Acordamos já no fim da tarde. Quero dizer, ele acordou no fim da tarde. Eu já estava acordado faz tempo, mas como ele estava deitado sobre meu braço, continuei deitado pra não acordá-lo. Coitado, passou a noite inteira no aeroporto. Estava “quebrado”, de acordo com as próprias palavras dele.
Xande – Bom dia!
Diz me abraçando.
Eu – Boa tarde. Quase boa noite.
Xande – São que horas?
Eu – Quase 18:00hs.
Solto um gemido.
Xande – Que foi?
Eu – Meu braço tá dormente. Esse seu cabeção pesa!
Xande – Haha. Agora você sabe o que eu passo todas as noites!
Diz ele cutucando minha barriga.
Eu – “Todas as noites”... Quem escutar até vai pensar que a gente dorme junto todas as noites!
Xande – Mas dormimos mesmo, praticamente. Só não dormimos juntos quando brigamos.
Eu – Hm... Amor?
Ele sorrir.
Xande – “Amor”.
Eu – O que?
Xande – Adoro quando você me chama de “amor”.
Eu – Mas eu te chamo assim o tempo todo!
Xande – Nem sempre. Você me chama de Xande ou Alexandre, quando tá com raiva.
Eu – Amor, amor, amor...
Digo beijando seu pescoço.
Xande – Ai ai Luke, não sabia que era possível amar alguém tanto assim.
Eu sorri.
Xande - O que você ia dizer? Na verdade até já imagino.
Eu – E o que é?
Xande – “Tô com fome”.
Diz me imitando.
Eu – Tá lendo meus pensamentos?
Xande – Se fosse possível, bem que eu gostaria.
Eu – Mas e aí? Você bem...
Xande – “que poderia cozinhar alguma coisa pra nós”.
Diz me imitando novamente.
Xande – Por que só eu que tenho que cozinhar, hein rapaz?
Eu – Porque eu não sei fazer.
Xande – Cozinhar é igual a sexo, todo mundo sabe fazer.
Eu – Exato! Todo mundo sabe fazer, mas não são todos que fazem gostoso.
Ele sorrir.
Xande – E eu faço gostoso?
Eu – Então... Você cozinha bem.
Xande – E o outro tipo de comida? Eu faço bem?
Eu – Poderia ser melhor, não é mesmo?
Digo rindo.
Ele dá uma tapa na minha bunda.
Xande – Safado!
Eu – Você sabe que eu to só brincando.
Digo o beijando.
Xande – Você se importa de irmos comer alguma coisa fora? Tô com preguiça de cozinhar hoje.
Eu – Não, não, sem problema.
Ele foi pra casa dele. Disse que iria arrumar as coisas, toma banho e depois voltava pra nos sairmos.
Cerca de uma hora depois, vou a casa dele. Já chego entrando, mal educado mesmo.
Procuro por Dona Marta na sala e na cozinha, mas não a vejo. Então vou direto ao quarto do Xande.
Eu – Xande?
Xande – Já to indo.
Ele grita do banheiro.
Vejo uma caixinha linda em cima da sua cama, nada curioso, vou ver o que é.
Aviso de antemão que, normalmente, não sou invasivo assim.
Enfim, abro a caixa e vejo um relógio lindo, que de longe gritava “caríssimo”. Deve ser presente do Seu Arhur.
Xande – Nãããããoo... Não era pra você ter visto isso agora.
Eu – Por que não?
Xande – Eu deveria te dar lá no restaurante.
Eu – Pra mim?
Xande – É. Já que você já viu, o que achou? Gostou?
Diz enquanto se veste.
Eu – Claro Xande! É lindo, mas por quê? Não é nosso aniversario, nem nada.
Xande – Desde quando só posso comprar algo pro meu namorado em datas comemorativas? Pensa que é um presente de “quase um ano” de namoro.
Eu – Parece ser bem caro.
Xande – Você não gostou, não é?
Eu – Não, não é isso. É que perece ser muito, muito caro.
Xande – Um pouco. Mas se você tiver gostado, valeu o preço.
Ele diz pondo o relógio no meu pulso.
Eu – Obrigado amor.
Ele me beija.
Xande – Vou terminar de me vestir e já saímos antes que percamos a reserva.
Ele se arruma as pressas e saímos.
Já no restaurante.
Eu – Aqui é mio longe, não?
Xande – Um pouco longe mesmo, mas estava pesquisando e aqui têm ótimas referências.
Fazemos nosso pedido e voltamos conversar.
Eu – Xande, onde tava minha sogra?
Xande – Tava dormindo.
Eu – Ah tá. E como as coisas lá? Seu tio realmente quis comprar sua parte da fazenda?
Xande – Sim. Já tá tudo certo.
Eu – Xande, sem querer ser intrometido, mas já sendo. O que foi que seu avô te deixou?
Xande - Bem, eu fiquei com parte da fazenda, que eu já vendi pro meu tio, fiquei com uma casa, que acho que vou alugar e uma quantia em dinheiro, que não é muito, mas até razoável.
Eu – Ohh. Legal.
Escuto uma notificação de mensagem.
Xande pega meu celular que estava em cima da mesa e me entrega, mas antes disso, ler de quem era a mensagem.
Xande – Teu amiguinho...
Diz já serio.
Eu – Não começa Alexandre.
Leio e respondo a mensagem.
Xande – O que ele quer?
Eu – Tá perguntando se quero sair com ele hoje?
Xande – E ai? Não vai responder?
Eu – Já respondi.
Xande – E?
Eu – O que você acha?
Xande – Sei lá, ainda tá cedo. Honestamente, depois da briga de vocês, de tudo que ele te falou, do jeito que ele te tratou e não digo só desse caso em especifico, eu poderia citar as milhares de vezes que ele te largou pra ficar com outras pessoas, mas mesmo assim quando te ligo, é ele quem atende teu celular e... O que ele tava fazendo no teu quarto pra inicio de conversa?
Já diz meio irritado.
Eu – Como você consegue ir de amor da minha vida pra esse estúpido em segundos, hein Alexandre?
Xande – Como é...
Eu – Fica quieto e me escuta! Primeiro, ele não estava no meu quarto. Nós estávamos na sala. Eu estava no banheiro quando você ligou por isso ele atendeu. Segundo, durante essas duas semanas você me tratou exatamente da mesma forma que ele me tratava e mesmo assim eu te perdoei, não foi?
Já dizia também alterado.
Xande – Mas eu sou teu namorado?
Eu – E por isso eu tenho que passar a mão na tua cabeça, não importa o que você faça? Me responde, você teria voltado hoje se eu não tivesse terminado contigo?
Xande – Claro que s...
Eu – Que não. De repente eu só tenho valor pra você no ultimo minuto. Quando sabe que esta prestes a me perder.
Xande – Mas eu nunca te machuquei de forma ele já fez.
Eu – Não Alexandre? Você me fez viver o pior momento da minha vida! Você lembra de quando você terminou comigo porque achou que eu estava te traindo com Junior? Sabe como eu me senti?
Xande – Isso foi pior do o que ele já fez?
Eu – Ele é apenas um amigo, você é o homem que eu amo. Quem você acha que consegue me ferir mais?
Ele fica calado.
Eu – E respondendo a sua pergunta, não, eu não vou sair com ele.
Digo voltando a comer.
Xande – Desculpa.
Diz pondo a mão sobre a minha.
Eu – Seu problema é achar que pedir desculpa resolve tudo.
Xande – Você ainda tá bravo sobre aquilo? Faz tanto tempo amor. Pensei que já tivesse esquecido.
Eu – Tem coisas que não se esquece Alexandre. E não, não estou com raiva por causa daquilo, mas se eu pude te perdoar, não posso nem pensar em dar uma chance a minha amizade com o Junior?
Xande – Mas aquele cara... Ele... Eu não gosto... Ele não é uma boa pessoa!
Eu – Você mudou, não? Porque ele também não pode?
Xande – Seu problema é ver o melhor em todo mundo Luke.
Eu – Não estou dizendo que vou perdoá-lo e que vai voltar tudo a ser como antes, só que gosto de acreditar que as pessoas são capazes de mudar.
Xande – Mesmo ele querendo algo contigo?
Eu – Não creio que isso seja sério. Mas mesmo que seja, não vai acontecer nada entre ele e eu há não ser que eu também queira e eu não quero.
Xande – Ok... Tudo bem. Não gosto muito da idéia, mas eu estou contigo, não importa qual seja sua decisão.
Eu Obrigado.
Xande – Desculpa por mais essa cena.
Quando terminamos de comer ele levanta e vai pagar a conta, mas alguns segundos depois volta.
Xande – Luke...
Ele diz aparentemente constrangido.
Eu – O que amor Aconteceu alguma coisa?
Xande – Eu... Esqueci minha carteira. Será que você pode... Pagar a conta?
Eu – Claro amor. É isso? Pensei que tivesse acontecido algo serio.
Vou pagar a conta.
Xande – Obrigado.
Ele diz quase inaudível.
Já no carro.
Xande – Desculpa por mais essa Luke. Assim que chegarmos em casa te devolvo o dinheiro! Te juro.
Eu – Não Xande, não precisa.
Xande – Claro que precisa!
Eu – Não Xande, serio! Toda vez que saímos juntos, você paga tudo.
Xande – Mas eu sou teu namorado, sou que tenho que pagar.
Eu – Por quê? Você acha que é o “macho alfa” da relação. Nós somos um casal Alexandre! Nós somos iguais nessa relação.
Xande – Eu sei Luke, se acalma. No vejo você de forma inferior a mim, não é isso, mas é que sempre que eu saia com alguém, eu que pagava. E...
Eu – Sim! Mas isso não é uma regra. Você nunca deixa eu pagar por nada, isso me deixa constrangido.
Xande – Ok. Ok. Tá bom. Vamos parar de brigar, por favor? Só faz algumas horas que estamos juntos e já brigamos duas vezes.
Eu – E de quem foi a culpa?
Xande – Luke!
Eu – Tá bom. Sem brigas.
Xande – Como tão as aulas? Tão complicada as matérias?
Eu – Mais ou menos, mas você vai acompanhar rápido. Qualquer coisa, eu ajudo você...
#Narrado por Alexandre#
Eu – Você casa comigo? Não, não é assim.
Esse era eu ensaiando em frente ao espelho.
Eu – Você quer casar comigo?
Ainda não estar bom.
Eu – E se a gente se casar, o que você acha?
Muito casual.
Eu – Luke, eu tenho pensado muito em casamen...
Muito indiferente.
Eu – “Eu, você, dois filhos e um cachorro”.
Definitivamente assim não!
Eu – Você, eu, casamento... O que você acha?
Não! Não!
Eu – Luke, você é o único homem que eu já amei na vida. E você não faz idéia do quanto você me faz feliz e eu quero que essa felicidade, eu quero você pra sempre...
Aaahhhh!
Estou decidido a fazer do Luke meu marido. Meu pra sempre! Só não sei como vou pedir a mão dele, mas sei quando. Vai ser no dia do nosso aniversário de namoro.
Continua.
Ru/Ruanito, Guigo, Cintia C, SafadinhoGostosoo, William26, Ryuho, fefehh, Vi(c)tor, jamesblack, Revengeevil, baixinhaaa, Hobbynho, wyth, Pyetro_Weyneth, DrigoM. Muito abrigado a todos vocês que lêem, votam e comentam. Vocês que me dão coragem pra continuar com o conto. Grande abraço e até a proxima