Gustavo foi até a sala dele, entrou e logo saiu. O que eu fiquei fazendo? Fiquei pensando no que aconteceu, nem tinha percebido que meus amigos estavam me chamando.
-Vem,Douglas, o Lucas tá brigando com alguém!
Será que Lucas estava brigando com o Gustavo?Eu não sabia o que fazer. O certo seria ir ou ficar? Decidi ir, fui correndo. Foi um alívio quando vi que Lucas estava brigando com um de seus amigos.
-Seu filho da puta, quem você acha que é pra falar que sente tesão no meu namorado?- Lucas gritava euforicamente
-Só falei que sinto tesão, mano, calma, não vou dar em cima de namorado de amigo meu.
O QUÊ? Não posso acreditar que estão brigando por uma coisa boba como essa. Tive de parar meus pensamentos quando vi Lucas avançar em seu amigo, sim AMIGO, imagine nos inimigos então...
-Hey, Lucas, para AGORA! - Eu tentava parar, mas foi em vão.
Continuaram brigando, formou-se um aglomerado de pessoas em volta. Sabe o que fiquei fazendo? Saí de lá, odeio violência. Além do mais, Lucas vivia brigando por bobeira, acha que só porque luta muay thai, tem que arranjar briga pra mostrar sua "força". Blér, acho que já tá mais que na hora de terminarmos [vou tentar, não prometo que conseguirei].
O sinal tocou - eu já estava na sala- e começaram a entrar as pessoas, Lucas estava junto.
-Môr, eu juro que não fui eu que comecei a briga- Lucas estava chorando, CHORANDO, como assim?
-Você sempre é o santo, senta aqui e conte-me o que aconteceu - tentei controlar a situação
-Ele falou que você é muito bonito, que tem uma bundinha bonita e tudo mais. Claro que fiquei puto da vida, fui pra cima mesmo, fui com razão .
-Ele apenas demonstrou seu sentimento, não precisa ficar bravo por causa disso. Aliás, ele começou a falar do nada ou já estavam falando de mim?
-Bom, éeéé... eu tava contando sobre o que rolou com a gente ontem, eee....
-Ah, tava se gabando por ter conseguido me controlar de novo, né? - eu já tinha perdido a paciência
-Não, Doug, eu só tava... desculpa -Ele tava com uma cara de choro, cara de cão sem dono.
-Não, não desculpo, agora corre, professor chegou na sala e você nem tá na sua. - disse pegando meu caderno e virando pra frente. Lucas saiu cabisbaixo e foi à sua sala.
Todos da minha sala estavam comentando da briga, de como o Lucas brigou bem, de seu amigo que implorou não pensar em mim [como alguém implora algo que é quase impossível?] e tudo mais. Ficaram falando a aula toda, mas não prestei atenção porque estava concentrado na aula de História.
Quando o sinal bateu, receei ficar dentro da sala só pra não ter que aguentar olhares para mim, aguentar o Lucas vindo com mil desculpas. Eu estava cansado disso, precisava de um tempo, estava sufocado, mas mesmo assim saí da sala. Logo quando saí, Lucas pegou no meu braço:
-Precisamos conversar....
-Claro que precisamos, quer conversar onde?
-Vamos atrás da escola, preciso falara sós com você.
Ah, claro, ele precisava ficar a sós comigo porque acha que me controla quando estamos sozinhos - não que isso seja mentira, ele realmente me controla, mas desse vez não vai ser assim. Fomos atrás de escola sem nem conversarmos direito, atraindo olhares.
-Bom- começou ele- Eu entendo que você deve estar muito zangado comigo porque sei que você não gosta de brigas, mas tenta me entender
-Eu não estou zangado com você, só estou triste. Você brigou por coisa boba e quer ter razão
-Eu não briguei por coisa boba, briguei pelo que é meu, estava protegendo o que é meu.
-Entendi, até porque sou um celular de última geração que você comprou e não quer que ninguém roube.
-Não é bem assim... -Ele começou a lacrimejar. Eu também queria chorar, mas me segurei
-Lucas, tive tanto medo de fazer o que tinha de ser feito, fiquei com tanto medo de sua reação, mas essa foi a última ...- Lucas me deu um beijo, um beijo bom, um beijo ótimo, me esqueci de todos os nossos problemas... NÃO, não quero cair mais uma vez em suas armadilhas. Eu preciso...
-Lucas, por favor...
-Não, não termina comigo, você me ama
Será que eu realmente o amava? Tenho certeza de que não o amo como amei no começo do namoro, mas ainda gosto dele, isso tenho certeza.
-Lucas, já decidi, vou terminar
-NÃO, você não vai fazer isso.
-Sim- disse uma outra pessoa que deve ter ouvido nossa conversa- Ele vai terminar e você não pode impedi-lo de tomar a decisão certa. -Sim, era Gustavo, o que ele queria aqui?
Lucas olhou para ele, chegou perto e... [não, de novo não]
