respostas ao comentários

Haliax – Tudo bem, é bom ver mais um leitor comentando e votando, eu gosto de comentários críticos. Bom eu imaginei que esse capítulo teria uma polêmica por causa do tapa na Stephany, vamos lá... Eu acho que você leu o conto e não o entendeu, eu sempre deixo peças soltas, a maioria dos leitores entende e liga os pontos, eu gosto disso, as suposições e opiniões contam muito pra mim,até me divirto com alguns comentários mas tenho o dever de explicar pra você pois não gosto de deixar ninguém em dúvida, ainda mais um novo leitor comentando.

Você percebeu o que o Fernando disse no início do capítulo, mais especificamente na primeira linha: Meu domingo vai ser ótimo, custe o que custar!, então, outra coisa no início antes de começar o conto eu expliquei o que capítulo postado seria o penúltimo e não o último como tinha falado, tem muita coisa pra acontecer então criei esse que vai ser o último capítulo, o Fernando não devolveu o tapa no Luiz por que ele não queria confusão pro lado dele, ele estava no resort pra curtir, não pra brigar, tanto é que nem ideia deu pra ele, o que matou com ele, Luiz foi hipócrita indo tirar satisfação, Marcos não mexeu com ele, essa era a sua intenção mas quando ele ia falar algo pro Fernando ele se preocupou com o primo querendo saber o que tinha acontecido, Fernando está tentando ficar longe de confusão com Marcos apesar de ser desaforrado, aliás ele até já deu um murro na cara dele, procura no capítulo Ódio, ciúme ou ambos?, você vai ver que aconteceu, o que prova que ele não é covarde, não é só “macho” com mulher. Na próxima temporada ele vai sair de casa justamente pra não entrar em atrito com o primo, Stephany mereceu o tapa,ele é debochada, superficial, preconceituosa, é interesseira, já traiu o Luiz uma vez, ela só quer saber de vida fácil, Fernando tem complexo com seu peso e odeia ser chamado e tratado como bicha ou viadinho, a meu ver nem todo homossexual gosta de ser tratado assim, eu mesmo não gosto, se o meu companheiro me chamar de viadinho ou bicha na cama além de eu brochar o pau quebra, ambos somos homens que gostam de homens. Agora Fernando é contra violência, deixei isso bem claro no capítulo, peço que preste mais atenção na hora de ler e sair julgando ele, não lhe culpo é um personagem um pouco complexado que não sabe lidar com algumas situações ele inda vai crescer,a Stephany dos três foi a vítima.O tio escondeu a história do Fernando por que pro Geovane é doloroso, toda família tem segredos, no fim o tio quer proteger o sobrinho a todo custo, remexer no passado podem abrir ferida cicatrizadas, mas Fernando não da ponto sem nó, ele sacou na madrugada que transou com Mario em um comentário que ele fez que algo entre o pai e ele acontecia, ele não vai julgar Mario, esse capítulo Geovane vai contar por que rompeu com a família e por que tenta a todo custo proteger Fernando.

Vitor Gabriel: Olha que prazer ter você lendo e comentando o meu conto cara, primeiro agradeço pelos carinho, segundo Caldas Novas é muito legal, claro que depende muito da época que se vai e com quem se vai.Então cara espero que você esteja curtindo o meu conto, Fernando é um pouco mimado ainda e morar sozinho vai ser bom pra ele, Marcos posso fazer vocês odiá- lo u sentir pena, o ódio que ele tem pelo Fernando não é normal por que simplesmente Marcos não á normal, cara não sei se vai ter um incesto nesse conto apesar de a ideia ser bem tentadora, alguns personagens como os amigos do Fernando eu darei mais destaque, só lhe digo que um tragédia uniu tio e sobrinho, uma tragédia pode desuni -los ou não.Continue acompanhando.

Talles de Lima: Cara estou ficando mal acostumado com os seus elogios, você não sabe como é bom quando eu consigo agradar um leitor crítico como você, todos os comentários são importantes e eles me ajudam a prosseguir com o conto, me divirto lendo alguns.O Fernando está mais forte, claro que algumas coisas impedem ele de se livrar da sua fraqueza, mas convenhamos eu não acho legal um personagem que só é forte, eu busco mostrar o lado sentimental de Nando nesse seu lado mais fraco e desprotegido.

AbelhaleitorA: Obrigado pelo carinho, que bom que você gostou desse capítulo, imaginei que gostaria do trecho onde Stephany leva um tapa de Fernando, claro que eu imaginei que seria um assunto polêmico, mas o nosso ursinho carinhoso pode ficar raivoso muito rápido tanto é que o Luiz vai sentir o peso da mão dele nesse capítulo.Luiz vai mudar muito e surpreender Nando mas só mais no final, Marcos vai passar por uma poucas e boas, ele vai perceber que cuidar do rabo dos outros e não cuidar do dele vai custar caro pra ele, mas por enquanto descarto um incesto querido.Obrigado por comentar.

Peludodf: Obrigado cara, que bom que está gostando, aliás meu conto não tem nada de drama mexicano, é drama italiano rsrsrs...eu acho mais legal quando tem um mix de emoções pois você constrói o o perfil do personagem e deixa a história mais rica e gostosa de se ler, falando em gostosa no primeiro capítulo da temporada seguinte deve ter sexo entre Nando e....Você vai saber rsrsrs.

Cintia C: Obrigado Cintia, aproveite o capítulo...

magus: É tão bom quando tem um novo leitor comentando, eu fico tão feliz, agradeço pelos elogios ao meu conto, as vezes é dificl começar um capítulo novo, ou é falta de criatividade ou é falta de tempo, se você gosta de contos longos vai adorar esse aqui, ele é o maior que eu já escrevi, foram 36 páginas no Word.Aliás obrigado por me avisar sobre a errata, esse capítulo foi postado na semana de falecimento do meu avô então eu estava meio aéreo ainda, valeu.

cellinho: Querido esse tapa pode mudar tudo e fazer com que Fernando se afaste definitivamente de Luiz, o Marcos pode ser um monstro mas todo monstro tem uma história por trás, só posso dizer que a culpa de Marcos ser assim não é por causa da homossexualidade de Fernando. Giovane pode ser pai do Nando ou não, querido nem tudo é o que parece ser e Fernando pode não ficar com Luiz justamente por um motivo maior que brigas e desentendimentos.Obrigado pelo carinho.

VALTERSÓ: Muito obrigado, em relação a quando Marcos vai se ferrar ele começa no segundo capítulo tomando uma rasteira, daí por diante é só ladeira abaixo.

Catita: Infelizmente a história é enrolada sim, a família Parcianelo é enrolada, Geovane mesmo esconde algo de seu passado( não é sobre ser pai do Nando) , eu trabalho com personagens complexos então tenho que ter uma história complexa, obrigado por comentar.

Lipe*-*: Cara pra você só posso dizer que um já aconteceu e o outro quem sabe, obrigado por comentar.

lugrey: Obrigado, fico feliz que esteja gostando.

Atheno: Cara perdoar é uma virtude, resta saber se Nando fará isso, a meu ver Marcos errou muito mas todo mundo tem direito ao perdão, o que é complicado é que o real motivo não é pelo Nando ser homossexual é por outro que vai ser falado só na terceiro capítulo da segunda temporada.Obrigado por comentar.

Flor de maio: Obrigado querida, continue acompanhando.

FlaAngel: Obrigado por comentar, então não significa que pelo fato do Geovane chamar ele de filhote ele sejá o pai dele, leia esse capítulo com atenção, acho que pode tirar sua dúvida.

nayarah: Realmente ele foi baixo, mas na hora da raiva é foda, não justifica o que ele fez, mas um ato impensável as vezes é perdoável.Obrigado por comentar.

Boa leitura....

Ação e Reação – Mario,Geovane,Enzo e Fernando!

Foi um choque saber dos dois, mas não pelos motivos errados, não iria julgá – los meu pai e Mario realmente tinham algo a mais do que amizade, eles se amavam, era isso que me vinha a cabeça enquanto andava de um lado pra outro, eu tentava mentalmente imaginar os dois juntos, aliado a isso um misto de sentimentos brigavam dentro de mim, eu estava em guerra comigo mesmo, raiva era o que eu deveria ter, devia... mas não consegui, não tinha esse direito, eu senti pena do Mario em perder um amor, acho que o episódio que vivi de tarde com Luiz me afetou, pra tudo tem solução e conversa, meu tio teria que me explicar isso melhor, olhei pra ele e foi inevitável não sentir pena dele também, ele estava estático, seu olhar vago, seu pensamento longe, algumas lágrimas escorriam do seu rosto barbudo.Estava totalmente o inverso de minutos atrás quando ele nos olhava e sorria.O ambiente ficou pesado pra nós dois e percebi que algumas pessoas nos observavam curiosas, estávamos nos expondo.

- Tio você está bem? – perguntei preocupado, tirei ele dos seus pensamentos.

- Estou! – exclamou ele tentando voltar ao normal.

Seus olhos estavam vermelhos, o que eu iria ouvir provavelmente era algo muito doloroso pro meu tio.Sentei do seu lado e fitei ele que não me encarava de vergonha.

- O senhor tem mais pra me contar não é tio? – perguntei, ele balançou a cabeça positivamente, estava tenso, meu tio tremia e passava as mãos em seus cabelos, eu sabia que ele estava tomando coragem pra me contar.

Mario nos observava de longe, pelo rosto choroso do meu tio e meu olhar curioso entendeu que algo grave estava acontecendo. Mas ao notar meu tio fazendo sinal afirmando com a cabeça ele entendeu do que se tratava, Mario rapidamente saiu da água sem me encarar e passou pelo lado inverso para não falar comigo.

Iria falar com ele depois.

- Fernando – disse ele limpando os olhos – eu vou te contar, mas não vai ser aqui – disse ele observando o local – vamos pro meu quarto, lá eu posso ficar a vontade – duas mulheres olhavam discretamente.

Meu tio se levantou e me puxou pela mão fazendo segui-lo, entramos no elevador sem falar nada e subimos seis andares até chegar no quarto 604.Entramos no quarto em silêncio, meu tio foi até a sacada e ficou uns dois minutos olhando o vazio, eu fiquei martelando na cabeça, o que eu ouviria dele poderia mudar tudo pra mim, eu sem perceber que meu tio me fitava voltou se sentou na cama e me fez sinal pra sentar do seu lado eu sentei e após meu tio me encarar ele respirou fundo e baixou a cabeça.

- Quando seus pais morreram naquele acidente aéreo, o Enzo estava indo encontrar Mario pra ficarem juntos, iriam se encontrar depois de mais de 5 anos separados – disse, ele exitou, respirou fundo e baixou novamente a cabeça, estava procurando a melhor maneira de se expressar.

- Está tudo bem tio, pode continuar – olhava ele com ternura. Ele me olhava de forma precavida, estava tentando suportar a emoção – pode desabafar comigo – encorajei.

- Desculpa – disse ele limpando os olhos e fungando o nariz – esse assunto é muito delicado, pra mim não vai ser fácil te contar – ele tentava não me encarar, odiava a sensação de se mostrar vulnerável, já que como ele mesmo dizia era o meu exemplo de força.

- Tio – fiz ele me olhar – eu preciso saber, eu tenho o direito de saber, você não acha que está na hora de dividir esse fardo com alguém, não precisa sofrer sozinho – ele me olhou, apertou minha mão e me deu um abraço de urso, toquei na ferida ele agora chorava mais forte.

- Não foi justo – ele se soltou do abraço e lamentou, havia ressentimento no seu tom de voz senti que suas lágrimas haviam molhado meu ombro – sabe, as vezes me pego pensando nisso, a vida não é justa Fernando, não foi justa com seu pai e Mario, eles estavam tão felizes, eu via isso nos olhos dele, seu pai poderia enfim viver com Mario, poderiam viver tranquilos já que ele tinha enfrentado o seu avô – meu tio em meio as sorria, as lágrimas caiam mas ele sorria, estava longe dali, ao mesmo tempo que queria saber mais eu queria que meu tio não estivesse sofrendo, já que essas lembranças fariam reabrir feridas já cicatrizadas.

- Meu avô era contra? – perguntei, eu ainda estava meio surpreso de descobrir que meu pai era gay, mas saber que meu avô era contra me fez ter raiva dele.

- Sim Fernando – disse ele com pesar – seu avô Marco tinha a mente fechada, era um arrogante, gostava de viver de aparência, há 24 anos atrás a homossexualidade era um tabu ainda, ele descobriu sobre seu pai por um deslize meu e decidiu ir pra Itália buscar teu pai, ele não ia admitir um filho “viado” – ele disse com aspas, apertou sua mão com mais força na minha, era sinal de que estava seguro enquanto a segurasse, eu ouvia tudo com atenção - na época Enzo só tinha 22 anos, foi o maior escândalo, saber que ele e o colega de facudlade eram muito mais que amigos, seu avô expôs seu pai e Mario ao ridículo em frente a toda a faculdade fazendo ele passar por uma humilhação sem fim e ainda fez ele voltar pro Brasil e casar com a sua mãe, não teve coragem para enfrentá – lo, Enzo sofreu muito Fernando, todos ficaram contra ele, vivia infeliz, eu não era a favor dos gays, inclusive fiquei surpreso quando descobri o caso deles pois era amigo do Mario também até a mais tempo do que Enzo já que eu fui estudar antes em Turim, mas a partir do momento que vi meu irmão passar por tudo eu dei meu apoio, lembro que quando cheguei pra conversar com ele foi hostil comigo achando que eu ia julgá-lo ou maltratá - lo, eu nunca faria isso eu amava ele, como resposta dei um abraço nele e deixei ele chorar no meu ombro,foi naquele momento que eu entendi o real significado de “família” – meu tio destacou bem essa palavra - e que toda forma de amor era possível, mesmo que as pessoas dissessem que não, que era errado, eu apoiei ele – senti um orgulho do meu tio após ele dizer isso, eu entendia agora o por que a família era tão importante pra ele, meu pai era gay e meu tio o apoiou, isso me levou a noite em que Marcos me agrediu, eu não tive a mesma compreensão do meu primo como meu pai teve do meu tio, agora eu entendo o desespero dele quando fui espancado, ele passou por uma situação que já havia vivenciado - Mario sofreu mais ainda, seu pai me contou que eles já estavam juntos há uns dois anos e faziam planos de morar em Turim e abrir o escritório deles lá – meu tio chorava de soluçar a lembrança doía pra ele, eu só prestava atenção no que ele falava, fez uma pausa tentando se controlar, seus olhos estavam vermelhos, a última vez que vi meu tio desandar assim foi há 5 anos atrás – mas o pior foi perder meu irmão de uma maneira tão trágica, ele não merecia isso eu não aceitava isso, seu pai era meu melhor amigo, nós crescemos um ajudando o outro – ele encarava o chão e se lamentava de cabeça baixa - fui eu quem ligou avisando Mario que o avião que seu pai havia viajava junto com sua mãe caiu no mar e não havia sido localizado sobreviventes, você não sabe como foi difícil pra mim fazer isso Fernando, acho que até hoje foi a coisa mais difícil que fiz – disse ele pensativo, me levantei e peguei uma água no frigobar, abri dei a ele que bebeu tudo, meu tio continuou, eu tremia, as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto - Mario ficou inconsolável, ele veio ao Brasil pra de algum jeito homenagear seu pai, mas o pior foi saber que a minha família, a família que devia se unir nessa hora de dor e prestar ajuda disse que isso era castigo pro seu pai por causa da vida promiscua e pecaminosa que ele levava, seu avô não foi no velório simbólico que havia sido feito pois dizia que o filho dele morreu muito antes, quando se deitou com outro homem e que não honrou o nome da família – riu de forma irônica – que família – debochou.

- Tio – dessa vez eu que abracei ele, eu estava emocionado – me desculpa, deve ter sido muito difícil pra você ter passado por tudo isso – me senti culpado, eu fui a causa das lembranças.

- Tudo bem Fernando, não se desculpe, eu devia ter falado com você antes, você tinha o direito de saber – agora ele beijava e fazia carinho na minha cabeça - parece que ele sabia que algo iria acontecer com ele – sussurrou, eu olhei ele.

- Por que tio? – perguntei fungando me desfazendo do abraço.

- Enquanto eles estivessem viajando você ia ficar com a família da sua mãe, mas seu pai nunca gostou e nem confiou neles, eram um bando de parasitas, então pediu pra mim cuidar de você mas eu e sua tia estávamos ocupados e não poderíamos ir pro sul, foi ai que uma prima nossa se prontificou a ficar contigo até eu ir te buscar, ainda lembro da última coisa que disse ao seu pai – ele riu em meio ao choro.

- O que você disse tio? – perguntei.

- Vai ser feliz mano, você merece! – percebi a reação que essas palavras deram nele, voltou a chorar – mal sabia eu que seria a última vez que veria seu pai, se eu soubesse eu teria feito tudo diferente pra ajudar, eu teria feito ele ficar Fernando – vi arrependimento em seus olhos, era como se ele barganhasse com o tempo – eu não tive tempo de me despedir dele, eu tinha tanta coisa pra falar – ele engoliu em seco - você não sabe a sensação de impotência que eu tive, estava no meio de uma audiência quando recebi a noticia, fiquei sem chão, foi o pior dia que já tive, não consegui ir até o fim – disse ele, logo sorriu - as vezes lembro do sorriso dele, ele era muito alegre, quando mais novo gostava de fazer piadas, tem horas que eu acho que você está pagando por tudo de ruim que seu avô falou – era evidente que meu tio sofreu muito e ainda sofria por isso, lidar com a morte do meu pai não deve ter sido fácil pra ele e logo após perder sua mulher não deve ter sido fácil.

- Tio a melhor prova de amor que você podia dar a ele você deu – ele me olhou, sorri pra ele – você me criou, você fez a vontade dele, hoje como você diz eu sou seu filhote né? – era estranho eu mesmo me referir a mim assim, foi o que pensei na hora pra faze-lo sorrir, deu certo.

- Sim – me olhou com ternura, eu realmente gostava desse olhar, me transmitia segurança, mudou sua feição pra raiva – seu avô não permitiu que você ficasse lá com eles em Santa Catarina, falou que não tinha neto filho de bicha, que ia te por pra adoção, comecei a ficar com medo do que poderia te acontecer e alguns dias depois eu fui te buscar, esse era o desejo do teu pai e eu iria fazê-lo – Marcos não era o primeiro homofóbico da família então – quando cheguei e te vi me assustei, você estava largado Fernando, todo desajeitado, sua roupinha suja, parecia que você não era bem cuidado a dias,o pior de tudo foi ver você me dizer: tio eu to com fome, eles não me deixam comer – ele repetiu, relembrava com uma expressão de pena no olhar - quando te pedi quando você almoçou você disse que não tinha comida ainda, era umas 2 horas da tarde Fernando e eu ouvia sua barriguinha roncar, eu tirei essa história a limpo com seu avô e quando ele disse não era pra te dar comida que era pra você morrer de fome eu surtei, quem tipo de pessoa faz isso com o próprio neto, eu achava que ele era louco até ver marcas roxas nas suas pernas e costas – foi como se tivesse aberto uma porta em minha mente, eu lembrei da surra que levei do meu avô - teu avô te bateu, disse que era pra descontar a raiva que sentia por teu pai em você, foi demais, dei um murro no meu próprio pai, não pensei duas vezes, tinha que te tirar de lá nem desfiz as malas, a empregada assustada pegou uma muda de roupa pra você e eu a sua tia te trocamos, peguei seus documentos e saímos dali indo para um hotel, no outro dia entramos com o pedido de guarda provisória que foi agilizado graças a um amigo meu da vara da infância da cidade e trouxemos você pra Uberlândia, lembro que quando estávamos saindo da casa do meu pai ele disse que a melhor coisa que eu faria era morrer como meu irmão e levar essa aberração junto comigo – nessa hora entendi muita coisa, chorei com vontade, o fato da superproteção e preocupação dele comigo - nunca mais olhei pra cara do meu pai, dois anos depois ele morreu sozinho, eu perdoei ele mas não o procurei e não me arrependo disso, no fim acho que ele que se arrependeu pois uma parte herança dele ficou toda pra você – ele falou de forma fria, era estranho ver meu tio desse jeito – eu virei seu pai, seu protetor, você virou meu filhote, pensei que você estaria seguro, mas alguns anos depois você sofreria também e justamente por quem tinha que te proteger – me deu um arrepio, ele se referia á Marcos.

- E a família da minha mãe tio, nunca quis saber de mim? - perguntei, ele me olhou perplexo como se eu tivesse dito algo errado ou feito algo errado.

- Eu não ia deixá-lo desamparado e nem com a interesseira da sua avó materna, quando ele descobriu o que houve eu pedi pra ela ficar uns dias com você, sabe o que ela disse: que não queria um estorvo na vida dela, pegou o seguro de vida da tua mãe e sumiu – disse com decepção – depois de 4 anos tive notícias que ela e seu avô morreram em um acidente de carro voltando de Joinville – que decepção.

- Tio – me levantei da cama e sentei em seu colo abraçando ele, seus braços peludos me envolverem, era minha forma de mostrar que estava tudo bem – você me salvou de muita coisa não foi? – ri em meio a lágrimas pra ele e limpando as que escorriam de seu rosto e dando um beijando ele, quem visse aquela cena no mínimo acharia bizarra, ou excitante vai entender – meu pai não morreu tio, eu estou aqui sou uma parte dele, você pode viver com a lembrança ruim da morte dele ou pode olhar pra mim e ver que você cuidou do que ele mais amava, Muito Obrigado tio! – ele chorou agora de emoção, sorria e me abraçava forte, eu fiquei envergonhado por todas as vezes que brigamos, todas as vezes que eu preocupei ele, todas as vezes que fui egoísta e mimado pensando só em mim.

- Não me agradeça filhote – disse ele fazendo carinho nas minha costas – você não sabe como eu te amo, você pode me chamar de tio, mas eu sempre vou ser sua referência de pai Nando, mesmo se Enzo não tivesse me pedido pra cuidar de você eu faria e digo mais, eu teria feito tudo de novo não me arrependo de nada – tínhamos a certeza que ali estava terminando algo que tinha começado 24 anos antes, meu tio se livrará de um fardo que carregava sozinho e que era muito pesado pra ele.

- Eu amo o senhor tio Geovane – ele sorriu orgulhoso, abracei ele.

- Eu também te amo Fernando – sorri, ele me beijou no rosto e limpou minhas lágrimas.

Fiquei mais uns 5 minutos deitado em seu colo enquanto ele brincava com meus cabelos, me levantei do seu colo, tinha outra pessoa com quem teria que conversar, eu tinha que ouvir Mario.

- Tio! – exclamei – eu preciso conversar com Mario – completei.

- Eu vou com você – disse se levantando da cama.

- Não! – ele parou, e me olhou - você já sofreu demais me contando tudo, eu preciso fazer isso sozinho – meu tio me olhou e assentiu com a cabeça.

- Você pode dormir aqui comigo hoje Fernando? – perguntou meu tio envergonhado – eu não quero ficar sozinho – ele fez uma cara de cachorro abandonado.

- Claro – disse – deixa só eu conversar com o Mario que venho dormir aqui – ele sorriu, e se levantou me dando outro abraço.

- Obrigado – ele me olhou - vai lá filhote, ouça o Mario com atenção, mas não o julgue – completou.

- Não farei isso – respondi de forma ríspido – eu preciso saber o lado dele – limpei uma lágrima que escorria do meu olho.

Meu tio foi pra sacada respirar um pouco e acredito eu refletir, sai do quarto e fui procurar Mario, acabei indo em direção ao meu, abri e quando eu entrei tomei um susto, o quarto estava escuro a não ser pela luz do abajur do criado mudo ao lado de uma das camas.Vi aquele homem peludo e grandão sentado na sua cama com um foto nas mãos,sua aparência não era das melhores, sua cabeça estava baixa ele apoiava com uma das mãos e a outra segurava o porta – retrato.

- Mario – chamei sua atenção, ele me olhou corriam lágrimas dos seus olhos - abbiamo bisogno di parlare (nós precisamos conversar) – ele assentiu com a cabeça positivamente, me aproximei e sentei do seu lado.A foto que el tinha em mãos mostrava ele e o meu pai abraçados.me deu um nó no estomago.

Ele não me encarou, parecia que eramos dois estranhos ninguém falava nada e ficamos assim por alguns minutos, fiz ele ficar confortável que nem com o meu tio, peguei em sua mão e apertei, ele me olhou e sorri, acho que um sorriso as vezes é melhor que palavras.

- Ho incontrato suo padre il 25 febbraio 1992 , lo zio Geovane ci presentò e fu amicizia istantanea , all'epoca avevo 21 anni e lui 20 ( Eu conheci seu pai no dia 25 de fevereiro de 1992, seu tio nos apresentou e foi amizade instantânea, eu na época tinha 21 anos e ele 20) – Mario parou de falar e respirou, suas lágrimas caiam e molhava sua barba.

- Mario , io sono qui per imparare la verità e non giudicare voi , condividere con me , non c'è bisogno di soffrire da solo , ho bisogno di sapere che il mio vero padre (Mario, eu estou aqui pra saber a verdade e não te julgar, divida comigo, não precisa sofrer sozinho, eu preciso saber quem era o meu pai de verdade) – confortei ele e o encorajei a continuar, ele me olhou e sorriu.

- I mesi passavano e la nostra amicizia era sempre più grande, stavamo andando a diventare più intimi , come abbiamo studiato nella stessa stanza che stavamo facendo lavoro college insieme , Geovane up era geloso di suo padre, ma sapeva che la mia amicizia con lui è stato ben , solo cominciò a rendersi conto che l'amicizia cresceva e si più grande quando ho visto il padre baciare un uomo , che mi ha dato una rabbia e ha fatto una cosa che dispiace a questo giorno , ho schiaffeggiato il padre che lo chiamava un finocchio..(Os mêses passaram e a nossa amizade foi ficando cada vez maior, íamos nos tornando mais íntimos, como estudávamos na mesma sala fazíamos os trabalhos de faculdade junto, Geovane até ficava com ciúme do seu pai mas ele sabia que a minha amizade com ele fazia bem, só que comecei a perceber que a amizade cresceu e se tornou maior quando vi seu pai beijando um homem, aquilo me deu uma raiva e fiz algo que até hoje me arrependo, eu dei um tapa no seu pai chamando ele de bicha...) – ele interrompeu e chorou, ele soluçava era arrependimento, não iria julgá – lo mas confesso que queria repreendê-lo pelo tapa, mas não fiz eu tenho certeza que foi no calor do momento.

- Mario , è possibile continuare sono qui (Mario continue, eu estou aqui) – ele sorriu e assentiu com a cabeça.

- Mi è dispiaciuto il momento ho dato lo schiaffo sulla faccia di suo padre, ero geloso Fernando, io che doveva aver baciato il padre, ma ero confuso, pensava di avere per lui era amico premuroso, l'amore fratello, ma non era.Enzo mi guardò sorpreso e deluso come lei lisciò un lato della faccia che ha eliminato, non ha avuto tempo di chiedere scusa, quando stavo facendo questo mi sono reso conto che aveva paura di me e lui imbattuto chiede di rimanere lonje, che mi ha fatto male, siamo andati via subito, Enzo iniziato ad avvicinarsi al suo zio Geovane e quando sono arrivato vicino a lui esce, non poteva sopportare questo sirtuação, noi quasi due mesi senza parlare, ma ho capito che non era solo io che soffriva, è stato anche, così una sera sono andato fuori e lo vide parlare con un ragazzo, ero molto arrabbiato, ho raggiunto e afferrato il padre e lo ha portato da lì, era tutto così veloce, ha lottato ma io ero più forte, ha preso al mio appartamento e quando ho visto era andato a lui, ha preso uno schiaffo in faccia, ho envergonhao ma subito dopo ha fatto il calore sulla mia faccia e sorrise, ho avuto la Enzo posteriore, è stata la migliore notte di sesso della mia vita, ho dormito molto da suo padre, l'ho amato, l'amore di lui e la cosa peggiore era che è stato preso da me (me arrependi no momento em que dei o tapa no rosto do seu pai, era ciúme Fernando, eu que tinha que ter beijado seu pai, mas eu estava confuso, achava que o que tinha por ele era carinho de amigo, amor de irmão, mas não era. Enzo me olhou assustado e decepcionado enquanto alisava com a mão o lado do rosto em que bati, não tive tempo de me desculpar, quando fui fazer isso percebi que ele ficou com medo de mim e saiu correndo pedindo pra ficar longe dele, aquilo me doeu, nos afastamos, Enzo começou a ficar mais próximo do seu tio Geovane e quando eu chegava perto dele ele saia, não aguentava essa situação, ficamos quase dois meses sem conversar, mas eu percebi que não era só eu que estava sofrendo, ele também estava, então em uma noite eu sai e vi ele conversando com um cara, fiquei muito bravo, cheguei perto dele e peguei seu pai e tirei ele dali, foi tudo tão rápido, ele se debatia mas eu era mais forte, levei ele pro meu apartamento e quando vi já tinha ido pra cima dele, tomei um tapa na cara, fiquei envergonhado mas logo após ele fez carinho no meu rosto e sorriu, eu tinha o Enzo de volta, foi a melhor noite de sexo da minha vida, eu transei muito com o seu pai, eu amava ele, amo ele e o pior foi ele ter sido tirado de mim) – abracei ele e deixei chorar, seu corpo estava quente, sua barba fazia cosquinha no meu ombro e pescoço, seu peito peludos se chocou do meu me fazendo lembrar da nossa transa, as lembranças tanto no caso do meu tio como de Mario ainda eram bem vivas e eu estava fazendo ele remexerem em feridas cicatrizadas.Tive plena consciência que meu pai e Mario se amavam e estava um pouco arrependido de ter que saber de tudo dessa maneira, mas estava orgulhoso, eu não seria hipócrita de julgá-los.

- Mario , se si vuole lasciare questa mano conversazione ho capito (Mario, se você quiser deixar essa conversa de lado eu entendo) – disse dando um tapinha em suas costas.Acabei me emocionando também.

- No Fernando , ho bisogno di dirti , lo devo a tuo padre (Não Fernando, eu preciso te contar, devo isso ao teu pai) – falou Mario desfazendo o abraço e limpando os meus olhos.

- Va bene , quindi proseguire...(Tudo bem, continue então) – sorri e assenti com a cabeça, Mario olhou a foto e sorriu.

- E lui Abbiamo cominciato a uscire con discrezione e quindi dobbiamo Geovane , in un primo momento non ha accettato molto bene , ma quando Enzo ha detto che era felice come lo zio ci ha sostenuto , hanno così tanto da ringraziarlo , ho chiesto tuo padre quando Foma go vivere con me a Torino era molto felice , amiamo intensamente , ma un giorno il nonno è apparso, quel maledetto (Começamos a namorar discretamente e então nós contamos ao Geovane, num primeiro momento não aceitou muito bem , mas quando Enzo disse que estava feliz seu tio nos apoiou ,tenho muito a agradecer ao Geovane , perguntei ao seu pai se ele gostaria de vim morar aqui comigo quando nos formássemos e ele aceitou, estava muito feliz , nos amávamos intensamente, até que seu avô apareceu) – Mario fez uma cara de ódio e apertou uma das mãos estralando os dedos, fiquei com medo pois realmente assim ele parecia um gângster - I e Geovane cerco di aiutare tuo padre , ma suo nonno gli umiliato , suo padre era sottomesso a lui e andò in Brasile , una parte di me è andato con lui , prima di andarsene aveva promesso che sarebbe tornato e ho promesso di aspettare, attese , lo zio si sentiva in colpa perché sbottò che Enzo usciva e tuo nonno voleva sapere chi era, come tuo zio non ha detto è venuto a Torino e ci ha colto nel nostro momento d'amore , quel maledetto vecchio , tuo zio mi ha detto cosa egli ti ha fatto, Enzo e ho sempre abbiamo parlato nascosto da email e per telefono , mi ha detto che è stato costretto a sposarsi , ma non era triste , presto sarebbe venuto a trovarmi quando ha detto che stava venendo verso di me io non mi sopportava felicità ho preparato tutto per la vostra camera ho guidato il giorno in cui era per lui per arrivare qui ho aspettato , ho aspettato ma non ha mai venuto , stava tornando a casa quando tuo zio ha chiamato avvertendomi che l'aereo stava era caduto , ho capito subito che mai più avrei vedi Enzo (Eu e Geovane tentamos ajudar teu pai, mas seu avô humilhou ele, seu pai foi submisso a ele e foi embora pro Brasil, uma parte de mim foi com ele, antes de ir embora ele prometeu que voltava e eu prometi que iria esperar, eu esperei, seu tio se sentiu culpado pois deixou escapar que Enzo estava namorando e teu avô quis saber quem era, como teu tio não falou ele veio pra Turim e nos flagrou no nosso momento de amor, aquele velho maldito, teu tio me falou o que ele fez contigo, Enzo e eu sempre conversávamos escondido por email e telefone, ele me falou que foi obrigado a casar, mas eu não fiquei triste, ele logo viria me ver, quando ele disse que estava voltando pra mim eu não me aguentei de felicidade, preparei tudo, até seu quarto eu montei, no dia que era pra ele chegar aqui eu esperei, esperei mas ele nunca veio, estava voltando pra casa quando teu tio me ligou avisando que o avião que ele estava havia caído, eu soube na hora que nunca mais eu veria Enzo) – nossa foi como um soco na minha cara, eu estava chorando também, a vida não é justa com algumas pessoas, Mario me abraçou novamente e agora ele que me consolava, meu pai tinha o direito de ser feliz, Mario também tinha.

- Mi dispiace Mario (eu sinto muito Mario) – disse em meio as lágrimas, ele sorriu.

- Non va bene , ho dovuto dirtelo prima, ho dovuto venire a trovarti prima, ma fiqeui paura della loro reazione e la mia, Enzo vive in te , quando sono arrivato e visto che sapevo chi fosse, quando scopata questo alba mi è piaciuto molto perché per me è stato come se avessi di nuovo un pezzo di Enzo , ma se ne pentì tardi , sono stato egoista a voi Fernando , è che ho usato, io sono il tuo uomo migliore, non riuscivo a dormire quasi a pensarci, non ho deciso si dovrebbe giocare a modo più sessuale , Enzo mi reprenderia , ma avevo bisogno di farlo , mi hai dato il meglio notte d'amore ho avuto negli anni (Não tudo bem, eu devia ter te contado antes, eu devia ter vindo te ver antes, mas fiquei com medo da sua reação e da minha, Enzo vive em você, quando cheguei e te vi tive a certeza de quem era, quando transamos nessa madrugada eu gostei muito, pois pra mim era como se eu tivesse uma parte de Enzo novamente, mas me arrependi depois, eu fui egoísta com você Fernando, eu usei você , eu sou seu padrinho, não consegui dormir quase pensando nisso, decidi que não te tocaria mais de forma sexual, Enzo me reprenderia, mas eu precisava fazer isso, você me deu a melhor noite de amor que eu tive em anos) – ele estava envergonhado mas estava feliz de finalmente ter desabafado, eu logo percebi que a questão do sexo ainda martelava na sua cabeça.

- Mario , ho potuto evitare troppo , ma mi sentivo piacere scorso madruagada e non rimpiango e non mi offendono , in qualche modo ti ha aiutato , si restituisce ora contare di più sul mio padre , siamo stati quindi dovremo mai trattarci modo sessuale, ma come zio e nipote (Mario, eu podia ter evitado também, mas senti prazer na madrugada passada e não me arrependo e nem me ofendo, eu de algum modo te ajudei, você está retribuindo agora contando mais sobre o me pai, ficamos assim, nunca mais vamos nos tratar de forma sexual, e sim como tio e sobrinho) – eu sorri, não me senti usado, eu também quis transar com ele, só que antes do sexo não tinha a certeza que ele e meu pai tiveram um relacionamento e nem tinha noção de como havia sido, agora eu tinha certeza e e não tinha o direito de culpá – lo de me usar, quando um não quer dois não fazem, ao contrário, se pude faze – lo feliz por esse momento eu estou satisfeito.

- Grazie Fernando , sono felice di sapere che non mi giudichi o lontano da me , mi è stato molto tempo lontano da te , ma ora voglio vedere più spesso , va vogliono a Torino per visitare (Obrigado Fernando, eu fico feliz de saber que você não vai me julgar ou se afastar de mim, fiquei muito tempo longe de você, mas agora quero poder ver você mais vezes, quero que va a Turim me visitar) – Mario sorria, algumas lágrimas ainda caiam eu gostei do que ele disse, e gostei do convite, retribui o sorriso, eu já me recuperava do choro e ele também.

- Mario , voglio essere parte della vostra vita (Mario eu também quero fazer parte da sua vida) – ele sorriu, me abraçou.

- Fernando dopo che suo padre è morto non ho mai condiviso un rapporto con un altro uomo , ho sposato ed ero felice per sei anni , ma un incidente stradale ha preso mia moglie e figlio da suo padre , ero triste , ma ho seguito a lungo la vita tempo Geovane mi ha dato consigli quando l' azienda per cui lavoro mi ha chiesto di venire in Brasile quasi avuto un attacco di cuore per l'eccitazione , era un consulente di fare e come lo zio è uno dei migliori Avogados che conosco ho contattato e lui è stato liberato in me aiutare , è stato tutto così veloce quando ho visto era qui e incontrato , dovevo essere forte per non abbracciarlo - e dire a tutti di tuo padre , ma ora ho preso un peso ho portato per anni , è così bene avere con il vostro affetto , sono orgoglioso di averti come figlioccio , tuo padre sarebbe fiero di avrà un figlio di cui , mi ha detto entrambi , amava non avete dubbi che (Fernando depois que seu pai morreu eu nunca mais me relacionei com nenhum outro homem, eu casei e fui feliz por 6 anos, mas um acidente de carro levou minha mulher e meu filho pra junto de seu pai, fiquei triste mas segui a vida por muito tempo Geovane me deu conselhos, quando a empresa que trabalho me pediu pra vir ao Brasil quase tive um infarto de tanta emoção,tinha uma consultoria pra fazer e como seu tio é um dos melhores advogados que conheço entrei em contato e ele se disponibilizou em me ajudar, foi tudo tao rápido quando vi estava aqui e te conheci, tive que ser forte pra não abraça - lo e contar tudo do seu pai, mas agora eu tirei um peso que carreguei por anos, é tão bom poder contar com seu carinho, tenho orgulho de ter você como afilhado, teu pai estaria ão orgulhoso de ter um filho encaminhado, ele me falava tanto de você, ele te amava não tenha dúvidas disso) – me emocionei novamente com as palavras de Mario e ele também, mas dessa vez ambos estávamos aliviados, eu abracei ele novamente, me levantei e fui no banheiro lavar o rosto, ele me seguiu e fez o mesmo, voltamos ao quarto e eu olhei pra ele com um sorriso.

- Grazie (Obrigado) – agradeci a ele, pois tudo o que ele contou apesar de ser triste me fez ver um lado do meu pai que eu não conhecia.

Ele sorriu e me puxou pra sentar na cama. Mario me contou muitas coisas sobre meu pai que eu não sabia e ao contrário de antes agora eu ria com suas histórias, esse italiano amou mesmo meu pai, ficamos conversando mais de duas horas até que ouço alguém bater na porta.

- Fernando – meu tio me chama – abre aqui , eu estou só de cueca – pediu ele.

- Só um minuto – me levantei, eu estava só de sunga nem de roupa havia trocado ainda.

Abri a porta e meu tio estava lá sorrindo só de cueca box com um travesseiro em suas mãos, eu entendi ele entrou e se juntou a nossa conversa.Tanto ele como Mario estavam com o semblante melhor, eles juntos haviam passado por muita coisa, eu olhava eles rindo e relembrando do passado, estava orgulhoso eu tinha que agradecer de ter dois homens bons na minha vida, um chegou tarde mas chegou, o outro se sacrificou pra cuidar de mim, acabamos dormindo os três no chão, usamos os edredons como forro e ficou por isso mesmo. No outro dia logo cedo arrumamos as coisas e voltamos pra casa.

Deixamos Mario no hotel, meu tio sorria e eu também, o clima no carro estava bom, foi um final de semana no mínimo peculiar, eu passei a olhar meu tio de outro jeito, agora olhava ele mais como uma espécie de pai do que como tio.

- Fernando – disse ele sério.

- Oi tio – desviei o olhar da paisagem que passava do lado de fora e olhei pra ele.

- Você ainda quer ir morar sozinho? – perguntou, meu estomago deu m nó, vi que ele ficou esperançoso que minha resposta fosse não.

- Quero! – exclamei, ele ficou pensativo.

-Pois bem, eu faço questão de comprar um imóvel pra você – disse sorrindo pra mim – você merece garoto, se sair da minha casa pra você se sentir seguro e ser feliz, eu tenho que aceitar – não estava creditando que ouvi aquilo.

- Sério! – exclamei – mas eu queria comprar eu mesmo – reclamei.

- Sim! – disse ele sem desviar a atenção da estrada – eu prometi ao seu pai que cuidaria de você, não posso expulsar meu filho de casa, mas posso te proteger mesmo que seja em outro teto, faço questão de te dar de presente – ele suspirou – prefiro te ver longe das minhas asas do que machucado ou com medo, não me perdoaria se teu primo te judiasse de novo – ele respirou fundo.

- Obrigado tio – agradeci – eu não queria, mas acho que essa é a melhor solução, desculpa mas se pudesse voltaria atrás – justifiquei.

- Só te peço algo – ele encostou o carro em frente a nossa casa e me olhou – me prometa que você não se afastar de mim, por favor – pediu ele com olhar de súplica.

- Claro que não tio!- me ofendeu ele pedir isso – eu não seria tão ingrato a esse ponto – encarei ele.

- Me desculpa – suspirou – mas promete? – perguntou ele esperando a resposta.

- Eu prometo, mas não vou ficar vindo aqui toda hora não tio – ri de pensar em como seria estranho eu batendo ou apertando a campainha da minha própria casa.Meu tio ficou uns minutos pensativos até que ele

- Sabe sobre o imóvel que eu vou te comprar – disse ele olhando pra frente.

- Sim, o que tem ele? – perguntei.

- Já comprei – ele sorriu pra mim - na verdade é meu a uns dois anos já – disse ele batendo com as mãos no volante.

- Sério! – exclamei.

- Sim – sorriu – é aquele loft no fim da rua, ele seria pro seu primo mas agora é seu – apontou ele pra uma construção em formato de cudo era possível vê-la a uns 300 metros dali – vou transferir pra você – sorriu ele.

- Obrigado, mas não faça isso, é dele e não meu – meu tio ficou sério.

- Seu primo não merece, você sim – disse irritado – já que ele vai voltar pra casa e você vai sair é uma troca justa – justificou.

- Jogo baixo hein tio – ri irônico mas gostei da ideia, não ficaria muito longe da casa dele mas não teria que olhar a cara do meu primo, então teria uma liberdade maior – mas eu aceito, obrigado – abracei ele.

- Essa semana você está livre do trabalho pra sair e comprar o que falta, tirando isso já está todo mobiliado – sorriu.

- Ele é mobiliado? – perguntei feliz.

- Mandei mobiliá-lo, pois Marcos iria morar como Giovanna nele assim que chegasse em Uberlândia, mas ele quis ficar lá em casa – meu tio falou com pesar, me senti envergonhado pois uma das brigas que tive com meu tio foi justamente por isso.

- Obrigado tio, essa semana peço ajuda aos meus amigos e termino de comprar o que falta pra me mudar – sorri e abracei ele.

- Só te peço que deixe seu quarto como está aqui em casa – pediu ele.

- Porquê? – perguntei.

- Pois assim você sempre vai ter um motivo pra voltar – ele fez drama.

- Tio eu sempre vou ter um motivo pra voltar, o senhor – sorri e segurei a mão dele, seus olhos marejaram mas ele segurou o choro.

Saímos da caminhonete e entramos em casa.Maria veio que nem louca pra cima de gente me abraçando e abraçando me tio.

- Achei que vocês iam voltar só a tarde – disse ele.

- Pois é – disse meu tio olhando pra mim – decidimos vim antes e almoçar com você, estamos com saudade da sua comida – brincou meu tio.

- Pois então vou fazer frango com quiabo – disse ele saindo e indo pra cozinha ela se virou - aliás, estou namorando – ele sorriu e deu as costas.

Olhei pro meu tio, ambos sabíamos quem era o seu namorado.

- Quando é que o Antônio vai te pedir em casamento hein Maria? – perguntei a ela quando entrei na cozinha, meu tio veio atrás e deu um risinho.

- O Antônio enfim conseguiu tirar o atraso contigo – disse ele.

- Nossa mas vocês são infantis, nem parecem adultos – reclamou ela se virando e e atirando o pano de prato.

- Esse meu amigo até que enfim decidiu parar de sofrer e ser feliz – disse meu tio sorridente.

- Seu Geovane nem te conto como a gente foi feliz esse fim de semana, só de pensar me arrepio – disse ela se abanando.

- Por favor Maria – me fiz de ofendido – controle-se, ou você vai ter que trocar de calcinha ou por gelo ai embaixo – debochei ela me olhou envergonhada e pasma.

- Você não falou isso Fernando - sai correndo pois ela veio pra cima de mim com um pano de prato, me tio ria alto com a cena.

- Eu vou te pegar seu moleque desbocado – ela corria com um pano atrás de mim – o que seu tio vai pensar que eu sou hein? – perguntou ela enquanto tentava me pegar em vão.

- Uma safada, e das boas – gritei, quem passasse na rua ouviria.

- Ahh eu te mato menino! – exclamou, ela parou de correr atrás de mim pois ria ria também, se fez de ofendida e foi pra cozinha – então peça pra outra safada fazer seu frango com quiabo – ela tava fazendo doce.

Corri e abracei ela por trás, beijei comecei a encher o saco dele a fiz charminho também.

- Você vai me deixar com fome mesmo Maria – pronto, chantagem sempre funcionava, meu tio se divertia com a cena, acabamos os três rindo mas logo fomos interrompidos.

- O que está acontecendo aqui? – perguntou Marcos sério, ele estava usando terno preto – o que é tão engraçado ao ponto de a risada de vocês poder ser ouvida la do lado de fora do portão – ironizou ele, Maria olhou com reprovação com ele que não se incomodou, meu tio não gostou.

- Oi meu filho – meu tio deu um abraço nele que foi retribuído – está tudo bem? – perguntou.Ele não sorriu pra Marcos, foi apenas cordial.

- Está sim – me fitou sério, eu do jeito que estava fiquei – chegou que horas? – perguntou ríspido.

- Eu e seu primo chegamos agora há pouco, ainda deixamos o Mario no hotel – disse meu tio olhando pra mim.

- A tá – disse indiferente.Eu resolvi sair da cozinha e subir pro meu quarto, o ambiente estava pesado.

- Bom eu vou subir e arrumar meu material de aula, quero tentar ir hoje a noite pra faculdade já que voltamos cedo – fui deixar a cozinha e passei pelo Marcos que me segurou pelo braço.

- Não vai me cumprimentar Fernando? – perguntou ele, meu tio me olhou e e assentiu com a cabeça, era um sinal pra deixar ele de lado.

- Não! – exclamei, meu tio sorriu pra mim e Marcos olhou pra ele sem entender, eu sai da cozinha deixando meu primo sem graça e com raiva.

Subi pro meu quarto e fui me trocar, alguns minutos depois a porta foi escancarada e me primo nervoso entrou ficando de frente pra mim.

- Não sabe bater na porta não? – perguntei com raiva.

- Eu to na minha casa, entro quando eu quiser e onde quiser – cuspiu as palavras – o que foi aquilo la em baixo hein?Desde quando você fala e age desse jeito assim comigo na frente do meu pai hein? – seus olhos estavam vermelhos e ele me apertava o braço.

- Falo contigo e te trato da maneira como eu quiser – encarei ele e desvencilhei do aperto, poderia apanhar mas não baixaria a cabeça pra ele não – e quanto a ser sua casa não se preocupe não, pois logo estou vazando daqui mesmo – sorri de forma sarcástica – você vai poder ficar com ela todinha pra você, agora saia do meu quarto que eu quero me trocar – sua reação foi covarde, ele me empurrou, me fazendo bater com a batata da perna no meu criado mudo, eu me desequilibrei e caiu com a mão por cima do porta retrato que havia caído no chão e se quebrado, me cortei a mão com os cacos de vidro danificando a foto. O machucado foi o de menos mas ao ver que a foto rasgou eu pirei, estava com fogo nos olhos, olhei pra Marcos que eu podia jurar que me olhou com preocupação.

- Olha o que você fez – comecei a chorar, pois a foto estava rasgada e suja com sangue.

- É só uma foto, não vai fazer drama ta me ouvindo – ele disse baixo se agachando perto de mim pra ninguém ouvir, de forma ameaçadora, estava com medo do que eu poderia fazer.

- Só uma foto?Você é um doente! - exclamei com raiva, fiquei pasmo com sua frieza – você acabou de estragar a melhor lembrança que eu tinha dos meus pais – peguei os dois pedaços de fotografia e tentei juntá-los, que idiota que eu sou.Marcos me pegou pelo braço e eu podia jurar que ele iria fazer um carinho como se fosse me confortar.

- Para de drama Fernando – disse de forma debochada, olhei pra minha mão que sangrava, o sangue pingava pelos dedos, era o melhor do que olhar pra cara dele – deveria me agradecer, pois eles não vão ver a decepção que você se tornou – foi rápido eu me levantei e no susto ele ficou sem ação, se levantando também, quando eu ia sair do quarto ele me segurou, dei um murro na cara do meu primo, que murro bem dado com vontade ele foi pra trás mas se segurou, ia vim pra cima de mim, eu estava ofegante e com raiva, ele não tinha o direito de falar isso pra mim.Como usei a mão machucada pra agredi - lo ele ficou com sangue no lado do rosto em que esmurrei, passou a mão no seu rosto me encarou e saiu do quarto, desceu as escadas e saiu, ouvi os pneus do seu carro cantarem e só.

Meu tio subiu e quis saber por que Marcos saiu daquele jeito e mostrei o que tinha acontecido, ele me viu com a mão cortada e contei que foi por que ele me empurrou e me fez eu me cortar e ainda contei que ele falou que era melhor a foto estar rasgada pois assim meus pais não veriam a decepção que eu sou.

- Você não é isso entendeu – disse meu tio me levando pro banheiro e lavando as minha mão – vem vamos fazer um curativo, o tio vai cuidar de você e depois vou falar com Marcos, isso não vai ficar assim – ele falou num tom brabo.

- Não tio, não vai fazer nada com ele não por favor – supliquei – logo eu vou sair da sua casa e vai ficar tudo bem entre vocês, não quero confusão pro meu lado – justifiquei, ele me olhou triste e assentiu com a cabeça. Meia hora depois estava de curativo feito.Meu tio foi pro escritório e eu dormi a tarde inteira.

A noite estava no quarto me arrumando pra ir a faculdade e me lembrando do dia anterior, realmente foi um dia bem interessante, não teve como não lembrar do Luiz e do tapa que ele me deu e das coisas que me falou, isso vai ter volta.Me olhei no espelho e ri, estava usando camisa gola pólo cinza, calça jeans estonada sapa-tênis e óculos, bem mauricinho, peguei minha chave, celular e óculos e sai.

Cheguei a faculdade e encontrei meus amigos reunidos me esperando, abri um sorriso e fui até eles.

- Pessoal – sorri olhando Ágatha, Cibele e Felipe que conversavam animado sobre o que fizeram nas férias.Todos sorriram e Felipe me olhava de maneira tensa, achei estranho.

- Fernando – Cibele sorriu e veio me abraçar, ela estava muito bonita – como vai? – perguntou.

- Vou bem – respondi com um sorriso, ela me conhecia e sacou que havia algo errado.

- Vamos conversar depois mocinho – disse ele me fitando.

- Oi Ágatha – sorri e dei um abraço apertado nela que retribui.

- Oi amigo, como foi suas férias? – perguntou ela – curtiu muito Caldas? – sua pergunta tinha malícia.

- De matar! – exclamei.

- Eu não ganho um abraço Nando – disse Felipe fazendo charme.

- Claro que ganha! – exclamei – vem cá seu vacilão – sorri, ele me puxou e me abraçou forte.

- Eu senti sua falta irmãozinho – tive a certeza, Felipe está com algum problema, ele só me chama assim quando eu preciso dele ou ele de mim.

- O que foi Felipe – disse preocupado – ta tudo bem? – perguntei, ele me olhou com receio mas desconversou, sabia que não me falaria nada na frente das meninas, só espero que não seja outra burrada dele.

Chamei o pessoal para sentarmos em um lugar mais reservado e ficamos uns 10 minutos conversando assuntos diversos, rimos muito mas lembrei que teria que contar algo a eles.

- Pessoal – disse me levantando – tenho que contar algo a vocês – olhei pro três que pararam de rir.

- É algo sério amigo – disse Ágatha pegando na minha mão, ela tem essa mania.

- Fala Fernando! – exclamou Cibele, ela sempre é a mais afobada.

- Vocês são meus melhores amigos – disse sério olhando pra eles – então quero que compartilhar uma notícia com vocês – completei.

- Ai meu Deus! – exclamou Felipe levantando da mesa e vindo me abraçar de lado – deve ser algo ruim, é um tumor né, ai Nando – se lamentou Felipe, eu dei risada ele tinha mania de entrar em pânico muito fácil, uma vez eu e ele ficamos pra trás em uma viagem escolar a Brasília por que ele entrou em pânico quando o avião ia decolar.

- Felipe... – reprendeu Ágatha.

- Ai meu Deus.... – Felipe andava de um lado pro outro.

- Não porra, vira essa boca pra lá Felipe! – exclamei impaciente, depois me arrependi – sentai ai, não é nada grave, eu vou mudar de curso, vou largar Engenharia Civil e vou cursar Direito – eles me olharam surpresos, pois quando optei por Civil eu justamente fiz isso pra não seguir a carreira do meu tio e do meu pai – eu cheguei a conclusão que entendo mais de leis do que projetos e gosto disso – sorri, eles me olharam, Felipe respirou com alívio de saber que não era nada grave.

- Ai cara, não me assusta desse jeito sô – disse ele botando a mão no coração – quase tive um teto preto agora – dramático, deveria ser ator ou sobrinho do meu tio.

- Menos Felipe, bem menos – repreendi ele.

- Que bom Fernando – disse Ágatha me abraçando – tem que fazer o que gosta, se é isso que você quer boa sorte – ela sorriu.

- Fernando – disse ela me fitando - depois nos falamos eu vou entregar meus documentos pra formatura, vejo vocês depois galera– Cibele me abraçou e saiu indo em direção a secretária, não teria como escapar da nossa conversa.

- Queridos também vou nessa, tenho aula de expressão e representação – disse Ágatha se levantando – o bloco de arquitetura fica do outro lado agora, vejo vocês no intervalo ou no fim da aula beijo – ela saiu levando seu cano de projeto com ela, Felipe estava sério, eu diria que triste.Nos sentamos novamente.

- O que foi cara? – perguntei pra ele – desculpa se eu te repreendi – disse arrependido.

- Não é isso Fernando, me desculpa – disse sem graça - você acabou de fazer o que eu queria fazer desde o semestre passado, convenhamos eu não sou tão inteligente cara, você é o foda,o aluno aplicado e eu admiro isso em você de verdade, olha o quanto você já me ajudou, se não fosse por você ainda teria voltado pra ajudar na fazenda junto com os meus pais – imaginei a cena de Felipe como fazendeiro.

- Ia ser um fazendeiro muito gato cara – tentei anima-lo

- Para Nando – disse ele rindo - eu fiquei na sala por que você e meus pais me apoiavam e me davam força, mas eu pensei muito e decidi que eu sou muito burro pra estar em um curso de Engenharia Civil, eu sou da roça, eu sou chucro e .... – interrompi.

- Felipe para – falei ríspido, isso já aconteceu uma vez quando estávamos no terceiro ano, uma garota chamou ele de jumento na frente da sala inteira fazendo ela ficar constrangido, lembro que eu tive que conversar e conforta-lo por algumas horas depois disso, claro que ele deu o troco nela mas isso é outra história - isso não te faz nem melhor e nem pior do que ninguém, não é justificativa pra sair do curso, eu não me importo de te ajudar, e não te julgo por ser da roça, você sabe disso é meu melhor amigo cara, gosto de você assim– reprendi ele – não se sinta menos que os outros por que isso você não é, nunca deixem te por pra baixo – completei, ta bom quem era eu pra dar conselhos ao Felipe, invertemos os papéis.

- Eu sei que não, eu gosto tanto de você cara, sempre me apoiando nas minhas burradas e ideias idiotas – disse ele envergonhado, eu sabia que ele falava do beijo – mas eu já tinha decidido, eu iria falar com você mas acabei deixando pra trás com toda essa confusão sua com Marcos eu não queria te preocupar, vou estudar medicina veterinária aqui mesmo, ja que eu entendo de bicho e sempre gostei de bicho e ajudo a cuidar deles quando vou a fazenda acho que vai ser legal – no fundo eu estava feliz por ele, falou de uma forma decidida.

- Cara eu fico feliz e orgulhoso, e se apoio as suas burradas e idiotices como você diz é por que sou seu amigo – sorri.

- Melhor amigo – ele sorriu e me puxou para um abraço bem apertado– você é meu irmãozinho cara – fiquei sem graça, Felipe era meio bruto mesmo.

Decidimos não assistir aula já que ambos mudaríamos de curso mesmo e sentamos na cantina da faculdade onde ele me perguntou sobre o fim de semana.Felipe ficou enciumado pois contei sobre o Allan, era engraçado contar a ele e ver as caras que fazia, lógico que omiti a parte do sexo oral, como omiti a parte em que transei com Mario, mas contei sobre a descoberta que tive e ele ficou feliz por saber que agora eu sabia um pouco mais do meu pai.

- Fernando e o Luiz? - perguntou ele, gelei na hora.

- Não sei – respondi – não vi mais ele.

- Mentira! – exclamou sério – ele postou uma foto com seu primo e marcos que estava em caldas Novas também – ele aprecia um detetive me interrogando, eu acho que ele assiste muito CSI.

- Bom já que você viu eu vou contar o que aconteceu – disse pra ele que aproximou mas a cadeira pra me ouvir.

Contei exatamente tudo, contei de Allan já que a confusão começou ai, era a primeira vez que contava o que realmente fiz com outro cara, nas outras vezes era por alto, contei do que Luiz me falou e do tapa que me deu, e contei também que enfiado a mão na cara da Stephany, essa parte fiquei envergonhado e achei que ele iria me julgar ou repreender mas o que ouvi dele foi um “bem feito”, ai contei também que transei com Mario, ele riu mas se preocupou.

- Como você aguentou aquele cara em cima de você! – exclamou ele, sua cara estava engraçada.

- Uai, aguentando – disse na lata – o fato dele ser grande não faz dele um bruto Felipe – ele me olhou pasmo.

- Ele não te machucou né Nando – fiquei envergonhado.

- Não Felipe, ele não me machucou – disse calmo.

- Menos mal – disse ele aliviado – eu não sei se conseguiria enfrenta-lo se soubesse que ele te machucou ou te fez mal – ele riu.

- Acabou Felipe! – ele engoliu o riso quando viu que estava sério.

- Desculpa – pediu sem graça.

- Tudo bem – sorri – me conta como foi na fazenda? – perguntei, me arrependi, ele iria reclamar alguns minutos que eu não tinha ido.

- Foi bom, mas poderia ter sido melhor se alguém tivesse ido comigo – me fitou sério – ia te apresentar um primo meu que estava doido pra te conhecer, me fez prometer que da próxima vez te levo junto pra apresenta-lo a ele – Felipe me fitou não sabia que ele tinha um primo gay.

- Tudo bem – disse sorrindo – da próxima vez prometo que vou, mas agora você me deixou curioso, não sabia que tinha um primo gay – ele sorriu.

- Bom nem eu – disse Felipe dando de ombros – mas ele tomou coragem e contou pra mãe dele, você até conhece ele é o Jardel – disse ele me fazendo puxar esse nome da memória - lembra é um que a nós fomos ver em um rodeio lá em Mococa uma vez, parece que ele casou mas não deu certo, então contou pra mãe o motivo da separação, ele era gay – Felipe olhou pros lados e me disse – ele falou que adoraria te laçar pra ele, eu não gostei e mandei te respeitar, ninguém fala assim de você, mas ele disse que só estava brincando - fiquei corado, o Jardel era um primo paulista do Felipe, era fazendeiro e participava de competição de cowboy, tinha uns 34 anos e era alto, corpo esculpido por causa do trabalho braçal, um par de olhos pretos e cabelos da mesma cor, lembrei que da última vez que vi ele não parou de me fitar me deixando em uma situação constrangedora.

- Hum eu sei quem é, não faz meu tipo – disse, Felipe sorriu – e até por que não beijaria mais um do clã pimenta tão cedo – eu ri mas ele se baixou a cabeça de vergonha.

- Eu já pedi desculpas Nando – ele se referia ao beijo e eu também.

- Felipe eu to te zoando cara – dei um tapa na cabeça dele e ele retribui, acabamos rindo da situação.

- Sério que você não ficou chateado? – perguntou ele.

- Claro que não – sorri, era verdade eu não fiquei – aliás tem pegado alguém? – perguntei, ele ficou corado.

- Não! – exclamou.

- Perdeu a mão pra isso Felipe? – debochei.

- Só não estou afim – disse sério – cansei de ser só um corpinho bonito que as mulheres se aproveitam e depois me descartam – Felipe tentava parecer sério, eu cai na risada deixando ele com raiva.

- Ta bom senhor gigolô arrependido – debochei, ele me deu mais um tapa na cabeça.

Conversamos e rimos mais um pouco, as meninas não apareceram no intervalo, a Cibele teve que ficar resolvendo algumas coisas na secretária e disse que ria embora de carro com uma colega a Ágatha nos mandou um áudio no whats app feito doida dizendo que já tinha trabalho em sala pra ser entregue ainda hoje e não poderia sair nos dizendo que falaria com a gente mais tarde.

Felipe me convidou pra comer alguma coisa em um barzinho e eu decidi ir, não ia beber mas iria acompanhá – lo, já que ele ainda estava manhoso por causa do que me falou mais cedo.

- Obrigado por me apoiar Nando – sorriu enquanto dirigia rumo ao centro da cidade.

- Por nada cara – retribui o sorriso – você já fez tanto por mim, não seria justo deixa-lo sozinho nessa hora – dei um soquinho no ombro dele.

Chegamos no bar e sentamos,o garçom logo veio e anotou nossos pedidos. Enquanto eu comia meu feijão tropeiro e bebia meu chá gelado, Felipe que pediu o mesmo me contava mais do fim de semana e de como estava empolgado em começar o novo curso, me falou que já tinha conversado com os pais e que estava muito feliz pois eles também o apoiaram.Ficamos conversando mais uma meia hora então ele me convidou pra dar mais uma volta e me deixou em casa.

Entrei em casa e logo avistei meu tio que estava na sala trabalhando em seu notebbok.

- Oi Fernando – disse ele sorrindo, largou seu notebook de lado tirou seus óculos de leitura pra me dar atenção – como foi a aula? – perguntou animado.

- Não foi! – exclamei, ele ficou confuso – não assisti a aula tio – vi o olhar de preocupação.

- O que aconteceu?Você passou mal? – disse preocupado, é engraçado que ele e Felipe sempre pensam o pior, sempre.

- Não tio – dei um risinho da sua reação e me sentei no sofá – eu queria falar uma coisa pro senhor, senta aqui comigo – disse batendo no sofá, ele veio e se sentou.

- O que foi filhote? – perguntou, enquanto me analisava pra ver se estava tudo bem.

- Tio eu larguei o curso de engenharia civil! – ele me olhou incrédulo, parecia que eu dei um tapa na cara dele, se levantou e largou seus óculos de leitura no painel, pra ele faculdade era muito importante.

- Por que você fez isso Fernando? – perguntou pasmo.

- Tio, eu pensei bem e percebi que eu já estou a tanto tempo envolvido no mundo do direito que eu gosto mais de processos e leis do que de cálculos, projetos e réguas, acredito que agora eu sei o que quero – fui firme.

- Sério? – perguntou ele, meu tio abriu um sorriso, não conseguia disfarçar a felicidade pois quando eu optei por civil ele ficou triste achando que eu seguiria seus passos.

- Sim, acho que a conversa de ontem me abriu os olhos, então eu digo com certeza que seguirei os seus passos e o do meu pai – meu tio sorria, uma lágrima escorreu do seu rosto, veio me dar um abraço de urso.

- Você não sabe como eu fico feliz e orgulhoso de ouvir isso de você – disse ele me olhando – mas você tem certeza que é isso que quer, você vai atrasar em um ano e meio a sua formatura – me alertou ele.

- Tenho sim tio – afirmei – eu já não estava satisfeito a algum tempo com curso – justifiquei, ele sorriu e me abraçou novamente.

- Eu prometo que vou te ensinar tudo o que sei – ele limpou novamente o olho, meu tio se emociona com cada coisa – vou ser o melhor professor que você vai ter, terei o prazer em ensina-lo a ser um bom advogado – completou ele.

- Tio – disse sem graça – a faculdade vai me preparar pra isso – o sorriso dele sumiu.

- Não – disse ríspido – a faculdade introduz o ensino – justificou – mas você aprende na prática, eu posso fazer isso pra você, eu vou te ensinar sim – afirmou ele, não falei mais nada pois o que meu tio tinha de emotivo ele tinha de excelente profissional.

- Ok tio – me dei por vencido – agora vou subir e tirar a roupa ta bom – disse sindo da sala e começando a subir as escadas.

- Você já jantou? – perguntou ele ao pé da escada.

- Sim, eu comi na rua com o Felipe – me virei pra falar pra ele.

- Ta bom, mas você desse assistir filme comigo? – perguntou ele.

- Sim – ele sorriu, me virei e subi pro quarto.

Entrei no quarto tirei minha roupa e decidi botar um shorts de pijama, quando me virei pra porta Marcos estava me observando.

- O que você quer hein Marcos – falei em tom de voz calmo, mas visivelmente assustado.Ele riu, senti um frio na espinha,, por mais que agora eu desafiasse meu primo eu ainda tinha medo dele.

- Eu ouvi você conversando com o meu pai sobre mudar de curso – disse ele entrando no quarto e se sentando na cama, estava só de cueca samba canção preta – bem se vê que engenharia não é um curso pra você, bichas fazem moda ou publicidade – ta bom foi demais, me senti ofendido além de ignorante meu primo passou muito o limite da homofobia.

- Pois é – cruzei os braços e encarei ele com um risinho de deboche - e qual faculdade que corno tem que fazer hein Marcos? Você podia se informar e iniciar o curso lá – eu fui irônico, ele me fuzilou com seu olhar e se levantou vindo pra cima de mim com tudo

- Agora que eu sei que você vai fazer direito pra seguir a tradição da família e vou fazer da sua vida no escritório um inferno priminho, você não perde por esperar – segurava firme em meus pulsos, me fitou por alguns segundos olhando minha boca e me largou saindo do quarto, antes de fechar a porta me encarou novamente – você devia era fazer programa com uma bunda desse tamanho, por pena seria seu primeiro cliente – fiquei assutado e com nojo, eu nunca fui assediado desse jeito.

- Sai daqui – falei com raiva mas calmo – eu prefiro me matar do que você encostar em mim – minha expressão era de nojo.

- Veremos priminho – ele riu e saiu do meu quarto me deixando furioso com meus pensamentos.

Escovei os dentes, desci na sala e meu tio já estava dormindo, acordei ele e o levei pra cama.

A semana passou rápido, não tive mais notícias de Luiz, fui no escritório na segunda pra conversar com meu tio e com Mario e seu Antônio me falou que ele viajou pra esfriar a cabeça,disse que ele precisava esclarecer algumas coisas, eu sabia o que era, Felipe e Ágatha me ajudaram a comprar o que faltava pra minha nova casa e Felipe ainda me deu de presente uma mesa de madeira feita por um dos seus tios la da roça pra colocar na área de lazer.Fiquei muito feliz, eu ia retribuir o presente mas ele achou ruim dizendo que era de coração .Ágatha foi uma mão na roda, pois ela conhecia de decoração e eu não, eu e Felipe por culpa dela andamos muito em lojas de tapete e cortinas.

- Eu acho que acabamos por aqui Fernando – disse Felipe olhando ao redor do loft.

- Sim acredito que sim – olhei pra Ágatha que conferia se havia poeria em cima de mesa da sala.

- Fernando, sua casa podia ter paredes né ? – sugeriu Felipe, o olhar de Ágatha foi mortal.

- Ai seu ignorante, loft não tem divisórias a não ser nos banheiros ou lavabos – disse ela com segurança pra Felipe, ela estudava arquitetura e tinha um bom gosto invejável, me ajudou a comprar algumas coisas pra deixar minha casa mais descontraída e menos formal.

- Eu não sou ignorante Ágatha – afirmou ele com raiva, me deu dó – mas é que parece que o teto vai cair no meio da sala – disse olhando pro teto.

- Felipe – disse rindo – esse modelo de casa é assim mesmo cara, vem vamos tomar um suco que deixei ali na cozinha – seguimos os três para cozinha.

- Obrigado pela ajuda pessoal – agradeci aos dois, depois de alguns minutos conversando.

- Precisando estamos ai – disse Felipe enquanto tomava seu quarto copo de suco.

- Deu sorte que eu ainda não estou cobrando por dia Fernando – brincou Ágatha – mas realmente eu consegui deixar sua casa muito legal – ela se gabou e com razão.

- Está mesmo, se tudo der certo esse final de semana já venho pra cá – estava feliz por enfim ter meu espaço.

Terminamos o suco e depois de eu agradecê-los mais uma vez cada um foi pra sua casa se arrumar pra faculdade mais a noite, eu cheguei em casa tomei banho e coloquei uma roupa mais social, já fazia uma semana que havia iniciado o curso de direito e hoje eu teria a minha primeira aula de Introdução ao Estudo do Direito já que na última semana não havia professor pra disponível pra dar a matéria, eu estava ansioso pois já que tio me falou que essa era uma das matérias mais importantes do inicio do curso, ela serviria de base pra várias outras que viriam.

Fui de carona com o Felipe pra faculdade e ele me fez ficar junto coma Ágatha conversando com ele e alguns colegas de sua sala até dar o horário de aula, quando deu 19:00 me despedi deles e fui em direção a minha sala e quando entrei já estava quase todo mundo em seu lugar, uma bagunça e gritaria tomava conta, cumprimentei alguns colegas e sentei em um dos últimos lugares da fileira da mesa do professor, devia ter no mínimo umas 40 pessoas em sala.

Como estava demorando pra chegar o professor ou professora que iria dar a matéria eu me distrai lendo um livro, fiquei lendo por mais de dez minutos até que a sala se calou, no primeiro momento não estranhei, mas depois olhei ao redor pra ver o que acontecia e percebi que era o reitor que havia entrado na sala e estava parado em frente ao quadro

- Boa noite alunos – disse o coordenador Lucas, eu já conhecia ele é amigo do meu tio, mesma faixa de idade só que negro e um pouco mais baixo e mais magro.

- Boa noite – a sala respondeu em uníssono.

- Hoje eu vim aqui pra me desculpar com vocês sobre a falta de professor pra essa matéria na semana passada e pra apresenta -los o seu novo professor – ele olhou em direção a porta e fez sinal pra alguém entrar – por favor recebam o professor Luiz Pimenta que irá lecionar a matéria de Introdução ao Estudo de Direito aqui na faculdade – no primeiro momento não acreditei mas quando vi Luiz passar pela porta minha ficha caiu, quase tive um ataque cardíaco, era ele mesmo e estava mais bonito que nunca, usava uma calça jeans azul lisa, camisa social branca e blazer, estava de barba e com um semblante sério, lindo, não me viu pois a sala estava cheia e eu sentei bem mais atrás

Feita as apresentações o coordenador deixou a sala de aula e Luiz se apresentou novamente contando um pouco da vida dele e começou a conversar conosco, me surpreendi, ele tinha jeito de professor andava de um lado pro outro da sala atento as perguntas e soube conduzir a turma junto com ele falando sobre a importância da matéria, o por que do estudo do direito e o papel que o advogado exercia em vários setores não só na justiça.

Logo notei algumas meninas cochichando e suspirando por ele, fiquei com raiva mas nada poderia fazer.

- Pessoal eu já falei um pouco da matéria agora eu vou utilizar o resto da aula pra conhecer melhor cada um de vocês tudo bem?Pois gosto de tratar todo mundo pelo nome – disse ele sorrindo pra sala, eu mantive a cabeça baixa enquanto lia meu livro, decidi não sofrer por antecedência ele iria me notar de qualquer jeito mesmo.Ele se escorou na mesa e pegou a lista de chamada, deu uma rápida conferida nela e olhou o ambiente como se procurasse alguém, é, ele me descobriu. Luiz sorriu quando me viu.

- Pessoal, eu vou liberar vocês pro intervalo e depois continuamos ok? – a turma aceitou já que estava quase no horário mesmo e todo mundo foi saindo, ele me fitou e eu não tive reação, mas foi ai que me lembrei do que ele havia me falado no resort, fechei a cara e sai da sala sem dar ideia pra ele.Quando acessei o corredor que dava acesso ao primeiro andar respirei aliviado, foi por poucos segundos pois logo senti uma mão em meu ombro.

- Fernando, nós podemos conversar – o perfume de Luiz era o mesmo que eu usava, eu quase desmaiei quando ouvi sua voz quase como um sussurro atrás de mim.

- Nós não temos nada pra conversar professor Luiz - fui seco e ele fechou a cara – agora me da licença que meus amigos estão me esperando – sai em direção a cantina pensando em como foi tranquilo lidar com ele, achei que ia ter ceninha mas não, ainda olhei pra trás e ele me olhava com cara de cachorro que caiu da mudança.

Felipe não saiu da sala pois estava tendo aula de prática de anatomia animal, me pediu pra comprar algo pra ele, levei e ele me pediu desculpas por não sair, não me estressei, voltei ao pátio e Ágatha também não iria sair pois o professor não deu intervalo, eu então fiquei conversando com alguns colegas de sala.

Voltei pra sala e quando entrei Luiz já estava em sala, ele comia um sanduíche e tomava o café, quando me viu se ajeitou na cadeira , minha sorte é que havia alguns alunos em sala então não poderia me abordar.Alguns minutos depois o intervalo acabou e o pessoal voltou pra sala de aula, Luiz deu continuidade as apresentações.

- Senhor Fernando Parcianelo, apresente-se por favor – disse ele me escorado em sua mesa, ele estava achando a situação divertida, pois sabia que eu era um pouco tímido.Me levantei e sorri.

- Boa noite sala, me chamo Fernando Parcianelo, mas isso vocês já sabem, o professor acabou de falar meu nome não é – disse apontando com graça pra ele, algumas pessoas riram – então, eu sou de Santa Catarina mas moro em Uberlândia a mais ou menos 15 anos, tenho 19 anos de idade e anteriormente cursava engenharia civil mas me transferi de curso pois finalmente entendi que eu sou melhor em humanas do que em exatas – Luiz sorriu concordando mas quando ia sentar ele se virou e me encarou.

- Você esqueceu de falar senhor Fernando que o seu tio e o meu pai são sócios e tem um dos maiores escritórios de advocacia de Uberlândia não é mesmo – ele falou isso e a sala inteira me olhou, vi muitos olhos brilharem pro meu lado, eu que queria passar despercebido acabei virando o centro das atenções.Odiei o que Luiz fez.

- Na verdade professor Luiz você pediu pra mim se apresentar não foi? – perguntei – então eu falei um pouco da minha vida e não da vida do meu tio ou a do seu pai, me desculpe se eu estou sendo leviano mas essa informação não acrescenta nada pra mim – ele ficou desconcertado e logo depois me sentei, alguns alunos olhavam pra ele e pra mim, por alguns instantes o clima na sala ficou tenso.

O resto da aula foi normal com os alunos se apresentando agora com o detalhe que a maioria da sala me olhava com interesse, odeio isso.Quando a sala inteira se apresentou Luiz se levantou da cadeira fez mais algumas observações e liberou a turma.

- Pessoal, por hoje é só – disse ele retirando seu blazer,algumas meninas babaram, pareciam umas idiotas – semana que vem vamos iniciar a matéria portanto não faltem, pois teremos bastante assunto – advertiu ele.

Guardei meu material na mochila rapidamente e sai da sala, não queria ser abordado por ele que por sorte não me viu sair pois estava guardando o seu material de aula na sua pasta.Fui em direção a saída, mas Felipe me mandou uma mensagem dizendo que era para esperar ele que me daria carona mas só sairia as 22:15, iria esperar 35 minutos até ele sair, mudei de direção e me sentei em uma mesa na cantina, aquela hora poderia ler meu livro tranquilo já que havia só mais duas pessoas lá.

Abri meu livro e voltei a ler, alguns minutos depois alguém se sentou na mesma mesa que eu, desviei meus olhos do livro pra vem quem era, Luiz que estava com um copo de café nas mãos e me olhava com uma carinha de fofo.

- Podemos conversar agora Fernando? – perguntou ele.

- Não! – exclamei, fiz menção de levantar mas ele segurou meu pulso me fazendo ficar sentado – não quero conversar contigo professor Luiz - ele engoliu em seco, se aproximou de mim, que tesão.

- Me desculpa, eu não queria dizer aquilo pra você eu est... – interrompi.

- Você estava bêbado! – exclamei, tenho raiva quando as pessoas colocam a culpa na bebida– é isso que você ia dizer? Por favor Luiz eu não quero saber, não me faça passar vergonha aqui e ser mal educado com você – pedi sério, por mais que eu quisesse manda – lo pro inferno na faculdade ele era meu professor e pegaria mal pra mim e pra ele, não queria me expor.

- Fernando deixa eu me explicar !– exclamou ele, seu olhar era de arrependimento.

- Explicar o que Luiz, o tapa na cara que você me deu ou que eu sou um viadinho escroto, sabe o que foi pior, foi você dizer que Marcos tem razão em me maltratar,

- Fernando não fala assim – disse ele me segurando.Soltei meu pulso e ele não pode fazer nada;.

Fui em direção a saída da faculdade, não iria esperar Felipe, andei pela avenida que estava movimentada algo bem normal para uma sexta a noite e fiz sinal pro táxi que se aproximava, mas ele passou direto, que raiva, eu precisava sair dali então fui andando até o ponto de táxi mais próximo, tomei uma decisão que seria comprar um carro ou bicicleta pra vim pra faculdade, seria muito ruim depender de carona dos outros.Sou tirado dos meus pensamentos quando um carro buzina pra mim, quando olhei eu vi Luiz sair do carro e vim na minha direção,sua feição mostrava nervosismo, porra será que ele não desiste, eu apressei o passo mas ele me alcançou e me segurou.

- Agora você não foge de mim ursinho, na faculdade eu não pude fazer nada mas agora você vai me ouvir – ele me puxou em direção ao carro dele, eu travei, imaginei o que poderia acontecer se entrasse – vem porra entra no carro, nós vamos conversar em algum lugar discreto e depois te deixo em casa – disse com raiva, vi que ele estava excitado pois em sua calça jeans havia um volume generoso, fiquei puto ele estava gostando da situação, mas se ele acha que eu vou entrar no carro dele como se eu fosse uma puta que é abordada na rua está muito enganado.

- Não vou entrar Luiz – disse decidido – vou voltar pra faculdade e pegar carona com o Felipe, ele já deve estar saindo – sua feição mudou, ele fechou a cara ficando com raiva e veio pra cima de mi me arrastando pra dentro do carro, eu me desvencilhei dele.

- Fernando entra nesse carro agora – ordenou ele.

- Não, eu já tenho com quem pegar carona – disse encarando ele.

- Eu sei muito bem que tipo de carona que você vai pegar com ele – ele sorri com malícia – se quiser trocar de marcha não precisa pegar carona com seu amiguinho não´eu tenho uma maior pra você e... - não deixei ele terminar o que ia dizer, fui pra cima dele e dei um tapa forte de mão aberta na cara dele, não ia deixar ele falar assim comigo não, quem ele pensa que é. Vi seu olhar de arrependimento e seus olhos marejarem, não fiquei com pena.

- Nunca mais pense em falar comigo assim Luiz, eu não sei qual é o seu problema mas fica longe de mim, seu idiota – ele estava com sua mão do lado do rosto que eu bati.

- Fernando – disse ele ainda alisando a mão do lado do rosto que bati – Não precisa ficar nervosinho, eu estava brincando – ele me olhou fazendo graça.

- Vai toma no teu cu porra - gritei,sua reação foi ficar estático e me olhar pasmo não acreditando que eu tinha dito aquilo – sabe que no fim você e a Stephany formam um belo casal, ambos são patéticos, se merecem mas muito obrigado por me mostrar quem você é de verdade, já imaginou se eu estivesse namorando contigo, essa hora eu estava ferrado ou machucado né – ele me encarou, limpou um pouco de sangue que escorria pelo canto de sua boca, entrou no carro e saiu cantando pneu.

Ridículo, quem ele pensa que é pra insinuar algo sobre mim e o Lipe.Voltei pra faculdade puto pensando nisso e esperei Felipe sair da aula e me levar em casa, definitivamente tenho que comprar um carro.

- Eu mato aquele infeliz – disse Felipe nervoso dando um soco no painel do carro quando contei o que houve.

- Não precisa disso cara - acalmei ele – o Luiz não vai mais chegar perto de mim, se bobear agora ele passa a me odiar também – lembrei do tapa e ri, por mais que me doesse eu tinha o direito de retribuir.

- Fernando eu só te peço que se cuide cara e por favor me ligue quando for assim – disse ele enquanto estávamos parado no semáforo.

- Ta bom – disse conformado – mas eu sei me defender cara – cruzei os braço.

- Eu sei – disse Felipe me fitando – mas eu odiaria ver meu irmãozinho machucado – Felipe realmente parecia um irmão mais velho.

10 minutos depois ele me deixou em casa, ainda tentou me convencer a sair mas eu estava cansado, recusei ele entendeu e se despediu dizendo que amanhã viria me ajudar com a minha mudança pra casa nova, eu agradeci e entrei pra dentro de casa.Liguei as luzes e notei que estava sozinho, como era sexta Maria deixou um recado na geladeira, ela foi passar o fim de semana fora ou seja com sua mãe ou agora com o seu Antônio, Cibele falou comigo na faculdade que viria só amanhã,pois estava se divertindo com um cara que conheceu, meu tio deveria estar com o pessoal do boliche e Marcos no inferno se possível. Fui na cozinha tomei um copo de água e subi pro meu quarto, tirei minha roupa e nem banho tomei, escovei os dentes e fui dormir.

Acordei no outro dia animado, me aprontei rapidamente e quando era umas 9 horas da manhã eu já tinha separado tudo o que levaria, o resto ficaria por aqui pois já não precisaria mais e também era uma maneira de confortar meu tio, uma vez que meu quarto ficaria intacto achando que voltaria algum dia.Desci e fui pra cozinha tomar o café da manhã, quando passo pela sala de TV vejo Marcos esparramado no sofá só de cueca samba canção assistindo desenho animado.Achei cômica a cena, um cara daquele tamanho assistindo Scooby – Doo, ri e fui em direção a cozinha.

Terminei meu café e fui pro quarto conferir se não estava faltando nada pra ser levado comigo, feito isso aproveitei e dei uma última olhada na casa, era aqui que eu vivi por 15 anos e queria guardar bem alguns lugares pois não pretenderia voltar tão cedo, ou pelo menos acessar alguns lugares da casa.Felipe me mandou um whats avisando que estava saindo de casa e eu desci com minhas malas.Marcos estava na cozinha tomando café e me encarava com um sorriso falso, debochado.

Felipe chegou e buzinou, abri a porta e ele veio ao meu encontro me ajudando a colocar as malas no carro.Meu celular tocou e sem ver quem era atendi.

- Fernando! – era meu tio e pelo tom de voz baixo ele estava no escritório.

- Oi tio, bom dia – sorri.

- Bom dia – responde ele – dormiu bem? – perguntou.

- Dormi sim e o senhor? – perguntei já sabendo a resposta

- Não dormi, como posso dormir bem sabendo que você vai morar embora – reclamou ele do outro lado da linha.

- Tio eu preciso fazer isso, mas achei que o senhor ficaria em casa hoje – justifiquei.

- Fernando, eu prefiro não ai estar quando você sair – disse com pesar.Ouvi a buzina do carro de Felipe e decidi agilizar.

- Tudo bem tio, agora eu vou indo, muito obrigado por cuidar de mim – agradeci pois lembrei de tudo o que ele fez comigo.

- Eu te ligo depois – disse ele com a voz embargada.Eu sabia o que iria acontecer, ele ia se lamentar e ouvir o seu Antônio.Peguei a chave de casa e a levei pra dentro deixando ela pendurada no chaveiro próximo a porta, quando vou sair ouço Marcos.

- Ta indo embora viadinho – debochou ele, estava encostado no vão da cozinha – não vai se despedir de mim não? – peguntou, achei estranho ele se importar.

- Não! – exclamei – da minha família e me despedi – debochei, ele ficou com raiva.

- Então some daqui sua bichinha – disse ele apontando o dedo em direção da rua.

- Você conseguiu o que queria não é Marcos? – perguntei irônico, ele me segurou pelo braço mas eu desvencilhei – você fica esperto comigo que agora eu não moro mais aqui, se você vim pra cima de mim eu acabo com a sua raça ta entendo? – ele ficou imóvel no lugar tentando assimilar o que eu disse - aliás o meu nome é Fernando! – me virei e sai porta a fora, Felipe me esperava fora do carro e pediu pra mim entrar.

- Só sei de uma coisa Felipe – disse a ele enquanto saímos rua afora

- O que foi Nando – perguntou curioso.

- Casa nova , vida nova.... – ele sorriu, comecei a imaginar como seria morar sozinho e o que me veio a cabeça me fez sorrir....

Continua...

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Comentários

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Que história. Geralmente comento quando termino de ler todos os capítulos, mas não posso deixar de o fazer com um capítulo tão intenso e turbulento. Fico feliz que tudo se esclareceu no tocante ao pai do Fernando e ao Mario, realmente isso deixou o rumo da história bem mais intenso, íntimo e interessante. Agora quero ver como será esta nova etapa do Fernando, mas tenho absoluta certeza de que tudo se resolverá no fim, pois força é que não falta para ele. Mais uma vez sua escrita incontestável em absoluta maestria me deixa totalmente feliz em saber que existem escritores ainda com tamanha competência.

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to passado com tudo q aconteceu ... tudo q o nando descobriu q deixou o Geovanne e Mario mais leve.. esse luiz e babaca de marca maior mais ele ta parecendo q e pscicopata acho bom o nando ter cuidado... e continuo achando q toda essa raiva de marcos pelo nando e amor incubado por ele.. marcos ainda vai ficar de 4 pelo nando.....

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Migooo demoreiii acabei de ler agora as 00:30 meu namorado me chingando por causa da luz do celular q ele queria dormir mas eu nao podia esperar até amanha.. adorei os amigos dele estar mais presente adoro eles.. o Felipe me lembra muito um amigo meu mas ele é gay rsrs.. cara estou com Dó do Fernando ele é um cara bacana mas não sabe como tratar o Nando. Ainda faço votos por eles.. aah quero confessar tbem quero chorei um pouquinhooo q linda a cena com mario e Giovane.. e em relaçao ao Marcos ele nao é ninguem na fila do pão.. ansiosoooooo..

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Uau, que capítulo! Foi estimulante perceber o amor que Geovane devota a Fernando Espero que na próxima temporada Fernando se organize e encontre alguém que o ame de verdade, sem julgá-lo. Quanto a Luiz, não tenho opinião formada a respeito de ele vir a ser namorado de Fernando, mas se isso vier a acontecer, deverá mudar muito seu comoportamento. Um abraço carinhoso,

Plutão

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NOSSA COMO FERNANDO PERMITE AS PESSOAS MANDAREM NA SUA VIDA. DAREM ORDENS. MACHUCÁ-LO, HUMILHÁ-LO. COMO PERMITE SENTIR ALGO POR LUIZ Q INSINUA COISAS A SEU RESPEITO? ALGUÉM QUE SE PRONTIFICOU A PROTEGÊ-LO AGE DA MESMA FORMA QUE AS PESSOAS QUE O HUMILHAM. NÃO VALE NADA MESMO. MAS ME IRRITA FERNANDO QUASE SE DEIXAR LEVAR PELO PERFUME, PELO TAMANHO DA GENITÁLIA. ISSO É FALTA DE AMOR PRÓPRIO. SE CUIDA FERNANDO.

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Adorei a temporada, queria que o Nando e o Luiz ficassem juntos, estou ansioso pela próxima temporada.

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Ai Adorei o conto maravilhoso hoje eu quero outro Capítulo tô amando essa história tá incrível e e acho que só vai melhorar espero né porque você é excelente

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Que venha a segunda temporada,tô ansiosa!!!👏👏👏😍✌

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Que cap. maravilhoso gostei do tio do Fernando falar tudo para ele, sobre o passado do seu pai....mas eu acredito que o primo Marcos tem uma quedinha pelo Fernando.....

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É rico e anda de pé. mundo injusto.

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Kra adorei cada parte desse conto e vou continuar lendo ele tomara que voce faça ele sempre longo como esse aqui e que venham muitas temporadas por que esse conto é muito gostoso de ler.^^

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